Nobre Sangue escrita por IndustrialFlake


Capítulo 2
Capítulo 2




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Com um suspiro, Flake foi jogado de volta à sua desprezível realidade. Gotas de suor desciam pelo seu rosto e ele respirava pesadamente. Tinha sido apenas um sonho. Se sentou e gemeu de dor. Olhou para baixo, para seu colchão branco e viu as manchas escuras. Sangue. Dirk havia estuprado-o novamente. Flake escondeu o rosto nos joelhos e chorou. “Não agüento mais isso... Já se passou um ano...”. Suspirou e se levantou para ir ao banheiro e se lavar. Passou pelo quarto de Dirk; ele não estava lá. Ele respirou mais algumas vezes antes de continuar. Mal entrou no banheiro e já sentiu uma mão gorda correr no meio de seu cabelo. Sua mão aberta foi voando na cara do homem, que quase caiu para trás. Aí Dirk começou a rir.

            –Você vai mesmo me bater? – ele disse maliciosamente, agarrando a gola da camisa de Flake e puxando-o para mais perto de si. Flake se debateu e tentou empurrar o “pai”, que apenas riu com sua reação – Ah, vem cá! – Dirk agarrou a nuca de Flake e grudou suas bocas, forçando sua língua a entrar na boca do mais jovem. Dirk sentiu seu membro se contorcer enquanto ouvia os grunhidos abafados de Flake, as tentativas de protesto, enquanto ele se debatia. Ele mordeu os lábios de Flake e rompeu o beijo um pouco – Nossa, Christian, você é delicioso...

            Flake, por sua vez, estava ofegando, tremendo, paralisado pelo tipo de “atenção” que estava recebendo. O homem o atacou novamente com a boca, dessa vez ele não lutou, não tinha um motivo para lutar, Dirk sempre o teria. Lágrimas começaram a escorrer de seus olhos enquanto ele empurrava Dirk. Flake se apoiou na parede, tentando respirar.

            –Pára! – ele disse, respirando pesadamente. Dirk se aproximou dele e passou a mão na sua bunda, tentando enfiar a mão por dentro da cueca já machada com sangue de Flake, que gemeu de dor e deu outro tapa em Dirk. O homem agarrou o rosto de Flake e bateu sua cabeça contra a parede.

            –Ah, Flakezinho... – Dirk começou, mas foi cortado pela mão de Flake na sua cara.

            –Não me chama assim, você não tem direito de me chamar assim. – Flake chorou mais, porque “Flake” era um apelido que a mãe tinha lhe dado. Ele ficava sentimental quando pensava na mãe. Ele conseguiu se soltar da mão de Dirk e correu para o andar de baixo da casa.

            –Você não tem para onde correr, Christian! As portas estão trancadas! – ele ouviu Dirk gritar de lá de cima e ouviu também os passos, seguindo-o.

            “Só tenho uma chance” Flake pensou, correndo para cozinha e agarrando o primeiro facão que viu. Se virou e Dirk já estava atrás dele, sendo que ele recuou quando viu o facão na mão do rapaz.

            –Você vai me matar agora, Flake? – Dirk disse em um tom debochado, rindo.

            –Mãe olha, acho que eu melhorei! – Flake correu para o piano e estendeu seus bracinhos, tentando alcançar a tampa do piano.

            Annie riu suavemente enquanto pegava Christian no colo e fazia-o sentar sobre suas coxas, na frente do piano. Abriu a tampa do piano e as mãozinhas delicadas do filho já voaram em cima das teclas, produzindo a melodia de um jeito estranho, mas realmente melhor do que a da semana passada.

            –Estou tão orgulhosa de você, Flake. – a mulher beijou a têmpora da criança, assim que ele parou de tocar o piano – Você vai ser um ótimo pianista. Vai tocar na Orquestra Filarmônica de Berlim.

            –Igual à mamãe. – Flake sorriu, ainda com seus dentinhos de leite.

            –É... – Annie suspirou alegremente – Igual à mamãe.

            –Não me chama de Flake, seu inútil! – o menino rosnou, brandindo a faca. Dirk riu ainda mais.

            –Você não tem coragem, eu sei. Você é só uma criançinha assustada.

            –Não, eu não sou mais criança. Você tirou minha infância de mim, não lembra? – Flake disse com desprezo.

            Dirk ficou quieto, mas franziu as sobrancelhas, pensando em como iria tirar a faca da mão de Flake e depois ia estuprá-lo de novo.

            –Desde o momento em que você forçou esse seu pau nojento em mim, eu não fui mais criança. – Flake abaixou um pouco a faca.

            Era o momento; momento o qual Dirk não desperdiçou. Ele foi para cima de Flake e as luzes se apagaram.

            –Merda! – ele gritou, agarrando o ar. Ele não conseguia ver nada por causa da escuridão e agora havia perdido Flake – Cadê você, Christian Lorenz?! – Dirk gritou para o nada. Silêncio. – Eu vou te pegar, não adianta você se esconder. As luzes vão voltar... Você vai tomar muita porrada...

            Com a fraca luz da lua, ele conseguiu ver o brilho da lâmina de uma faca e sorriu. Aproximou-se, mas só encontrou a faca. Tateando, ele vasculhou cada cômodo escuro da casa, sem encontrar nada. Ele gritou amargamente, com ódio. Christian tinha fugido.


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