POV Edward

Não aguentei ver Jane chorando. Pobre menina. Beijei-a ternamente quando a ultima lágrima escorreu por seu rosto. Não havia desejo nenhum ali. Apena carinho e pena. Pena pois nunca chegaria a ama-la como ela me amava, pena porque apesar de ser linda, eu já havia superado a fase em que ela exercia alguma atração sobre mim. A mulher sedutora que Jane era, agora encontrava-se aninhada em meus braços como uma criança amedrontada. Em hipótese alguma eu poderia magoa-la nesse estado, uma doce e singela menina que estava conhecendo pela primeira vez a dor do amor. Não, eu não estava rejeitando-a por maldade, nem para alimentar meu ego. Eu só não a usaria. Quem eu amava não era ela. Pobre garota.

- Eu te amo Edward - suspirou ela baixinho em meu ouvido.

- Desculpe Jane, - pedi, afastando-a e olhando em seus olhos - já havia lhe dito, não posso retribuir esse amor. Você é uma garota linda, deslumbrante e merece alguém que lhe ame de verdade. Meu amor já é destinado a outra pessoa. 

- Eu posso fazer você me amar, eu sei que posso! - Ela falou me fitando com seus olhos mergulhados em um mar de pura inocência.

- Não Jane, - disse delicadamente - por favor, não me coloque numa situação complicada. Eu gosto de você como amiga, e não passará disso. Não quero lhe magoar ou lhe iludir com falsas esperanças. 

- Mas você me beijou!

- Foi um erro - suspirei derrotado - não aguentei lhe ver naquele estado. Não houve amor nesse beijo, desejo, paixão ou coisas do gênero. Foi um beijo fraternal Jane. E também o ultimo. 

- Eu não quero que seja o ultimo.

- Minha doce Jane, já não importa o que você quer. Eu tenho de fazer o que é certo e necessário, não vou lhe iludir e...

- ME ILUDA EDWARD - ela gritou - ME USE, BRIQUE COMIGO. Por favor. Qualquer coisa. Só não me deixe sem você. Eu sou sua Edward. Eu sou. ME USE.

- Jane! - Exclamei surpreso - Não esperava uma reação dessas. Pare de se rebaixar. É óbvio que não farei nada disso.

- POR FAVOR EDWARD - implorou ela se jogando ao chão, em lágrimas - por favor. Eu amo você.

- Jane, não. - Levantei ela delicadamente, apertei-a contra mim num abraço forte - Seja forte. Você vai superar. Todos superamos. Com o tempo você esquece.

- Então você também vai superar a garota que você ama, certo? Se com o tempo a gente esquece, você também vai esquece-la.

- Eu tento não te iludir, mas você faz isso sozinha - ri docemente - Não meu anjo, comigo é diferente. Eu sempre vou ama-la. Sempre. E estou indo atrás dela amanhã. Por isso, vou para casa agora, descansar. Aproveite o resto da festa, tenho uma longa viagem amanhã. Tchau - Dei-lhe um beijo no rosto.

- Não vá. - Pediu ela, chorando de novo.

- Tenho de ir, não tem mais clima para festa, pelo menos não pra mim. Até mais.

Soltei-a e fui para casa. Não poderia ficar nem mais um minuto ali. Eu não a amava, nunca tinha amado-a. E nunca imaginaria que as coisas que aconteceram entre nós dois a deixariam assim. Não forá minha intenção magoar a Jane, jamais quis que ela se apaixonasse por mim. Jamais quis que menina alguma se apaixonassse por mim. O que para eu foi apenas uma diversão, para Jane era algo sério. Sabia que ela tinha uma queda por mim, mas nunca imaginei que chegaria a esse ponte. Essas maluquices de amor, essa humilhação toda. Não era totalmente minha culpa, mas tive minha parcela de contribuição nisso. Uma parcela muito grande. Essa menina não tinha mais jeito. Teria de superar isso por si mesma. Fiz tudo que poderia fazer, ela teria de fazer sua parte. Mas por hora, esqueceria-a. Tomei um banho gelado, tirei a roupa de festa, deitei e dormi. Precisava acordar cedo amanhã.

Era 6:30 quando meu celular despertou, peguei minhas malas e parti para o aeroporto. Fiz o check-in e embarquei. Seria uma viagem longa. Botei meus fones no ouvido e abri um livro qualquer que tinha trazido para me distrair e folheei as páginas sem realmente ler o que estava escrito lá. Minha mente vagueava por entre minhas lembranças, o brilho dos olhos de Bella. Seu sorriso. O gosto do seu beijo. A suavidade de seu toque. A dor apertava meu peito, tanto quanto minha mente sentia o alivio porque em breve teria tudo isso novamente para mim. Minha princesa. A mulher da minha vida. Eu levaria ela comigo para Inglaterra quando partisse. Fariamos intercâmbio juntos, morariamos juntos, casariamos. Eu faria ela feliz mais do que qualquer homem algum dia poderia faze-la. Eu faria ela a mulher mais feliz de todas. E a mais amada também. Mataria e morreria por ela como um dia havia jurado fazer. E é isso que estou fazendo hoje, voltando para cumprir todas as promessas que um dia fiz a ela.

Mal a pena desembarquei do avião e liguei direto para sua casa, sua mãe atendeu e disse que ela havia saído passear pela cidade. Fui atrás dela. A cidade não era grande, encontraria-a facilmente. E mesmo que eu não encontrasse de maneira fácil, eu vasculharia cada canto do mundo onde ela pudesse estar e encontraria-a.