Sendo Aline escrita por Bruna Carreira
- Posso interromper o romance? - Débora chegou fazendo um mínimo escândalo.
- Que romance? Isso aqui é só um lance. Eu pego sem dar satisfação depois. - Marcelo comentou e riu.
- Eu sabia que a Aline era meio atirada depois que ficou encalhada tanto tempo, mas assim também não vale a pena. É melhor ficar sério mesmo, vai por mim! - Débora me aconselhou.
- Vem cá, todos nesse quarto acham que sou encalhada? - Perguntei, aborrecida.
- Pelo contrário. - Débora começou, largando a bolsa que trouxe em cima da minha cama - Acho que você está pegando demais antes de se decidir!
- Eu não estou pegando demais!
- Está sim! - Débora comentou.
- Claro que não! Eu só fiquei com o André!
- E o Gabriel? - Ela perguntou, como se eu ter pego ele, já fosse algo natural.
- Não ficamos nem nada assim.
- Mas você teve vontade. - Marcelo comentou.
- Mais ou menos. - Menti.
- Dá um tempo! - Eles dois falaram, praticamente ao mesmo tempo. Eu ri.
- Quando é que você vai ficar com ele? - Marcelo finalmente me perguntou.
- Eu acho... - Eu parei pra pensar e cheguei a uma conclusão que não tinha vindo à minha cabeça antes - Eu acho que ele não quer, na verdade.
- Por que ele não iria querer? - Débora me olhou, levantando uma das sobrancelhas.
- Eu não sei, ué. - Dei de ombros - Talvez ele goste de outra pessoa.
- Ele não te chamaria pra fazer coisas com ele, ou mesmo te chamaria pra uma reunião com os amigos dele, se não quisesse. - Marcelo sugeriu.
- Eu não sei...
- Eu acho que ele não sabe se deve fazer isso, ou mesmo não sabe se você ficaria com ele. - Marcelo continuou.
- Joga umas indiretas! - Débora ficou empolgada - Joga o cabelo, faz um charme!
- Está maluca!? - Perguntei, meio surpresa - Eu não sei fazer isso!
- Ah, claro que sabe!
De repente, ela e Marcelo começaram a fazer pequenos teatrinhos de como eu poderia fazer charme, ou melhor dizendo, me atirar pra cima do garoto. Fiquei incrédula com a capacidade de atuação dos dois, mas era bem engraçado quando eles dois faziam caretas um para o outro.
- Gente, eu não vou fazer isso... - Falei, por fim.
- Por que não? - Ela me perguntou.
- Eu não sei se de fato quero algo com ele, e da mesma forma, não quero tomar a iniciativa.
- Sabe que, se você não tentar, pode descobrir que gosta dele e ser tarde demais. - Marcelo me avisou.
- Pode ser que sim... - Falei - Mas é um risco que acho que vou correr.
Entramos no computador e mostrei algumas fotos do Gabriel, para os dois, e do André para a Débora. Eu achava meio óbvio que o Marcelo iria gostar que eu ficasse com o primo dele, já que aí, teríamos uma relação direta. Fiquei surpresa quando ele comentou que Gabriel era mais bonito, na opinião dele.
- Por que está me olhando assim? - Ele perguntou.
- Não achei que você fosse gostar mais do Gabriel. - Comentei.
- Por que não? Só porque o André é meu primo, não quer dizer que eu o ache o par perfeito pra você. Naquela oportunidade, ele era a perfeita companhia pra você.
- E agora? - Perguntei.
- Nos diga você. Como o Gabriel é.
- Ah, gente... - Fiquei sem saber o que dizer, apesar de não saber o porque - Eu não sei bem.
- Para com isso! - Débora me deu um tapinha - Fala logo!
- O Gabriel é muito legal e a gente se dá muito bem. Gostamos das mesma coisas e os dias que nos encontramos são perfeitos praticamente, mas ele nunca tentou nada e acho que sou só uma amiga pra ele.
- Você falou isso como se visse esse nunca tentar como um problema. - Marcelo apontou e deu um sorrisinho.
- Eu quero beijar ele! - Eu disse.
- E o André? - Débora perguntou, os olhos arregalados como se fosse me matar em busca de informação - Como é com ele?
- Ele é mais o tipo que já está querendo falar de algo sério e joga indiretas o tempo todo. Ele faz mais o tipo fofo, vamos dizer assim. - Falei - Aquilo é... Bom, fofo.
- Você quer algo sério? - Ela perguntou.
- Eu não sei.
- E não sabe porque o Gabriel te conquista. - Marcelo afirmou, jogando o cabelo para trás.
- Eu nunca disse isso.
- Não precisava. - Ele sorriu, mostrando os dentes, como se fosse o dono da razão. Só pra variar.
- Você é sempre o dono da verdade! - Reclamei.
- Você sabe que isso é verdade. Dá pra ver.
- Eu gostei dele, sabia? - Débora o abraçou.
- Engraçadinha. - Fiz uma careta para os dois - Tira a mão dele.
- Agora você além de encalhada, é ciumenta? - Débora comentou. Marcelo riu.
- Não - Comentei -, só que agora eu quero um abraço dos dois.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Demorou mais saiu! Espero que vocês gostem e continuem comentando. Essa história está acabando e fico feliz a cada comentário que recebo por e-mail quando vocês lembram de mim. Isso me impulsiona a continuar escrevendo.
Abraços!