Voltamos para casa juntos, apesar da neve, foi confortável com Victor me abraçando.

 No meio do caminhos passamos por um Café onde o cheiro me deixou com água na boca.

  "Quer parar?" -Ele olhou para mim e depois para o Café.

  "Ah." -Dei de ombros e sorri.

 Entramos e sentamos numa mesinha de três. Uma garçonete bem vestida beio atender a gente.

  "Ola, o que vão querer?" 

 Victor pegou o menu e depois olhou para mim.

  "Um chocolate quente." -Disse.

 Ela sorriu e saiu.

  "Você não quer nada?" -Disse mexendo no enfeite.

  "Não." 

 Um homem que passava por nos até o caixa parou e olhou para mim.

  "Excusez-moi, mas eu poderia tirar uma foto de vocês?"

 Olhei para Victor e ele sorriu.

  "Pra que?" -Me ajeitei na cadeira.

  "É que eu faço parte de um catalogo de perfume, e vocês dois formam um casal que sairia legal na foto."

  "Ah, se for assim..." -Sorri. Ele tirou uma câmera fotográfica da maleta- "Fiquem assim, se olhando mesmo.... Perfeito"

 O flash disparou duas vezes.

  "Obrigado, eu posso anotar seus telefones, para quando o catalogo sair?"

  "Não precisa." -Disse Victor.

  "Ah... Ok então, merci." -E então ele saiu.

 Não pude deixar de rir da cara de Victor quando o homem foi embora.

  "Será que você vai aparecer na foto?" -Ele riu.

  "Não sei." -Rimos.

 A garçonete chegou com meu chocolate.

  "Não vai querer nada querido?"

  "Non merci." -Ele disse.

 Ela sorriu e saiu.

 Bebi meu chocolate, que estava bem quente, olhando para o relógio.

  "Não se preocupe, chegaremos lá antes das seis."

 Assenti bebendo.

  "Você não quer um pouco, parece com frio."

  "Estou bem." -Ele assentiu e olhou para traz.

 Quando acabamos, deixei o dinheiro na mesa e saímos.

 Um vento gelado bateu no meu rosto.

  "Segure sei cachecol dessa vez." -Ele disse e eu ri.

  "Por que, não que levar outro beijo?" -Sorri e ele também.

 Andávamos pela rua quando alguns garotos gritaram.

  "Ae delicia! Vem cá!" 

 Apertei o braço de Victor e ele olhou para mim.

  "Precisamos mesmo passar por lá?" -Sussurrei.

  "Se você quiser a gente volta."

  "Vem cá! Não fica com medo não! Larga esse gay e vem aqui boneca!" -Umd e blusa verde gritou.

 Victor os encarava. Então um garoto loiro saiu do meio e eu logo o reconheci. Charlie veio até nós calmamente.

  "Oi Alicia." -Ele disse.

  "Charlie." -Assenti.

  "E você deve ser..."

  "Victor." -Ele se apresentou.

  "Esse é seu 'grande' amigo?" -Ele olhou para Victor de cima para baixo- "Esperas, você é o garoto do parque. Esta me trocando por um garoto que você conheceu a uns dias atras?" 

  "Não, ele já era meu amigo..."

  "Sabe cara, você roubou minha namorada. E eu odiei isso." -Ele empurrou o peito de Victor.

  "Eu nunca fui sua namorada." -Disse.

 Ele olhou para mim e fez sinal de 'cala a boca'. Os outros garotos começaram a se aproximar.

  "O que você vai fazer? Me bater?" -Victor disse zombando. 

 Charlie o olhava bravo.

  "Acho que vou." -Disse Charlie tirando o chapel.

 Os outros garotos começaram a vaiar e bater palma. Um de cabelo com gel gritou: Bata logo nele Charlie!

 Charlie olhou para traz e sorriu. Quando voltou sua mão estava serrada e foi em direção a barriga do Victor, mas ele desviou dando uma cotovelada no braço dele. Eles começaram e se bater no meio da calçada. Uma hora Charlie batia um Victor, na outra ele retrucava lhe dando um chute.

  "Parem vocês dois!" -Gritei me aproximando, mas o garoto que gritou me segurou pelo braço.

  "Você não vai querer ir lá, vai?" -Ele me olhou sorrindo.

  "Me larga!" -Puxei meu braço- "Isso é ridículo." 

 Charlie empurrou Victor fazendo cair no chão, depois o chutou na perna.

  "Isso é por ter tirado ela de mim."

  "Você é um idiota" -Victor sorriu. Charlie deu outro chute nele, fazendo-o se retorcer. Ele então se virou e saiu andando, quando passou por mim me mandou um beijo. 

 Corri até Victor que estava caído no chão. Me ajoelhei ao seu lado e o ajudei a sentar se apoiando no muro.

  "Ah, esta tudo bem?" -Peguei meu cachecol e limpei o sangue que, por incrível que pareça, saía de sua boca- "Você esta sangrando."

  "Eu sei." -Ele disse com uma voz fraca.

  "Não devia ter feito isso." -Disse- "Eu fiquei preocupada."

  "Ele era um idiota." -Ele sorriu.

  "Idiota ou não, você poderia ter se machucado... Mais ainda." 

 Ele tossiu e pois a mão na cabeça.

   "Por que eu estou sangrando, não era para isso acontecer." -Ele disse olhando para a mão.

  "Não sei, é muito estranho." -O ajudei a levantar e arrumei seu casaco- "Não faça mais isso."

  "Não vou." -Ele andou mais eu puis a mão no seu peito e ele parou e olhou para mim.

  "Prometa?"

 Ele suspirou.

  "Prometo." -Ele segurou meu rosto e me beijou.