Stranger 2 - Players escrita por Jess-Lerman


Capítulo 4
I just can't...




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Thalia acordou com sensação de que algo estava errado.

Se levantou de onde estava deitada e logo descobriu a origem da tal sensação: ela não havia dormido em sua cama, nem no seu frio e desgastado chalé, e sim no de Percy.

-Merda – falou quando olhou para o relógio e via que horas eram.

Já era hora da ceia!

-Acorda, mané! - balançava desengonçadamente o corpo adormecido de Percy.

-O que é, anta mor?!? - o garoto falou confuso.

-CEIA-ATRASADOS!- Falou Thalia roboticamente.

-Vixe, é mesmo! - o garoto se levantou da cama num pulo e foi em direção a poltrona no qual seu casaco estava jogado. -Vamos.

Pegou o pulso de Thalia e ambos saíram correndo para o refeitório.

Quando chegaram no local, tiveram sorte, pois as ofertas aos Deuses estavam no início. Daria tempo de pegar um pedaço gordo e saturado de gorduta de pernil e algumas batatinhas.

Papai terá de me perdoar dessa vez

Thalia pensava em como seu pai deveria estar zangado ou até triste com ela, por quase faltar a oferta.

Por trás da jaqueta com estampa militar e as correntes, havia um coração. Onde ela podia imaginar, ou até sonhar que seu pai se preocupava com ela, enquanto todos sabiam que na verdade, ele sequer queria saber da idade de seus filhos.

Ofertas terminadas, todos estavam sentados junto com seus colegas. Algusn conversavam, outros tentavam falar de boca cheia, enfim, era uma mistura de porcalhada com momento de amizade.

E ceia.

-Fala sério Thalia, você não deveria ter pego aquele perniozão pras ofertas, eu queria um pedaço sabia? - Percy falava enquanto sentava-se ao lado da garota.

Ele ficara boquiaberto quando vira o delicioso e suculento pedaço de pernil, ir fornalha abaixo durante as ofertas.

-Não sou sua empregada, se quiser pegue você – falou rudemente a garota – e aliás, é uma oferta a nossos pais, agrade a eles. Estão protegendo você.

Percy quase se engasgou quando ouviu a última frase. Ele sinceramente, não amava nem odiava os Deuses, era uma relação neutra. Do tipo, você não me mata, eu não te mato.

Simples.

-Você acha que... - o garoto não ousou terminar a sua fala.

-Que eles nos amam? Sim – falou e mordeu um pedaço de sua batata assada.

-Qualé, Tha. Eles nem querem saber de nós, nem sequer sabem nossos nomes direito...

-Só porque seu pai é assim, Percy, não quer dizer que o resto seja... - falou seca.

-Mas é a verdade, e você sabe.

-Percy cala a boca. - Thalia falou alto, surpreendendo a todos no recinto. Jogou seu garfo na mesa espalhando sem querer, batata. - Você nem sabe do que fala...

-Fala baixo, Thalia, tá todo mundo olhando – o garoto falou baixo tentando amenar.

A garota não deixou por menos.

-EU NÃO LIGO PRO QUE ESSA GENTALHA DIZ EU SOU ASSIM, - a bateu rudemente no seu prato e no de Percy, que espatifaram no chão e caminhou até a saída do refeitório, mas antes virou e olhou como se pudesse ver no fundo dos olhos de cada um que a observava, ou seja, todos – E SE ALGUÉM É NOVO E NÃO ME CONHECE, É ISSO MESMO. PEGUEM TODAS AS COISAS QUE VIRAM E OUVIRAM AQUI E FORA DAQUI, E MULTIPLIQUEM POR UM GRANDE NÚMERO, PORQUE EU SOU BEM PIOR DO QUE IMAGINAM!

Mostrou o dedo médio para Percy, e saiu.

Silêncio.

Cada vez mais o desânimo tomava conta do acampamento, aquelas não eram as temporadas que os outros esperavam passar. Tudo bem, que incluia lutas e disputas, com alguns membros do corpo deslocados, mas, sempre havia diversão. E isso estava acabando.

Depois de um tempo, nem todos haviam terminado de comer o que havia em seu prato, uma vez que mais da metade havia perdido a fome com aquela discussão.

Maravilha Pensou Percy Primeiro o problema com Zeus, e agora Thalia nem sequer olha pra mim...

Desanimado, o garoto deixou o refeitório e foi para seu chalé, onde para sua supresa encontrara Thalia sentada nos degraus da entrada. Chorando. No escuro.

-Eu sei, eu sei – a garota falou triste, quando Percy se aproximou para ajuda-la – Eu sei que eles não nos amam, e nem sequer sabem nosso nome Percy.

O garoto suspirou e a ajudou a se levantar.

-Vem, vamos entrar. - Falou subindo uns degraus.

-Não quero. - falou a menina, limpando o borrão do delineador Black Power da MAC, que havia na sua bochecha.

-Bem, eu não posso te deixar aqui fora sozinha, Thalia. - falou Percy impaciente. - Espera então.

Percy entrou no chalézinho, e demorou uns 10 minutos, até sair com um pacote esquisito debaixo dos braços.

-O que é isso? - Thalia perguntou.

O garoto nada falou, só desceu os degraus e se afastou uns cinco passos da casa e colocou o embrulho no chão.

Rapidamente, Thalia viu um vulto, e em seguida, no lugar do embrulho havia uma cabana de acampamento, com uma lanterna acessa dentro.

-Vou buscar os cobertores e já volto. - falou e entrou rapidamente dentro da casa.

Saiu de lá com quatro cobertores e dois travesseiros e entrou dentro da tenda, em seguida colocando a cabeça pra fora.

-Vai entrar, ou vai querer ficar fora da barraca também? - falouem tom de zombação;

Thalia riu e adeentrou a cabana.

A noite foi resumida em histórias de infância e risos. Até que ambos se cansaram, até porque as barrigas já doiam de tanto rirem.

Ambos estavam deitados, com a lanterna apagada, e olhando para o teto transparente da barraca, que permitia uma vista privilegiada das estrelas.

-Percy, você deve ter razão eles não se importam. - a menina falou;

-Nem sempre estou certo sobre tudo, Thalia. - O garoto falou e sentiu um beijo molhado em sua bochecha.

-É, quem sabe – Thalia falou e se afastou, dormindo de costas para Percy, em seguida.

-Quem sabe... - essas foram as últimas palavras do garoto antes de cair profundamente em um sono dos bons.


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Notas finais do capítulo

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