We Must Reinvent Ryden escrita por RyRo


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Desculpe se demorei um pouco, aqui está lol



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O dia foi um pouco pior do que eu tinha imaginado que seria, mas finalmente ele acabou. Fui deitar, mas não consegui dormir. Virei de um lado pro outro na cama, me cobri e me descobri, fiz de tudo pra achar uma posição confortável. Eu não acharia, simplesmente porque o que estava desconfortável era aquele aperto no peito. Meu celular despertou. Mesmo não conseguindo dormir ou ao menos ficar quieto em uma posição, eu queria ficar na cama o dia todo. Eu não sabia com que cara olharia pra Brendon hoje. Levantei, fiz tudo o que tinha que fazer, fiquei pronto e saí, sem comer nada. Eu não tava a fim de ver ninguém, não tava a fim de ter que explicar pra ninguém o que aconteceu. Mas eu teria porque encontrei Spencer na calçada como de costume, que logo percebeu que eu não estava bem. Ultimamente, quando eu estava? Ele ficou me olhando esperando eu dizer alguma coisa e eu apenas o encarei por uns segundos e continuei andando. 

- Ih cara, você tá bem?

- To. 

- É, to vendo... - Ele falou ironicamente.

- De boa, não quero conversar. - O interrompi e ele me olhou estranho, mas aceitou.

- Ok, né.

Continuamos andando em silêncio, Brent chegou e nos cumprimentou, não respondi mas pude perceber Spencer falando alguma coisa pra ele que eu não me preocupei em me esforçar pra descobrir o que era. Chegamos na escola e confesso que fiquei um pouco curioso porque não vimos Brendon onde ele costumava nos esperar. Subi pra sala como quem não se importa, eu não tinha muita opção a não ser me sentar no meu lugar e ficar lá até a hora de ir embora. Deitei minha cabeça na carteira. Fiquei daquele jeito as três primeiras aulas, devo ter dormido um pouco. No final da terceira aula, levantei meu rosto amassado da mesa e procurei Brendon com o olhar  por toda a classe, ele não estava lá. Eu ia ligar pra ele mas achei melhor deixar quieto. Eu já tinha ferrado tudo suficientemente. Olhei pra Spencer, que percebeu que eu o procurava.

- Eu não sei de nada. - Ele falou.

- Pois eu sei. - Suspirei.

- O que? - Ele e Brent ficaram me olhando esperando uma resposta. - O que aconteceu?

Tive que explicar pra eles tudo o que aconteceu e a reação deles não foi bem o que eu esperava. Parecia que se sentiam mal por mim. Spencer foi dizer alguma coisa mas eu o interrompi antes que ele pudesse começar.

- Deixa quieto, eu sei que fiz merda, eu deveria saber que era óbvio que ele nunca gostaria de mim. O que eu posso fazer agora? Já estraguei tudo, não se preocupem comigo.

- Mas ele não disse nada, pare de tirar conclusões precipitadas. - Brent disse.

- E é óbvio que a gente se preocupa, olha pra você Ryan. - Spencer completou.

- Esquece isso. - Falei mal humorado. 

Passamos o intervalo na sala, só saí da cadeira na hora de ir embora. Levantei, me despedi de Spencer e Brent ali mesmo com aceno rápido e saí correndo. Cheguei em casa, taquei minha mala num canto e liguei pra Brendon. Ele não atendeu. Almocei, liguei pra ele, lavei a louça, liguei pra ele, fui ver tv, liguei pra ele em todos os comerciais, dormi um pouco e liguei pra ele antes e depois disso, fui jogar video game, dei pausa pra ligar pra ele várias vezes. Ele não me atendeu em nenhuma delas. E eu era idiota demais pra parar de me torturar dessa forma, liguei e liguei pra ele de novo, embora eu não aguentasse mais isso. Provavelmente ele tinha colocado o celular no silencioso da primeira vez que eu liguei. Eu não iria até a casa dele, se ele não queria falar comigo, imagina então me ver. 

Todos os dias ia pra escola na esperança de vê-lo, ele não apareceu a semana toda. Saí da escola na sexta-feira correndo igual um louco. Cheguei em casa, tomei um banho e decidi que iria até a casa dele, afinal, ele ficou cinco dias sem aparecer na escola e não atendia minhas ligações. Fui andando calmamente até sua casa, ou pelo menos eu tentava me manter calmo. Quando foi que ficou tão difícil falar ou ver Brendon? Costumava ser uma coisa tão natural, costumávamos ser melhores amigos. Respirei fundo e bati na porta de sua casa. Pouco depois sua mãe abriu e sorriu ao me ver, como de costume.

- Olá Ryan!

- Oi... - Sorri forçado. - O Brendon está?

- Tá sim, no quarto dele. Ele tá doente, por isso não apareceu na escola essa semana. Pode subir lá!

- Ah tá... Ok, obrigado. - Subi as escadas cautelosamente e bati na porta de seu quarto.

- Quem é? - Meu coração disparou, parecia que eu precisava ouvir sua voz pra cair  a ficha de que eu estava prestes a vê-lo.

- Sou eu... 

- Ah, entra. - Assim que abri a porta pude vê-lo fechar o notebook e colocá-lo no criado-mudo ao lado de sua cama, onde ele estava sentado.

- Você tá bem? Sua mãe disse que tava doente. - Fechei a porta e fiquei ali de pé o olhando.

- Estou bem, na verdade, nem estou doente. Precisava de uma desculpa pra...

- Fugir de mim? - O interrompi.

- É, eu não ia dizer isso.

- Tá certo, eu nunca deveria ter lhe dito aquele monte de coisa. - Ele se levantou quando eu disse isso e andou até mim, ficou me olhando esperando eu terminar de falar. - Tudo poderia voltar a ser como antes mas agora eu estraguei tudo. 

- Então era mentira? Tudo aquilo que você me disse, era mentira? - Pensei por uns segundos. Era óbvio que não era mentira e eu não podia mentir pra ele.

- Não. - Suspirei. - É tudo verdade. - Olhei pra baixo.

Ele chegou mais perto de mim e levantou meu queixo com sua mão, me fazendo o olhar bem de perto, ele sorria docemente e olhava em meus olhos.

- Olha, me desculpe... - Comecei a falar, mas não terminei.

- Shhh - Ele sussurrou me interrompendo, ao mesmo tempo que subiu sua mão pra minha bochecha e tocou meu lábio com seu polegar delicadamente. Fiquei quieto. Ele segurou meu quadril com sua outra mão e me puxou pra ele de modo que nossos corpos estavam colados, tirou lentamente seu polegar, mas manteve sua mão em meu rosto. Aproximou sua boca da minha e me beijou gentilmente. Levei uns dois segundos pra assimilar, então levei minha mão até sua nuca e nos beijamos por alguns minutos.

Devagar, ele foi afastando sua boca da minha então abri meus olhos. Nossos rostos ainda estavam muito perto, ele sorriu. Ele era perfeito. Da outra vez que me beijou, tinha sido muito intenso mas, por mais que eu gostasse dele, foi meio sem sentimento, foi por prazer. Agora foi diferente, ao mesmo tempo que eu não entendia o que ele queria de mim, eu também tinha ganhado esperanças. Ele foi tão gentil e eu pude pensar que talvez eu fosse correspondido. Senti um misto de prazer, felicidade e algum sentimento que eu não sei nomear, que fazia eu me sentir um idiota apaixonado. Eu não pude fazer muita coisa, estava completamente bobo, encantado e até impressionado com a maneira dele de me conseguir tão facilmente. Eu ainda tinha muitas dúvidas, tinha muitas coisas que eu queria saber e ele cada vez me confundia mais. Ele desceu a mão que estava no meu rosto até o meu ombro, eu só o olhava como um idiota o que fez ele parecer meio sem graça, e eu, sem ar. Ele olhou pra baixo pra fugir do meu olhar.

- Acho que... a gente precisa conversar... direito. - Ele disse pausadamente, pensando em cada palavra.

 - Acho que sim. - Toquei seu rosto de leve, o que fez ele levantar o rosto. Ele pareceu ter mudado de humor rapidamente, de repente ele parecia triste. O sorriso torto que ele me deu me passou isso. Senti um aperto no peito. Me aproximei e selei seus lábios delicadamente. Ele respirou fundo, deu um passo pra trás, se libertando de meus braços e sentou-se em sua cama. Me sentei no puf e fiquei esperando ele dizer alguma coisa.

- Ry... por mais que você não tivesse me rejeitado aquele dia que eu... que a gente... você sabe, por mais que você tenha me correspondido eu não imaginava que você gostasse de mim... dessa forma. - Ele parecia se confundir com as palavras e eu sabia exatamente como era isso. Apenas deixei ele pensar no que ia falar. - Você deve estar se culpando por tudo que aconteceu entre a gente, mas não faça isso, por favor. Foi tudo culpa minha, eu nunca deveria ter começado isso, eu nunca deveria ter saído da sua casa daquele jeito depois de todas as coisas lindas que você me disse. - Nessa hora, ele me olhou e sorriu, tão lindo que tive que sorrir também. Pude perceber que ele perdeu um pouco o foco do que ele dizia. - Então... me desculpe por tudo que eu fiz você passar, você é a última pessoa no mundo que eu queria ver mal.

- Você não tem de ser desculpar, Bden. 

- Eu gostaria muito de poder recompensar o que eu fiz pra você, eu acho que ao menos eu lhe devo explicações. Eu saí da sua casa daquele jeito porque... bem a gente não pode ficar junto. É... complicado. - Aquilo me acertou como uma faca. 

- O-o que é complicado?

- Lembra-se quando te disse que gostava de alguém também, certo? - Pronto. Tinha outra pessoa. Milhões de pessoas passaram pela minha cabeça e eu cheguei a conclusão de que ele gostava daquela garota que o beijava aquele dia, mas deixei ele continuar. 

- Lembro... - Eu apenas disse isso.

- Então, desculpe Ryan, eu queria te contar antes, mas você também estava nessa, você também tinha que se declarar a alguém, não é? - Ele sorriu de lado. - Eu estava tão sem coragem quanto você. Eu amo você, Ryan. Não sou tão bom com palavras quanto você pra dizer coisas parecidas com o que me você me disse naquele dia, mas eu gosto de você da mesma forma.

Aquilo sim era surpresa pra mim. Eu não sabia o que fazer, não sabia o que falar, não sabia o que pensar. Eu sempre achei impossível ouvir aquilo dele. Ele interrompeu meus pensamentos.

- Eu ia te contar, mas aquele dia que eu dormi com você na sua casa eu achei que você não fosse querer nada comigo sério, então eu lhe disse aquilo de ficar com você só naquela noite, me desculpe por isso também, era mentira, e eu não sabia que isso ia fazer você sofrer. Eu ia te contar mas mudei de ideia depois da notícia que minha mãe me deu.  - Era tanta coisa pra assimilar ao mesmo tempo que eu não sabia mais o que falar.

- Que notícia? - Perguntei, embora eu tivesse medo da resposta.

- É que... a gente vai se mudar, então vou ter que mudar de escola, vai ficar difícil da gente se ver.

- QUE? - Falei um pouco mais alto do que eu deveria.

- Desculpe, eu devia ter te falado antes, eu fiquei essa semana afastado, eu tinha que ter dado mais tempo pra gente antes de ir.

- Pelo amor de deus Brendon pare de se desculpar por tudo. - Disse, voltando ao tom de voz normal. - Quando você vai? - Senti aquela tristeza de novo tomando conta de mim.

- Domingo.

Parecia mesmo que nada gostava de dar certo pra mim. Quando eu finalmente achava que eu poderia ter o Brendon pra mim, que poderíamos ficar juntos, não dava. Sempre tem algo pra me impedir. Naquele dia, muitas coisas tinham me surpreendido, coisas boas e ruins. Infelizmente as ruins costumavam falar mais alto.


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