- Ahhh! Que é isso? – Eu perguntei para o nada, porque aposto que Nicolle não iria me responder. Eu estava atônita, e totalmente sem ação, e não sabia pra onde correr, se eu conseguisse.

- Olá. – O bicho falou, me deixando mais espantada ainda. Nicolle parecia já estar ficando mais calma do que eu, só que também estava assustada.

- Meu Deus! Não é possível, eu devo estar tendo insolação. – Eu disse – Você fala? Já sei, você é uma pessoa experimentando uma fantasia para o Halloween, né?

- O que? Eu não estou te entendendo.

O meu coração estava disparado, de susto.  Olhei para Nicolle, e ela estava sem ação, assim como eu.

- O que está acontecendo aqui?

Ouvi uma voz humana, e isso me trouxe um certo alívio. Olhei par a direita, em direção a Nicolle, que estava olhando para mim, e então, nós viramos, e o que ví foi um garoto loiro em cima de um cavalo.

- Majestade. – O Bicho atrás de mim disse, e depois fez uma reverencia. – Eu acabei encontrando essas duas aqui. Acho que elas são meio malucas. – O bicho disse, cochichando a ultima parte para o garoto loiro a nossa frente em cima de um cavalo, mas pude ouvir.

- Não somos malucas! – Nicolle protestou, me fazendo perceber que não foi só eu que ouvi.

- Afinal, o que está acontecendo aqui? – Ele perguntou descendo do cavalo.

- É exatamente isso que queremos saber! – Falei.

O garoto ele parecia não estar entendendo nada.

- Vocês se perderam aqui na floresta? – O bicho perguntou.

- Mais ou menos. Na verdade sim. – Nicolle falou.

- Não entendo. Faz muito tempo que os telmarinos andam pela floresta, como vocês se perderam aqui? – O bicho disse. Cada vez que ele falava, eu ficava mais apavorada.

- Que? Quem são telmarinos? – Nicolle perguntou.

- Como assim, quem são? Vocês são, ué. – O bicho.

- Para elas não saberem quem são telmarinos, é claro que elas não são daqui de Nárnia. – O garoto disse.

- É, é claro que não somos, eu  não sei que lugar é esse. Vocês podem me informar por favor pra que lado fica a Londres? – Eu falei já ficando muito irritada com aquele assunto.

- Peraí! Vocês vieram de Londres? Como assim? Oque está acontecendo? Como vocês vieram aqui? – Ele falou. O bicho foi embora escondido.

- É exatamente isso que estou tentando descobrir? – Falei fazendo uma cara de “isso é obvio”.

- Nossa, que confusão! Relaxa, gente. – Nicolle falou, se sentando em um canto enquanto me via conversar com a “pessoa que eu não sabia o nome”.

- Eu só quero saber como eu vim parar aqui. – falei.

- Olha... Nisso eu não consigo ajudar não. – Ele disse – Vai anoitecer logo, o que vocês vão fazer da vida? – Perguntou.

- Sei lá! – Só sei que dormir na floresta eu me recuso. Amanhã eu até dormiria, mas é uma pena não tenha nem uma barraca, ou uma cabana.

- Aqui as aranhas também falam? Porque se falarem, eu peço pra elas não me picarem enquanto eu estiver dormindo, aí eu durmo aqui sem problema nenhum... É que eu não quero parar em um hospital. – A Nicolle falou. E pensando bem, até que ela tinha razão.

- Não posso garantir... – Ele disse. – Já que vocês com certeza, não querem passar a noite na floresta, venhão comigo. – Ele disse.

- Peraí! Antes de irmos, me responde uma coisinha: Que tipo de bicho era aquele?

- Ah. Aquilo é um minotauro. – Ele falou já começando a rir.

O acompanhamos sem exitar, afinal, ou o acompanhávamos, e tínhamos alguma chance, ou ficaríamos na floresta para sempre, e eu e a Nicolle, definitivamente não iriamos querer passar a noite em uma floresta, e o tempo havia passado muito rápido. Estávamos com fome, cede, e em estado de calamidade, e pelo tempo que passou, logo já iria anoitecer.

Enquanto andávamos até não sei aonde, contamos a ele tudo o que havia acontecido para chegarmos até Nárnia, e ele nos contou a história dele, como chegou lá e tudo que havia acontecido até aquele momento, contou que eles tinham ido embora sem querer, e contou também, que voltaram um ano depois, e contou sobre a tal guerra contra os telmarinos, e que depois da guerra, eles continuaram em Nárnia, e governavam Narnia, ele, os seus irmãos e Caspian. Passou-se um pouco mais de um ano que a guerra havia acabado.

E comecei a gostar daquele lugar.