Morning Light escrita por Dani


Capítulo 18
XVI - In the seabed


Notas iniciais do capítulo

Olá tributos. Aqui está mais um capítulo. Tenho alguns avisos((nas notas finais)) e agradecimentos. Quero agradecer imensamente a Paula Baade e a Carol(BeHAPPY) pelas recomendações, eu sempre muito feliz de verdade quando recebo recomendações ainda mais quando são tão lindas. Espero que gostem dos caps, lindas. E uma leitora muuuito especial Waal_Pompeo que fez dois presentes lindos para a fic mas que não consegui colocar como capa no nyah, acho que é o tamanho fofa, estou vendo se arrumo logo. Não esqueçam de ler as notas finais. ESPERO QUE GOSTEM. Boa leitura :D
--------> Dica de música enquanto houve ((principalmente para quando ela deixa o trem))= http://www.kboing.com.br/florence-and-the-machine/1-1092119/



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– Temos que sair deste quarto. Ás vezes eu sinto que ele está ficando menor e me sufocando. – Annelys fala com os olhos arregalados.


– Ele não está diminuindo. – digo.


– Estamos há tanto tempo aqui que estou tendo alucinações. – ela me fala mexendo a cabeça freneticamente.


Dou uma risada da cara séria que ela faz quando fala isso, como se uma catástrofe estivesse prestes a acontecer.


– Não quero sair. Não estou segura em lugar nenhum. – digo aborrecida. Mas no fundo tenho medo. Estou amedrontada desde que Annelys me contou que um dos Cavaleiros de Panem a disse que o presidente de Panem se preocupa com minha segurança.


Mal nos conhecemos e estou viajando com meus pais. O quão perigoso isso pode ser?


Para envolver os Cavaleiros deve ser bastante.


Lembro-me dos dias em que tudo que me incomodava eram os olhares feios de Vênus e o barulho dos saltos de Effie.


– Estamos aqui desde o dia do baile. Estou enlouquecendo. E além das contas, os Cavaleiros estão aqui. Estamos protegidas. – ela me fala segurando minha mão.


Estamos as duas sentadas no chão do meu quarto improvisado no trem, e Annelys abraça os joelhos como se realmente estivesse enlouquecendo.


– É como se todos gritassem o quanto desprotegida estou. – falo.


– Se você se permitisse sair daqui, talvez até conhecesse alguém tão legal quanto Huggo. Ele é tão... - ela não termina a frase e começa a rir.


Annelys se apaixona fácil, mas ela e Huggo parecem realmente combinar. Huggo tem olhos azuis e cabelos pretos ondulados. Ele é muito educado, como todo Cavaleiro, e muito sério. Mas não consegue manter-se sério perto de Annelys. Ninguém consegue. Suas caras e bocas são dignas de um seriado de TV.


– Não estou interessada em nenhum Cavaleiro. – conto a ela.


– Ah, sim. Claro. Com Lucca na história, quem se interessaria por algum mísero Cavaleiro?


Olho brava para ela e fico ainda mais furiosa quando ela imita a pose que Lucca faz às vezes, colocando as mãos na cintura e fazendo uma cara de sério como algum ator dos programas da Capital. Ás vezes, ele faz essa pose perto de minha mãe e ela ri bastante. Ela diz que é a pose que Finnick fazia quando queria parecer “ridiculamente provocante”. Imagino a versão mais velha de Lucca que vi nos Jogos e sinto novamente aquela sensação de querer conhecê-lo. Infelizmente, Lucca sempre quis o mesmo e nunca pôde.


– Pare com isso. – digo. – Não há nada entre nós.


– E Dean? – ela pergunta. – Ele te acha uma, como ele disse mesmo? – ela coloca a mão na cabeça, pensando. – Alguma coisa doce, simples, fácil de lidar.


– Do que está falando?


– O tempo em que você não está comigo, eu me socializo. – ela diz como se estivesse ofendida.


Dou uma risada, mas corto o clima descontraído perguntando algo que a muito me incomoda.


– Você tem estado bem?


Ela diz que sim, mas está mentindo.


– Você tem estado bem? – repito e ela nega com a cabeça.


Ela deita no carpete macio do chão e olha para o teto e sei que sua mente está distante.


– Meu pai.


Acaricio seus cabelos loiros que cheiram a campos de morangos. Desconfiava que eles tivessem este cheiro por Annelys morar perto de um campo de morangos no Distrito 10, mas mesmo longe de casa seus cabelos ainda têm esse perfume.


Enquanto consolo ela, penso que nem consigo me imaginar sem meu pai. Não consigo nem mentir dizendo que sei o que ela sente... Que a entendo... Porque seria uma grande mentira.


– Às vezes sinto a presença dele. Não como se ele estivesse aqui perto de mim, mas como se ainda estivesse vivo.


Beijo-a no topo da cabeça.


– Algumas pessoas no passado acreditavam que quando alguém amado partia este não realmente ia embora, mas cuidava de seus entes queridos. – conto a ela algo que uma vez meu pai havia me contado.


Ela me dá um sorriso.


– Não foi isso que eu quis dizer, mas obrigada. – ela diz limpando uma lágrima que escorria na lateral de sua face. Seus dedos magros passam de seu rosto para meus braços pálidos. – Suas cicatrizes. Você e seu pai têm falado sobre isso?


Balanço a cabeça em negativa.


– Ás vezes sinto como se ele estivesse me evitando desde o dia em que ele me mostrou suas cicatrizes. – conto a Ann. Ela é a única sobre a quem contei sobre minhas cicatrizes, que são semelhantes e tão misteriosas quanto as de meu pai.


Toc.

Toc.

Toc.


– Quem é? – eu e Annelys falamos em uníssono.


– Alguém que veio salvar a vida de vocês.


Nos olhamos. Mas logo uma cabeleira loira e encaracolada entra no quarto. Lori.


– Todos querem entender o sumiço de vocês. Os estilistas querem matá-las. O que as fez sumir durante a passagem nos dois Distritos? – Lori pergunta.


– Alguém quer me matar. – digo calma.


– Ou apenas te ferir gravemente. – Annelys completa.


Rimos como duas idiotas. Lori apenas nos olha complexa, mas então atravessa o quarto e escancara a janela que há ao lado de minha cama, fazendo com que os raios de sol ataquem meus olhos e os de Annelys.


– Mas que diabos... - Annelys fala colocando as mãos nos olhos.


– Lori, sua... - começo, mas paro e vou me arrumar. Ouço os gritos de Octavia se aproximando.


Tomo uma chuveirada enquanto Annelys e Lori vão para seus respectivos quartos. Passo a mão em meus machucados, que estão se cicatrizando, mas como as vezes noto alguns que parecem novos, anoto mentalmente que tenho que falar com meu pai sobre isso.


Ao sair do minúsculo banheiro que há em meu quarto, algo me pàra.


“Não acredito”. Digo pasma.


Coloco minhas mãos no vidro de minha janela. Apenas o vidro me sapara da paisagem mais linda que já vi em toda minha vida. Estamos parados de frente a uma bela praia, que está vazia, mas a paisagem é de tirar o fôlego.


Visto minhas roupas correndo e saio do trem antes que alguém veja.


Minha mãe me ensinou a descobrir as horas de acordo com a posição e intensidade do sol, então sei que ainda está muito cedo.


Começo andando pela areia mais clara que já vi e ando pela beira do mar. Nunca vi o mar pessoalmente. Quero entrar nele de roupa e tudo, mas me contenho. Continuo seguindo por uma linha fina de terra quando encontro uma garota nadando. Ela está sozinha e nada de uma maneira estranha.


Suas mãos se debatem no alto e foco meus olhos nela.


Quando suas mãos param e a garota fica imóvel percebo algo. Ela não está nadando.


Entro no mar e a sensação da água fresca em minha pele é deliciosa, mas continuo indo em direção à garota. Seus olhos estão se fechando quando consigo pegar em seu braço. A água bate em minha cintura, mas o corpo da garota está todo imerso no oceano.


– Você precisa de ajuda? – pergunto.


Ela me olha calmamente como se não estivesse se afogando, apenas dormindo sobre o mar.


– Não. – ela diz e sorri.


– Sim. – digo.


– Não. – ela se levanta em um salto e fica de pé, mostrando ter muito mais equilíbrio que eu, que quase caio a cada vez que alguma onda vem em minha direção. – Você é engraçada.


A garota começa a nadar de volta à areia e seu nado é impressionante. Rápido e elegante, como se ela pertencesse ao mar.


– Venha comigo. – ela fala e sai andando. – Você não deve ficar sozinha. É perigoso. – ela coloca um dedo nos lábios nesta ultima palavra como se estivéssemos falando de um segredo, algo que ninguém mais pode ouvir. Ou talvez algo que ninguém pode falar.


Olho para todos os lados e a praia continua vazia. Tenho certeza de que ela fala comigo.


– Tudo bem. – sei que não devo andar com estranhos, mas há algo na voz calma e nos olhos serenos da garota que me faz segui-la.


– Você tem bom coração. Entrou no mar para me ajudar. – ela ri. – Que menina.


Não entendo muito que ela diz, mas sorrio em resposta.


– Tem bom coração. – murmura pra si mesma e pega na minha mão como se eu fosse alguma criança encontrada perdida por ali. – Eu não estava afogando. – ela fala baixo, ainda conversando consigo mesma e eu começo a me preocupar. Toda a Cavalaria querendo minha segurança e eu sendo guiada para o meio de o que me parece ser uma pequena floresta, por uma completa estranha.


– Tenho que voltar. – digo a ela quando meu pés tocam um solo mais grosso do que aquela fina areia. Estamos andando sobre concreto.


– Você não pode ficar sozinha. – ela me fala. – Tem que ir para casa. – ela murmura e se vira para mim, sorrindo: - Estou te levando para casa.


Olho para ela de soslaio e quando nos aproximamos de algumas casas a digo: - Minha casa é no Distrito 12.


Ela para de repente e se vira para mim.


– A minha casa é na arena. Sempre será na arena. Sempre. – ela dá uma piscadela. – Conheço uma pessoa do Distrito 12. Também tem bom coração. Na verdade...algumas pessoas.


Ela tira um colar que estava em seu pescoço e nele há uma pequena chave. Ela me deixa em frente a um portão e abre-o. Guiando-me por um enorme jardim, que está um tanto bagunçado, ela me leva para dentro da casa.


Não entendo nada, mas ela conversa sozinha o tempo todo. Não consigo parar de dizer a mim mesma para fugir, mas ela me transmite alguma confiança, então entro em sua casa.


Sua enorme casa.


– Muito grande. Muito grande para mim. – ela me explica. – Te faço uma xícara de chá agora mesmo. – ela diz e me senta em seu sofá. Quando digo que ela me senta, é que ela me faz sentar. Ela me empurra no rumo do sofá com força, como se eu não o conseguisse fazer sozinha.


Sento-me e seus cabelos pretos e cacheados somem em um dos corredores da enorme casa. Há algo assustadoramente familiar naquela casa. Posso te dizer que o corredor que ela entrou leva diretamente à cozinha, mas não consigo pensar o porquê disso.


Fico ali sentada e começo a olhar a mesinha de centro. Está repleta de fotografias. Fotos dela e de um garotinho loiro quando crianças. Dela com um rapaz, que suspeito ser o mesmo que o da outra foto, mas agora ambos estão mais velhos. E então uma foto dela vestida de branco e ele de terno. Ele é o marido dela, penso. É impossível não sorrir vendo aquelas fotos.


Eles parecem tão felizes nelas, mas há algo errado.


Pego a foto dela de branco e analiso melhor o rapaz de terno.


– Eu te conheço. – converso com o homem da foto. Passo os dedos em seu rosto familiar mas não recordo-me de seu nome.


Continuo analisando a linha do tempo, quer dizer, de fotos que há ali. Na próxima foto ela está sozinha, em um belo vestido azul, com a mão no ventre. Na próxima há um garotinho muito parecido com o menininho da primeira foto e então derrubo no chão o porta-retrato que estava em minhas mãos. Nem mesmo o barulho do objeto se quebrando faz com que eu pare de encarar a foto.


Na foto, está mulher sendo abraçada por um homem mais jovem, mas muito parecido com o rapaz com quem ela se casou.


Na foto, ela está sendo abraçada por alguém que reconheço facilmente: Lucca.


Mal tenho tempo de digerir os fatos quando ela grita de algum lugar da casa e vem correndo para a sala. Quando escancara a porta, Lucca entra e eles se abraçam: - Eu senti saudades, mãe.



– Mãe? – digo.


Eles param de se abraçar e se viram para mim.


– Primrose? – Lucca pergunta.


– Ela tentou salvar minha vida. – A mulher sorri balançando os cabelos e então vem até mim. – Aliás, sou Annie Cresta Odair. E estou com muitas, muitas saudades de seus pais. – ela termina de falar e volta a abraçar um Odair que está tão confuso quanto eu.


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Notas finais do capítulo

---------> COISINHAS SOBRE O ÚLTIMO CAPÍTULO:
Prometo responder os reviews em breve e sobre JOHANNA, sempre a imaginei como Mila Kunis ou Naya Rivera, mas coloquei a Anne por ela parecer um pouco mais velha, já que a J. está mais velha aqui. E sobre BETAGEM: já tenho sim uma beta, mas se alguém gostar de betar pode me mandar o email por MP que se eu precisar ou se souber de alguém que precisa eu entro em contato.
---------> COISINHAS SOBRE ESTE CAPÍTULO:
Espero muito muito muito mesmo que gostem. Me deixem saber o que acharam.
---------> OUTRAS COISINHAS:
* Fiz um capítulo sobre os personagens que aparecem até agora((apenas sobre os criados por mim)) com algumas informações e fotos deles, o cap se chama CAST e se quiserem falar algo sobre os personagens ou sobre os que deveriam existir na sua opinião eu gostaria que dissessem no CAST. Já estou pensando na criação de mais um e gostaria da ajuda de vocês neste.
* A partir deste capítulo colocarei dicas de músicas que não tem necessariamente a ver com a história mas que eu acho que ficam legal como plano de fundo para quando se lê a fic.
♥ MUITOS KISSES FROM DISTRICT 2 ♥