POV Ófion:

Estava com um ótimo pressentimento hoje, nem parecia que eu estava naquele buraco, realmente algo bom devia estar acontecendo lá em cima, que estranho, estar feliz no purgatório mais bem feito da existência...
Senti um pequeno tremor, e me sobressaltei, quando consegui produzir alguma luz (oque consumiu muitas das minhas já escassas forças) e olhei em volta vi um pequeno crânio de pedra desgastada, logicamente me assustei, podia muito bem ser mais uma tortura do tártaro
tentei me afastar porem ele me seguiu e, se aproximando começou a falar:

–Ó mestre desculpe-nos pela ausência, mas os olímpicos só nos tem repreendido!- ainda em choque perguntei:

–Quem é você? E da parte de quem vem?-o ser no chão estremeceu e ameaçou se dissolver.

–Perdoe mais uma vez pela ausência, soberano, mas não há tempo para delongas os olimpianos interferem-disse a coisa pesadamente, eu assenti com a cabeça para que ele prosseguisse-Venho em nome do Óreas de Parnaso e trago novas: O mestre ouviu o oráculo dizer que aquele ao qual aguardamos ressurgiu!

eu tentei processar o que ele me dizia, bem os Óreas eram daemons poderosos das montanhas primordiais, seres rústicos com forças místicas filhos de Gaia sem pai, grandes aliados na guerra contra Réia e Cronos, sim guerreiros valiosos...

me perdi em meus pensamentos enquanto o mensageiro desvanecia.
então o esperado ressurgiu...

todo esse tempo era verdade...

Minha mente começou a fervilhar com as possibilidades, ahh se ele realmente existia eu seria necessário...

Comecei a rir descontroladamente, o tártaro sentiu e começou a me torturar, eu não me importava NADA poderia estragar meu dia agora...

POV Hemera:

A minha mãe tinha acabado de sair com aquela cara de incompreensão quando senti a aura dele de novo, dessa vez mais sólida, quase palpável minha cunhada me encarou entendi na hora que ela também havia sentido a aura e me olhava exasperada, parecia concentrada demais em algo, a procurar algo, então a compreensão tingiu o seu rosto...

Vou trazer ele!-ela disse sorrindo

Eu só dei aquele olhar de “claro, e eu sou um clone de lênin”

Ela nem ligou, mas pensando bem...
com a aura dele se fazendo sentir assim...

Ai como quem não quer nada ele surgiu, eu na verdade nem tinha percebido, e não ia perceber também mas minha cunhadinha me tirou do transe:

–Eu disse Hemera!

E correu pra abraça-lo

Eu só o encarei,

E encarei...

E encarei

Putz ele era bonitin viu?

Aparentava uns 16, assim como eu médio, 180 mais ou menos, com uma couraça e um saiote muito rústico, loiro, olhos verdes, e muito magro sem perder um certo charme...

Ele também me encarava, de uma forma estranha, um misto de curiosidade e deslumbramento, não fosse o numero de vezes que isso já aconteceu comigo eu teria corado.

POV ****e:

Nix havia me destratado muito e, apesar do inesperado apoio de Hemera, ela não pareceu muito convencida de que eu estava em sã consciência e, de fato, aquilo não foi legal, mas quando eu senti a aura dele de novo e minha cunhada pareceu sentir o mesmo eu fiquei tão empolgada que minhas esperanças ressurgiram, me concentrei ao máximo para sentir até a ultima gota da essência dele, percebi que conhecia esse processo...

Olhei para Hemera e disse:

–Vou trazer ele!-ela se limitou a me dar um olhar incrédulo, apenas ignorei enquanto juntava forças para traze-lo, senti cada pedaço de sua aura, sua influencia ali, concentrei-a até obter algo como uma essência, e então apliquei todo o meu poder na mesma e em seguida ele estava ali na minha frente!

Eu disse Hemera!-foi tudo oque consegui dizer...

Por alguns instantes, fiquei como que em choque, apenas o encarando....

Mas então a ficha caiu, sim ele estava ali!

Corri até ele e abracei-o com urgência enquanto irrompia em lagrimas

Queria me certificar de que ele estava ali

Aperta-lo contra mim

Sentir a presença dele!

Então olhei em seus olhos, verdes como esmeraldas brilhavam como que transbordando de poder...

Como eu sentira falta daqueles olhos...

Ele ia dizer algo, mas eu o interrompi e disse apenas duas palavras, tão profundas quanto é possível...

–Filho saudades...