Spirit Bound Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Segue mais um tortuoso capítulo rs
Espero que gostem...



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Os sentidos aprimorados de vampiro me permitiam observar tudo a uma distância segura. Os Strigois que eu havia treinado estavam posicionados para atacar os guardiões que faziam a escolta de Lissa. Eu reconheci cada um deles e sentia uma ponta de diversão ao ver sua inútil tentativa de esconder os olhares nervosos, enquanto erguiam as suas estacas em punho, à medida que os Strigois se aproximavam. Eles estavam mortos, isso era óbvio. Foi uma armadilha e todos estavam encurralados. Por melhor que fosse o treinamento de um guardião, todos sabiam que havia horas que não se podia lutar e sim correr. Mas nem essa saída lhes restou naquele momento. Em fração de segundos o embate começou rápido e preciso como se esperava. Os guardiões lutavam bravamente, dando o melhor de si para protegerem os Morois. Sempre e sempre. Suas vidas não valiam nada, quando Morois estavam em perigo.

Mas o número dos meus vampiros era muito maior e eu assisti com satisfação a morte de cada um que estava com Lissa. Dhampirs e Morois. Os Strigois pareciam verdadeiras máquinas de destruição e eu não sabia dizer pelo que eles estavam mais sedentos. Se pelo sangue ou pelo prazer em matar. As minhas ordens eram claras. Podiam matar quem quisessem, mas deveriam poupar Lissa Dragomir. De longe, eu podia vê-la horrorizada, assistindo a tudo perto de um dos carros, enquanto Christian Ozera tentava lhe dar o mínimo de proteção, colocando-se à frente dela.

Quando percebi que não havia mais quem os defendesse, sai do posto onde estava e em frações de segundos me coloquei do lado dos dois. Era minha hora de agir. Com um rápida puxada, peguei Lissa que não ofereceu qualquer resistência. O choque em me ver como Strigoi era latente em seus olhos, assim como nos de Christian. Este era o meu plano.  Eu não conseguiria jamais atingir Rose tão perfeitamente se não ameaçasse o que lhe era de mais preciso. Rose havia sido educada em uma Academia de preparação para guardiões, onde a ideia primordial de que a vida de um Moroi valia mais do que a sua foi incrustada em sua mente. E dentre todos os Morois, Lissa era a única que faria Rose se lançar à morte sem pestanejar.

Mesmo sem tentar se soltar das minhas mãos que apertavam forte seus braços, Lissa tentou falar algo, mas o seu medo foi maior, impedido seus lábios de dizer qualquer coisa que fosse. Ela me olhava com total incredulidade. Eu tinha visto aquela mesma reação em Rose, quando a encontrei na Sibéria e agora, eu via em Lissa. Era como se olhos e mente se confundissem, na tentativa de encontrar o antigo Dimitri por trás do monstro. Sentimentos totalmente tolos.

Aquele pequeno momento de distração foi suficiente para uma grande labareda de fogo surgir atrás de Lissa. A luz forte e o calor intenso denunciavam o que eu já deveria esperar, mas havia esquecido por um instante. Christian, que era usuário do fogo, estava usando sua magia para se defender contra mim. Instintivamente, fechei um pouco os olhos, sentindo a claridade incomodar um pouco, mas ao mesmo tempo, sorri com o trunfo que ainda tinha. Eu estava em vantagem. Eu tinha Lissa comigo. Então, percorri uma as minhas mãos que apertava seu braço e segurei fortemente seu pescoço. Apesar de ser um meio de chegar até Rose, nada me impedia de matá-la ali mesmo, definitivamente Lissa não representava mais nada para mim.

“Apague isso,” eu falei para Christian, sem demonstrar qualquer sentimento. “Apague ou ela morre.”

“Não dê ouvidos a ele,” Lissa gemeu em meio ao aperto da sua garganta. “Ele irá nos matar de qualquer forma.”

Sem hesitar, Christian apagou a bola de fogo e a escuridão da noite voltou para nós. Os sentimentos das pessoas eram realmente os maiores aliados de nós, o Strigois. Se Christian não fosse apaixonado por Lissa, ele poderia me destruir com sua magia e sair vivo de tudo isso, embora isso lhe custasse também a vida dela. Senti uma satisfação tomar conta de mim, vendo que meu plano corria maravilhosamente bem e que nada iria me deter. E ter Christian comigo pareceu uma boa ideia. Mais um Moroi da realeza como refém surtiria um efeito enorme dentro da Corte.  

“Na verdade,” falei de forma agradável, “eu prefiro que os dois continuem vivos. Pelo menos, por mais algum tempo.”

O temor no rosto de Lissa se torceu com a confusão que se passou em sua mente. O mesmo aconteceu com Christian, provavelmente, aquilo que eu tinha dito ia contra tudo que eles conheciam sobre Strigois, sempre sedentos para matar Morois.

“Porquê?” Foi só o quê Christian conseguiu perguntar.

“Porque preciso de vocês como isca para atrair Rose.” Respondi quase que alegremente, embora não tivesse que dar qualquer satisfação a eles.

Eu sabia com quase cem por cento de certeza que Rose havia assistido toda aquela cena pelos olhos de Lissa. Os sentimentos de pavor e pânico dela devem ter passado para Rose através da ligação e provavelmente, neste momento, ela estaria aterrorisada. Era como se eu pudesse ver como uma cena de filme, ela correndo pelos corredores gritando por socorro e alarmando a todos do que tinha acontecido. Este era realmente um dos efeitos colaterais. Rose viria, mas não conseguiria sair sozinha da Corte. Não com sua última aventura em Las Vegas. Eu conhecia bem os guardiões e sabia que eles eram bastante severos quando o assunto era punição. E como Rose já havia sido graduada como guardiã, não era Kirova ou Aberta quem que lhe aplicaria uma penalidade. Ela estava agora sob a jurisdição do Conselho dos Guardiões e isso não era bom. Eu realmente duvidava que Rose conseguisse sair em uma missão de resgate, por isso fiz um bom trabalho em esconder qualquer rastro que fosse do local para onde estávamos indo. Nada podia levar os guardiões até nós. Somente um caminho deveria ser utilizado: a ligação de Rose e Lissa. Essa era a única forma de encontrá-la e a única forma dos guardiões deixar com que Rose viesse.

Eu sabia que tudo isso se tornaria um assunto de segurança real e um verdadeiro exército seria mobilizado nessa ação. Por isso, meu próprio grupo tinha sido exaustivamente treinado para enfrentá-lo. Desde que eu havia retornado da Sibéria, este tinha sido meu plano A para capturar Rose.

Eu não fiz esforço algum em impedir que Lissa avistasse todo o caminho que nós estávamos percorrendo. Na verdade, eu precisava que ela visse tudo, assim, Rose também veria. O cativeiro não era um lugar para ficar escondido e sim um lugar para o qual Rose deveria vir. Sem me preocupar com os danos que a velocidade causaria ao veículo, conduzi o carro rapidamente por uma estrada desnivelada, até um armazém abandonado, não muito longe do local do ataque. Dois Strigois seguravam Lissa e Christian no banco de trás e eu só conseguia pensar que, dentro de pouco tempo, eu teria Rose novamente.


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