Virei-me e olhei, as lembranças me atingiram como um baque ensurdecedor. O muro que eu havia construído para evitar as lembranças dele foi completamente dizimado. De repente me vi presa em seus olhos verdes-escuros, e olhando aqueles olhos eu sentia poder ver a alma dele. Então como a mais profunda tortura do mundo, ele abriu um sorriso. A lembrança tomou conta de mim por total, eu estava revivendo aquele momento do passado.

“Era uma tarde ensolarada de primavera, o sol brilhava alto, as flores pareciam sorrir, corri e sentei embaixo de uma árvore rindo, Edward correu até mim, pulou em cima de mim derrubando-me no chão.

– Aiiii. - gemi.

– Eu te machuquei? - perguntou Edward preocupado.

– Não. - falei - Só me pegou de surpresa, você me assustou sabia?

– Boom. - ele sorriu - Devo dizer que você fica linda assustada.

Eu ri.

– Ótimo. Então faça-me um favor e sai de cima de mim.

– Não - ele riu - estou feliz aqui.

– Mas eu não estou. - Falei fazendo um biquinho.

Nesse momento ele me girou. Fiquei deitada por baixo dele com as mãos acima do meu corpo presas ao chão pelas mãos dele, ele sentou em minha barriga, colocou o rosto bem perto do meu.

– Acho que eu posso dar um jeito na sua infelicidade. - ele sussurou.

– É mesmo? - desafiei - Como?

– Assim. - Ela falou e me beijou. Suas mãos soltaram as minhas e pararam na minha nuca, minha mão ao ser libertada foi de encontro ao cabelo dele. Ele me girou e eu acabei por cima dele, então ele se afastou. - Continua infeliz?

– Não - falei sorrindo - Você é mágico.

– Não, - ele sorriu - sou apenas um garoto loucamente apaixonado pela menina mais bonita do mundo.

– Cadê ela então? - pedi envergonhada.

– Bem na minha frente. - Ele falou me levantando e me pondo sentada a sua frente. - Eu te amo Isabella Swan. Te amo como nunca amei ninguém. '

Então a imagem de minha lembrança mudou, fui tele transportada para outro lugar.

Odia estava chuvoso, Edward não havia aparecido na escola e nem fora me buscar no final da aula com seu carro como eu havia imaginado, então eu tive que vir correndo até em casa nessa chuva horrenda. Peguei a chave na minha bolsa e fui abrir a porta, mas estranhamente ela estava destrancada. Entrei correndo para dentro de casa e fui no banheiro me secar. Enquanto tomava um banho comecei a pensar.

Faltava pouco mais de 2 dias para a viagem de intercâmbio do Edward, estava feliz por ele. Ele iria para Londres, é claro que eu sentiria saudades, eu sentiria muitas saudades, mas tudo bem, o amor que nós sentimos um pelo outro resistirá o tempo e a distância, afinal eu tenho que ser forte, não posso ficar triste... Fazer esse intercâmbio é o sonho de Edward, eu devo apoia-lo, apoia-lo em tudo que ele decidir. Ele vai ser feliz se for pra Londres e eu? Bom... eu serei feliz vendo ele feliz.

Coloquei uma calça jeans, uma regata branca e uma jaqueta forrada por cima. Fui alegremente para meu quarto pronta para pegar meu celular e ligar para Edward dizer que amava-o e pedir qual forá o motivo de ele faltar aula e não ir me buscar no colégio. Olhei para a cabeceira de cama onde meu celular fica.

– An ? - falei alto - O que será esse papel? Charlie começou a deixar bilhetes dentro do meu quarto? Não seria melhor na cozinha, Charlie?

Ri sozinha. Desdobrei o pequeno papel e li as palavras que lá diziam.

“Bella, você sabe que eu não sou de uma garota só, agora eu estou me mudando para um intercâmbio e não quero ter que te carregar como um “peso-morto”. Quero ser livre. Entenda e tente raciocinar pelo menos uma vez na vida. Edward.”

Cai sentada na cama, não podia acreditar no que meus olhos acabaram de ler. Edward não escreveria isso pra mim, escreveria? Sim ele escreveria. A resposta veio como um eco no fundo de meu pensamento. Uma forte dor atingiu-me no peito, lágrimas formaram-se nos meus olhos, a inconsciência me tomava aos poucos.

– O fim... o fim... - eu repetia sem parar, até que a dor venceu e a escuridão me tomou pro completo. “

Voltei para a realidade, olhei bem para os olhos do cara que havia me deixado um ano sofrendo e esperando por seu regresso.

– O que você quer, - falei ríspidamente - Edward Cullen ?