Crianças Do Armário escrita por Lyrah Velcyd Lumiehr


Capítulo 1
Venham brincar


Notas iniciais do capítulo

Meu primeiro terror, espero que esteja de agrado, conselhos e críticas são bem aceitos, mas sejam sinceros e não cruéis.as lendas são reais, apenas fiz uma história baseando-me nelas.



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A lenda conta que toda a criança desaparecida de seu quarto ou de dentro de casa foi levada por um coletor de almas, tais criaturas passam pela existência comum e coletam almas desprotegidas e indefesas para serem aprisionadas. Essa criatura entra no quarto das auras mais fracas pelo lado oeste da construção, em geral, onde ficam os armários das casas ocidentais. Uma vez aprisionadas essas crianças tem o dever de ajudar o coletor a capturar almas. As almas dessas crianças só são libertadas quando o coletor que as capturou for destruído ou subjugado. Até que isso aconteça, essas crianças vagam pelo plano paralelo a existência consciente humana, coletando almas desprotegidas ou vingando-se de quem as atormenta.

Ela corria desesperada, aterrorizada e ferida, mas não parava de correr, tinha de achar a saída daquela maldita mansão. Não podia desistir, não podia parar, não agora. Sentia que a qualquer momento, a perda de sangue a faria desmaiar, mas não se permitiria, tinha que permanecer em pé, até que conseguisse escapar de lá. Ela sentia-as aproximando-se, as sombras a seguiam, ouvia as risadas agudas cada vez mais altas, estavam alcançando-a.

Sofrerá consequências” elas sussurravam, “Não devia mexer com aquilo que não conhece”. Seu desespero aumentava, tentou forçar mais suas pernas, mas, por fim, elas cederam, e a garota caiu no chão. Olhou para trás e viu-as, aproximando-se lentamente, em uma tortura psicológica agonizante “Tenho de correr, tenho de sair daqui” pensava, mas suas pernas não a obedeciam, começou a se arrastar, olhou para frente e viu a porta que dava para a saída.

O rapto de crianças é o mais frequente, pois sua aura é indefesa e deve ser protegida pela energia dos pais ou de brinquedos consagrados com esse poder. Quando não, suas almas são raptadas e postas de servos, apesar da grande maioria ser de crianças, muitos jovens e adolescentes estão entre esses espectros por, repetidamente brincarem com forças ocultas. Auras adultas já são mais fortalecidas, principalmente pela descrença. Essa crença é existente em todo mundo, mas no ocidente receberam esse nome, pois constantemente são relatados esses espíritos vindos de armários, devido ao fato de que os armários no ocidente estão, em sua maioria, no lado oeste dos quartos. No resto do mundo, costumam ser chamados de crianças perdidas.

Tentava arrastar-se, suas pernas tremiam, mas não conseguia controla-las. Lentamente, chegava cada vez mais perto da porta. Não deveria, não deveria ter brincado com isso, debochado disso, não deveria ter aceitado essa proposta estúpida só para desvalorizar uma caçoada daquele moleque idiota. Agora era tarde demais para se arrepender só a restava o instinto de sobrevivência, que a todo custo tentava sair daquela casa amaldiçoada eternamente por aquelas identidades sombrias.

O alívio quase a dominou por completo quando sentiu suas mãos tocarem a maçaneta da porta. Mas isso durou pouco, pouco demais. Sentiu algo agarrar-lhe a perna, arregalou os olhos “Você é nossa” as sombras sussurraram e então a puxaram, com força e rapidez. Ela tentava segurar-se no assoalho, suas unhas faziam ranhuras profundas no piso. E então, vendo que não havia mais esperança, que seu destino estava selado e que não sairia mais dali, gritou, gritou alto e forte, a intensidade era tanta que chegava a arranhar seus pulmões e garganta, um grito longo e apavorante, enquanto era puxada para o armário, que se fechou assim que entrou por completo. Seu grito já não era mais ouvido, a única coisa que ecoava pela casa eram as risadas que vinham das sombras, as quais logo sessaram e tudo assentou-se em um silêncio profundo.

Em lugares como a Espanha e a Hispano-américa, o coletor de almas é chamado de Homem do saco, geralmente usado para assustar crianças que desobedecem aos comandos de seus pais, Mas em outros países ocidentais é popularmente chamado de Bicho Papão, pois se tem a crença de que ele engole a alma das pessoas que coleta, para depois despejá-la em seu domínio.



Um grupo aproximava-se da casa decrépita e podre. Ficava em uma estrada mal iluminada, a única visão favorável da mansão vinha das lanternas carregadas pelos quatro amigos de escola, que agora já cursavam faculdade.

–Gabriel, não devíamos estar aqui, vamos embora. – A garota morena de olhos verdes dizia, tensa, ao garoto de cabelos e olhos castanhos

–Só saio daqui quando encontrar minha irmã, ela disse que me ligaria quando estivesse saindo e até agora não ligou! Tenho de encontra-la Vitória... - falou em um tom transparecia a mais pura preocupação e desespero.

–Rebecca pode ter se esquecido, só isso. – um garoto loiro de olhos negros sugeriu, tentando acalmar o amigo.

–Dennis, minha irmã nunca deixou de me ligar, e se fosse isso não acha que ela já teria chegado em casa?

–E na casa de uma amiga? Ela não poderia ter ido dormir lá?- Um garoto moreno de olhos azuis disse.

–Já tentei Félix! - a cada sugestão dada pelos companheiros, o pavor de não conseguir encontrar sua irmã ia crescendo cada vez mais - Nenhum dos amigos dela está em casa também!

Adentraram a cerca através de um buraco na grade e foram em direção a casa. Grama alta devido a falta de cuidado por anos a fio impedia a visão do caminho, pequenos animais eram sentidos, se engrenhado e arrastando pelos pés dos quatro.

Finalmente chegaram a varanda da casa, Vitória estava mais pálida que de costume, tinha pavor de ratos, graças a um pesadelo que teve quando criança, ela mesma já sabia que era algo irracional e sem sentido, trabalhava para superar, mas ainda estava longe desse objetivo.

–Calma, já passou... – Dennis sussurrava enquanto afagava levemente seu ombro.

Gabriel chutou a porta, e esta se abriu com rangido agonizante de tão agudo. O lugar era muito escuro, a única luz provinha das lanternas que os quatro seguravam. As paredes daquele lugar estavam cheias de símbolos estranhos e frases desconexas, algumas com pedidos de ajuda, outras com avisos. Mas isso não foi de grande importância para Gabriel. Naquele momento o que importava era encontrar sua irmã.

Avançaram no que parecia ser a cozinha, provavelmente entraram pela porta dos fundos, pensaram e seguiram para o que anteriormente fora a sala de estar.

–Gabriel, a parede! - Disse Felix, em um tom que beirava ao grito, apontando a lanterna para um dos lados do cômodo. Lá estava escrito o nome de Rebecca, em uma tinta vermelha, seu brilho indicava que ainda estava fresca.

–Vamos para cima. – Gabriel disse firme, e seguiu em frente, sem nem mesmo esperar resposta dos outros.

–Eu fico aqui – Vitória disse, acuada e medrosa.

–Fica com ela, eu vou com Gabriel. – Disse Felix a Dennis que assentiu com a cabeça.

–Hey espera – grita Felix assim que termina de subir as escadas – eu disse para esperar!-exclamou agarrando o braço de Gabriel.

–Não dá! É minha irmã!- Gabriel grita em retorno

–Eu sei! Mas não pode se dar ao luxo de perder mais alguém por aqui. Vitória é escotofóbica*, lembra?

Gabriel abaixa o olhar pensativo, não deveria ter trazido Vitória consigo, conhecia a garota desde pequena, era a melhor amiga de sua irmã, sabia dos medos dela e a arrastou até aqui, deixou-a sozinha na escuridão lá debaixo sem nem pensar no bem estar dela. Seguiu em direção ao andar de baixo. Quando chegou a base da escadaria viu ao fundo da sala a garota encolhida nos braços do outro amigo, ao apontar a lanterna notou que a garota estava tremendo. Sentiu-se um amigo horrível. Sua irmã era tudo para ele, mas não era motivo de prejudicar outros que também amavam-na de jeito semelhante.

Aproximou-se dos dois e agachou-se:

–Vith, olha... – tentou falar, mas não sabia por onde começar, notou o olhar irritado de Dennis, mas mesmo assim continuou – Desculpe, sei que devia ter pensado melhor antes de arrastar você para cá, mas entenda que minha irmã é tudo para mim.

–Você pode estimar a sua irmã ao espaço, mas não tem o direito de largar-nos... – Dennis iniciou a discussão mas Vitória interrompeu.

–Tudo bem, eu entendo. – sorriu fracamente, não conseguia evitar a letargia que se seguia ao horror que sentia ao escuro.

Passos e pequenos estrondos foram ouvidos no andar de cima, seguidos de um som de arrastar e por fim um estrondo mais forte, os quatro se encararam e correram ao andar de cima. No topo da escada o grupo se tornou mais cauteloso, se aproximando de um dos quartos vagarosamente. Vitória reteve-se na escada.

Félix se postou a frente de todos e pediu que esperassem. Aproximou-se do quarto devagar, quando chegou a porta não pôde ver quase nada dentro do quarto, então adentrou-o de maneira cautelosa. Mas logo ele volta.

–O que aconteceu? -Perguntou Dennis confuso com o retorno rápido do amigo.

–Não tinha nada lá. - Félix respondeu, tão confuso quanto seus companheiros pela resposta dada.

Então ouvem novamente o barulho de passos e olham para trás, ao fundo do corredor, têm um rápido vislumbre de alguém atravessá-lo, aparentemente era uma mulher, pois era possível ver seu longo vestido negro arrastando-se no chão, mas suas vestimentas não pareciam muito atuais, tinham um ar colonial se não apenas alguns anos mais recentes.

–Mas o que?- Gabriel, confuso. Tentou aproximar-se mas sente alguém agarrar seu braço.

–Não vai – Vitória disse melancólica.

–Tenho de ir, ver o que é e se pode me levar à Rebecca. - reconfortou a amiga abraçando-lhe os ombros, quando virou-se, viu novamente o espectro da garota, desta vez saindo da porta que adentrara anteriormente e indo em direção a porta no final do corredor, pôde, então, observar melhor a garota, mesmo que por um breve momento, tinha os cabelos extremamente negros, que chegavam a se confundir com o vestido que usava, com certeza não podia ser sua irmã, Rebecca era loira, pelas suas mãos pode notar uma palidez anormal em sua pele.

Assim que a garota desapareceu no fim do corredor, Gabriel seguiu-a, o final do corredor estava escuro, não conseguia ver o que tinha, mas quando lá chegou viu que havia somente uma porta, ao abri-la e apontar a lanterna surpreendeu-se:

–É apenas um armário – constatou enquanto virava-se para seus amigos. Notou Vitória arregalar os olhos, mas antes que pudesse dizer algo sentiu-se sendo puxado para dentro do armário.

Vitória viu, viu as mãos pequenas surgirem da escuridão atrás dele, mas antes que pudesse alertá-lo, ele foi puxado, seu grito alertou a todos, correndo em desespero para segurar ao amigo, mas não chegaram a tempo, ele fora levado.

–Mas como? – Dennis se pergunta confuso, nota que Vitória nem saiu do lugar em que estava a beira da escada e corre até ela – Vith, o que foi? – Notou que a garota tremia, abraçou-a com força. – Tudo bem, calma, vamos sair daqui, chamar a polícia... – tentou formular a frase mas não foi capaz.

Felix, já alerta, correu para a porta da frente, sendo seguido pelos outros dois. Quando chegaram a sala, Felix manifestou-se deseperado:

–As portas estão trancadas!

–Como assim trancadas? – Dennis retruca atordoado

–Trancadas ora! Não abrem!

–Mas quem as trancou?!

–Não sei, mas elas não querem abrir de jeito nenhum!

–E as janelas?

–Estão emperradas também, temos que sair pela parte de cima.

–Como vamos fazer isso? Com aquilo que pegou Gabriel lá em cima?

–Shhh... Escutem – Vitória sussurrou

Risadas agudas, finas e divertidas, como de crianças, eram ouvidas por todos os lados, passos leves eram ouvidos no andar de cima. Mas os sussurros, os sussurros pioravam o clima:

“Vitória”, “Não deveriam ter entrado”, “Felix”, “Sofrerão consequências”, “Venham brincar”, “Eduardo”, “Não fiquem com medo”, “Quatro crianças no bosque, uma desapareceu...”, “Não tenham medo”, “Vamos pegar vocês”

Os sussurros se sobrepunham um ao outro, permitindo que apenas alguns fossem decifrados. Os três estavam paralisados, o medo os fazia tremer. Vitória sentiu algo agarrar-lhe a perna, foi puxada com força, seu grito foi alto, arranhando sua garganta. Era arrastada pelo chão, tentava agarrar-se ao assoalho, mas não conseguia, foi puxada pela escada, era atingida com força pelos degraus, que faziam ferimentos profundos em seu abdômen e rosto, prestes a ser puxada para dentro do armário, foi segurada por Dennis e Félix.

Eles a seguravam com a maior força que podiam, mas tudo parecia inútil

–Me soltem logo!- gritou Vitória

–Claro que não, segura firme. – Félix disse. Mas por algum motivo, as sombras soltaram-na, permitindo que os dois a puxassem para perto de si.

“Um deve ficar”, “ Um tem de ficar para brincar”, “Querem brincar?”, as sombras sussurravam. Os passos eram incessantes e as risadinhas contínuas.

–O que faremos agora?- Pegunta Dennis a Félix

–As janelas! – o garoto aponta e corre até elas, mas antes que pudesse entrar no quarto parou. – Lucas? – sussurrou incrédulo, afinal, como podia, seu irmão havia desaparecido há anos, como poderia ter aparecido justamente ali e naquele momento? – Lucas!- correu em direção ao irmão, mas foi impedido.

–Félix, não! – Dennis impediu o amigo – Não é seu irmão.

–Como não? Está bem ali. – tentou soltar-se.

–Como pode ele estar exatamente igual depois de mais de dez anos? – Tentou impedi-lo mas o amigo não escutou, libertou-se e foi até o suposto irmão.

–Lucas! Meu Deus, onde esteve? O que aconteceu?- correu até a figura pequena e ajoelhou-se. O garoto estendeu-lhe os braços, prontamente Félix o abraçou como queria fazer há anos, na expectativa de um dia voltar a encontrar Lucas são e salvo e trazê-lo de volta a vida que tinha com a família. Deixar de sofrer toda a noite em que não se protegiam dos monstros em baixo da cama. Como queria.

Mas o que ele não via era exatamente o que Dennis, parado na porta, via agora, o rosto do garoto se deformava em um sorriso doentio. Apegando-se cada vez mais ao seu amigo, o menino perdia a forma e transformava-se em uma figura amórfica e sombria.

–Félix, larga ele agora... – dizia, mas seu amigo não se movimentava. A sombra então puxou-o bruscamente para o armário, mas Dennis era rápido, conseguiu segurar sua mão. Mas o amigo parecia apático, letárgico, rendido. - Felix, acorda, luta, reage!!! – Dennis exclamava alterado, não queria perder mais um naquele dia, dois já eram demais.

–Me solta...

–Não, não vou deixar você ir também.

–Adeus... – Félix abriu sua mão, escorrendo do aperto de Dennis e deixou-se levar para a escuridão.

Dennis caiu sentado, seu corpo era dominado pela raiva e desespero, sua vontade era entrar e arrancar a força seus amigos de lá, mas sabia que se o fizesse também seria pego e Vitória não teria chance sozinha, sua fobia não permitiria que ela agisse conscientemente. Algo estalou em sua mente; Vitória! A tinha deixado sozinha! Quando saiu pela porta, viu-a encolhida na parede oposta a sua, olhando fixamente para o armário que se encontrava no fim do corredor.

–Estão se movendo... – Vitória sussurrou

–Como?

–Estão se movendo. – apontou para a massa escura que cobria o fundo da aresta aberta da porta. – Dennis ajoelhou-se em sua frente, cobrindo-lhe a visão da porta.

–Escute pequena, vamos embora daqui, certo, vamos sair desse lugar e falar com alguém que possa nos ajudar. – Notou Vitória arregalar os olhos e entreabrir a boca em susto, mas antes de se virar foi puxado com violência para a porta do armário atrás de si. Segurou-se no batente antes de ser engolido pelas trevas.

–Dennis! – Vitória gritou em desespero, correu para puxar o companheiro. Com uma mão agarrava a do amigo enquanto com a outra se apoiava no batente.

O terror e a angustia eram evidentes nos rostos de ambos, seguravam-se um no outro com toda a força e resistência que possuíam. Mas algo mudou. Vitória deixou de puxar, e seu semblante desesperado e agoniado transformou-se em um sorriso macabro.

–Mas o que...? Não, não! Vitória! Não!- Vitória havia aberto a mão, e deixado que Dennis escorregasse por ela. Seu sorriso transformou-se em risada enquanto o garoto, a todo custo tentava segurar-se. Os sussurros eram intensos e contínuos, ouvia-se as risadas agudas vindas por todos os lados, os puxões não cessavam. Lenta e fortemente o garoto intricava-se entres as sombras que o puxavam e arranhavam. Até que, por fim, Eduardo cedeu. E com um grito aterrorizante fora engolido pelas trevas que o cercavam naquele armário.

A garota ergueu-se e inclinou a cabeça para traz, em uma gargalhada doentia e um deleite sádico. Virou-se em direção a escada e seguiu em frente. Passou por cima do corpo da adolescente morta no topo dos degraus e tocou sua testa. As sombras o puxaram com força para o armário, a porta se fechou com um estrondo e a única coisas que se ouvia eram as risadas infantis por toda a casa.

A garota foi em direção ao lado de fora da mansão, ainda com o sorriso sádico nos lábios e desapareceu nas sombras da noite naquela estrada antiga e escura. Enquanto na casa as crianças divertiam-se enquanto novas almas tornavam-se amigos para brincar.


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Notas finais do capítulo

Escotofóbica* (ou Acluofóbica) : Pessoa que sofre de Escotofobia (ou Acluofobia), ou seja, aversão ou medo exagerado a escuridão. Repetindo para quem não leu as notas iniciais; "as lendas são reais, não inventei-as, apenas criei uma história baseando-me nelas.



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