Believe escrita por emeci


Capítulo 11
9- Basta você gritar, e estarei aí


Notas iniciais do capítulo

Decidi fazer um POV (Point of view) do Justin. Espero que vocês gostem. Notas em baixo importantes. Eu estou triste, irritada e decepcionada.



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9º Capítulo

“(…) Just shout whenever, and I’ll be there (…)”

Justin estava deitado na cama do quarto do hotel, encarando o teto. Estava de rastos, completamente cansado. No entanto tinha muito em que pensar.

A tour reiniciava em menos de duas semas o que implicava mais ensaios, mais concentração, menos noites bem dormidas, menos tempo para estar com quem quisesse. Menos tempo para estar com os amigos. Menos tempo para estar com Carol. Tudo aquilo estava se tornando uma loucura. Uma loucura boa, agradável, mas mesmo assim uma loucura.

O adolescente suspirou, frustrado. Só depois de ter ligado ao amigo, Chaz, é que reparou o quanto aquela garota era importante para ele. E só através dessa mesma conversa é que reparou que tinha que se afastar dela… Não que nem nos filmes dramáticos em que dois amantes estão eternamente proibidos se verem – até porque não era a situação – mas ter o cuidado de não se aproximar mais. De não ficar mais ligado a ela do que aquilo que já estava. Porque afinal, supostamente, ele devia estar deitado na cama, dormindo, tentando recuperar dos ensaios de dança e se preparando para as aulas de canto que teria mais tarde, mas não. Ele estava pensando nela. Em C e no quanto gostou daquela tarde em que passaram juntos. Não apenas essa, mas em todas as outras. No quanto gostou de lhe dar a mão. No quanto gostava dela.

E para piorar a situação aquilo ia acabar. Até aquele momento não se tinha apercebido de que tinha o tempo contra ele. Se limitava a fazer o que queria, tentando viver cada momento na companhia dela. Mas agora…

Agora as coisas estavam diferentes. Justin não sabia explicar a razão, só sabia que tudo aquilo que ele pensava, que ele sentia quando estava com ela ou não, tinha que abrandar. O garoto se sentou na cama, levando as mãos ao cabelo, puxando alguns fios. Era um hábito que tinha quando as coisas estavam fora do controle ou não estavam correndo como ele desejava. Fechou os olhos por alguns instantes. Por um lado queria se afastar, dar uma desculpa qualquer e nunca mais ter que a ver para tudo aquilo não aumentar. No entanto sabia que nunca faria isso com uma garota. Muito menos com Carol. Voltou a abrir os olhos, rapidamente. Estava confuso. Queria e não queria continuar com o que é que eles fossem. Essa era outra pergunta. O que é que eles eram? Chaz também a tinha feito e foi aí que Justin reparou o quão absurdo aquela “relação” era. Absurdamente boa, na verdade. Não eram amigos. Eram mais que isso. Mas… namorados? Não. Sim? Não, não. Ou pelo menos não oficialmente. Então eram, ou não? Melhores amigos? Também não. Era mais que isso. De facto, era como se fosse uma mistura dos dois. Num momento, Justin queria sentir o toque macio dos lábios dela sobre os seus, porem, noutro queria brincar e fazer todo o tipo de coisas que ele apenas fazia com Chaz, Caitlin e Ryan, seus amigos de infância.

Então era isso? Era isso que aquela garota tinha de especial? Aliás, o que é que C tinha de especial? Tudo! Mas tudo? O que é que a distinguia das outras garotas que ele conhecera? E porque é que ele estava fazendo aquelas perguntas ridículas?! Que merda!

Ele não conseguia entender. Nem porque gostava dela, nem porque não se queria aproximar, nem porque ela era tão especial, nem porque estava pensando nela a uma hora daquelas.  Argh! Que bagunça!

Mas duma coisa, ele tinha certeza. Não apenas uma, na verdade. Quando a viu achou-a linda. Num segundo decorou a forma de como os olhos castanhos-escuros dela brilhavam, a suavidade com que os cachos largos caíam sobre os ombros, o contorno dos lábios… E agora ele sabia. Não havia garota mais bonita que ela. Não naquele momento. Não quando ele só desejava que todo aquele enigma se resolvesse e acabasse da forma como ele queria. Uma forma impossível, claro está. Não enquanto ele, sentado na beira da cama espaçosa tentava descobrir alguma imperfeição nalgum ato, nalguma palavra dela em todos os momentos que passaram juntos.

Suspirou novamente. E talvez isso, o facto de ela lhe parecer tão querida, tão meiga, tão tudo fosse o principal motivo para ele se afastar. Para não se apaixonar, fosse isso o que fosse. Afinal, quem era ele para saber o que era estar apaixonado por alguém? E mesmo para não dar a C tempo de se apaixonar por ele.

Sim, era isso que ele ia fazer. Não sabia como, mas ia. Tinha sido isso que Chaz lhe recomendara a fazer, certo? Pensou numa parte específica da conversa que tivera com o melhor amigo, na manhã desse mesmo dia.

«Justin, você tem que se afastar dessa garota.»

O astroteen rira da afirmação.

«Ah, cara! Qual é? Tenho, é?» Achava absurdo o que Chaz estava dizendo.

«Tem.» Lembrava-se que, até ali, pensava que o amigo estivesse brincando, afinal nem a conhecia. Mas pelo tom de voz do outro, não parecia estar brincando.

«O que você quer dizer?»

«Dude, você ainda não viu? Todas as garotas de que você fala para mim e para o resto dos guys são espetaculares. A Caitlin, mesmo eu a conhecendo e achando, naquela altura, que ela era ligeiramente excêntrica e um pouco histérica, era engraçada, querida e vocês eram melhores amigos. Umas semanas após essas conversas, vocês já estavam namorando. E o que aconteceu? Vocês acabaram porque você teve que se mudar para Atlanta e ela ficou destroçada…»

«A culpa não foi minha…»

«Eu sei que não dude, e não estou dizendo isso. Mas só para você ver… Deixa eu acabar. Mais tarde, você conheceu uma garota chamada Jasmine. Também gostava de música, como você, não ligava para os paparazzis, era bonita, extrovertida, educada e blá blá blá. Obviamente, vocês chegaram a namorar durante bastante tempo, deixando de lado as criticas das suas fãs. Durou e tal, mas também acabou, já nem lembro porque. E agora vem uma garota chamada Carol, que por acaso foi no seu show e é sua fã…»

«Mas eu gosto dela…»

«É isso que eu ‘tou falando, dude! Você gosta dela, mas conhece-a há quanto tempo? Uma semana?! Menos?! Já viu o quão absurdo isso é? E sabe o que vai acontecer a seguir? Vocês vão namorar. E sabe o que vai acontecer depois disso? Vocês vão acabar e ela vai ficar destroçada. Tal como a Cait ficou, tal como a Jasmine ficou ou ainda pior. E eu não acho que ela mereça isso. Ela me parece uma ótima garota e não acho que mereça sofrer. E para piorar, nas outras você ainda dizia alguma coisa que não gostava, manias ou algo do género. Essa aí não parece ter um único defeito. Pelo menos não através dos teus olhos, cara. E é por isso que você não pode se aproximar mais dela. Daqui a duas semanas você vai continuar a tournée e ela vai para Portugal. Imagina como ela não ficará? Ela é tua fã, porra! E eu sei como isso vai acabar, dude. Acredita, que eu sei…»

Justin puxou seus cabelos com mais força. Por mais que não quisesse admitir, o grande amigo tinha razão. E, desde sempre, a sinceridade fora uma das grandes qualidades de Sommers.

No entanto parecia que a culpa era dele, analisando a forma como Chaz disse os acontecimentos. Suspirou de novo, pausadamente. E, talvez… Apenas talvez… Até fosse. Era sempre ele que dava o primeiro passo. Era sempre ele a partir da fase “amigos” para “namorados” ou “ficantes”. Com Cailtin – apesar de já terem passado dois anos ou um pouco mais – ele ainda se lembrava de lhe ter mandado aquele bilhetinho, pedindo-a em namoro. Com Jasmin, tudo estava bem até que ele resolveu, um dia, lhe dar a mão, no meio da rua. E com C… Com Carol estava tudo invertido. Como se eles andassem numa montanha russa. No dia em que a ensinou a andar de skate, fora quando lhe agarrara a mão pela primeira vez. Porém para compensar, tinha-a beijado logo no dia em que se tinham conhecido, pois não sabia quando a voltaria a ver… O que tornava tudo muito mais estranho, ilógico.

E se formos ver, também tinha sido ele quem tinha acabado com os relacionamentos. Com Cait houve normalmente outros fatores que interseriram, mas no fim, fora ele que lhe ligou, dizendo que era muito complicado manter um relacionamento à distância e que talvez fosse melhor eles serem só amigos. Com Jasmine, as coisas já não andavam bem havia algum tempo. A garota estava se tornando um pouco superficial de mais, sempre preocupada coma a aparência, ligando muito a classes sociais e coisas do género. Coisas que Justin não gostava nada, uma vez que, há menos de quatro anos, ele mesmo chegara a ser considerado pobre. O que no início eram só pequenos detalhes, com o passar do tempo se tornara atitudes significativas que o levaram a desistir da relação, simplesmente porque já não aguentava os comentários maldosos, as risadas sarcásticas, as mudanças de humor repentinas da – agora ex – namorada.

E com Carol, ele mesmo sabia que não ia durar. Não depois daquelas duas semanas. E o facto de ser famoso só complicava mais as coisas. Nas entrevistas iam fazer perguntas, e ele teria que responder. Ou mentia, ou dizia a verdade. E Justin tinha a certeza de que não valia a pena. Mais bastava começar a deixar de lhe telefonar com tanta frequência, inventar algumas desculpas e tudo voltaria ao normal.

Por mais que lhe custasse.

Inclinou a cabeça para trás. Recusava-se a aceitar que mais uma garota ficaria magoada por causa dele. Cait tinha ultrapassado isso, afinal, ainda eram novos, e, mesmo apesar da distância, a amizade que se formou entre os dois, tornara-se ainda mais forte com o passar do tempo. Talvez lhe ligasse hoje, no final do dia. Ela era uma garota. Ela lhe diria o que seria melhor fazer, uma vez que devia compreender melhor do que ele o que ia na cabeça de C, mesmo não a conhecendo. Porém, com Jasmin, as coisas mudaram. Ela deixou de ser um número de marcação rápida no celular dele, quando falavam – o que acontecia, cada vez mais raramente – era apenas para se enganarem um ao outro, tentando mostrar em como as coisas poderiam ter sido diferentes. E, entre ele e Carol, ele não queria que nada mudasse. Gostava da forma de como se sentia um garoto normal ao pé dela – apenas o Biebs, como ela o tratava e não o Justin Bieber – gostava da forma como ambos brincavam um com outro, daquela cumplicidade. Mas sabia que se queria ter mais de tudo isso, teria de ter mais um pouco daquilo que ele não queria: um namoro, a separação e tudo mais.

Olhou para o relógio digital, que se encontrava na sua mesinha de cabeceira. Eram duas horas e meia da tarde. Faltava meia hora para as aulas de canto começarem. E ele tinha que fazer algo – uma vez que descansar não estava dando certo. No entanto quando se preparava para levantar, o seu celular tocou. Suspirou, cansado. Não queria falar com ninguém. Fosse com quem fosse. Mas sabia que tinha que atender, podia ser algo de importante.

Se esticou e pegou o celular que tocava ao lado do relógio digital. Nem se deu ao trabalho de ver quem era. Preguiçosamente, levou o aparelho ao ouvido, após atender a chamada.

--Alô? – ele falou, com uma voz um tanto ensonada.

--Justin? – a outra voz disse, meia rouca. No entanto, foi só preciso ele ouvir aquela palavra para saber de quem se tratava. O coração dele deu um pulo. E agora, o que ele fazia? Inventava uma desculpa? O que ela queria? Desligava? Ligeiramente nervoso tentou agir normalmente.

--Ah…Oi, C! Tudo bem? – perguntou com o ar mais descontraído que podia.

Do outro lado, ouviu alguém fungar. Fungar? Ela estava… chorando? O coração dele bateu rapidamente.

--Hamm…Sim – ouviu ela fungar outra vez e o seu sobrolho se ergueu – Ma-ais ou menos. – Ele conseguia ouvir os soluços dela. Droga!

E, subitamente, toda a determinação que ele tinha adquirido para ficar longe dela, evaporou. C estava chorando. E ele queria saber o que estava acontecendo. Estava preocupado e só queria estar perto dela. O que tinha acontecido? Quem fora o filho da mãe que a tinha magoado?

--C, o que aconteceu? Porque você está chorando? – o garoto perguntava, visivelmente preocupado com ela. Queria poder fazer senti-la melhor. Queria que ela estivesse nos seus braços naquele momento. Odiava saber que ela estava chorando. Deixava-o angustiado e só queria que ela deixasse de ficar triste. Esse, fora uma das razões, porque, na primeira noite em que se viram, quando ela começou a chorar, a abraçou. Foi como se ele sentisse que tivesse de protege-la. Um instinto protetor que ele jamais tinha experimentado.

E no entanto, a garota continuava chorando. Algo dentro dele apertou.

--Na-não é nada Biebs. É-é… besteira minha.

Como ele podia sequer ter pensado em se afastar dela? Justin já se tinha levantado, calçado os ténis, posto o primeiro casaco que vira e saído pela porta. Porque merda é que ela estava chorando? Ela não devia chorar. Aquilo não estava bem e ele queria estar lá ao pé dela. O que tinha acontecido? Porque ela não lhe dizia? Só esperava que ela estivesse no hotel.

Saiu pela porta do apartamento sem avisar ninguém. Ainda levava o celular inconstado à orelha.

--Estou indo para o seu apartamento. Estou indo pequena.

Após isto, desligou o celular e o colocou no bolso. Que se danasse o que aconteceria a seguir. Que se danasse o que Chaz dissera. Que se danassem os pensamentos que ele tinha tido antes. Como poderia ele conseguir se afastar dela? Logo dela?! Só queria estar com C o mais rapidamente possível e fazê-la se sentir melhor. Fazer com que aqueles soluços que tanto o angustiavam parassem. Se ela era importante para ele? Oh, se era. Tão especial… E o que importava que se só se conhecessem há uma semana? Ele tinha a certeza de que nunca gostara de nenhuma garota como gostava dela em tão pouco espaço de tempo. Mais tarde ligaria para a instrutora de canto e inventaria uma desculpa ou diria a verdade. Não lhe interessava. Só queria chegar ao hotel da pequena, nada mais.

Quando entrou no seu carro e arrancou, percebeu. De uma maneira ou de outra, ele já estava envolvido demais. E era tarde de mais para mudar isso.

*****

Justin dissera que estava vindo. Eu bem esperava que assim fosse. No entanto, agora me arrependia de o ter chamado. Ele devia ter muito mais que fazer do que me aturar. Respirei fundo limpando algumas lágrimas da minha bochecha. Olhei para a tela do meu portátil… O que eu tinha feito de mal?

No entanto, a quem mais poderia ligar?

Não contaria ao meu pai, pelo menos por agora. Talvez quando estivesse mais calma. Podia ligar a Táh e Maffy, mas elas hoje não estavam disponíveis. Táh estava trabalhando. Mais ou menos. Ela era baby-sitter, mas não levava muito, uma vez que adorava crianças. Hoje, estava tomando conta de um garotinho chamado Mateus. Ela me tinha contado isso ontem, quando estivemos juntas numa sorveteria, juntamento com Mafalda.

Porque eu tinha de chamar Justin mesmo? Ah, claro. Porque eu não conseguia lidar com meus problemas sozinha. Porque era fraca. Porque não tinha mais ninguém com quem contar. Solucei e apertei os joelhos mais contra mim. Deveria ter os olhos vermelhos, assim como o nariz. O que eu tinha de mal? Qual era o meu probrema. Funguei e olhei para o tecto, tentando impedir as lágrimas de caírem. Tudo aquilo era tão injusto. Estava sentada na minha cama do quarto de hotel, encolhida. O portátil estava na beira, afastado de mim. Não tinha coragem de ir lá e fechá-lo. Não tinha coragem de fazer mais nada. Antes que pudesse pensar em mais alguma coisa, bateram à porta, que estava fechada. Que seja ele, que seja ele.

--Entre. – disse.

Vi Justin entrar e logo suspirei aliviada.

Mal me viu, veio correndo, com ar preocupado.

--O que aconteceu, princesa? – ele sussurrava, me abraçando – Seu pai estava de saída e me deixou entrar, mas me conta, o que aconteceu? Porque você está chorando, C?

Eu solucei, ainda sem o encarar. O meu lábio inferior tremia. O abracei também, com força, e comecei a chorar, não aguentando mais prender o choro. Ele me fazia cafuné, e se sentava, comigo no seu colo. Eu não percebia o que elas tinham contra mim. Eu nunca lhes tinha feito nada. Sentia meu corpo tremer e minha cabeça estava encostada ao ombro dele. Aquilo só me provava o quanto nada era perfeito. Essa semana que eu tinha passado na companhia de Biebs tinha sido, talvez, a melhor da minha vida. Mas eu ia voltar para Portugal. Ia para o secundário. E elas também. E aquilo não teria um fim. Pelo menos não enquanto eu vivesse naquela cidade. Sentia as lágrimas salgadas escorrerem pelos meus olhos fechados. Não queria ver nada, não queria estar com ninguém. Só com Justin. Ele afagava meus cabelos enquanto me apertava para si e dizia coisas como “vai tudo ficar bem, pequena. Eu estou aqui.”

Mas não ficar bem. Eu sabia que não. Podia ficar durante essas duas semanas, mas quando eu voltasse para casa, tudo iria ficar mal de novo. Ou pior. Se calhar, muito pior. E ele não estaria lá, comigo, me abraçando como estava fazendo agora. Nunca mais estaria comigo. E pensar nisso, foi pior que pensar no que elas me fariam.

*****

Justin afagava os cabelos de C. A garota deixara de chorar e ele agradecia por isso. Odiava vê-la chorando. Ficava agoniado quando acontecia. No entanto, ela continuava com a cabeça encostada em seu ombro, sem dizer nada. Ainda fazendo cafuné nos cachos longos dela, lhe deu um beijo na testa. Porque aquilo tinha que acontecer com ela? Logo ela, uma garota maravilhosa?! Porquê?! Não se queria irritar, mas…Merda! Era tão injusto!

Quem aquelas garotas pensavam que eram? Quem elas pensavam que eram para criarem uma página no Facebook contra C, a xingando, a humilhando? Quem elas pensavam que eram para terem feito C passar por tudo o que ela passou? Fechou a mão que estava livre, tentando se controlar. Ela lhe tinha contado tudo. Desde o ínicio. E como? Como?!

Oh, se ele pudesse…

Mas ele não podia pois não?

É claro que não podia. E no final, tal como Chaz dissera, tudo seria culpa dele. Porque ele era famoso! FAMOSO!

Evitou sorrir sarcasticamente, perante os seus pensamentos. Tentou se focar no carinho que estava fazendo em C e no quão bonita ela era.

Se ao menos ele fosse um rapaz normal…

Comprimiu os lábios numa linha fina. Mas ele não era.

Talvez se fosse, aquilo que eles tinham não precisava necessariamente de acabar.

Porém, o garoto sabia que não ia resultar. Não quando paparazzis o rodevam a toda hora tirando fotos, sem o deixar dar um passeio normal pela rua. Não quando revistas conhecidas inventavam rumores acerca de sua vida privada, dizendo que, ele tinha uma nova namorada, só por os verem juntos, quando na verdade, eram apenas amigos. Suspirou e sua atenção foi parar na garota. Ela estava abraçada a ele, totalmente encolhida, deitada sobre a cama.A cabeça dela descansava sobre o braço direito dele. Ele também estava deitado, de lado, observando-a e sorrindo. A t-shirt dele estava molhada, devido ao choro dela, mas ele nem ligava. Imaginava como ela se estava sentindo. Com medo de voltar para casa. Engoliu em seco. Nem conseguia acreditar que em menos de duas semanas deixaria de a ver.

Afastou os cabelos que estavam tapando o rosto de C, quando constatou que ela tinha os olhos fechados. O sorriso dele se abriu mais.

--Princesa? – ele sussurrou, perto do ouvido dela.

--Hum? – ela continuou de olhos fechados, sem se mexer.

--Está dormindo? – ele perguntou, ainda sorrindo.

--Quase. – ela respirou fundo.

-- E se fossemos para a sala, ver um filme? – ele continuava sussurrando.

Ela se mexeu e se colou mais a ele, envolvendo uma das pernas dele com a perna dobrada dela, juntando seus quadris. Oh, Deus. O poder que ela tinha sobre ele…

--Mas aqui tá quentinho. – ela falou, com voz de sono.

Justin riu, achando-a extremamente fofa. Só tinha vontade de a apertar contra si e a encher de beijos. Não que fosse uma má ideia. Ele sorriu sozinho. A mão que se encontrava nos cabelos de C, desceu pela face, fazendo uma carícia, depois pelo pescoço, ombro, braço, tudo de uma forma calma, enquanto ele apreciava a maciez da pele dela, até chegar à mão da garota e entrelaçar os seus dedos nos dela.

--Então? – ele encostou seu rosto mais ao dela – Vamos, pequena? – ele perguntou. Logo viu surgir um sorriso meio escondido no rosto dela e soube que ela gostava dessa alcunha. Contudo C continuou sem abrir os olhos. Só naquele momento é que se apercebeu que ainda não a tinha beijado hoje. Nem um selinho. Se aproximou mais dela e lhe deu um beijo rápido nos lábios. Ela sorriu quando ele se afastou ligeiramente e abriu os olhos.

--Ah, assim você abre os olhos, não é mesmo? – ele perguntou, brincando.

Ela sorriu para ele.

-- E agora, já podemos ir?

Ela abanou a cabeça, com um sorriso travesso.

Ele riu.

--O que falta agora?

-- Me dá outro beijo? – ela perguntou, olhando nos olhos dele. E olhos lindos que ela tinha. Castanho-escuro que brilhava.

Ele a inclinou um pouco, fazendo-a ficar completamente deitada, com ele por cima. Tinha o cotovelo apoiado na cama e a outra mão na cintura dela. Ela não parecia se importar. E ele muito menos. Daquele local conseguia ver a forma como seus olhos combinavam com seu cabelo, os lábios rosados dela, os ombros perfeitos. E sentia sobretudo a respiração quente e gostosa dela.

Como ele tinha vontade de a beijar.

--Os que você quiser.

Biebs viu um sorriso envergonhado surgir nos lábios dela, enquanto afastava cuidadosamente o cabelo de C do pescoço dela. Mal pode levou os lábios até lá. Beijou uma vez, de uma forma lenta, apreciando o quão suave e quente era a pele dela. Apreciou também todas as sensações ou que o que quer que fosse que ele estava sentindo, e o estremecer do corpo dela no primeiro segundo. Sorriu, com os olhos fechados. E depois beijou outra e outra vez. As mãos dela agora estavam agarradas ao cabelo dele, puxando e isso só o estimulava mais. As pernas da garota também envolviam as suas, fazendo com que os quadris ficassem apenas um pouco afastados. E é claro que ele tinha reparado nisso. Cada toque, cada encostar, ele notava, porque lhe faziam sentir coisas que ele nunca tinha sentido antes. Ele continuava beijando, descendo com muita lentidão, até que ela riu.

--Tá rindo do quê? – ele perguntou, enquanto suas mãos se encontravam com a pele fina da cintura dela. Tão linda…

--Seus beijos fazem cócegas – ela falou, docemente.

Ele ergueu o sobrolho e subiu a cabeça, para a poder encarar. Ela estava com um sorriso de divertimento no rosto, ainda brincando com os cabelos dele. Ah, como ele adorava quando ela fazia aquele carinho.

--Ai fazem?

Ela acenou com a cabeça ainda sorrindo. Ele sorriu também e logo teve uma ideia.

--Então vê isso – e lhe piscou o olho. Desceu novamente para o pescoço e assoprou devagar. Logo de seguida, a garota ria e se debatia por baixo dele. Ele riu, gostando de ver a naturalidade com que tudo corria entre eles.

Ele subiu novamente, encarando-a naqueles olhos brilhantes e grandes. Ela estava vermelha e com o cabelo rebelde. Linda.

--Agora você tem que me dizer para onde eu vou. – ele falou, vendo a garota erguer o sobrolho e ficar confusa.

--Onde você vai, como?

Ele sorriu mais.

--Para aqui – beijou o queixo dela – ou para aqui? – beijou o nariz.

Os olhos dela estavam fechados. Parecia um anjo.

--Para o meio dos dois. – ela respondeu, sorrindo.

--Aqui? – ele perguntou, já com os lábios roçando nos dela, e com os olhos fechados.

--Hum hum.

--É, eu também gosto de te beijar aí. – ele disse, só para a irritar, porque adorava vê-la impaciente.

--Cala boca e me beija logo, seu bobo.

Ele sorriu e uniu seus lábios com os dela. Ela logo cedeu permissão para que as línguas dos dois pudessem se tocar. Ele gostava de sentir a boca dela na dele, como estava acontecendo. Gostava do gosto docinho dela. Gostava dos puxões e do carinho que ela fazia no cabelo dele. Gostava da textura da pele da cintura dela enquanto a beijava. Gostava de acariciar a sua bochecha, como estava fazendo, porque sabia que ela gostava disso. Gostava da forma quase ensaiada de como os corpos deles se encontravam. E, céus, como ela beijava bem. Como ela adorava beijá-la. E ao contrário do que chegara a pensar, o beijo foi calmo. Ela ainda estava triste. Biebs pensou em se afastar, mas ela pressionou mais o seu corpo contra o dele e desistiu da ideia boba. Ela ainda estava ligeiramente tensa e ele podia senti-lo. As caricias na bochecha, foram descendo passando pelo pescoço e pelo ombro, como fizera quando estavam os dois em palco. Só que agora eles estavam se beijando, no quarto dela, ele por cima dela. Sorriu a meio do beijo, tentando afastar os pensamentos e as imagens que lhe toldavam a mente. E foi graças a essa carícia simples, que C finalmente relaxou e se entregou totalmente a ele, tal como ele estava fazendo com ela desde o início. Não que ele quisesse se afastar, uma vez que poderia beijá-la durante uma vida inteira, mas precisava de respirar. Depois de se afastar e de recuperar o ar, lhe deu dois selinhos e viu, mais uma vez, o quão bonita ela ficava corada. No entanto e não conseguindo evitar, mordiscou-lhe a bochecha.

--Seu canibal! – ela falou, rindo, passando a mão pelos cabelos, escondendo alguns fios atrás da orelha.

--Desculpa – ele não sentia pena de nada, na verdade – mas eu gosto de ver você corada.

--Você já tinha dito isso. E isso não dá o direito de me morder.

Ele abanou a cabeça.

--Não. Eu tinha dito que você ficava linda quando estava corada, o que não é mentira, mas ainda não tinha dito que eu gostava de te ver corada. E sim, isso me dá o direito de te morder.

Ela fez beicinho, feito uma criancinha.

--Não dá não! A bochecha é minha, eu decido se você morde ou não.

Ele encolheu os ombros.

-- Logo se vê, pequena.

Ela revirou os olhos e ele a mordiscou na bochecha outra vez.

 --Hey! E essa porque foi, seu bobo? É porque gosta de me ver revirar os olhos, também?

Ele riu abafado, lhe dando um beijo na bochecha.

--Não. Essa foi mesmo porque eu quis e eu gosto de fazer isso em você. – ele se afastou dela, rebolando pela cama até se sentar e se levantar. Depois olhou para ela. – Vamos para a sala ver um filme? Eu trouxe um legal para a gente ver. – Ela sorriu e se arrastou pela cama até se levantar e entrelaçar os dedos dela nos dele. Coisa que ela adorou.

--Vamos. – ela disse.

*****

Ela tinha adormecido. O garoto sorriu, encarando-a. Tinha trazido o filme Green Lantern porque pensara que C ia gostar, no entanto, nem cinco minutos tinham passado quando ela dissera que Harry Potter era mil vezes melhor. E mais cinco minutos e ela adormecera. Estavam no sofá preto dela, grande o suficiente para ficarem os dois deitados de lado, virados para a tv. O filme já tinha acabado, no entanto, ele não sentia a mínima vontade de se mexer. Não quando estava abraçado a ela, em forma de concha. Não quando ela estava dormindo profundamente, respirando calmamente, lhe transmitindo uma moleza doida. Ela estava ali com ele e era isso que interessava. E ele estava com ela. Lidaria com a despedida depois, com os paparazzis depois, com todos os seus problemas depois.

Colocou uma mecha do cabelo dela para trás e continuou sorrindo. Não sabia o que se passava com os músculos do seu rosto, que, sempre que estava com ela, sorrir era a única coisa que eles o obrigavam a fazer, no entanto, tal questão também ficaria para mais tarde. Ela era tão linda…

Deslizou o polegar suavemente, sem a querer acordar, pelo rosto dela. A testa, os olhos, o nariz, a bochecha, os lábios… C se mexeu e se abraçou mais a ele. A televisão já estava desligada. E o facto de a ter ali, de saber que ela não fugiria dele, pelo menos por agora, de saber, que de certa forma, tudo estava bem, contribuiu para que ele se sentisse com sono. Arrastou a mão dele até a mão dela e entrelaçou os seus dedos nos dela. Ainda ao som da respiração tranquilizante dela, que parecia quase uma melodia, sussurrou, como se ela o pudesse ouvir:

--Adoro você.

Ou seria mais que isso?

Ignorou o pensamento, já se juntando mais a ela, e enterrando na almofada, absorvendo o cheiro gostoso a morango do cabelo dela. Sem forças já lutar contra as pálpebras, fechou-as, entregando à escuridão.

Talvez morango passasse a ser a fruta preferida dele. Talvez começasse andar com morangos nos bolsos para não se esquecer daquele cheiro dela. Talvez comesse uns quantos todos os dias, para não se esquecer do gosto bom que ela tinha. Ou o quão feliz ele estava sempre que estava com ela. É, era um talvez bem provável. Carol…

E ainda pensando na garota que se encontrava em seus braços, a meio da tarde, depois de ter percebido que não conseguia se afastar dela, Justin adormeceu.


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Notas finais do capítulo

Então, por onde eu devo começar? Já é a segunda vez que tento postar o cap aqui. No entanto não deu, porque fiquei sem net. Vou ser sincera com vocês. Estou muito em baixo. Na semana passada, fiquei irritada, zangada, magoada, com leitoras, e com pessoas que nem conhecia.
A verdade é que nem um terço das leitoras que eu tenho deixou um review. E eu pergunto: Porquê? Será que custa tanto assim escrever um "continua!" ou um "adorei!"? Digo é só uma palavra! Já viu as que eu escrevo por capítulo? Penso que seus dedos não caem, certo?
E sabem o quanto custa, ver você se esforçar ao máximo, sempre pensando na sua história, gastando horas em frente ao computador esperando alguma surgir, se dedicar a ela como nunca se dedicou a quase nada e depois ver pessoas plagiarem ela? Assim sem mais menos?
Ver que todo seu trabalho é em vão? Porque ninguém lê ou comenta? Ver que outras histórias, mais "básicas" têm mais reviews que a sua?
Ebtão, gente, é só isso. Não sei se é por eu demorar muito tempo e essa é uma forma de revolta, se é por estarem a deixar de gostar da fic, MAS DIGAM! Para eu melhorar, okay?
Beijos, Emeci :CC



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