Morning Light escrita por Dani


Capítulo 17
XV - Me and the knights


Notas iniciais do capítulo

Olá meus lindos tributos, como estão? Como foi o dia dos namorados? O meu foi eu escrevendo este capítulo e depois vendo filmes nada românticos haha. Como eu havia combinado com vocês, ficaria em votação o novo dia e horários FIXOS da fic. o Dia e Horário mais pedidos foram: Sexta-feira entre as 13hrs e 14 hrs. Então espero que gostem. E leiam as notas finais se possível *-* Boa Leitura!



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Tumultuados. Sangrentos. Cansativos. Meus sonhos foram todos assim naquela noite. Sei disso porque acordo ofegante e com um brilho de suor na pele quando levanto a cabeça no ombro de Lucca.


Olho-o por um minuto. Parece mais jovem agora que dorme. Sem preocupações. Sua boca está entre aberta e há um pequeno sorriso ali no canto do lábio. Seus cabelos estão desgrenhados e suas mãos estão fechadas. Uma ao lado de seu corpo e outra segurando meu braço esquerdo. Ele veste apenas uma calça branca e quando paro de encará-lo, percebo que a televisão ainda está zunindo, mesmo agora que o sol já invade as janelas do pequeno quarto.


– Não. – digo involuntariamente pegando o controle que está ao lado de Lucca e desligando o televisor. Não quero ver mais nada, obrigado.


– Cuidado, Primrose. – Lucca me repreende, mas quando me viro para ele, vejo que ele ainda dorme, mas segura meu braço com mais força.


Ao tentar me soltar, o acordo.


Não quero admitir e nunca falarei isso em voz alta, mas quando seus olhos se abrem, não consigo pensar em nenhuma cor mais bela que os azuis que eles têm. Nunca vi olhos assim. É como o encontro do mar mais azul com o céu mais límpido. É perturbador ter pensamentos assim sobre Lucca, mas o cumprimento como se ainda estivesse grogue como ele.


– Não queria te acordar. – digo. – Estava apenas desligando a TV.


– Eu provavelmente dormi sem perceber. – ele diz. – Assim como a senhorita. Quando me disse que queria ver tudo sobre as edições, não me disse que caía no sono tão rápido.


Acuso-o com o olhar.


– Mas eu assisti tudo.


– Os Jogos não acabam realmente, ou acabavam quando o último, ou no caso dos seus pais, os últimos tributos saíam da arena. – ele diz. – A Capital fazia muito mais. Uma viajem por Panem. Entrevistas, debates, novamente a Colheita. – ele me olha. – Mas você já havia visto coisa demais, fez bem ao dormir.


Penso em ontem quando meu pai foi esfaqueado na perna por um alto e musculoso garoto loiro. Foi neste exato momento em que as lágrimas começaram e Lucca segurou minha mão. Já no segundo jogo sofremos juntos, eu com meus pais e ele com seu pai.


Finalmente conheci Finnick Odair.


Ao pensar nisso sinto um verdadeiro vazio. Finnick parecia uma pessoa incrível. Mal posso imaginar como é para Lucca ver o pai através dos Jogos e nunca tê-lo conhecido.


Enquanto os Jogos passavam, às vezes Lucca me contava alguns fatos. Descobri que logo após a morte de seu pai, sua mãe Annie, descobriu que estava grávida. Também descobri que seu pai se sacrificou pela revolução. Descobri tanto que mal imaginava.


Ainda quero saber de muita coisa, mas há muito que nem mesmo Lucca sabe.


– Não há muita coisa sobre a revolução. Segundo nossas escolas, todo o material visual da revolução foi reduzido a cinzas. Mas eu não acredito nisso. – Lucca dissera ontem.


– Se esse material existisse, o que você faria?


– Se existir eu verei cada parte dele.


Olho para ele agora, toda a raiva que havia em seus olhos quando ele dissera isso se dissipou e seus olhos estão preguiçosamente brincalhões e calmos.


– Está ansioso para chegarmos ao 4? – pergunto agora que o clima está leve.


– Sim. – seu sorriso é imenso. – Estou com saudades de minha mãe, saudade das praias do 4. – ele levanta uma sobrancelha. – Você precisa conhecer as praias do 4.


– Eu preciso. – concordo com ele. – Também quero conhecer Annie.


Seu sorriso diminui, mas ele me olha com algo que não sei descrever o que é. Sinto-me como se fôssemos velhos amigos. E pensar nisso faz com que eu queira que isso fosse verdade. Imagino na minha infância e na de Annelys se houvéssemos crescido com Lori e Lucca. Dean e Vênus.


– Meus estilistas estão ansiosos para chegar aos Distritos Carreiristas. – olho para ele. – Você sabe o que isso significa?


Ele coloca a mão na testa.


– Na época dos Jogos, alguns Distritos, os mais ricos, treinavam suas crianças antes de jogá-las na arena. – ele me conta. – Seus tributos, que eram bem mais preparados que os dos outros Distritos, eram chamados de Carreiristas.


– Os Jogos acabaram faz muito tempo. Porque ainda existem os Distritos Carreiristas?


Ele me olha nos olhos sério.


– Há os que dizem que os Jogos nunca acabarão.


Arregalo os olhos.


– Não precisamos mais lutar até a morte. Mas e as cicatrizes, Primrose? – ele me faz uma pergunta retórica e recordo-me que não é a primeira vez que ele fala das tais cicatrizes. – Não só quem participou da guerra ficou marcado, Panem ficou. Sempre haverá os distritos mais ricos, que estão preparados para a volta dos Jogos ou da Guerra a qualquer momento. Sempre haverá aqueles que odeiam o governo atual. Sempre haverá repressão. – ele abaixa os olhos. – Não há igualdade. A Capital está sempre ajudando esses Distritos. 1, 2 e 4. Eles são tratados como Distritos superiores.


– Nunca pensei assim.


Ele levanta os olhos.


– Seus pais podem ter escondido muito de você, mas talvez se todos nós não houvéssemos nascido tão gananciosos e manipuladores... Se fôssemos mais ingênuos como você, talvez fôssemos realmente livres.


Estamos nos olhando de um jeito intenso e começo a ficar sem jeito quando uma batida forte corta nosso silêncio. Batidas rápidas na porta.


– Já estou acordado, Effie. – Lucca grita.


Dou uma risada.


– Ela acorda todos assim? Achei que eu era uma das poucas.


Nós rimos e eu saio do quarto, desarrumada e correndo, para que Effie não veja que não passei a noite em meu quarto.


Entro em meu quarto que está sinistramente escuro e deito-me embaixo dos lençóis.


– Onde esteve?


Meus olhos se arregalam assustados. Meu coração bate tão rápido e forte que acho que suas batidas frenéticas podem ser ouvidas por quem está deitado ao meu lado. Também embaixo dos lençóis.


Sinto uma mão em meu cotovelo e penso em gritar por ajuda. Não me lembro daquela voz. Não reconheço o toque.


– Porque você está na minha cama? – pergunto, mas não me viro para o lado da pessoa. Continuo fitando o escuro enquanto minhas mãos alisam o criado-mudo ao lado da cama em busca de algo que possa iluminar o local.


– Estava com saudades. – a voz agora é risonha e ameaçadora. Mas acho que a conheço.


– Não pode ser. – digo batendo a mão na luminária ao lado de minha cama, quase a derrubando quando viro bruscamente meu corpo para o lado da pessoa e fico sem voz ao reconhecê-la.


Disparamos a rir.


– Eu vou te matar. – afirmo.


– Eu sei que também está com muitas saudades, mas contenha-se, Pequeno Tordo. – Johanna diz.


Abraço-a apertado e ela retribui.


– Você precisava atrasar toda a viajem em um Distrito anterior ao meu? – ela pergunta se sentando enquanto passa a mão nos cabelos escuros.


Dou de ombros.


– Seus sonhos continuam Prue? – ela pergunta.


Afirmo lembrando-me que uma das únicas pessoas que sempre soube dos meus sonhos é tia Johanna. Ela vive no Distrito 7, mas está sempre no 12. Sempre plantamos algumas árvores ao redor de nossa casa quando ela nos visita. Não apenas porque ela trás as sementes das árvores com os melhores frutos, mas é nesse tempo juntas que conversamos.


Tia Johanna é muito amiga de meus pais e de Tio Haymitch. Considero-a parte da família.


– Eu vou tentar continuar com vocês até na Capital. Lá te arrumamos um médico. – ela fala. – E além das contas, você parece precisar de proteção.


– Vocês todos me tratam como um bebê. – afirmo levantando bruscamente da cama. Mais do que eu queria. Mas não me arrependo, já que ela franze a testa como faz quando se preocupa com algo. – “Primrose, tome cuidado. Primrose, você é tão ingênua. Oh, porque contaríamos alguma coisa a Primrose? Ela tem apenas 16 anos, quase 17, quase uma cidadã independente segundo as leis da Panem”.


Minha imitação ruim e barata não faz Johanna rir como eu esperava, mas ela se aproxima de mim e arruma meus cabelos.


– Nunca duvide da criação que seus pais escolheram te dar. – ela fala séria. – Não é porque eu, Haymitch ou seus pais, temos que carregar nossos passados nas costas, que você também precisa. Nós lutamos para que você, seu irmão, e toda a Panem não tivesse mais que se preocupar com nada disso. – ela fala. – Infelizmente, não é toda Panem que quer o mesmo. Isso a torna ainda perigosa. Você não é um bebê, mas o mundo está pronto para te massacrar, Passarinho. Nós estamos te protegendo, não te roubando de uma realidade esplêndida.


Penso naquilo enquanto me arrumo – sempre que choro bastante antes de dormir meus olhos acordam inchados e minhas olheiras são enormes – mas aceito que não há como melhorar minha aparência, apenas troco de roupa e penteio o cabelo, quando termino dou um abraço nela. Realmente senti saudades.


Saímos de meu pequeno quarto e logo Johanna é cercada de pessoas. Até minha mãe parece quase emocionada de vê-la após tanto tempo. Meu pai conta a todos, em alto e bom tom, que no baile de hoje comemorarão a entrada de Johanna a viajem.


– Primrose, já falou com ela? – Tio Haymitch vem falar comigo enquanto a cena acontece.


– Sim, ela quase me matou de susto. – conto do incidente dela embaixo de meus lençóis, mas não digo a parte de que eu havia acabado de chegar ao meu quarto. Tio Haymitch ri um pouco, mas logo fica sério.


– Me preocupo com Johanna. Ela tem uma alta jovem, mas está envelhecendo e se tonando muito solitária. – ele me diz.


– Tenho a mesma preocupação sobre você. – digo e faço ele me olhar.


– Eu tenho você, Peeta, Katniss. Vocês são a minha família. Nunca estou sozinho. – ele fala.


Olho de relance para Effie que vem sorridente, com duas taças de champanha na mão, em nossa direção.


– Não é sobre este tipo de solidão que estou falando. – digo quando Effie chega e deixo os dois conversando, posso sentir os olhos de Tio Haymitch em minhas costas. Mas minha indireta foi intencional e acertou no alvo. Sem arrependimentos.


– Mal nos falamos desde que acordou. – Dean toca meu ombro e me viro.


– Não falei com metade das pessoas com quem eu deveria. Desculpa-me. – digo.


– Não se desculpe. – ele fala calmo como sempre. – Eu tenho, tenho trabalhado em um projeto. E gostaria da sua opinião sobre ele. Tenho apenas o protótipo, mas...


– Eu adoraria ver. – respondo rápido demais.


– Após o baile, então? – ele pergunta.


– Claro. – sorrio de volta, mas mal tenho tempo quando uma voz estridente começa me chamar.


– Primrose. Primmie. Primosa. Prim. – a voz diz e depois repete.


Viro-me para a direção da voz.


– Eu odeio que me chame de Primosa.


– Eu sei. – o sorrisinho de Annelys me prova que ela sabe. – Preciso falar com você.


Minha amiga me puxa e deixo Dean novamente sozinho. Sinto-me péssima por ser a segunda vez que faço isso no meio de uma de nossas conversas.


Ela me leva para um dos compartimentos abertos do trem. O vento bate nos seus cabelos loiros e seu sorriso é radiante. O cheiro de morango de seus cabelos invade minhas narinas e meu estômago protesta. Lembro-me que não tomei café da manhã ainda.


– Ah. – ela me entrega algo que tem na mão. – Trouxe para você. Não quero te ver desmaiando enquanto te conto isso.


Ela me entrega um pedaço de bolo que está com um embrulho florido. Reconheço o padeiro que o fez pelo sabor delicioso.


– Tudo bem. Fala logo. – digo enquanto como. Como alguém que não come há dias, acabo com o pedaço de bolo em questão de poucos minutos.


– Eu. – Annelys me olha fazendo suspense.


– Você?


– Eu conheci alguém. – ela diz e começa a rir como uma criança que comeu muito açúcar.


Arregalo os olhos. Uma mania dela, mas que acabo fazendo bastante sem ver quando passamos muito tempo juntas.


– Você se lembra de como sempre amei os filmes de outrora, filmes que eles chamam de medievais? Aqueles que assistíamos quando estudávamos a historia de muito, muito antigamente? – ela diz andando, quase dançando pelo compartimento, como se estivéssemos em um musical. – Você sabe que sempre sonhei em nascer nos períodos em que damas usavam vestidos longos e homens usavam espada. – ela me diz enquanto verifico se não há alguma sobra de bolo no embrulho.


– Annelys, eu sei de tudo isso. - digo aceitando o fato de que o bolo acabou. Mas meu estomago não aceita tão fácil.


Ela sorri.


– Bem, ele é da Cavalaria. – ela dá uma voltinha e seu vestido voa. – Mas tem uma coisa.


– Sim?


– Ele me disse alguma coisa sobre os Cavaleiros terem entrado na viajem por causa de alguma coisa com você.


– Como assim alguma coisa comigo?


Ela dá de ombros.


– Huggo apenas me disse que o presidente está preocupado com sua... Como ele disse mesmo? – Annelys é a pior pessoa do mundo para repassar diálogos. Ela sempre esquece as partes as quais tenho mais interesse. Desde criança é assim, então não deixo que ela perceba minha irritação. Ela não faz por mal. – Segurança.


Sua voz me tira de meus pensamentos: - O que disse?


– O presidente está preocupado com sua segurança. – ela diz por fim.




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Notas finais do capítulo

Então? Johanna finalmente apareceu *-* Eu estava ansiosa por ela, e sem querer ser muito Capitalesca(mas sendo, mesmo assim) também estou ansiosa para os Distritos Carreiristas porque estou planejando coisas interessantes para eles. Sobre o próximo capítulo, ele vai ser postado na próxima sexta, entre 13hrs e 14hs, e pretendo postar um capítulo só com os personagens e seus respectivos atores para que não haja confusões :) Espero que estejam gostando, pretendo dar uma adiantada na fic nos próximos capítulos então não percam. Kisses from District 2 ♥