Ela Voltou - O Passado Está De Volta escrita por Juliana Black Malfoy Riddle


Capítulo 38
Capítulo 38 - Agindo... Diferente


Notas iniciais do capítulo

Hoje é Halloween! Uhuuu! (kk')
GEEEEEEEEEEENTE, quem está empolgado com a estreia de Amanhecer Parte II??? Aiii... O que eu não daria para que estreasse hoje!
Enfim...
Vamos ao cap?
Leiam as notas finais!
Boa Leitura!



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  POV. Bella(Naquele mesmo dia)

  - Por que parece que hoje vai ser um dia daqueles? - Carol sussurrou pra mim na aula de espanhol. A encarei, surpresa.

  - Você também está sentindo?

  Ela me olhou em descrença.

  - Bells, desde a hora que Isabelly chegou as coisas parecem que estão diferentes. E agora, definitivamente, é como se algo me pinicasse, chamando minha atenção, mas eu não sei o que é! - ela explodiu baixinho, frustrada. Assenti em silêncio.

  As coisas estavam mesmo estranhas. Depois que me despedi de Damon, senti algo diferente. E não foi só pelo fato de Julie não ter aparecido hoje, mas sim pois Isy chegou extremamente diferente hoje na escola.

  Ela estava... Desesperada? Confusa? Nervosa?

  Eu não saberia dizer.

  O sinal tocou, anunciando o fim da quarta aula do dia, e logo era o Intervalo. Recolhi minhas coisas, e antes que eu pudesse dar dois passos para fora da sala, eis que me surge Jeremy.

  E ele não estava nada bem.

  - Deus, Jer, o que aconteceu?

  - Você viu Isy? Ela sumiu na terceira aula que estávamos e não apareceu até agora! Ela estava tão mal... - sussurrou, desolado.

  - Calma, Jer, ela deve estar no banheiro. Vai pro refeitório e eu vou lá ver pra você, ok? - ele assentiu. Beijei sua bochecha e me encaminhei para o banheiro.

  Eu nunca tinha visto Jeremy tão preocupado, mas também deveras, era sua irmã que ele não via há mais de cinco anos, mas... Tanta preocupação assim...

  "Ela estava tão mal..."  Então Jeremy também prestou atenção. Eu não fui a única que vi.

  Realmente, esse dia estava sendo especialmente muito estranho.

  - Olá? Tem algu...  Não precisei falar mais, quando escutei um barulho estranho vindo do último box do banheiro. Como se alguém... Estivesse vomitando.

  - Isy? - bati na porta. - Isy, é você? Deus, se for você, abre a porta, o Jeremy está preocupado com você, está quase... - mas fui interrompida por uma porta que se abriu á minha frente, me mostrando uma visão horrenda.

  - Deus, Isy... O que aconteceu? - perguntei, pasma.

  Isy estava caída ao lado do vaso, e nele tinha uma substância esquisita de vômito e sangue(ao que parecia e não me atiçou), mas isso era o de menos. Ela estava com a roupa amassada, e seu rosto era o pior. Uma camada de suor cobria sua testa, e sua pele brilhava com o esforço. Seus olhos estavam arregalados, e envolta deles estava roxo, como se tivesse levado vários socos, e seus olhos estavam numa tonalidade completamente diferente. Estavam vermelhos, como se fosse...

  Sangue.

  Me ajoelhei perto dela, saindo de meu estupor inicial. Peguei sua mão, e ela estava muito gelada. Medi seu pulso... Estava fraco.

  - Isy, Deus, vou chamar o Jeremy, ele pode...

  - Não - ela ofegou, segurando meu pulso. Ela era forte. - Ele... Vai ficar apavorado. Não quero que ele me veja assim.

  - Tudo bem - assenti. Ela fechou os olhos, e antes que eu pudesse prever, ela começou a convulsionar.

  - Meu Deus! Isy, por favor, ai, droga... - peguei meu celular e apertei a discagem rápida.

  - Alô? - a voz tilintante de Carol atendeu do outro lado da linha. Estava muito barulho do outro lado.

  - Carol, me escuta, eu achei a Isy, e...

  - Bella? Aii, Bells, onde você tá? Ta rolando uma festa aqui no refeitório, vem pra cá! - bufei, frustrada.

  - Não, Caroline, me escuta! Você tem que... - mas antes que eu pudesse terminar de falar, meu celular é arrancado de minhas mãos.

  - Hey! Devolva meu... - mas me calei quando vi que era Rose quem segurava meu celular.

  - Ligue para os outros. Vamos levar Isy pra casa - ela me empurrou um outro celular, vermelho. Deduzi que fosse dela.

  - Ligar pra quem? O que está acontecendo aqui? - perguntei, á beira da histeria. Ela passou por mim, vendo Isy tremer no chão, a convulsão já parando.

  - Isabelly não está bem. E Julie não veio hoje para a escola. Precisamos levar ela pra casa, e você tem que ajudar ligando pro outros - ela pegou o celular da minha mão e discou um número. Me devolveu. - Fale.

  - Onde você está, Rosalie? - a voz de Edward me paralisou no lugar, me deixando sem fala. Ele deu um suspiro cansado. - Rosalie, se for mais uma de suas brincadeiras...

  - Edward - consegui dizer. A respiração paralisou do outro lado da linha. - Sou eu, a Bella. Eu... Eu não sei o que aconteceu. Eu encontrei Isy passando mal no banheiro, aí eu fui ligar para Caroline, mais Rose apareceu e disse que era para mim chamar algum de vocês. Eu não sei o que fazer! - estourei, tremendo.

  - Vocês estão sozinhas? - o ar do outro lado começou a fazer barulho, sinal de que ele estava correndo.

  - Sim.

  - Fiquem aí, Alice já está chegando. Vocês saem pela porta do jardim dos fundos, e nós a levaremos para a Pensão Salvatore. E Bella... - ele hesitou.

  - O quê? - perguntei aflita.

  - Eu... Perdão - e desligou na minha cara! Bufei.

  - Alice vai chegar em três, dois... - Rosalie parou de contar quando uma baixinha entrou no recinto com pressa, olhando para nós. Seu olhar parou em Isy, e escureceu.

  - Deus... - ela pareceu pensar um pouco. - Vamos. Não temos tempo a perder. Rosalie, você carrega a Isy. Bella, vá até o jardim dos fundos e saia. Emmett, Jasper e Edward estão nos carros nos esperando. Estamos atrás de você.

  - Mas... A Isy...

  - Vá, Bella! - ela não precisou pedir duas vezes. Peguei minha bolsa e saí correndo, na minha velocidade sobrenatural.  Eu não sabia o que estava acontecendo. Tudo estava tão... Confuso. E os Cullens ajudando...

  Passei pelas portas de vidros rapidamente, e o vento gelado bateu contudo em mim, me fazendo tremer. O tempo mudou tão rápido...

  - Bella! - vi Emmett mexer os braços no alto e corri para perto deles, ficando intantâneamente aconchegada nos braços do meu irmão.  - Bella, Deus, o que aconteceu, você está tão gelada... - Emm passou as mãos nos meus braços, tentando aquecê - los. Me soltei dele, tremendo.

  - Eu achei Isy no banheiro caída, e... O pulso dela estava fraco... E daí ela começou a convulsionar... - e sem perceber, comecei a chorar.

  Um par de braços me envolveu num abraço aconchegante, quente. Eu não me importei quem fosse, eu só me agarrei mais á camisa que soltava um odor conhecido e familiar, e chorei.

  - Shiii, Bella... Nada vai acontecer, eu prometo. Vamos levar Isy pra Pensão e lá vamos ajudá - la... - a voz de Edward me alcançou e eu assenti, balançando a cabeça. Momentos depois, Rose e Alice chegaram com Isy.

  E elas não tinham uma cara nada boa.

  - Emmett, você vai com Rose no Jipe pra Pensão. Edward, leve Bella e Isy o mais rápido possível pra Pensão. Eu e Jasper vamos chamar Carlisle no caminho.

  - Vamos - Edward me colocou delicadamente no assento da frente, e logo colocou a Isy também no banco de trás deitada. Ela parecia estar perdendo a cor.

  Ele deu a volta rapidamente, e antes que pudesse perceber, estávamos deslizando pelas ruas em alta velocidade, Edward sem reduzir a velocidade.

  Em segundos, estávamos parando na frente da Pensão. Não esperei por ninguém. Desci do carro e corri até a porta, sentindo Edward atrás de mim com Isy. Abri a porta com tudo, quase quebrando - a entrei, chamando, sem fôlego:

  - STEFAN!

  Não levou nem um minuto para ele aparecer, preocupado.

  - Bella? Mas o quê... - mas parou de falar, olhando para o Edward, que carregava Isy. Sua boca se abriu em horror, e eu segui seu olhar. Comecei a chorar de novo.

  Isy estava pior ainda.

  - O que aconteceu com Isy? Klaus a pegou também? - Stefan falava, cada vez mais chocado. Eu sabia o que ele estava vendo: Isy muito machucada, e isso o lembrava a Elena.

  - Não. Eu a encontrei no banheiro, passando mal. Stefan, eu estou com medo - balbuciei, o abraçando.

  - Vai ficar tudo bem - ele disse, sussurrando contra meus cabelos.  Logo, Rose, Emm e Carlisle entram afobados na sala. Carlisle carregando uma enorme maleta consigo.

  - Afaste - se, Edward - Carlisle pediu. Edward se afastou e parou perto de mim e de Stefan.

  Carlisle pegou o pulso de Isy, e assim como eu, viu que estava fraco. Isy agora já estava quase translúcida, e soltou um grito penetrante, me fazendo encolher.

  Mas ela não havia aberto a boca. E foi aí, que percebi que o grito não tinha vindo dela.

  - Elena... - Stefan sussurrou, e segundos depois saiu correndo, e algo aconteceu.

  Acho que estava tão encostada em Stefan que nem percebi que quando ele saiu, eu fui caindo... Caindo...  Até que parei nos braços de Edward.

  Sua expressão era tensa, mas seu olhar emitia um brilho intenso. Seus olhos estavam negros, como se não se alimentasse á muito tempo.

  E não foi só isso... Eu também, assim como ele, sentimos a nostalgia daquele momento... Do mesmo modo, quando ele me salvou da caminhonete de Tyler...

  Sacudi a cabeça e rapidamente me desvencilhei de seus braços quentes. Edward abriu a boca para dizer alguma coisa, mas outro grito de Elena cortou o ar, me deixando aflita.

  Corri escada acima, e segui o cheiro de Stefan. Me deparei no quarto dele, e a visão não era nada boa.

  Elena estava curvada, e Stefan a amparava. De perfil, pude ver todo o horror e pasmacidade ali estampado. Engoli em seco.

  - Bella... - Lena me viu, e quando olhei em seus olhos, reprimi um grito.

  Estavam exatamente iguais aos de Isy:

  Sangue puro.

  POV. Evan(Especial)

  - Você acha que o Damon vai conseguir efetuar o plano sem dar de cara?

  Gabriel e Michael já discutiam hipóteses há mais de meia hora, e isso estava irritando.

  Se, de fato, Julie confia nele, por que não dar um voto de confiança ao Damon?

  - Eu não sei, mas se Bella perceber, como sei que vai perceber, ela vai pressioná - lo e ele contará tudo - Brian escarneou, encostada na grade do jardim daquele casebre, assim como eu.

  - Se ela usar as táticas que estou pensando... - Katherine falou, dando um sorriso malicioso. Fiz uma careta.

  - Garota, você não pensa em mais nada além de sexo? - perguntei, ainda com careta. Ela riu.

  - É claro. Eu também penso em tomar banho, comer, beber, e encher a vida de vocês. Ahhh! Sem contar que também penso em matar um Original, proteger a Santa Eleninha, e... - do nada, ela começou a tossir descontroladamente. Michael riu.

  - Viu o que da ficar planejando a desgraça dos outros? Acab... - ele foi interrompido pelo grito de Katherine, agudo e penetrante.

  - Dá pra você calar a boca e ajudar? - ela gemeu, e se virou a tempo de recomeçar a tossir.

  E saía tudo vermelho. Sangue.

  - Katherine, o que está acontecendo? - perguntei, me aproximando. Ela riu. Baixo, mais riu.

  Nem sofrendo ela deixa de ser sarcástica.

  - Se soubesse, você não acha que eu já tinha dado um jeito? Acha que eu... - mas ela parou para soltar outro grito, se curvando sobre si mesma em posição fetal.

  - Deus... - Michael murmurou, e me virei a tempo de ver ele sair de seu olhar nublado. Ele me encarou, horrorizado. - Veja os olhos dela.

  Me agachei sobre ela e fiz com que ela deitasse reto no chão. Suas pálpebras tremiam. Abri - as, sentindo um leve tremor.

  Soltei um ofego.

  Suas pupilas estavam dilatadas, mas isso não importava, e sim a cor deles.

  Estavam vermelhos, escarlate, como... Como...

  - Sangue - Gabriel falou, com a voz que não emitia expressão alguma.

  Katherine começou a convulsionar descontroladamente, e não sabíamos o que fazer!

  Por sorte-ou por ser quem é-senti sua presença há poucos quilômetros, e não levou um minuto para se materializar diante de mim.

  - Saia, Evan.

  Me afastei, vendo ela se agachar sobre Katherine e abrir suas pálpebras, conferindo o mesmo que vimos. Sua expressão era de puro horror.

  - Não... Isso não pode estar acontecendo... Faz tanto tempo... - ela sussurrava, em choque.

  - O que está acontecendo? - Brian perguntou, chegando mais perto. Ela sacudiu a cabeça, e antes que pudesse responder, um grito rasgou por sua garganta, me agoniando.

  - Meu Deus! - Gabriel passou por mim e pegou ela nos braços, vendo ela também convulsionar. E, assim como Katherine, seus olhos instantâneamente ficaram vermelhos escarlate.

  Minha nossa... O que estava acontecendo?

 POV. Edward(Especial)

  Eu não sabia o que de fato estava acontecendo, mas não era muito difícil entender que Isabelly e Elena Gilbert estavam entrando numa espécie de transição, juntas.

  Agora, Carlisle estava medicando as duas no mesmo quarto. Ele havia pedido para que colocássemos as duas num mesmo ambiente, já que ambas apresentavam os mesmos "sintomas".

  - Elas ficarão bem, Carlisle? - o ressoar da voz cansada e abatida de Bella me atingiu com força total, me fazendo paralisar ao ver sua expressão.

  - Eu não sei exatamente ao certo o que elas tem, Bella, e elas não tem reagido aos medicamentos, mas as convulsões pararam, e o pulso delas aumentou. Isso já é um bom sinal - ele tentou sorrir, mas mais pareceu uma careta. Ele suspirou: - Tente descansar um pouco, Bella. Acho que elas não iriam querer ver você nesse estado.

  - Tudo bem - ela disse, e se retirou do quarto. Carlisle me olhou:

  - Onde Julie está?

  - Eu não sei. Ela não foi á escola hoje - respondi, com as têmporas latejando.

  Carlisle seguiu olhar para a porta, foi até ela e a fechou. Sua expressão era tensa e preocupada.

  - Você sabe que estou fazendo de tudo para ajudá - las, Edward, mas o que elas tem não é normal. Digo, o que quer que elas tenham, não é físico. Não é uma doença humana. É... - ele se embaralhou nas palavras, mas não precisei delas para saber do que ele estava falando.

  - Você acha que tem haver com a ligação de descendência das Petrovas? - sussurrei. Ele assentiu.

  - É óbvio, Edward. A convulsão, a queda de pulso, os olhos dilatados, o sangue neles... Não são sintomas de doenças normais. É outra coisa. E temo que se não soubermos o quanto antes, elas poderão morrer.

  Engoli em seco, desviando o olhar para as camas ocupadas. Elena e Isabelly estavam pálidas, e suas pálpebras tremiam, mas não tinham mais convulsões. O pulso estava um pouco estável, mas elas estavam inconscientes.

  Eu sabia que Carlisle tinha razão. Não era possível que elas sentissem a mesma doença só por serem gêmeas, não. Isso era algo mais... Sobrenatural. Mais...

  Mágico.

  Estranho? Sim, mas era uma possibilidade.

  - E Edward? - Carlisle chamou de novo, parado na soleira da porta aberta. O olhei: - Você está sendo um bom homem, filho. E creio que agora, Bella precise de um amigo. Boa sorte - e saiu do quarto. Prendi a respiração.

  Isabella... A quanto tempo eu não falava com ela de verdade?

  Acabei me lembrando daquele dia na floresta, em que Damon Salvatore nos pegou e tirou conclusões precipitadas. Sorri amargo, quem dera fosse realidade o que ele disse.

  Corri porta afora daquele quarto e desci as escadas, inalando o doce aroma dela. A vi no jardim, sentada no meio da grama, encolhida, olhando para o céu escuro. Fui até ela.

  - Pensei que Carlisle havia lhe dito que era para descansar um pouco - disse, suave, parando ao seu lado em pé. Ela me olhou por milésimos de segundo, e o que vi me partiu o coração.

  Ela estava simplesmente acabada.

  - Não consigo parar de pensar - ela sussurrou, rouca pelo choro que segurava. Me sentei ao seu lado, de frente pra ela.

  - Pensar em...? - instiguei, vendo ela me olhar.

  Seus olhos estavam mais claros que o normal, como eu me lembrava de quando ela ficava aflita ou angustiada. Estavam marejados, e ela me encarava com uma dor tão grande que isso cutucava meu coração morto, mas que ficava vivo perto dela.

  Voltei ao agora quando ela começou a falar, e seu tom era... Irônico?

  - Engraçado como o mundo dá voltas... Eu, até mais ou menos dois anos atrás, acreditava que isso - ela circundou nós - o sobrenatural, não existia. Que tudo isso era lenda, mito, fantasia. E eis que me surge você e sua família, para me provar ao contrário - ela deu uma risada amarga. - Consegi a extrema proeza de me "apaixonar" por você, de criar laços com sua família, de acreditar que com você me protegendo você também me amava. Como fui tola... - eu ia falar, quando ela levantou a mão, me impedindo. - Abandonada, largada numa floresta escura e fria, com o coração dilacerado por ter sido tão estúpida a ponto de confiar em vampiros. Rá... Seis meses da minha vida desperdiçado em depressão por causa da partida de vocês... Quão burra eu fui... Até, que renasci das cinzas, como uma Fênix. Me transformei, mudei, fiz de tudo para esquecer o passado e seguir em frente... Conheci pessoas que hoje são meus amigos, e que me ajudaram quando Charlie me expulsou de casa - isso eu não sabia, e fiquei extremamente chocado. Ela riu novamente. - Vim para casa de Tia Liz... Vivo entre meus velhos amigos, conheci Damon, me apaixonei novamente... E quão irônico isso soa? Eu, apaixonada por Damon Salvatore, o vampiro que não é de mulher nenhuma. E o pior? Ele também se apaixonou por mim. E assim fomos... - ela ia divagando, até que seu olhar escureceu, e a dor e o ódio deles foi tão grande que queria estar pegando fogo agora por ter feito o que fiz. - Até vocês aparecerem novamente. Estava tudo bem, tudo indo muito bem, mas vocês tinham que aparecer novamente... Mudaram tudo. Porém, também fomos indo... Até Isabelly e Julie aparecerem em nossas vidas. Klaus vem atrás de mim, ataca Elena, me vejo sendo enganada pelos meus amigos... E por quê? Porque eu fui estúpida novamente por acreditar em vampiros! Quando será que vou aprender, Edward? - eu sabia que era retórica, mas minha vontade de responder foi tão grande que mordi a língua, sentindo o gosto do veneno. Seu olhar se marejou de novo, e ela baixou a cabeça. Pude ver lágrimas deslizando pelo seu rosto desolado. - Ainda me pergunto o que teria acontecido na minha vida se não tivesse me mudado de Phoenix e conhecido vocês.

  O silêncio que se instalou depois foi tenso, era quase palpável. Mas eu resisti, e quando falei, minha voz saiu tão segura que pensei que tivesse me perdoado.

  Mas eu sabia que era impossível:

  - Sei que você acredita que é mentira, que eu quero enganá - la, mas, Bella... - peguei suas mãos, e levantei seu rosto, fazendo - a me encarar. - Eu parti para que você pudesse ter uma vida feliz, humana, longe de mim e dos problemas que eu trazia para você. Você não sabe o quanto doeu em mim ter de deixar naquele dia. Eu morri naquele dia, e ainda continuo morto, só porque eu me arrependo amargamente de ter te deixado.

  - É mesmo? - ela riu sarcásticamente, se soltando de mim e se levantando. - Não foi isso o que me pareceu quando você chegou desfilando em Mystic Falls com aquela Denali aqui, que aliás, não a vejo faz tempo. Graças ao bom Deus! - ela dramatizou, levantando os braços pro céu.

  Me levantei também, segurando seu pulso enquanto ela tentava se retirar. Quase sorri quando vi que ela estremeceu, mas a situação era séria demais para se brincar.

  - Quando fomos para o Alasca, os Denali nos acolheram. As irmãs Denali foram extremamente gentis conosco, e Tânia tentou me ajudar, mas quando vi que seus pensamentos em relação á mim era com intenção totalmente diferentes, tentei afastá - la, juro que tentei, mas o desejo foi mais forte, e assim passei a noite junto dela. Mas ela passou a me procurar continuamente, quando eu me isolava de todo mundo pensando em você. Ela dizia que era para me ajudar, mas isso nos levava á outro ponto, até que chegou num momento que eu não conseguia mais... Negar. Posso estar parecendo um cafajeste, um hipócrita, um mentiroso, mas a verdade é que quando eu chegava no meu êxtase, eu me sentia tão leve, tão... Livre da dor que carregava, que nesses poucos minutos, tudo em que eu pensava era de nossos momentos juntos na clareira, e de como erámos felizes naquela época - parei, sentindo minha garganta se fechar rapidamente, meus olhos latejando pelas lágrimas não derramadas.

  Eu não estava mentindo quando dizia a verdade á Bella. Realmente, nunca deixei de amá - la, e tudo em que pensava quando ficava com Tânia era nela. Isso é um gesto covarde, eu reconheço.

  Mas quando se é um vampiro que passou mais de um século sozinho, e que encontra o amor de sua vida, mas que tem que deixá - lo... Você é capaz de tudo para amenizar a dor.

  Bella não falou nada, e muito menos expressou alguma reação ante minhas palavras.

  Porém, quando seus olhos começaram a brilhar, uma faísca brilhante e reluzente se acendeu em mim, me fazendo ter a certeza do que acontecia:

  Eu podia ter esperança. Eu sabia que uma parte dela considerava tudo o que eu disse, e se nossos momentos juntos fossem contados, ela poderia ver que eu falava a verdade. E o brilho em seu olhar me deu a esperança disso.

  Que ela entendesse, compreendesse, e, quem sabe, me perdoasse.

  Mas aí era forçar a sorte.

  Vi ela piscar os olhos com força, reprimindo as lágrimas acumuladas. Senti seu braço tremer. E sua voz era falha, e não passava de um sussurro:

  - Você me abandonou, me disse coisas horríveis, Edward... São coisas que eu não esquecerei facilmente, e nem quero esquecer, pois elas me ensinaram uma lição de vida valiosa, que eu não trocaria por nada. Mas você me deixou, e eu segui em frente assim como você com Tânia. Eu tenho o Damon, e ele me ama de verdade, assim como eu o amo. Posso tentar compreender sua história, Edward, mas isso não diminui o fato de que você fez o que fez, e isso... Só me mostra que eu não só posso que devo voltar pra você, como também me mostra que não devo em hipótese nenhuma - ela puxou seu braço das minhas mãos, se afastando. - Não me procure mais, Edward, por favor.

  Eu sabia que era martírio, para nós dois, mas enquanto eu tivesse chance, eu não pararia de lutar.

  Corri até ela e puxei sua mão e a virei para mim, pegando ela desprevinida. Me abaixei até estar na altura de sua orelha, e sussurrei:

  - Depois desse tempo, Bella... De tudo o que aconteceu, eu não te esqueci. Nunca te esqueci. E sei que você não me esqueceu. Se não... Como poderia saber que provoco isso em você? - deslizei minha mão esquerda pelo seu pescoço e braço, sentindo ela tremer, sua respiração ficar descompassada. Me afastei uns centímetros só para olhar em seus olhos e confirmar o que sempre vi ali: escurecidos pelo desejo.

  Me aproximei lentamente, passando um braço pela sua cintura e o outro acariciando sua face. Ela ofegou:

  - Edward, não... Pelo o amor de Deus... - selei nossos lábios num beijo quente e nostálico, me fazendo ter todas as lembranças que eu costumava ter todos os dias da minha existência.

  Os lábios dela eram exatamente iguais de como eu me lembrava: quente, doces e macios. Sua língua massageava a minha com maestria, e me deixava com um louco frenesi de quero mais. Suguei seu lábio inferior, mordiscando - o, ouvindo ela gemer. Isso me arrepiou por inteiro.

  - Edward... - ela sussurrou, me fazendo beijá - la mais uma vez, desgustando do melhor sabor existente no mundo.

  Porém, não sei se foi ao fato de eu estar tão envolvido com Bella que não percebi, escutei a voz de quem certamente acabaria com tudo.

  Assim como Bella me odiaria para sempre.

  - Bella?

 POV. Bella

  Estúpida, estúpida, estúpida!

  Era o que eu dizia a mim mesma por estar beijando Edward Cullen, mas eu não conseguia evitar, não mais... A nostalgia daquele beijo e das boas lembranças me inundaram tão rápido que me senti tonta, anestesiada, e quando os lábios dele tocaram nos meus, tudo virou pó para mim.

  Sua boca se movia com maciez e precisão, e não tinha mais o tom preocupado e gentil, e sim quente e feroz, como se matasse a saudade depois de tanto tempo separado.

Sua língua massageava minha com delicadeza, e isso me deixava arrepiada.

  - Edward... - sussurrei, com ele voltando a me beijar.

  Eu estava tão envolvida com o beijo, tão envolvida com a sensação dos braços quentes(sim, eles pareciam quentes agora) de Edward envolta de mim, que não percebi a aproximação daquela pessoa, e quando escutei sua voz, meu mundo deu um solavando tão forte que me deixou enjoada.

  - Bella?

  Me soltei a tempo de me virar e olhar para a porta da entrada do jardim, onde Damon estava parado, me olhando extremamente triste e angustiado. Mas assim que percebeu que eu o examinava, sua expressão se tornou fria, gélida e distante.

  E seu olhar de reprovação e repúdio me dilacerou por dentro.

  - Damon, eu...

  - O quê? Vai dizer que pode explicar? Haha, eu já escutei essa antes. Pode polpar saliva, Isabella, não precisa se esforçar. Vejo que interrompi algo bom, mas não está mais aqui quem fez isso - suas palavras eram duras e dolorosas, e eu sabia que as merecia.

  Mas isso não diminuiu minha dor.

  - Damon, por favor... - ele levantou a mão e se virou para a porta, entrando e saindo correndo. Corri atrás dele.

  - Damon! Por favor, escuta! - quando entrei na sala, pude ouvir a porta da frente bater com força total, fazendo o lustre da mesa balançar. Me joguei ao chão, soluçando, sentindo meus olhos arderem com as lágrimas.

  Começei a fungar e soluçar alto, mas mais alto que isso foi o tom da campainha insistente que tocava.

  "Damon!" - foi o que a parte esperançosa minha berrou, mas eu sabia que Damon estava muito machucado para voltar, e que muito menos apertaria a campainha da própria casa.

  Me levantei, limpando as lágrimas do meu rosto, e ainda ouvindo a campainha tocar continuamente.

  Cheguei na porta e a abri com tudo, paralisando intantâneamente ao ver a pessoa que menos esperava encontrar em Mystic Falls.

  - Bella?


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Notas finais do capítulo

Yuuuupi! Hoje tem festa na escola. u.U E fui eu que organizei. Sou foda. (kk')
FELIZ HALLOWEEN, POVO!!! Que vocês ganhem muitos doces e sofram muitas travessuras! Muahahahaha! (kk')
Retornando ao cap:
Poooovo amado meu e de Deus... Quem será que é essa pessoa na porta com a Bells? Algum palpite?
Quem acertar, ganha um Spoiler! (kk' sou muito má, mas como vocês são muito inteligentes, sei que irão acertar)
E, Deus... Coitado do Dam, mano. Foi traído, again.
Bem... A Bells bem que se enrolou com o Edward, não? Mas como ficará essa confusão? Será que isso resolverá?
E Deus! O que é que está acontecendo com as Gilberts? Que coisas estranhas são essas? Sem contar que Katherine e "ela" também foram atingidas por isso. O que será? (ooops! Spoiler na área! hehe)
Enfim...
Comentem e recomendem, pessoal! E não percam os próximos caps... Coisas acontecerão. Hehe.
Beijos, e até!