A Garota Da Capa Branca (mega parada) escrita por onigiridesu


Capítulo 4
Je'aunt




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Assim que as palavras saem da minha boca, eu receio isso. Fui muito idiota de às falar no meio da aula, em voz alta, permitindo que todos as ouvissem. Aquela palavras eram para ser secretas, algo que só podia ser falado em particular.

Risos ecoam pela sala, mas eles meramente passam pelos meus ouvidos sem registrar nenhum som. Um impulso me diz para abaixar a cabeça, mas eu continuo com ela firmemente levantada, à espera de respostas.

O professor, Je'aunt Françoise, paraliza. Ele não faz um único movimento, porém sua face fica pálida e ele aparenta estar em choque.

Finalmente abaixo a cabeça, envergonhada. Os risos continuam. Eles já deveriam ter parado, certo? Quanto tempo se passou desde que eu disse aquilo? Pareciam horas.

Je'aunt continua paralizado e eu estou entrando em desespero. Procuro Grace, o meu único ponto de apoio na sala.

Ela está paralizada assim como o professor.

Eu começo a sentir uma raiva surgindo de dentro de mim.

Por que eles não me respondiam?!

Porque apenas ficavam paralizados?!

Será que eles não notam que eu quero respostas?!

Várias perguntas, acusações, afirmações xingamentos passam pela minha mente, que agora está a 100km... 200km... 300km... De repente eu sinto um frio passando pela minha espinha. Levanto a cabeça e olho para trás. Uma parede negra como a noite mais escura se forma atrás de mim.

Ela avança lentamente pela sala, aparentemente não machucando os outros. Mas, diferente do que uma pessoa normal pensaria, ela não está avançando de uma forma agressora, mas sim de uma forma protetora, como se o seu objetivo fosse me proteger ao invés de me matar.

Je'aunt sai do transe quando percebe a massa negra se formando atrás de mim. Ele tenta correr mas quando chega já é tarde de mais, a sombra está me engolindo e eu caio no abismo.

Pela primeira vez em anos, eu não tenho pesadelos. Na realidade, o pesadelo é substituido por um bom sonho.

"Eu estava andando pelas ruas novamente, mas agora eu tinha um ponto de chegada. A tempreatura estava bem agradável, mesmo sendo meio-dia. Mesmo sabendo o que me ia acontece em alguns dias, eu simplesmente não conseguia ficar assustada ou triste, afinal, eu o veria, e isso era motivo suficiente para a minha felicidade.

Eu subi a colina marcada para o nosso encontro e lá ele estava. Lindo e estonteante, como sempre. Seus olhos, azuis tão claros que pareciam feitos de prata derretida, agora estavam alaranjados pela luz do por-do-sol. Seus cabelos compridos, negros e brilhantes, agora estavam longos, caindo um pouco abaixo de seus ombros. Sua expressão mostrava tristesa e dor, mas de um modo simplesmente lindo, de um jeito que um humano jamais seria.

"'Oi, Je'aunt.'" Eu disse.

Ele se virou e seu rosto ficou um mihão de vezes mais bonito. Agora ele demonstrava felicidade, a felicidade que ele só se permitia mostrar para mim.

Ele corre para mim e me abraça. Seus braços são fortes e firmes, como se não quisessem me deixar partir dali. Nossos rostos estão tão próximos que posso sentir sua respiração. Ele se inclina sobre mim e nós partilhamos um longo e demorado beijo.

Seus lábios deixam marcas de fogo por onde passam. Eles são macios e finos, mas é como se fossem moldados para os meus. Nós continuamos nos beijando por um período de tempo que parecem horas.

Até que ele aparece."

O sonho se interrompe e eu acordo. Sinto alguem me balançando, tentando me acordar, eu acho. Eu abro os olhos e me deparo com algo mais surpreendente do que o meu novo professor de história.

O verdadeiro Je'aunt me dá um beijo para me acordar.


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