Nina's pov.
  Acordei cedo e me arrumei pra ir pra agência. Parei no Starbucks como de costume e pedi meu muffin. Segui pra agência.
- Bom dia. - disse sorridente para a secretária do Adam.
- Bom dia dona Nina. - ela sorriu de volta.
  Caminhei um corredor e bati na porta da sala dele.
- Pode entrar Nina! - ele gritou.
- Bom dia. 
- Bom dia! 
- Que entusiasmo é esse? - perguntei rindo.
- Tudo está indo tão bem ultimamente.
- Que bom, você merece.
  Ele sorriu.
- Mas você tem grande participação nisso.
  Eu ri.
- Nina, hoje a tarde temos uma reunião importante. 
- Temos?
- Se você tiver outros planos, tudo bem. Mas gostaria que viesse.
- Do que se trata?
- Abrir uma filial em Los Angeles.
- Nossa. - eu disse surpresa. - É um grande passo.
- Mas tudo está a nosso favor. E tenho certeza que dará tudo certo. Mas agora a senhorita tem um ensaio para fotografar. As modelos já estão lá.
- Ok, te ligo quando terminar.
  Peguei meu carro no estacionamento e fui ao encontro da equipe.
  Quando cheguei já estava tudo encaminhado, apenas arrumei meu equipamento. Tiramos as fotos, demorou mais do que eu pensava. Quando terminei liguei pro Adam.
- Oi Adam. Já terminei.
- Me encontra naquele restaurante perto do shopping. Estou saindo agora.
- Ok, também estou indo.
  Desliguei e fui guardar minhas coisas no carro.
  Almoçamos e fomos pra agência. A reunião seria daqui a 20 minutos.
- Boa tarde. - Adam disse sentando na ponta daquela mesa enorme.
- Boa tarde. - todos responderam.
  Era um clima estranho, muitos funcionários estavam lá e algumas pessoas eu nunca tinha visto.
- Eu gostaria primeiramente de agradecer a todos vocês. Pelo esforço, dedicação e ao tempo extra que tem passado na nossa agência. Crescemos muito rápido nos últimos meses. E algumas mudanças serão feitas.
  Algumas pessoas ficaram bem sérias e nervosas. 
- Eu tenho metade dessa agência, como vocês sabem. Mas meu sócio está nos deixando por problemas pessoais. Eu gostaria então, de propor a uma das pessoas que mais contribuiu com nosso crescimento, 50% das nossas ações. Nina, você gostaria de entrar como sócia na PlusBeauty? 
  Eu não entendi nada. Fiquei completamente confusa. Ele não tinha me adiantado nada desse assunto.
- Adam, isso é sério? - eu perguntei tentando evitar contato visual com aquelas 20 pessoas que me olhavam agora.
- Claro que é. E se você entrar como sócia, poderemos administrar a filial.
- Filial? - uma mulher morena perguntou.
- Isso mesmo. Iremos pra Los Angeles. - ele disse orgulhoso. - Mas só se a Nina aceitar.
- Você me pegou de surpresa. - disse colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.
- Você tem até amanhã pra pensar. Mas pense com carinho. E lembre-se que você não fará nada de tão novo, apenas o que fez nos meses que ficou conosco.
- Prometo que vou pensar.
- Então é só isso. Amanhã comunico a vocês a decisão dela, e decido quem irá comigo na equipe que levarei para Los Angeles. Muito obrigado.
  Todos começaram a levantar mas eu fiquei no meu lugar. Quando todos já tinham ido, fui falar com Adam, que guardava suas coisas.
- Por que não me falou nada? - perguntei.
- Surpresa. - ele disse rindo.
- Mas você ama tanto essa empresa, quer dividi-la logo comigo?
- Exatamente, duas coisas que amo.
  Sorri.
- Quem ficará responsável pela filial de Los Angeles?
- Um de nós dois. 
- Adam, eu não posso ir. Eu tenho o Zayn.
- É uma super proposta. Não acho que deva pensar só nele. Você está dispensada.  
  Ele disse e foi caminhando até a porta.
- Claro que eu tenho. É o único motivo que prende aqui. - falei andando atrás dele.
- Nossa empresa está em todas as revistas, ganhei 3 prêmios em 4 meses, todos os dias pelo menos 6 modelos nossas estão fazendo algum trabalho onde na maioria você fotografa, modelos consagradas querem fazer contrato com a gente, e inscrições para seleções são esgotadas em 2 dias. Você já viu nosso lucro Nina? Acho que você deveria aceitar a minha proposta e parar de pensar no seu namoradinho. - ele disse irritado.
   Me virei e fui andando até o elevador. Ele segurou meu braço.
- Desculpa Nina. Só quero dizer que você tem que considerar muitas coisa. E nem é certo de você ir pra lá. Ainda discutiremos isso. Mas por favor, pense com carinho, a agência precisa de você.
  Ele me soltou e eu peguei o elevador.
  Quando cheguei em casa joguei minha bolsa na poltrona e deitei no sofá. Peguei meu celular e liguei pro Zayn.
- Oi meu amor! - ele disse com a voz rouca.
- Alguém acabou de acordar. - eu disse rindo.  
  Ele riu.
- Já cheguei em casa. Não demorei tanto, viu?
- Que bom minha linda, quer companhia?
- Quero! Alice me abandonou.
- Ela está aqui em casa. Estou indo.
- Ok, beijos.
- Beijos.
  Desliguei e coloquei o celular dentro da bolsa. Fui até a cozinha e peguei um pacote de biscoito. Sentei no sofá e esperei Zayn chegar.
- Senti sua falta. - ele disse me beijando.
- Para de exagero!
 Ele riu.
 Sentamos no sofá e eu deitei com as pernas em cima dele.
- Hoje eu recebi uma proposta. - falei mexendo no cabelo.
- Que proposta?
- Ser sócia da agência.
- Sério? - ele perguntou com uma cara surpresa.
- Sério. E se eu aceitar, ele vai abrir uma filial em Los Angeles.
- E por que essa carinha? - ele perguntou passando a mão pelo meu rosto.
- Ele disse que um de nós teria que ir pra lá.
- Claro! Era só o que faltava! - ele disse levantando. - Por que ele não te pede pra ir pro Japão, sabe? Pra ficar bem longe de mim de uma vez. - ele disse gritando.
- Abaixa o seu tom de voz, porque você não está falando com seus amiguinhos. 
- Por favor Nina, você não vê o que ele está tentando fazer? É tão obvio! 
- Ele quer uma sócia, isso que eu vejo. Ele quer expandir o negócio, não tem nada de errado nisso.
- Sócia? - ele disse rindo debochado.
- Eu trabalho, sabia? 
- Trabalho? Você tem isso como um hobby. Seus pais te dão tudo.
  Não acredito que ele disse isso. Fiquei parada olhando pra ele esperando ele continuar.
- Você finge que trabalha, é diferente.
- Maldito o dia que eu "fingi" que trabalhei e te conheci! - disse gritando.
  Ele parou perto da porta, sério. Pude ver um pouco de tristeza em seus olhos. Eu não deveria ter dito aquilo.
- Você está falando sério?- ele disse mudando completamente o tom, mal podia ouvir sua voz. - Você se arrepende? Da gente?
  Ele continuou parado na porta me encarando com aqueles olhos que eu tanto amava, mas que agora eu tinha provocado uma lágrima. Ele passou a mão pelo rosto e secou a lágrima que escorria pela sua bochecha.
- Responde! - ele voltou a gritar.
  Fiquei paralisada apoiada na poltrona.
  Ele saiu e bateu a porta. As lágrimas começaram a cair e eu não podia conte-las. Fiquei ali parada me odiando pelo que tinha dito. Eu sempre faço isso, eu sempre estrago nosso namoro. Eu não queria que ele achasse que eu me arrependo, mas eu travei. Eu fiz a pessoa que mais amo no mundo chorar. Eu me sentia um monstro.