Ele estava deitado de bruços olhando para fora da janela que ficava ao lado da cama.

Aizen estava em uma viagem para revender o pouco que restou do armamento que comprou, dessa vez ele tinha levado Tousen com ele e Gin ficou para cuidar que os outros não iriam sair da linha.

Uma batida leve na porta obrigou Gin a sair da cama.

— Quem é? — Ele falou pondo uma blusa e chinelos.

— Sou eu Ichimaru-sama. — A voz abafada pela porta disse hesitante.

Por um momento Gin havia se esquecido de seu compromisso. Abriu a porta com lentidão.

— Izuru! Não sabia que ia chegar tão cedo. — Ele falou dando um dos seus típicos sorrisos.

— Bem se estiver incomodando eu posso voltar, mas tarde. — O loiro falou olhando para o chão.

— Ah, mas nós temos que fazer o que Aizen tachou mandou ou ele pode ficar bravo conosco. — Gin falou pondo a mão no queixo.

— Então o senhor vai ir agora falar com o traficante?

— Tive uma ideia bem melhor. — Gin disse dando um sorriso brilhante. — E se você for lá sozinho?

Kira ficou quieto, dava para ver claramente que desde que chegou aqui a única coisa que faz é o que Gin não quer fazer.

— Bem se o senhor quiser.

— Ah, mas é claro que eu quero. Sabe, não gosto de ter que andar naquele lugar horroroso com aqueles viciados me olhando e pensando que sou algum tipo de vendedor. Sabia que eles até avançam em cima da gente? — Gin disse se divertindo com a expressão de pânico que Kira fez.

— T-tem certeza que você não quer ir?

— Ah Izuru eu sei que você vai saber falar com aquele homem, claro que ele é supersensível, ouvi dizer que mandou matar um homem só por ele ter falado que o sapato dele estava com lama.

— Só por isso? — Kira falou com medo.

— Sim, ele realmente é uma pessoa que se magoa por nada, tem que ter muito cuidado quando for falar com ele.

— O senhor já tem experiência por que não vem comigo?

— Simples Izuru. — Gin disse se aproximando do jovem. — Porque eu não quero.

Gin então se afastou de novo.

— Se divirta com eles Izuru e até mais!! — Dando um leve ‘tchau’ fechou a porta na cara de Kira e voltou para a cama.

Ele sabia muito bem que o tal traficante tinha um gênio difícil, mas Kira era inteligente iria saber se virar bem.

Ele voltou a olhar para a janela, talvez não ter deixado Aizen matar Kira e ter cumprido uma promessa pelo menos uma vez na vida não tenha sido tão ruim. Agora ele tinha seu próprio capacho, não que ele não tinha outros, mas agora ele achou um que não iria o desafiar e faria tudo o que ele pedisse, já que é por causa dele que o garoto está vivo.

Kira até era uma boa companhia e Gin adorava brincar com ele, claro que não eram brincadeiras de amigos já que nesse caso só quem se divertia era ele.

Ainda na cama ele ouviu o celular tocar, estava no bolço da jaqueta preta o que custou um pouco de tempo até encontrar.

— Alô.

— Alô, Gin?

— Quem mais séria?

— Não sei. Alguma daquelas garotas que andam com você?

— Fale logo o que quer Urahara estou muito ocupado.

— Se revirando na cama?

(Silêncio)

— Ok... Achei que você quisesse noticias sobre sua namorada mal humorada.

— Rangiku? O que tem ela?

— Bem como você disse que quer saber de tudo o que ela faz, soube que começou a trabalhar de babá na casa de um riquinho.

— Sabe de algo desse homem?

— Sim, seu nome é Kikuchi Keith e está tomando conta da empresa da família.

— E a esposa?

(Silêncio)

— Que esposa?

(Urahara sorri)

— Ele não tem uma filha logicamente tem uma mulher.

— Ai que você se engana Gin. A mãe da menina deixou ele e agora a SUA garota toma conta da filha dele.

(silêncio)

— O que? Ficou chateado?

— Ela só trabalha para ele não é?

— Pelo o que eu ouvi sim.

— Tem certeza?

— Vamos Gin... O cara tem uma filha, você não vai dar um ataque de ciúmes e mata-lo só porque a garota está trabalhando para ele.

— Eu não vou fazer isso.

— Serio? Imaginei que faria...

— Era só isso que queria dizer?

— Bem... Sim, mas.

— Então tchau.

Gin desligou o celular e deitou olhando para o teto. Não iria se preocupar com aquilo, Rangiku já tinha trabalhado tomando conta de crianças e ela adorava isso.

Ele se lembrou de quando ela começou a cuidar de Toshirou, foi pouco depois de fugirem do orfanato.

No inicio ele detestou, ela ficava o tempo todo com o garoto e quando voltava estava cansada de mais para ficar com ele. Sempre dizia que era só uma maneira de terem dinheiro e tudo mais... Mas não era algo que ele podia evitar em tão às vezes acabava brigando com os pais do moleque por prenderem tanto a sua Rangiku.

Ao pensar nisso acabou sorrindo. Quando voltava para casa depois dessas brigas encontrava Rangiku sentada na mesa esperando ele para ‘conversar’, essa conversa duraria umas duas horas e parte dela seria ela gritar, gritar, gritar o quanto ele era idiota e depois dizer que não trocaria ele por nada na vida.

— Ela é minha mesmo não estando por perto. Não há nada para se preocupar. — Gin então levantou e pegou um cigarro e o celular.

Tuuuu.... Tuuuu....

— Alô.

— Ei Urahara quero o numero desse tal de Kikuchi.

— Então você quer falar agora?

— Vamos, não fique magoado sabe muito bem a recompensa.

— Bem... falando assim, eu descubro até amanhã.

— Ótimo agora sim tchau.

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Estava andando pelos corredores da enorme mansão. Não tinha nada para fazer, Kira tinha ido para o tal lugar falar com o traficante e não tinha encontrado ninguém até agora para conversar. Ao virar mais um corredor deu de cara com um homem bem conhecido.

— Grimmjow! Acho que não te vi esse mês não é? — Ele falou da forma mais cínica existente. — Eu realmente quis muito ir te visitar no hospital.

— Seu desgraçado!! — Grimmjow falou chegando mais perto. — Foi por culpa sua!! Você disse para Aizen que eu não tinha te ligado.

— Mas você não ligou. — Gin falou sorrindo.

— Claro que liguei! Ou você está ficando louco? — Ele gritou alto.

— Acho que o louco daqui é você ou de uma hora para outra você esqueceu com quem está falando. — Gin falou fazendo o clima ficar mais pesado.

— Você realmente acha que tenho medo de você?

— Claro que não. Sei que você é idiota o suficiente para não ter. — Dizendo isso tirou a pequena espada do bolço e em um movimento rápido cortou o rosto de Grimmjow.

Ele deu alguns passos para trás com uma mão no rosto e com a outra ele tirou uma arma da calça. Gin foi pra cima dele e imobilizou sua mão fazendo a arma cair no chão e depois deu um forte soco em seu estomago. Grimmjow caiu para trás fazendo um barulho forte no chão. Gin se abaixou até estar a altura dos olhos dele.

— Então continua sem ter medo? — Dito isso Gin parou de sorrir e abriu os olhos para encarar o homem.

Grimmjow ficou imóvel por um momento.

— Sim. — Ele rosnou.

Gin continuou o encarando por um momento, mas depois fechou os olhos e voltou a sorrir.

— Eu imaginava isso. — Ele se levantou e virou de costas para Grimmjow ainda caído.

— Isso não acabou Ichimaru.

Gin parou.

— Eu já mandei você para o hospital e para o chão, o seu próximo destino vai ser o inferno se continuar a me desafiar. — Gin novamente abriu os olhos.

Grimmjow se levantou e pegou a arma do chão olhou para Gin por um breve momento e se virou para o caminho oposto dele. Gin sorriu.

— Boa decisão Grim-chan. — Ele se virou e continuou seu caminho sem direção.

Ao entrar em mais um dos corredores da mansão esbarrou com Nnoitra rindo igual a um louco.

— Quanto mais te observo mais você me surpreende garoto. — Nnoitra falou tentando se controlar.

— Não entendo o motivo. — Gin disse não dando muita importância.

— O que você fez com aquele idiota foi um golpe de mestre Ichimaru. — Nnoitra falou sorrindo. — Já faz um bom tempo que ele merecia essa surra.

— A minha ou a que fiz Aizen dar nele? — Gin Falou quando Nnoitra se juntou a ele para andar.

— As duas. Soube que ele está com um pino na perna só isso já da uma mostra do trato que Aizen deu nele.

Gin deu uma leve gargalhada fazendo o cabelo fino balançar.

— Aposto que só gostou porque aquela garota te trocou por ele.

Nnoitra parou de andar e de sorrir, encarava Gin com uma cara totalmente limpa.

— Você sabe que ela nunca significou nada, só era um divertimento que me dava às vezes.

— Mas mesmo assim, agora você está sem esse divertimento. — Gin falou por cima do ombro quando ele parou de andar.

— Era uma burra sem noção, não tinha nada para me oferecer a não ser sexo.

— Sei...

— O que? Vai dizer que aquela Rose significa algo para você? — Nnoitra disse cruzando os braços.

— Pois é, mas a diferença é que Rose só foi por uma ou duas noites. Seu caso com a Nelliel pelo que eu soube já faz alguns anos e ninguém nunca viu você com outra mulher.

— Você não sabe de nada Ichimaru, eu posso troca-la quando quiser.

— Percebi, reparei nas suas tentativas com a Harribel, está tentando achar outra peituda para dormir em cima?

Nnoitra riu.

— Daquele tipo sim. — Ele então riu e se virou para Gin. — Eu acho que em Karakura tem uma dando bastante mole.

Gin parou de sorrir e viu Nnoitra se afastar.

De todos ali ele era o único que sabia da Rangiku. Quando começaram a ameaça-la ele o ajudou a dar fim nos homens, por mais que fosse rebelde encrenqueiro e cruel nunca falou dela para ninguém dali, claro que ele saberia muito bem as consequências disso.

Gin tinha se cansado de andar agora só gostaria de ir para seu quarto e mexer no seu notebook ou...

Aposto que Nnoitra deve ter ido atrás da Nelliel de novo então o notebook dele deve estar escondido debaixo da cama sozinho... Haha nada melhor que dar uma olhada no histórico. Será que aquele safado voltou a ver pornografia? Haha

Com um sorriso Gin tomou o rumo do quarto de Nnoitra, talvez isso tirasse certas coisas de sua cabeça, ou melhor, certa pessoa.