Matt me levou até o centro da cidade, rodamos horas atrás do endereço que eu tanto procurava.

–Tem certeza de que é aqui? – Ele apontou para o pequeno escritório espremido entre grandes edifícios.

–Bom, esse é o endereço. Só espero que seja mesmo aqui. – Respondi, não estava com medo, mas também não queria entrar no jogo de Lisa.

–Posso pelo menos ir junto com você?

–Não, quero fazer isso sozinha, e também, preciso que alguém fique no carro caso a gente tenha que sair correndo. – Ele riu e me beijou.

A sala de espera era pequena com dois sofás bem velhos e revistas antigas, havia um balcão com uma recepcionista, provavelmente jogando paciência pelo computador antiquado.

–Bom dia, posso ajuda lá? – Ela perguntou ao notar que eu não ia sair de perto tão cedo.

–Claro, eu gostaria de ver o Senhor Jenkys.

–Ele não está volte outra hora. – respondeu a moça agressiva, ela estava pedindo uma boa surra.

– Escuta aqui sua vadia com blush vencido, eu não ligo pra quem você é ou o que você é, a questão aqui é que eu preciso ver o Senhor Jenkys. Diga que Louis Masen me indicou. – Louis Masen era um aluno da minha classe, ele tinha um grande dom para falsificar coisas, qualquer coisa que você precisasse ele tinha, ele arrumava, boletins falsos, esquema de cola, identidade falsa, se você pagasse bem ele arrumava um álibi perfeito, e seus pais nunca saberiam que você foi para Las Vegas ao invés de ir ao acampamento das barracudas de BaySide.

–C-claro – ela gaguejou ao me ver surtando daquele jeito, poderia jurar que ela tinha feito xixi na calça. – Ele vai atende lá em um instante.

Logo fui atendida por um careca gorduchinho com terno risca de giz desbotado. Perguntei-me o quanto ele ganhava ali.

–Entre senhorita. – Sorriu simpático.

O Escritório era semelhante à sala de espera, pequena, abafada, bagunçada, com um horrível cheiro de mofo.

–Então, o que uma moça tão bela veio fazer aqui? Não gostaria de uma água, café...

–Quero duas identidades e uma certidão de nascimento.

–Hum, entendo, então meu sobrinho recomendou meu escritório? – Sobrinho? Agora sei de onde Louis tinha tirado o seu dom, mas isso era a única coisa.

–Vamos falar de negócios, dinheiro não é problema e não me incomodo de pagar a mais para receber o serviço mais de pressa. – Mostrei o bolo de notas que tinha tirado da minha popança e da indenização pela morte do meu pai, ao todo devia ter ali uns 15 Mil reais.

–Bom sendo assim, tem alguma foto que eu possa usar nas identidades? – Entreguei para ele fotos minhas e do Matt. – Tem algum nome e sobrenome que eu possa colocar?

–Cassie e Adam Blake nas identidades e Melissa na certidão de nascimento.

–Certo. O valor é de R$800,00. Metade agora e metade na entrega, daqui a uma semana as 07h00min no restaurante Le Monde.

–Perfeito.

Sai tranquilamente do escritório e entrei no carro.

– E então? – Matt me perguntou assim que eu cheguei.

–Daqui a uma semana eu e você seremos Cassie e Adam Blake viajando em companhia da minha irmãzinha Melissa.

– Mas você não queria que eu ficasse longe de tudo isso, que era uma luta entre você e a Lisa?

–Disse, mas primeiro nós vamos tirar minha irmã daqui. Agora dirige quero pegar umas coisas em casa e achar um lugar pra ficar.

– E a propósito, já que vai enfrentar uma assassina tem que ir preparada. – Ele me mostrou um lencinho roxo e embrulhado nele havia uma arma, mais precisamente uma Sig-Sauer P220.

–Matt, como você?

–Você acha que é a única com contatos por ai?

–Mas...

–Hey, você quer chegar lá de mãos abanando, esperando que um anjo venha e salve sua vida? – Ele tinha razão em nenhum momento eu tinha pensado em como derrotaria Lisa. – Comprei uma pra mim também. – Em outro pano roxo havia uma Colt. 45, Gold Cup, MK-IV.

–Você é louco, agora vamos temos muito que fazer. – Eu disse e o carro de Matt arrancou pela silenciosa rua.

Arma da Peggy

Arma do Matt