–Hei!Psiu!-Um garoto corpulento com roupas da Sonserina me chamava, um dos amiguinhos de Seve.

Ele estava se escondendo atrás de uma armadura.

–Que você quer?

–Snape mand...pediu que eu te entregasse isso- Ele me entregou um pedaço de pergaminho e saiu correndo.

Desde o episódio do Lago Seve me evitava. Até nas aulas de poções ele não se dirigia a mim.
Desdobrei o pergaminho:

Preciso de ajuda num trabalho, você me ajuda? Estarei na biblioteca na hora do almoço.
Serv. Snape

Eu ainda tinha dois horários antes do almoço. História da magia se arrastou pela masmorra gélida do Sr° Biins. Transformação foi mais agitada, pois Os Marotos insistiam em mudar o feitiço. Transformavam palitos de fósforos em fogos de artifícios que estouravam nas cores das casas da escola, menos da Sonserina. Todos os alunos aplaudiam, menos eu.

–Já chega!- A Profª McGonagall apesar de encantada, explodiu com ferocidade.-Façam o feitiço assim como eu disse! OU a turma inteira pagrá escrevendo 30cm sobre a apostila que receberam mais cedo sobre os Explosivins, para amanhã!

–Fácil!-Sirius Black zombou da ameaça.

–Com tinta permamente.- A professora sibilou e a turma murchou.

Eu já tinha conseguido executar perfeitamente o feitiço e estava terminando o relatório quando uma borboleta de origami pousou em meu caderno. Olhei em volta a sala, e parei quando Potter piscou e pediu que eu abrisse. Hesitei, porém obedeci.

Um bilhete:

Por que você é tão emburrada?
Estraga o brilho dos teus olhos Evans.
T.Potter -Pontas

Meu coração deu cambalhotas e minha respiração ficou acelerada quando terminei de ler a última frase. Tentei me controlar, eu não me deixar enganar por ele. Com certeza ele só queria me aborrecer. Ele nunca tinha visto meus olhos de perto! Eles nunca brilharam para ele!

No fim da aula guardei o bilhete de Potter junto com o de Seve e segui para a biblioteca.

Seve estava lá, com a aparência pior do que nunca, mas quando me viu abriu um sorriso que me alegrou.

–Pensei que você estava com rai...

–Você me ajuda?- Ele apontou a cadeira para eu me sentar.

–Sim, é sobre o que o trabalho?

–Bem, nem é um trabalho, é mais uma pesquisa sobre, lobisomens. Mas antes preciso saber umas coisas sobre o Salgueiro Lutador.

–Ok, vou pegar uns livros.

–Seu livro de AMOH aqui?

–Está na mochila!

Peguei alguns livros que achei que nos ajudariam e voltei a mesa. Eu não entendi que ele queria com essa pesquisa mas resolvi ajudar, para quem sabe melhorar a situação entre nós. Quando voltei a mesa Seve lia com seriedade parecia estar com raiva do livro. Cheguei mais perto e vi que não era o livro que o tinha deixado com raiva, era o bilhete de Potter.

–O que é isso?- Ele me lançou um olhar perverso e assassino.

–Não te importa- Eu peguei o bilhete de volta e guardei na bainha da saia.

–Você gosta dele?

–Não! Seve é só um bilhete idiota- Eu tentei respirar fundo- Aqui estão os livros.

Ele abaixou a cabeça na mesa e passou os dedos finos pelo cabelo preto.

–Desculpa Lily, eu não devia ter reagido dessa forma. Sei que você detesta o Potter.

–Esquece, agora vamos logo fazer essa pesquisa. Mas vem cá, para que você vai pesquisar sobre isso?

–Curiosidade.

Potter passou por mim naquela noite antes de ir para o dormitório. Foi estranho, nós fitamos um ao outro por um tempo até que o resto do grupo dos babuínos chegou.

–Boa noite Evans!- Black deu um sorriso que eu nunca tinha visto antes.

Enquanto meus pés resolveram não me obedecer eu os observei. Eles eram de um modo geral, bonitos, Potter tinha um certo "q" de galã.

–Noite Black.

–Pode me chamar de Almofadinhas- Ele fez um movimento de quem desembainha uma espada.

–Prefiro Black.

–Emburradinha ela né Tiago?- E todos saíram rindo para o dormitório.

Tiago olhou a janela e depois voltou sua atenção para mim.

–Desculpa aquele dia no lago, eu queri...

–Chamar atenção, e não é a mim a quem você deve pedir desculpas o Sev...

–Se você acha que vou pedir desculpas ao ranhoso! HA! Só em sonho Evans.

–Dá pra ver. E o nome dele é Severo.- Eu cheguei mais perto e senti o perfume dele, me desnorteou.

Ele devia ter feito algo comigo porque eu me acalmei.

–Tanto faz, mas em todo caso, boa noite Lily.

Ele disse meu apelido e saiu, me deixando completamente idiota, parada, petrificada. Quando ele falou meu apelido, sua voz pereceu sinos em minha cabeça. Ele me deixou confortável. Me deixou amando.