HERMIONE

Estava no Salão Principal, na mesa da Grifinória com meus amigos, mas não prestava atenção alguma ao que eles diziam. Eu estava realmente muito, muito confusa sobre tudo que estava acontecendo. Minha cabeça estava tão lotada que estava pensando na possibilidade de comprar uma penseira para que pudesse organizar aquele turbilhão de pensamentos que estava me dando uma enxaqueca enorme. Isso sem contar nos sentimentos que não conseguia sequer identificar, quanto mais lidar com eles. OK, eu menti quando disse que não sabia identificar os meus sentimentos, a esta altura do campeonato eles já estavam mais que claros para mim.

Eu estava apaixonada por Draco Malfoy, perdidamente apaixonada. Só não sabia como e nem quando tinha acontecido.

Fui reunindo lembranças e montando as peças, tentando chegar a uma resposta.

Quando começou?

Tenho que admitir que aquele beijo no dia do meu aniversário mecheu, e muito comigo. Na verdade, desde o fim da Guerra que o loiro tem mechido muito comigo. Sua mudança repentina acendeu algo dentro de mim que eu nem mesmo imaginava existir. 

Eu realmente gostava de Rony, mas após apenas algumas semanas de namoro, eu percebi que não daria certo, que continuar com aquilo poderia acabar afetando a nossa amizade, o que eu eu não queria que acontecesse de forma alguma. Não que Rony não fosse um bom namorado, mas quando estava com ele, eu sentia que faltava alguma coisa.

Ronald passou grande parte do tempo fora de Hogwarts tentando me convencer a voltar com ele, dizendo que as coisas seriam diferentes entra nós, que ele faria o que fosse preciso para que fôssemos felizes... que ele me amava. Tudo que eu podia dizer é que não daria certo, e ele acabou desistindo.

No início das aulas, quando vi Draco pela primeira vez após a Guerra, eu não sabia exatamente o que estava acontecendo comigo, porque meu coração disparara frenéticamente e porque eu levei vários minutos para só então tomar coragem o suficiente para convidá-lo para sentar-se conosco.

Durante todo o trajeto de Londres até Hogwarts, eu não conseguia para de pensar nem de observar o garoto loiro sentado ao meu lado. Todas as vezes que pensava que ele não estava olhando, eu o espiava com o canto dos olhos. Draco pode não ter notado, mas Harry concerteza notara e parecia entender perfeitamente o que estava acontecendo e gostar daquilo. Era apenas uma desconfiança minha de que Harry notara, mas eu tive certeza depois do olhar que ele me lançou quando saiu do trem e me deixou a sós com Draco.

As semanas foram passando e a cada dia eu me encantava mais com o novo Draco Malfoy. Ele era doce, carinhoso, atencioso, brincalhão, inteligente. Definitivamente, aquele não era o garoto idiota e desprezível que eu sempre odiei...

Não, por mais que seja difícil admitir, o Draco Malfoy que eu agora conheço, é o homem que eu estou começando a... amar.

Não posso mais negar que o que sinto por ele é mais que atração, mais que paixão, eu realmente estou amando Draco Malfoy.

A sensação de segurança que tenho quando estou com ele, o fluxo elétrico que toma meu corpo quando ele me toca, as borboletas esvoaçantes em meu estômago, as mãos suando frio...

Credo!! Pareço até uma adolescente de 12 anos que acabou de encontrar o seu primeiro amor! Mas de alguma forma, eu sinto que não passo disso, uma adolescente de 12 anos que acabou de descobrir o que é amar.

É nesse momento que vocês me perguntam: mas o seu primeiro amor não foi o Rony?

Não, o qu eue sentia por Ronald não chega nem aos pés do que eu sinto por Draco, estou realmente convencida que o que eu sentia por ele era apenas amizade, é apenas amizade, pena que o idiota cabeça dura não consiga enchergar isso.

Eu provavelmente estava com um sorriso mega-bobo no rosto quando pensava nele, mas era inevitável não sorrir ao lembrar do selinho que eu dei nele hoje por acidente.

Saindo do meu devaneio, olhei para a mesa da Sonserina a sua procura, mas não fiquei nada feliz ao ver que ele conversava animadamente com a garota mais linda que eu já havia visto, e olha que eu conheço Fleur Delacour!

Quem era aquela garota?

Tenho certeza que nunca tinha visto aquele rosto antes, eu me lembraria. Não era estudante de Hogwarts, pois seria impossível eu passar 6 anos naquela escola e nunca ter visto uma garota que provavelmente estaria no mesmo ano que eu.

Ah, ótimo!

Agora ela estava abraçando o meu garoto?

Peraí, meu garoto?

É idiota, meu garoto! 

Desde quando Draco Malfoy te pertence Granger?

Ora, desde... desde... desde sempre, ele é meu e ponto.

Ah, ele é seu? Então porque a outra está agarrada com ele?

Ela... ela... ei! Espera aí! Desde quando eu devo satisfações para mim mesma? 

Cara, eu realmente estou ficando maluca, mas isso não exclui o fato daquelazinha abraçar o meu... o meu... o Draco como se fossem velhos amigos de infância!