The Host escrita por Lua


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Eu tô achando que vocês querem me matar... rs'
Nunca mais eu fico tanto tempo assim sem postar, prometo (:
.
Enjoy



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- Nós estávamos conversando. – Chris disse simplesmente.

- Conversando? – Sam perguntou incrédulo. – Conversando? – Dessa vez subiu o tom de voz, fazendo eu me encolher contra o corpo do meu irmão. – Desde quando conversamos com essa coisa?

- Não a chame assim! Ela não é uma coisa! – Disse e me abraçou. – Mercedes ainda está com ela. – Essa parte ele murmurou temendo a reação de Sam.

- Não repita isso! Mercedes está morta, essa coisa é só um parasita! – Sam se aproximou de nós e puxou Chris pelo braço, com certa força.

- Me solte Sam! Eu vou ficar aqui! – Não sei se instinto de proteção ou reflexo, simplesmente agarrei o braço de Sam que segurava Chris e tentei tira-lo.

- Ele disse para solta-lo. – Me levantei ficando a frente do meu irmão.

- Eu sei o que está tentando fazer e não vai funcionar. Não comigo. Você não vai me enganar. – Nesse momento seu rosto estava próximo do meu. Próximo demais. Acabou fazendo Mercedes “acordar”

- Ei Rach o que está acontecendo?

- Nem eu sei. Espera...você me chamou de Rach?

- É. Concordo com Chris, fica mais fácil.

Isso fez um sorriso surgir em meu rosto. É óbvio que foi mal interpretado pelas pessoas que estavam fora da “conversa” que tive agora pouco.

Sam ficou irritado. Achou que estava debochando dele me segurou pelos ombros e começou a me sacudir.

- Você não é ela! Não é, não é, não é! – Nesse momento Sue apareceu e segurou Sam.

- Eita eu não posso te deixar sozinho que já arranja confusão não é garoto?! Vamos embora. – Ela empurrou Sam para fora do quarto onde eu estava. – Sabe tenho coisas a fazer. A comida não fica pronta sozinha. – Sue disse a Chris e riu. – Quer montar guarda?

- Claro. – Disse Chris com um sorriso. O peito magro expandindo-se com uma inspiração profunda.

Meus olhos se arregalaram quando vi Sue entregar a arma nas mãos de Chris.

- Você está doida!- Gritei. – O que está pensando? Dando uma arma para uma criança? Ele pode se matar! E se eles vierem atrás de mim com ele aqui? Você pensou no que pode acontecer? Isso não é brincadeira! Eles vão machucá-lo para poder me pegar!

Sue continuou calma.

- Não vai haver problema hoje. Posso até apostar. Mas, é com o garoto que está preocupada ou está com medo de que ele aponte a arma para você?

Esse pensamento não tinha me ocorrido.

Levei um minuto para recuperar meu ponto de vista da discussão, e quando o fiz, A expressão de Sue havia mudado.

- Dê a arma a Quinn ou a qualquer um dos outros, não me importa. – Disse com voz monótona e lenta. – Apenas deixe o garoto fora disso.

O sorriso se Sue cresceu.

- A casa é minha, criança, e vou fazer o que quero. Sempre faço. – Sue virou-se e saiu, deixando a arma nas mãos de Chris que me olhou emburrado.

- Não sou criança. – Resmungou.

Eu não cansava de olha para ele.

Também apurei meus ouvidos para qualquer som de passos vindo dos corredores. Colocaria-me na frente de Chris. Entregaria-me antes de fazerem algo contra ele.

Sim – Concordou Mercedes

Depois de uma ou duas horas andando de um lado para o outro na minha frente, ele começou a me olhar. Olhadelas rápidas. Seus lábios se abriam umas poucas vezes, mas então ele pensava melhor no que ia dizer.

Minha espera foi recompensada.

- O planeta de onde você veio antes de estar dentro de Mercedes. – Disse finalmente. – Como era lá? Era parecido com aqui?

- Não. Era muito diferente.

- Você pode dizer como era. – Perguntou, deitando a cabeça de lado como fazia quando realmente estava interessado numa das histórias de Mercedes para dormir.

Então contei a ele.

Contei sobre o planeta inundado das Algas Visionárias. Falei sobre os dois sóis, a órbita elíptica, as águas cinzentas, a permanência imóvel das raízes, os panoramas espantosos de milhares de olhos, as conversas infinitas de um milhão de vozes mudas que todos podiam ouvir.

Ele ouviu com um sorriso fascinado.

 - Esse é o único lugar? As “Algas Visionárias”? São os únicos alienígenas?

Eu ri.

- Nem pensar. É como dizer que eu sou a única alienígena neste planeta.

- Conta.

Aí contei sobre os Morcegos do Mundo Cantor. Como era viver numa cegueira musical, como era voar. Falei sobre o Planeta das Brumas. Como era ter uma espessa pelagem branca e quatro corações para manter a gente aquecida, como evitar as bestas de garras afiadas.

Comecei a contar sobre o planeta das flores, mas fui interrompida por uma nova pergunta.

- E aqueles carinhas pequeninos e verdes de cabeça triangular e grandes olhos pretos? Os que caíram em Roswell e tudo mais. Eram vocês?

-Não, não éramos.

-Era tudo mentira?

- Não sei.

- Como vocês vieram para cá então? Vocês não têm que ter corpos para se locomover e outras coisa, não é?

 - É. – Concordei. – No comecinho usamos as Aranhas para fazer as coisas funcionarem.

- Aranhas?

Eu falei das Aranhas. Uma espécie fascinante. Brilhantes, as mentes mais incríveis que eu já havia conhecido, e cada Aranha tinha três. Três cérebros, um em cada seção de seu corpo segmentado.

Havíamos vivido uma curta duração de vida da espécie, e então fomos embora, sem nenhum desejo de retornar.

Comecei a contar para Chris como foi a ofensiva aqui.

Parei de repente, no meio da explicação, quando vi o brilho cristalino nos olhos de Chris.

Ele estava olhando diretamente para o nada, os lábios uma linha apertada. Uma grande gota de água salgada escorria lentamente pela face do garoto.

- Idiota! Não pensou no que sua história significaria para ele?

- E você não pensou em me avisar antes?

Ela não em respondeu.

- Chris. – Murmurei. – Me desculpe. Eu não pensei.

- Tudo bem. Eu perguntei. Queria saber como aconteceu. – Ele estava tentando esconder a dor.

Não resisti ao desejo de protegê-lo e o envolvi em meus braços.

- Perdão. – Ele os poucos foi se acalmando, até parar de chorar.

- Devia cuidar melhor da arma garoto. – Nos assustamos com a voz de Sue. Chris rapidamente saiu do meu colo e ficou de pé.

- Desculpe tia Sue. – Ele tinha as bochechas ligeiramente coradas.

- Tudo bem, mas acho melhor você ir. Santana está louca porque você perdeu a aula ontem, se perder hoje também. Tenho medo que as paredes das cavernas não a aguentem irritada. – Ele soltou um gemido de pavor e saiu correndo. – Interessantes as histórias que contou para o garoto.

Fiquei muda.

- Vamos dar um passeio. – E sem esperar resposta enganchou meu braço no seu e me levou conhecer a caverna.

Uma vez que chegamos a grande praça da caverna, passamos por humanos, que me olhavam furiosos como sempre. Passamos por Will e uma moça com os olhos arregalados, mas eu acho que eles eram assim mesmo. Santana passava de cara amarrada como sempre só que dessa vez tinha uma loirinha saltitante ao seu lado. A latina tentou nos ignorar mas foi impedida pela outra menina de fazer isso.

- Tia Sue! – Ela exclamou e veio em nossa direção, com Santana resmungando atrás dela.

- Oi Brittany, oi Santana. – Santana nem respondeu, apenas resmungou mais uma vez. – Pare de resmungar garota! Vai ficar velha sedo sabia? – Sue provocou Santana.

- Chega, você não pode deixar essa coisa ficar andando por ai! Aposto que ela só está esperando a oportunidade para fazer contato com os buscadores.

- Pare com isso Sant, eu acho que a Rach não vai fazer isso. – Ela afirmou sorrindo e novamente arrastando Santana só dessa vez para longe de nós.

Logo depois passamos por Quinn.

- Oi, Sue. O que está fazendo?

- Indo arar a terra do campo leste. – Grunhiu Sue.

- Quer ajuda?

- Agente tem que se fazer útil.

Quinn tomou aquilo como um consentimento e caminhou logo atrás de mim. Fiquei arrepiada de sentir os olhos dela em minhas costas.

Quando chegamos ao campo leste minhas esperanças desmoronaram.

Havia mais gente ali do que nos corredores. Todos interromperam o que estavam fazendo para me olhar, fazendo cara feia, naturalmente.

- Não ligue para eles Rach. – Me disse Sue.

- Rach é? – Perguntou Quinn.

 - Ideia de Chris. Acho que se encaixa bem. – Quinn respondeu com um simples “hum”

Sue me deu um picareta e começamos a trabalhar. Procurei imitar seus movimentos na terra.

Trabalhei para manter meus olhos e minha mente ocupados. Só parei porque Quinn parou. Olhei ao redor e vi que todos tinham parado.

- É isso ai pessoal. Terminamos por hoje. – Disse Sue. – Amanhã nós semearemos e regaremos.

Dei um gemido de frustração. Eu tinha certeza que estava incluída nesse “nós” de Sue.

As pessoas começaram a deixar o campo.

- Agente se vê por ai. – Gritou Quinn já do outro lado do salão. Depois me deu uma piscadela.

Todos olharam.


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Notas finais do capítulo

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