Eu nunca havia imaginado que revê - los seria tão doloroso assim.

  Pensei que tivesse superado, que não doía mais pensar neles, de certa forma. Que estava pronta para me vingar daqueles que me machucaram no passado, mas não.

  Eu não estava pronta para os sentimentos que me dominavam.

  - Elena - chamei - a.

  - O quê, Bella?

  - Onde estão os outros? - cerrei os dentes, afim de evitar que minha voz trêmulasse.

  - Por aí...

  - Avise - os que não estava bem e fui embora. Procure Stefan e diga - o que mais tarde o verei.

  - Mas...

  - Vá, Elena!

  Ela me lançou um olhar preocupado e ansioso mais foi. Vi ela partir rapidamente, procurando entre o estacionamento o carro de Stefan.

  Me virei para onde eles estacionavam e acionei meus escudos. Ninguém podia interferir em mim agora.

  Minha memória não foi injusta com a beleza deles.

  Eles continuavam igualmente lindos, sem nenhuma falha, nem nada. Todos estavam ali, igualmente em pares.

  Só, o que eu esperava ver sozinho, estava acompanhado.

  E visivelmente, era uma puta.

  Seu olhar encontrou com o meu, e lá pude ver muitos sentimentos que, um dia, quis infringir a ele:

  Dor, perda, tristeza, angústia...

  Mas meu olhar era frio e indiferente, eu não queria sentir, eu não queria ouvir. Tudo o que eu queria agora era sair dali e pensar.

  Porém, parece que alguém me odeia, porque logo ele, e aquela que eu julgava minha melhor amiga, estavam paradas á minha frente, me encarando.

  Alice foi a primeira a reagir, me abraçando, mas eu não retribuía ao seu abraço, muito menos ás suas palavras. Eu olhava para aquele que um dia destruiu minha vida.

  - Ahhhh! Bella! Me desculpa, por favor! Eu não queria... Eu juro, por favor, você tem que entender...

  - Entender o quê? - minha voz era gélida, o que a fez recuar minimamente, mas ainda sim. - Que vocês me abandonaram? Que eu era só um brinquedo nas mãos de vocês? Um puro saco de sangue?

  - Não, Bella, por favor... - ela tentou, com os olhos cintilando de mágoa.

  - Não, Alice. Essa é a verdade, e eu entendo completamente. Entendo que você nunca foi, e nunca será minha amiga. Você me traiu, Alice!

  Juro que se ela pudesse chorar, estaria rompendo em um banho de lágrimas. Ela fungou e saiu correndo, indo direto para os braços de Jasper, que tentava acalentar ela.

  Quando estava para sair dali, eis que uma mão gelada me puxa, fazendo eu olhar para a cara de Edward, que estava contorcida em pura dor.

  Mas ele sabia manipular.

  E eu não cairia nessa de novo.

  - Bella...

  - Isabella, se não sabe - digo, puxando meu braço com a minha força, que o surpreendeu.

  - Isabella, por favor, me deixe conversar com você!

  - O quê, Cullen? - digo, tentando controlar as lágrimas que queriam ser derramadas.

  - Me deixe explicar, Bella! Juro que não queria ter feito aqui...

  - O que quer que você tenha decorado, Cullen, eu não quero ouvir - disse, cuspindo as palavras da minha boca. - Você me abandonou, eu já compreendi isso, só não quero você tentando vir atrás de mim depois disso. Eu mudei, não sou mais aquela garota ingênua. E vejo que você também mudou, agora anda com putas - digo, empurrando ele com o dedo, que o fez cambalear.

  Escutei um rosnado e logo vi a loira oxigenada na minha frente, com raiva.

  - Quem você está chamando de puta, sem sal? - falou ela.

  Sorri o mais macabramente e envolvi o escudo em mim e nos Cullens, somente que eles pudessem ver o que estava acontecendo, o que os humanos não poderiam ver:

  A loira oxigenada agachou no chão, berrando com aquela voz nojenta dela. Seus gritos foram se intensificando a medida que minha raiva aumentava, aumentando a dor dela.

  - Pare, Bella! - escutei Emmett dizer, parando de repente ao nosso lado.

  Soltei a idiota do meu dom e os encarei mortalmente, pontuando cada palavra para que eles entendessem:

  - Isso aqui ainda não acabou. Prepare - se, Edward. Pois você vai ser o culpado de sua família sentir a dor.

  Dito isso, corri, nem um pouco me importando do que os humanos achariam se vissem um borrão escuro passando por elas.

  Eu não tinha um lugar em mente. Eu só queria chorar, botar tudo para fora com alguém ao meu lado.

  Mas eu não tinha ninguém.

  Todos me usavam. Todos queriam algo de mim. Não digo os meus amigos, mas sim eles que me prejudicaram muito!

  Eu só queria esquecer tudo o que havia acontecido.

  Não sei para que lado eu fui, não sei quanto eu corri. Só sei que parei em uma floresta e desabei no chão, chorando até não poder mais. A única coisa que eu queria era que o mundo acabasse, e que minha dor morrese, porque assim...

  Eu não sentiria mais nada.

-

  Eu não acreditava!

  Ela estava ali! Estava em Mystic Falls!

  E mais linda do que nunca!

  A dor que, a princípio, vi em seus olhos, foi o bastante para me derrubar, mas logo ela ficou fria, indiferente, distante. Nem mesmo Alice, que era sua melhor amiga, ela tratou bem.

  Ela estava machucada. E não me deixou explicar.

  Mais o pior foi quando eu vi ela torturar Tanya!

  Eu só conhecia uma pessoa que pudesse torturar com a mente. E essa pessoa estava a mais milhões de quilômetros daqui, em Volterra.

  Sua raiva quase matou Tanya, que ainda ofegava no chão, receosa. Não a ajudei a levantar, ela mereceu. Ninguém mandou ela se intrometer na onde não era chamada.

  - Edward...

  - Eu sei - respondo a Emmett, escutando seus pensamentos. - Ela está diferente.

  - Ela está machucada, cara. Você é um idiota! - disse, e saiu andando, indo para perto de Rosalie, que bombardeava ofensas á mim.

  - Quem ela pensa que é? - Tanya resmungava, se levantando do chão. - EU vou dar uma surra nela para aquela sem sal aprender...

  - CALA A BOCA, TANYA! - mandei, vendo ela olhar assustada e indgnada a mim.

  - O que foi, Edward? Relembrando os velhos tempos?

  - Suma, Tanya - mandei, vendo ela ficar com raiva.

  - Ta! Eu vou, mas volto - e depois disso ela sumiu.

  Eu não sabia o que pensar, não sabia o que fazer! Tudo estava tão confuso para mim...

  Um novo pensamento chegava até mim, e eu com certeza não o conhecia. Me virei a tempo de ver um cara parando na minha frente, me encarando com dúvida, e perguntou:

  - Quem é você?

-

  Hoje eu iria ver Bella!

  Argh! Sei que parece meio gay, mas eu gosto da compainha dela. Ela me faz rir e sorrir como há muitos anos eu não fazia! Por mais que eu tenha sido estúpido com ela, ela me perdoou, e eu a agradeço por isso.

  Mas agora, eu estava á trabalho. Tinha deixado meu carro ali no estacionamento da escola, e saí dali, antes que as garotas começassem a me atacar. Sabe, eu sei que sou lindo e sexy, mas não é para tanto!

  - DAMON! - escutei Caroline ralhar atrás de mim, me interrompendo de meus devaneios.

  - Diga, Barbie - falei, me virando.

  - Por que você veio com aquele carro?! Você sabe que as meninas dessa escola te atacam po causa dele!

  - E por causa da minha beleza também - acrescentei.

  - Argh! Vá fazer seu trabalho, ta? Dê um bom dia a Bella, pelo menos! - disse, saindo pisando duro. Quem disse que todas as Barbies não são estressadas?

  Ri internamente, indo em direção aonde estacionei meu bebê. Por onde passava as garotas suspiravam, eu só dava meu sorriso irônico. Os caras ali morriam de inveja, disso eu sabia.

  De longe, avistei Elena correndo que nem uma louca, segurando o celular na orelha. Antes que ela caísse, a parei, vendo ela me fuzilar.

  - Pra quê a pressa, Elena?

  - Onde Stefan está? - disparou ela, mexendo de novo no celular.

  - Estacionou mais para lá, para cobrir o perímetro. Por quê?

  - Não interessa. Procure por Bella AGORA! - mandou, enquanto saía correndo de novo, me deixando aéreo.

  O que estava acontecendo? Seria algo com Bella?

  Saí a passoas largos de onde estava, vendo uma movimentação de garotos e garotas por ali. De início, não havia entendido, mas logo pude captar a presença de mais pessoas ali.

  Alunos novos. Só que eles eram... Diferentes.

  Era incrivelmente pálidos, e tenho que dizer, tinha certa beleza, especialmente as mulheres, mas suas feições não contradiziam com elas mesmas.

  Elas estavam sentindo... Dor? Seria isso?

  Fui chegando mais perto, e fui percebendo que eles estavam em pares.

  Um grande, com cara de moleque se aproximou de uma loira alta, com cara de arrogante. Um outro segurava uma garota miúda, parecia uma fada de tão pequena. E mais a frente vi um cara parado, que tinha cabelo cor de ferrugem.

  Todos eles me pareciam vagamente familiar, só não sabia o por quê.

  Me aproximei do que estava sozinho e vi ele se virar para mim, como se sentisse me presença. O olhei em dúvida, e perguntei:

  - Quem é você?

  O cara não respondeu. Me olhou de cima a baixo antes de responder:

  - Quem é você?

  - Não, peraí: eu perguntei primeiro - disse, o encarando.

  - E eu perguntei depois, e daí?

  - Ta, vamos com calma. Prazer, sou Damon Salvatore. Agora você responde - digo, com a minha melhor cara inocente.

  - Não te devo satisfações - disse ele. Parei ele com a mão, e pude sentir que ele era gelado e duro. Onde é que eu vi uma pessoa desse mesmo modo?

  - Você me parece vagamente familiar... Hey! Por algum acaso você viu uma amiga minha? Isabella Swan?

  No momento que eu disse esse nome ele ficou tenso. Parecia que seu corpo era puro gelo, e seus olhos, anormalmente dourados, me encaravam com dor e, o que parecia ser, ciúmes, perguntou:

  - O que quer com ela?

  - Então a conhece? - rebato.

  - É claro que ele a conhece - escutei uma voz dizer, atrás de mim. - E Bella também os conhece, Damon - falou Stefan.

  - Escuta, por que vocês não dão meia volta e vão embora desse cidade? Já não acham que destruíram muito a vida de uma pessoa só? - falou Elena, vermelha de raiva, apontando para todos ali presente.

  - E por que você acha que iríamos embora? - perguntou a garota que estava nos braços do cara loiro, a com corpo de fada.

  - Eu nã acho. Eu tenho certeza que vocês devem ir embora antes que tudo piore - falou Elena, com os punhos cerrados. Nunca vi essa garota com tanta raiva!

  - Alguém dá para me explicar quem são eles e como vocês dois os conhecem? - perguntei, estressado.

  Mas eu não imaginava que Stefan diria aquilo com a voz mais calma do mundo:

  - Você também os conhece, Damon. Eles são os Cullens.

  - O quê?! - exclamei, com uma súbita fúria bombardeando o meu corpo.

  Eu não acreditava! Depois de tudo o que esses... Globos brilhantes fizeram a Bella, terem a coragem de aparecer depois?! Ahhh, isso não vai ficar assim!

  - Eu não faria isso, se fosse você - o cara de cabelos de ferrugem falou.

  Ahhh! Então era ele que lia mentes?

  - Suponho que você seja Edward Cullen - cuspi.

  - E você Damon Salvatore.

  - O que quer aqui, cara? Vaza! Vai embora! Pega tua família e rala pé daqui. Tenha certeza que você não vai querer enfrentar todo mundo aqui que quer o bem de Bella.

  - E quem seria o bem de Bella? Você? - ele perguntou, com sarcasmo. Hey! Eu que uso sarcasmo por aqui, falou?

  - O que quer dizer com isso, Edward? - perguntou o cara que segurava a fada, que supôs ser Alice, e o com cara de dor, Jasper.

  - Quero dizer que este aí está apaixonado por Bella, só não quer acreditar.

  Sabe, acho que vocês poderiam estar esperando uma negação minha, ou até que eu risse de tamanha coisa, mas não. Eu continuei sério, encarando de frente esse topetudo idiota.

  - E se for verdade? O que isso significa? - perguntei, parando cara a cara com ele. Eu podia ser dois dedos mais baixo que ele, mas consegui fazer ele recuar um passo.

  - Significa que eu não desisti de Bella, Salvatore. E vou lutar para conquistar ela de volta. Ela já se apaixonou uma vez por mim, por que ela não poderia se apaixonar de novo? Aliás, você é só um estranho na vida dela. Fácil de descartar.

  Eu não sei o que aconteceu e quando aconteceu. Só senti que meu braço ganhou vida própria e atacou aquela cara infeliz daquele idiota, fazendo ele cambear e depois rosnar de raiva igual á um cachorrinho.

  Sorri sarcástico e disse:

  - Posso ser um estranho, mas não fiz uma burrada na vida da garota. Você não sabe o que perdeu, Cullen. E acredite: Bella está mais do que feliz perto de nós.

  - Não cante vitória ainda, Salvatore. A batalha só está começando - disse ele, sendo segurado pelo vampiro grande, o que eu acho ser Emmett.

  - Uma batalha que já começa perdida para você? Por favor, Cullen: poupe seus esforços.

  - E pra você, Salvatore? Pelo que vejo, Bella não se interessou em suas investidas e está muito bem com os amigos dela. Eles a conseguem, e você não. Repito: Bella já se apaixonou por mim uma vez, por que não de novo? - dessa vez, ele já tinha se soltado e se aproximado de mim novamente, a fim de me provocar de novo com as palavras.

  Foi aí que eu perdi a cabeça.

  Soquei o cara até não querer mais. Ele acertou dois ou três socos, mas eu bati nele tanto que acho que nem descontei toda a minha raiva. Tentei falar entre os socos:

  - Onde... Está... Bella?

  - Pare! Parem! - falou uma voz que eu não havia escutado ainda. Senti sendo puxado para cima e vi Stefan apontando com o queixo para frente, onde uma loira estava no meio do caminho. Rosalie.

  - O quê? - cuspi.

  - Bella foi para a floresta. Ela não quer ninguém atrás dela, mas tenho certeza de que ela precisa de alguém agora. Vá - pediu, segurando o braço do companheiro.

  - Você está do lado de quem, Rosalie? - esbravejou o cara de bunda, levantando do chão.

  - Daquele que vai fazer Bella se sentir melhor, o que não é o seu caso, seu frouxo. Nunca senti tanta vergonha em ser sua irmã.

  Para essa, eu fiquei boquiaberto. Putz! Já disse que estou gostando dessa mulher?

  - Pra que lado ela foi? - Elena perguntou, tirando dos meus devaneios.

  - Para aquele lado. Não sei para onde ela foi, e acho melhor só um procurá - la.

  - Eu vou - digo, encarando todos. - Obrigado, Rosalie, mas isso não diminui muito a raiva que eu sinto pela sua família por ter feito Bella sofrer.

  - Eu nunca te pediria isso - ela falou.

  - Vá para aula com Elena, Stefan. Avise os outros. Volto depois quando estiverem saindo - falei, escutando o sinal deles bater.

  - Claro. Vá, irmão, e ache - a.

  Nem respondi, saí a toda velocidade dali, indo em direção a floresta, com um único pensamento:

  Que Bella não esteja fazendo nada de errado.

-

  Não sabia quanto tempo havia se passado desde que me escondi naquela caverna.

  Eu não sabia de mais nada. As horas já haviam passado, e o por do Sol queria começar a aparecer. A essas horas, Carol e os outros estariam procurando por mim, ou qualquer outra coisa, mas eu não queria ser achada.

  Não agora que estava tão difícil me manter forte.

  O buraco em meu peito doía dolorosamente. A dor da perda, da separação, do abandono, tudo, se misturavam e formavam uma dor só. Eu não queria saber de mais nada, só queria dormir e acordar, e pensar que tudo foi um terrível pesadelo.

  Na verdade, não foi o fato de eu ver todos ali que me machucou. Não foi o fato de Edward estar com outra, longe disso.

  Mas foi a cara de pau deles acharem que eu os perdoaria depois de tudo o que eles me fizeram. Depois de tudo o que eles aprontaram comigo!

  Juro que vou recuperar as minhas forças e vou me vingar deles. Ahhhh se vou!

  Só tenho pena de Rosalie, Emmett e Jasper, que não tem nada a ver com isso, já que foram obrigados a acompanhar Esme e Carlisle, que teve que acompanhar o idiota do filho deles.

  E Alice, bem... Não tem exceção. Ela também me abandonou, ela me traiu. É isso o que me faz seguir com meu plano.

  Você jamais vai esquecer quem é Isabella, Edward Anthony Cullen!

-

  - ELES SÃO QUEM??? - gritei nervosa em casa. Todos decidiram se reunir ali, já que estavam na esperança de que Bella fosse em casa primeiro.

  - Os Cullens, Carol. Eu ainda não acredito que eles tiveram a cara de pau de pisar por aqui! - exclamou Bonnie, muito irritada.

  - O que faremos? Bella não apareceu o dia inteiro e Damon não chegou até agora.

  Falando no capeta...

  - Eu não achei ela - falou Damon, entrando na minha casa.

  - Onde será que ela se enfiou? - perguntou Matt.

  - Gente! Será que ela não está com algum dos meninos? Quero dizer, Brian, Evan, Gabriel ou Michael? - falou Lena, nos olhando.

  - É possível - falou Tyler.

  - Não tenham tanta certeza disso - falou outra voz.

  Me virei para a porta, onde vi Evan encostado no batente, mas não entrou.

  - Entra - falei. Ele se aproximou: - Onde está Bella? Você a viu?

  - Não - respondeu. - Mas tenho certeza de que ela não quer ser achada.

  - Dá para parar com essas suas frases loucas e nos ajudar a encontrar Bella? Ela está passando por algo sozinha! Somos péssimos amigos - lamuriou Damon, se jogando na poltrona ali.

  - Não se preocupe, Damon. Bella sabe o que faz. Acho melhor todos irem para suas casas. Klaus e Victória estão soltos por aí, não queremos nenhum incidente, certo?

  - Evan tem razão - falou Stefan, se levantando do sofá. - Acho melhor levarmos todos, Damon. Caroline nos liga se tiver notícias de Bella, certo?

  - Claro, Stefan - respondi.

  - Ótimo - falou Evan. - Nos vemos por aí, pessoal - diz ele, saindo pela porta.

  - Esse cara é estranho - falou Matt.

  - Concordo - falou Jeremy, se levantando com Bonnie.

  - Acho melhor todos ficarem na minha casa hoje - falou Elena. - Pelo menos, se tivermos notícias, estamos todos juntos.

  - Ok - falaram todos.

  - Boa noite, pessoal! Qualquer coisa eu ligo - falo, vendo todos passarem pela porta.

  Suspirei e me joguei na poltrona da sala, fechando os olhos.

  Bella, onde será que você se meteu? - pensei.

  Senti uma presença na casa, mas precisamente onde estava. Abri os olhos e encarei a figura triste a minha frente, com um imenso alívio no peito.

  - Bella! - exclamei, indo direto para seus braços. A abracei forte e ela também.

  Senti seu corpo tremer e logo ela soluçar alto, chorando. Sentei com ela no sofá e deixei ela despejar toda dor e sofrimento para fora. Eu me sentia tão imponente com ela desse jeito, e eu não podia fazer nada para ajudá - la.

  - O... Que eu faço, Carol? Eu não sei o que fa-fazer... - murmurou ela, de repente, erguendo a cabeça e me fitando com seus olhos lacrimosos.

  - Nós vamos dar um jeito, Bella. Você vai ver! - digo, tentando acalmá - la, mas tem outros que preciso acalmar. - Preciso ligar para os outros, dizer que você está bem, e está aqui.

  - Deixe ninguém vim aqui, principalmente Damon.

-

  Eu sei que parecia infantilidade minha, mas eu não queria MESMO ver ninguém agora. Eu havia me encontrado com Evan na floresta, e pedi ajuda a ele. Depois que ele convenceu a todos de ir embora e saírem da casa, eu entrei.

  Sei que eles devem estar muito preocupados comigo, mas eu não quero ver ninguém com um olhar de pena para cima de mim. Não hoje.

  O motivo pelo qual também não quero ver o Damon, bem... Nem eu sei dizer. Só não queria que ele me visse fraca outra vez.

  - Vou ligar para o Stefan para ele avisar a todos. Ele não vai deixar Damon vir para cá.

  - Tudo bem - murmuro, me levantando e indo pro quarto, ciente de que ela está me seguindo.

  Fui ao armário e peguei meu pijama vermelho de camiseta e shorts, e fui tomar banho. Deixei a água enchendo a banheira, enquanto pegava um banquinho e sinalizava para ela se sentar lá perto.

  - Viva - voz - sussurrei.

  Me despi e entrei na água, aproveitando o calor da água quente. Me aconcheguei e fiquei atenta quando do outro lado da linha, Stefan atendeu:

  - Alô?

  - Stefan? Sou eu, Caroline. Onde vocês estão?

  - Na casa de Elena. Por quê?

  - Bella está aqui - disse Carol, com a voz baixa.

  - Ela está aí? Ela chegou bem? - fiz um sinal de silêncio para Carol, e disse:

  - Estou bem, Stefan. Só um pouco cansada.

  - Ahhhhh! Que bom que chegou, Bella! Escute, não vamos deixar aqueles Cullens idiotas chegarem perto de você, ok? Estamos com você, Bella! - ele disse, com raiva dos outros.

  - Não se preocupe com isso, Stefan. Já sei o que vou fazer.

  - Me deixe falar com ela... - escutei a voz dele do outro lado da linha.

  - Stefan, escute... Eu não vou para escola por alguns dias e não quero ninguém vindo aqui, ok? Nada pessoal, só... Não quero visitas.

  - Me deixe falar com ela, Stefan! Não está vendo que ela precisa falar com alguém?

  - Boa noite, Stefan - murmurei e Caroline desligou o celular, com uma das sombrancelhas arqueadas pra mim.

  - Por que você não vai na escola? E outra, por que não deixou Damon falar com você? Tenho quase certeza que ele vai vir aqui te procurar!

  - Eu não quero ninguém me olhando com pena, Carol. Eu já passei por isso durante seis meses. SEIS MESES e não estou a fim de repetir a dose.

  - Ta, mais... E Damon? O que você tem com ele?

  Tabem, essa pergunta me pegou desprevinida!

  - Como assim o que eu tenho com ele, Carol? Somos só amigos - digo, evasiando, mas ela percebe.

  - Ahhh! Qual é! Vai mentir pra mim? Vai negar que você não sente nada por Damon, ou vai?

  - Eu não sinto nada pelo Damon - falei rápido. Ela riu.

  - Sei, ahã. Só saiba de uma coisa: ele sente, e brigou feio com o Cullen hoje - falou, saindo do banheiro.

  - O quê? Peraí, Carol! - chamei.

  - Sim? - ela apareceu com aquele sorrisinho dela.

  - Como assim o Damon brigou feio com o Edward?

  - Bem, eu não sei exatamente o que eles discutiram, só sei o que Stefan me falou.

  - E o que ele falou?

  - Falou que o Cullen lá provocou o Damon, aí ele ficou cego de ciúmes, palavras de Stefan, não minhas - acrescentou vendo meu olhar - e brigou com o Cullen. Foi isso.

  - E o que irritou Damon? - perguntei, ainda não acreditando que Damon tenha brigada com Edward por minha causa.

  - O fato de um dia você ter se apaixonado por ele, e que Edward poderia te conquistar novamente.

-

  - Juro que se não fosse meu irmão, eu já tinha te matado! - esbravejei, vendo ele guardar o celular no bolso.

  - Qual é, Damon! Você escutou a garota! Ela não quer visitas, muito menos falar com você. Se toca!

  - Que se dane, Stefan. Eu só queria saber se ela está bem - digo, emburrado.

  - Ahã. E me explica uma coisa: que briga foi aquela com Cullen, hã? Você ficou com ciúmes?

  Olhei bem para a cara de Stefan e fiquei em silêncio. Eu não confiava na minha voz para responder.

  - Hein, Damon? Ahhh! Vamos, você bem que ficou sério quando ele disse que você era apaixonado por Bella. E aí? Vamos! Conte pro seu irmãozinho aqui! - disse ele, olhando para mim e encarando a estrada á frente, já que eu estava dirigindo o carro para casa.

  - Me erra, Stefan - mas ele só riu e se calou.

  Suas palavras e as palavras daquele topetudo idiota rondavam a minha mente... Será mesmo que eu era apaixonado por Bella?

  Ahhh ta, eu, Damon Salvatore apaixonado por Isabella Swan? Até parece.

  Mas por que quando nego isso meu coração se aperta?