_ Casa dos Bookers ? - repeti, achando que tinha alguma coisa familiar naquele nome. - Esse nome é tipo uma imitação do nome da Casa da Vida, das Crônicas dos Kane ?
_ Não, não tem nada a ver. Félix, tenho certeza que não faz nem cinco anos que essa série foi criada. O clã e a Casa dos Bookers  foram criados há 800, você sabe.

_ Ok. - dei de ombros.

De repente um homem e uma mulher, acho que tinham uns 37 anos, apareceram do nada na nossa frente, como se tivessem aparatado, que nem no Harry Potter. ( Eu não duvidava, com certeza deveria ser isso)

A mulher boquiabriu -se e perguntou, ofegando de espanto, para Leonard:
_ Leo, como você conseguiu trazê -lo aqui ?

Percebi duas coisas na hora:

1. A mulher estava impressionada por me ver.

2. Percebi que havia algo importante com relação a mim, pois, em Percy Jackson & os Olimpianos, as pessoas também olhavam para ele espantadas após ele matar o Minotauro.

Ah, e eu não estou me gabando, ok ?

Continuando:

Leonard respondeu:
_ Foi fácil. Ele é meu sobrinho, e acima de tudo, meu amigo.

Fiquei feliz com aquilo e sorri.

A mulher suspirou:
_ Não é isso, Leo. Você sabe o que eu quero dizer. A página...

_ Com a sua licença, Joane - Leonard  disse, entre dentes e com uma expressão de advertência para Joane -, tenho que ir mostrar o Túnel de Canalização para Félix.

_ O que é isso ? - eu perguntei enquanto ele me arrastava para longe dela, para trás de uma estante 500 metros à esquerda.

_ O lugar onde você iniciará o estudo da Arte dos Bookers, a nossa técnica. - falou ele, puxando um livro sem título nem páginas da estante.

Como nos filmes, uma parede oculta se abriu para o lado, mas em vez de ter uma sala secreta depois dela, havia um elevador.

Cinco segundos depois, as portas se abriram e Leonard me puxou para dentro. As portas se fecharam.

Eu ia perguntar o que íamos fazer, quando ele ergueu a mão, pedindo silêncio. Obedeci e meu amigo falou em um microfone que havia no lugar onde estariam os botões.

"A leitura engrandece a alma".

Mal o elevador começou a descer, as portas se abriram novamente e saímos.

_ Rápido, hein ? - comentei, e comecei a observar o lugar onde estavámos.

Tínhamos chegado a um corredor de parede descascada cheirando a papel velho cuja metade era ocupada por cadeiras de  bronze. A outra metade era ocupada por um túnel de pedra que, estranhamente, também cheirava a papel velho.

Uma lanterna apareceu do nada na mão direita de meu amigo, e ele a acendeu. Depois me guiou por 50 metros no túnel, e parou.

Parei também. Leonard estalou os dedos e um pergaminho velho amarelado e amassado apareceu. Nele haviam centenas de desenhos de furacões.

_ Essa será sua primeira lição. Deverá tentará canalizar o Furacão do Infinito. Ele é o primeiro poder que um Booker deve adquirir, e serve para liberar a passagem para a linha entre as duas dimensões, apesar de na verdade ela estar apenas algumas dezenas de metros acima. Foi por isso que eu disse que ela era uma espécie de túnel. - meu amigo indicou o próprio túnel onde estavámos.

_ Mas eu não sei fazer isso! 

_ Sabe sim, pô. Fica de joelhos e coloca as mãos no maior furacão do pergaminho. Aí se concentra muito, muito, o melhor que puder.

Fiz o que ele pediu, certo de que não iria acontecer nada, mas, quinze minutos de muita concentração depois, um mini - furacão de verdade saiu do furacão do pergaminho. Então ele foi substituído momentos depois por uma linha da cor de papel, que se abria ao meio.

_ Você conseguiu, Félix. - Leonard sorriu. - Canalizou o Furacão do Infinito!