Acordo com Bruno me dando beijos leves pelo meu ombro.

- Amor, é quinze pras Sete. Tome seu banho, enquanto isso eu vou fazer o café.

Sorrio para ele e dou um beijo estalado na bochecha delem, cato a toalha do Bruno (sei que sou folgada hehe!) e vou para o banheiro. Tomo um banho rápido, para não demorar muito. Coloco um short preto, uma blusa verde com babados na gola e uma sapatilha. Fui até a cozinha e vejo Bruno fazendo torradas.

- Acho lindo você cozinhando.

- E você é muito linda quando está dormindo. – Bruno puxa a cadeira para mim. – Uma pergunta. Você já foi à Alemanha?

- Não. Mas era um dos meus sonhos. O país é lindo.

- Pois prepare os casacos, vai estar muito frio quando a gente chegar lá.

- Eu sei. Já está nas malas.

- Nossa. Como está prevenida. – Ele me dá um beijo.

- As torradas vão queimar!

- Aff... Pode queimar! Sua chata. – Bruno dá a língua.

Sorri para ele e me servi. Tomamos nosso café e fomos pra o quarto pegar as malas, a van da gravadora já estava na porta e precisávamos ir. Entramos no carro e fomos para o aeroporto. Chegando ao saguão, vejo um monte de fãs do Bruno com cartazes, CDs, tentavam tirar uma foto com o Bruno. Ele tentava dar atenção a todas, sem perder o foco em mim. Eu passava por elas e via comentário do tipo: Como ele teve coragem de ficar com ela? Ela deve ser interesseira. E outros como: Ele está feliz com ela, dá pra ver! Se ela está dando conta do recado, então não tenho o que reclamar. Essas coisas me deixam fortalecida, sei que não posso agradar a todo mundo, mas não posso ligar para isso. Continuei andando com Bruno até o check-in para mostrar os passaportes. Bruno pegava minha mão com mais força e as fãs ficavam olhando meio que com cara de que comeram feijão estragado sabe.

Terminamos o check-in e fomos para o jato particular que o Bruno reservou para nós, os outros integrantes foram em um avião de 1ª classe (povo chique né?). Joguei minhas malas em um suporte que tinha dentro do jato, que por acaso eu nem sabia que existia. Sentei-me na poltrona da janela e fui me enrolando. No mesmo instante, Bruno vinha com um copo de Whisky e uma taça de vodka para mim. A aeromoça particular pede para que a gente se acomode e coloque os cintos, o avião começa a decolar.

- Está confortável? – Bruno pega meu lençol me se enrola também.

- Sim. Estou tão confortável que eu já vou cair no sono logo logo.

- Dá para perceber... Esqueci de dizer, quando nós chegarmos a Frankfurt, vamos para uma entrevista coletiva com um bocado de jornalistas, não só da Alemanha, mas da Europa toda. A banda vai estar inteira lá e, durante a entrevista, você será apresentada oficialmente como nova integrante da banda.

- Ah, pensei que eu já tivesse sido divulgada como nova integrante...

- Você foi divulgada como vencedora e nova integrante da banda, mas você não foi oficializada por mim. E sem falar que eles ainda não sabem oficialmente que você é minha namorada também.

- Você vai revelar nosso namoro junto com minha oficialização na banda como nova integrante? Tá, entendi. Mas tome cuidado com o que vai dizer viu, moçinho? Vamos estar na entrevista como colegas de trabalho.

- Nãaaao! – Bruno se aproxima do meu ouvido. – Você vai estar como minha amante.

- Seu louco! – Dou a língua para ele e desço a poltrona para dormir.

Bruno vai ao banheiro e eu pego meu livro de partituras, para conferir se estavam todas lá. Começo a cochilar e Bruno volta do banheiro, se senta e tenta dormir também. Passamos a viagem inteira dormindo, Bruno não largava minha mão enquanto nós estávamos dormindo. Ele mexia a cabeça de vez em quando e balbuciava algumas palavras que eu não entendia. Como eu tenho o sono leve, eu acordava de vez em quando.

Acabo acordando com a moça me cutucando, dizendo que a gente já estava em solo alemão. Acordo Bruno, meio sonolento, mas ele levanta e vai lavar o rosto. Já estava anoitecendo, por causa do fuso horário e estava muito frio, percebi pelos meus pés, que ficaram brancos e enrugados por causa do frio. Bruno coloca um sobretudo azul-escuro e calça uma bota. Eu coloco meu sobretudo preto. Coloco mais meias nos pés e calço minha bota All-star de cano longo.

Saímos do avião e começa a nevar, nunca tinha visto isso na minha vida. Fico maravilhada e começo a tirar fotos da neve, estava parecendo uma criança de tão feliz que estava. Bruno pega sua câmera e tira uma foto minha escrevendo “I LOVE FRANKFURT”. Ryan chega até nós para nos fazer companhia e se oferece para tirar uma foto nossa. Um dos seguranças pediu para que a gente saísse da área de voo e que nos dirigíssemos ao saguão. Olhei em volta do aeroporto, tinha só alguns fãs que vieram recepcionar o Bruno. Foram muito simpáticos comigo e até aprendi algumas palavras em alemão. Fiquei mais tranquila com essa recepção e fomos direto para o carro.

Rodando pelas ruas de Frankfurt, Bruno fez questão de passar por partes importantes da cidade, como o centro financeiro. Mas a parte que eu amei foi passar pela Ópera de Frankfurt, muito lindo, me apaixonei pelo lugar. Depois dessa volta, fomos para o hotel, com o que os jornalistas falaram, tivemos 15 minutos de atraso para a entrevista. Tivemos que entrar pelos fundos por conta que a entrada do hotel estava cheia de fãs, parece que tinham deixado uma parte dos fãs entrarem para assistir a entrevista pela grade. Tinha uma bancada no salão do hotel, com umas 15 cadeiras e uma grade enorme, contornando a bancada. Ryan chega até os jornalistas e pede para que se posicione porque a gente ia entrar. Em questão de minutos os jornalistas já estavam posicionados e só faltava eu, Bruno e o resto da banda entrar.

Entramos no salão acompanhado de flashes e fãs histéricos. Depois de todos sentarmos, os jornalistas começam as perguntas.

(Jornalista): - Como está sendo sua passagem aqui na Alemanha?

(Bruno): - Mal chegamos e fomos muito bem recebidos por todos, estou achando incrível, apesar de ser a 2ª vez que venho até Frankfurt a trabalho.

(Jornalista): - Você parou a turnê mundial no meio para fazer melhorias na banda, como foi esse processo?

(Bruno): - Foi difícil, mas precisei fazer isso. Percebi que a banda não estava em um nível muito bom e tive que fazer novas seletivas para músicos, para melhorar o rendimento e a qualidade da banda. Durou um mês, mas foi muito produtivo.

(Jornalista): - E quem é o novo integrante da banda? Inclusive, sabemos que é uma mulher e é brasileira.

(Bruno): - Sim. É essa morena que está ao lado de Phil. Laura Winchoffer. Formada em música, toca vários instrumentos e vai ser nossa multi-instrumentista na banda.

Olhei para Bruno e para o Jornalista com vergonha, troquei de cadeira com um dos meninos, a pedido de Bruno, para participar da entrevista. Desta vez, foi uma mulher que comandou as perguntas.

(Jornalista): - Estar numa das melhores bandas do mundo da musica, com compositores competentes, trabalhando para os The Smeezingtons. Como isso vai influenciar sua carreira?

(eu): - Eu nunca tinha tocado em banda antes, sempre fui ligada a bandas de musica e fanfarras, como a Drumline, mas nunca pensei em tocar em uma banda como essas. Isso é muito novo para mim e estou adorando.

(Jornalista): - Li algumas notas na internet de que você e o Bruno, que por acaso é seu chefe, estariam tendo um romance. Isso é verdade? Como você lida com os fãs do Bruno?

Olhei para o Bruno, ele pegou na minha mão e ele me fez sinal de que eu poderia falar. Respirei bem fundo e falei.

- Olha, quando eu e o Bruno começamos a nos relacionar, eu já estava dentro da banda, já era contratada. Nosso namoro veio depois da minha contratação. Os Hooligans me tratam muito bem, outros ainda tem receio, mas isso é normal. Se todos amam o Bruno, eu amo todos também.

Os jornalistas focaram nos outros do grupo, perguntando sobre a nova mudança feita pelo Bruno. Todos falavam que apoiaram a mudança e que acharam muito bom uma carinha feminina na equipe. Depois de meia hora de entrevistas, saímos para uma sessão de fotos com o outdoor feito pela Elektra para a divulgação da 2ª parte da Turnê. Conversamos com o presidente da Elektra, ele estava na Alemanha a descanso e resolveu aparecer na entrevista, para prestigiar. Seguimos rumo aos quartos, Bruno pediu para que as minhas coisas fossem para o quarto dele. Chegando à suíte, fui até o frigobar e peguei uma garrafa de água, me deitei na cama e liguei a TV. Bruno foi lavar o rosto e depois foi se juntar a mim na cama.

- Não foi tão ruim, né?

- Pois é. Achei até bom esse negócio de entrevista. Me senti importante.

- Sei... A estrela aqui sou eu, não se esqueça disso.

- Seu convencido. Só de saber que vamos ficar assim o resto da turnê inteira, me deixa feliz. – Me aconcheguei mais nos seus braços.

- A mim também. Fiz a escolha certa. Sabia que você ia mudar o curso da história.

- Que história?

- Eu sabia que você ia ser importante na banda, quando eu vi suas notas já comecei a ver que você era a pessoa certa. Mas quando você entrou mesmo, vi que você não ia só mudar a cara da banda, ia mudar minha vida também. Que esses momentos sejam para sempre.

Bruno me beija e pega o lençol para nos enrolarmos, pouco tempo depois vejo que volta a nevar em Frankfurt. Olho para a neve caindo um pouco na sacada do quarto e começo a sentir o sono chegar. Bruno vê que o cansaço tomou de conta do meu corpo e começa a fazer carinho nos meus cabelos. Começo a dormir pouco tempo depois nos braços do meu Peter. Parece ser um sonho ter Bruno comigo em Frankfurt, para mim, isso é perfeito. Isso é só o começo, o começo de uma vida em mudanças. Com Bruno tudo muda, me sinto bem assim.