E lá estava eu, novamente, correndo pelas ruas desertas e mal iluminadas. Isso foi graças aos meus amigos que me prenderam na biblioteca para fazermos o trabalho de história. Se eu não chegasse logo em casa eu ficaria de castigo, pela minha irresponsabilidade. Logo, avisto a minha casa - que era de uma cor até que chamativa, amarelo.

"Que estranho às luzes estão apagadas."

Quando entro, e acendo-as, vejo na mesinha que fica na entrada um bilhete. E pela letra, deveria ser a da minha mãe.

-”Logo estaremos em casa. Beijos, mamãe e papai."Típico da senhora mãe.

Fui para a cozinha, estava faminta. E como sempre, minha mãe não deixou a minha janta. Olho para o relógio que fica em cima da pia e vejo que são dez da noite.

"Já passou do toque recolher...”

- Mãe. Onde a senhora foi com o papai?

Remexi a cozinha toda para ver se encontrava algo para jantar. E não encontrei nenhuma comida.

- Parece que meus pais ainda não foram no mercado fazer compras.

            Quando abro o armário em cima da pia encontro um pacote de miojo. Peguei a panela coloquei água e deixei ferver. Enquanto fervia fui em direção à geladeira para ver se encontrava algo para beber. E só tinha água.

- Que ótimo, Sara, só tem água.

Escutei algo borbulhando e era a água que tinha fervido, sai correndo e coloquei o miojo dentro da panela, quando ficou pronto adicionei o tempero. Fui com o prato na mão até a mesa e me sentei. Terminei a minha "janta", fui lavar a louça e depois subi para o meu quarto. Que era o último cômodo do segundo andar. Abri a porta e me deparei com aquela bagunça.

- É. Preciso arrumar esse quarto, urgentemente. Não sei como a minha mãe ainda não reclamou. Ah! Mãe.

 Peguei o celular que estava no bolso da calça jeans e disquei o número dela, caiu na caixa postal, tentei o do meu pai e aconteceu a mesma coisa.

- Ah! Que droga!

Joguei o celular na cama, sorte que ele não caiu no chão. Fui em direção ao armário, peguei o pijama que era uma calça de moletom branca e uma blusa de manga curta da mesma cor, só que com flores azuis. Fui tomar um banho, para ver se relaxava. Quando acabei, penteei o meu cabelo e escovei os dentes. Andei até a janela e abri as cortinas, o céu estava escuro. Sem lua e nem estrelas, estava ventando, dando aquele ar sombrio. Fechei a cortina, liguei o abajú e desliguei a luz. Enrolei-me no edredom e adormeci.