O sol batia diretamente no meu rosto. Levantei da cama com os cabelos parecendo uma juba de leão.

Peguei a roupa que iria vestir e a minha toalha, e fui para o banheiro. Malfoy ainda não havia acordado, por sorte.

Entrei na banheira que havia preparado cuidadosamente, cheia de ervas e espumas, fiquei pensando na vida por longos minutos. E então minha paz acaba quando Malfoy começa a bater na porta descontroladamente.

-Entalou ai dentro, Granger?

-Pode ir esperando, Malfoy. Eu não irei sair daqui até terminar meu banho.

-Não vou esperar coisa nenhuma, ou você sai daí em um minuto ou eu vou arrombar essa porta.

-Você não é louco a esse ponto, idiota.

-Você ainda dúvida é? Alohomora!

A porta se abriu. Eu estava ali, completamente nua, a única coisa que impedia Malfoy de visualizar meu corpo era as poucas espumas que ainda restavam.

-Uau, até que não foi uma má ideia. – O loiro disse com um sorriso malicioso.

-Você é retardado ou o que? Saia daqui agora!

-Nem pensar, Granger. Agora pode dar licença da banheira, porque eu quero tomar meu banho, a não ser que você queira que eu entre com você ai, é claro.

-Espera eu vou sair, ok? Mas você vai ter que se virar de costas.

-Até parece, você não vai ser a primeira nem a ultima garota que eu verei nua, pode ficar tranquila.

-Malfoy! EU NÃO ESTOU BRINCANDO!

-Ok, ok. Pronto, pode sair.

Ele se virou de costas, mas como eu poderia saber que se no momento que eu saísse da banheira ele não iria se desvirar?? Eu tinha que arriscar. Saí da banheira e peguei rapidamente a minha toalha.

-Posso olhar agora? – Ele perguntou em um tom impaciente.

-Ainda não.

Mas não adiantou, ele se desvirou igual.

-Tsc tsc... O que seria de você se eu puxasse essa toalha agora, Granger?

Ele foi chegando cada vez mais perto, e eu fui andando cada vez mais para trás. Até que me encostei à parede. E então o inexplicável aconteceu. Draco Malfoy acabara de beijar Hermione Granger.

Seus lábios se encostavam de um jeito incrível, as línguas se envolviam de uma forma sensual. Draco passava uma mão na cintura de Hermione, e a outra se entrelaçava por entre os cabelos dela. Era como se os dois quisessem aquele beijo há muito tempo. Aquilo era algo insaciável.

Quando me dei conta do que estava fazendo, corri. Deixando-o ali, estupefato com o que acabara de acontecer.

Fui para o quarto, e comecei a me vestir rapidamente. Não queria pensar no que acabara de fazer.

Desci para o Salão Principal para tomar café, todos já estavam lá.

-Por onde você andava, Hermione? – Perguntou Harry de intrometido.

-Só acordei um pouco mais tarde, sabe... Muito dever de casa ontem.

-E como estão as coisas com o Malfoy? – Perguntou Rony.

-Hum, estão normais. O de sempre, aquela cara de arrogante dele. – Por um segundo, por um breve segundo, pensei em dizer “aquela cara sedutora dele”.

O sinal bateu, seguimos para a aula de DCAT. Graças a Merlin não teríamos nenhuma aula com a Sonserina hoje, não iria aguentar ficar olhando para Malfoy normalmente.

O tempo passou, e quando dei por mim já estava escuro. Era hora de voltar a minha Sala Comunal.

Draco estava deitado no sofá, lendo. Passei sem ao menos olhar para trás, e entrei no meu quarto, decidida a não sair dali até o dia seguinte.

Tirei um daqueles livros da minha mochila e comecei a ler. Foi quando uma coruja chegou e passou pela janela.

Ela trazia um bilhete de Dumbledore, o qual dizia:

“Sra. Granger, tenho me informado de que senhorita está a procura de suas origens, o que é normal. Com certeza já deve saber da existência de sua ligação com Salazar Slytherin. Encontre-me no sábado, as 20:00 no meu escritório.

PS: Gosto muito de varinha de alcaçuz.”

Fiquei estupefata. Era como se um feitiço tivesse me atingido pelas costas. Como era possível Dumbledore saber que ando lendo sobre isso? O que ele quis dizer com “saber da existência de sua ligação com Salazar Slytherin”?