Pokémon Fantasy escrita por Lawliette


Capítulo 17
Capítulo 16: Apresentações


Notas iniciais do capítulo

Duh, que título óbvio. É exatamente isso o que tem -qq Btw, desculpem pela demora ao postar, esse capítulo foi bem difícil de escrever, e é o maior até agora... Srsly, foi muito irritante escrever isso, mas a Alysse linda me ajudou e s2 Pra compensá-los escreverei o 16x (ohmy o 16 nunca acaba ç_ç)
Well, aproveitem a leitura, espero que não tenha ficado cansativo



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Depois daquilo, havia acordado dentro de uma cabana no mesmo dia, apenas algumas horas mais tarde do que ele esperava, e havia um cobertor sobre si. Ignatus, seu Charmander dourado, estava ao lado, olhando-o com preocupação. Seu corpo estava pesado, dolorido, e quando tentou se mexer, não encontrou forças o suficiente. Sentia uma imensa dor de cabeça, como se seu crânio estivesse sendo esmagado contra seu cérebro. Mal conseguia pensar direito. Sua mente estava enevoada, como se tivesse acabado de acordar depois de uma longa noite de sono, e ainda estivesse com resquícios de seus sonhos em sua mente, embora não pudesse lembrar o que tinha acontecido exatamente. Então, viera o som de passos, cada vez mais perto, e foi aí que Altaris interrompeu as imagens.

A lembrança estava vivida em sua mente, como se aquilo tivesse acontecido há poucos minutos, e não anos. Ainda parecia sentir a dor em seu braço, nos pontos onde levara as seis injeções. Até mesmo os pensamentos daquela noite eram os mesmos em suas memórias no momento, sem nenhuma alteração ou algo a mais que pudesse mudar de qualquer forma que fosse. Exatamente como da primeira vez.

Aquele dia estava na coleção de dias que não queria lembrar, tanto pelo dia em si quanto os acontecimentos que se seguiram logo depois. Tudo aquilo ainda era tão vivo, mesmo tendo acontecido há bastante tempo, anos antes de sair em sua jornada Pokémon. Seu mestre estava em sua responsabilidade, e os pedidos do garoto ruivo era tudo o que tinha para convencê-lo a deixar Altaris sair e ter sua própria jornada. Usando esse desejo a seu favor, o Cavaleiro havia chantageado-o dizendo que só depois de obedecê-lo iria permitir sua saída, e fora por isso que Altaris concordara em deixar que seu mestre lhe injetasse algo em suas veias, a qual não fazia a menor ideia do que seria.

Naturalmente, mentira, e sua saída só fora realmente permitida há algum tempo atrás, mas ainda assim, o Cavaleiro ainda vinha seguindo-o e treinando-o, até o dia atual.

Por fim resolveu afastar a lembranças, e continuou seguindo Lawliet e Alyss para o tal lugar longe de onde haviam sido atacadas. Segundo ela, não achava e nem queria ficar naquele lugar, então voltaram a andar, a fim de encontrar um lugar mais confortável para poderem conversar sem interrupções. Lawliet e Alyss preferiam conversar melhor com as crianças num lugar seguro, onde tinha certeza que não aconteceria nada de ruim e nenhum outro Pokémon selvagem apareceria. Embora ninguém dissesse, nenhum deles acreditava que aquele Dusknoir podia ser selvagem. Era improvável demais que um Pokémon como aquele pudesse estar numa floresta qualquer. Altaris tinha uma leve suspeita de quem poderia ser o dono daquele Pokémon, mas permaneceu calado sobre o assunto. Não que realmente fosse falar. Ainda mais para aquelas pessoas.

Aquelas pessoas eram as mesmas que esperava encontrar depois de muito tempo com aquele segredo, depois de muito tempo achando que era o único diferente, e agora que os encontrara, não sabia o que fazer e não sabia se devia confiar naquelas pessoas ou não. Mas não se preocupou com aquilo. Tudo o que havia em sua mente agora era o fato de ter encontrado pessoas que não só podiam entender os Pokémons, mas também tinham poderes.

E isso era absurdamente impossível. Sempre quis alguém para compartilhar aquilo com ele, mas não imaginara que mais quatro pessoas além de si mesmo também tinham poderes, mesmo que não soubessem controlar ou não tivessem desenvolvido ainda. Nem mesmo o próprio Altaris sabia direito sobre seus poderes, e até mesmo se deixava vagar pela mente de outras pessoas por puro acidente, pois não gostava exatamente de invadir a mente de outras pessoas sem um motivo bom o bastante, justamente porque não gostaria que fizessem o mesmo consigo. Sua mente era seu santuário, e dizia respeito somente a ele.

Por isso, aprendera sozinho a estabelecer um controle sobre sua mente e seus poderes, mas se não tomasse cuidado, poderia vagar por aí nas mentes de outras pessoas, e acabar compartilhando informações, tomando conhecimento de todos os momentos da vida da pessoa até agora, e o contrário também aconteceria.

É claro que tinha suas vantagens, mas, no momento, não via motivos para invadir a mente de alguém, e seu mestre também não havia dito nada sobre aquilo. E nunca dizia.

De qualquer forma, aquelas pessoas eram como Altaris. Eram diferentes. Incomuns. Impossíveis de existir.

Procurando se distrair o menino olhou para um lugar qualquer. Por algum motivo, Oktavia estava fora de sua Pokeball, andando ao lado de sua treinadora, ao contrário dos Pokémons do resto do grupo e de Maiko, que antes estava com eles. A raposa brincava com seu cajado, girando-o numa mão só enquanto a esfera verde água brilhava, causando um efeito interessante de luz, como se tivesse uma cauda que seguia o núcleo da esfera, onde parecia ser a fonte do brilho. Podia ver também as outras cores, uma mistura de rosa com amarelo, mas não se fazia muito perceptível.

Enquanto observava a raposa brincar com o cajado, logo percebeu que já haviam parado, e cada um encontrou um lugar confortável párea se sentar, com o silêncio se fazendo presente no ambiente, tornando-o um pouco desconfortável. O ruivo também encontrou seu lugar, próximo de Satoru e Larysse, com Lawliet e Alyss sentadas a sua direita, com Oktavia lá também, parecendo curiosa para ouvir o que as crianças tinham a dizer. Já Schrödinger estava calado, no colo de sua nova treinadora, parecendo dormir, mas sua cauda roxa balançava para os lados, como se ele quisesse dizer que estava muito acordado, ouvindo cada palavra que era dita.

A raposa foi a primeira a quebrar o silêncio:

– Escrava! – Disse ela, de repente, olhando diretamente para Lawliet, como se tivesse acabado de perceber que ela estava ali.

– M-Mestra... – Murmurou Lawliet, corando. Ela olhou para as outras pessoas do grupo, envergonhada.

Percebendo a timidez e a estranha fraqueza vinda de Lawliet, Oktavia deu um sorriso maldoso, e ignorou os desconhecidos a sua volta.

– Você sumiu. – Disse ela numa voz estranhamente gentil, mas logo depois, um tom malvado e de superioridade tomou sua voz: - Como ousa me deixar sem os seus serviços?

– Mestra, por favor, aqui não. – Pediu Lawliet, sentindo o olhar do resto do grupo. Isso era tão constrangedor. Normalmente, iria incomodá-la do mesmo jeito, mas não em frente de pessoas desconhecidas. O mesmo não parecia se aplicar a Oktavia.

– Oktavia! – Reclamou Alyss, mas tinha um sorriso em seu rosto, e não conseguia ser autoritária com a Delphox. Há quanto tempo não via aquela cena?

– O que é isso no seu rosto? – Perguntou a Delphox, ignorando a treinadora completamente, e então apontou a cicatriz em forma de S no lado esquerdo do rosto de Lawliet. – Por acaso é a sua incompetência agindo novamente?

– Não, era você que não estava lá pra me proteger. – Lawliet bufou, fingindo aborrecimento, parecendo finalmente revidar.

– Sinceramente, eu não sei por que não arranjei uma serva melhor. – Bufou a raposa, aborrecida. - Nem conseguir se defender sozinha você consegue. Eu devia te deixar morrer.

– Nããão – Chorou Lawliette. – Você não iria me deixar morrer. Você me ama.

– Não amo não. Eu te odeio.

– É claro que ama ~ - Ignorou os olhares, embora ainda estivesse se sentindo incomodada. Todos pareciam confusos, mas Altaris tinha um sorriso tão malvado quanto o de Oktavia, coo se estivesse se divertindo com a situação. - Até se preocupou comigo. E a Alysse concorda, não é, Alysse?

– Parem vocês duas! – Repreendeu Alyss, segurando o riso. – Estamos lidando com um assunto sério aqui. Se matem depois.

Lawliet murmurou algo como “ela que começou”, mas se calou. Oktavia sorriu mais uma vez, e se calou, esperando que o silêncio fosse quebrado novamente. Altaris teve que se segurar para não rir, embora não quisesse. O que era aquilo? Por que raios Lawliet chamara uma Delphox de “mestra”? Preferiu não rir, para não estragar a impressão boa que estava tentando passar sobre si mesmo para o resto do grupo. Por um momento, sentiu pena de Clair, que olhava para elas de modo confuso, sem entender o que estava acontecendo, com uma expressão que pedia explicações, mas ninguém se preocupou em fazer isso.

Logo, o clima ruim pareceu tomar conta do ambiente novamente, com um silêncio perturbador se instalando sobre eles. Finalmente, Altaris quebrou o silêncio, fazendo uma pergunta que vinha lhe incomodando até então, mas a deixara em segundo plano, esperando o momento certo para dizê-la, e também esperando que aquilo pudesse desviar da estranha cena que acabara de acontecer:

– Porque vocês... – Começou percebendo que iria fazer a pergunta errada. - Digo, o que houve mais cedo? Com aquele Dusknoir e tal... O que exatamente aconteceu?

– Não sei. – Respondeu Alyss, acariciando o gatinho roxo em seu colo lentamente. – Ele simplesmente apareceu e nos atacou.

– Huh... – Murmurou Altaris um pouquinho desconfiado, mas não disse nada.

Logo depois, Alyss e Lawliet se voltaram para Altaris, encarando-o com expectativa e uma obvia curiosidade estampada em seus olhos. Como que influenciados pelas mais velhas, o resto do grupo também o encarou, esperando por sua explicação. Por um momento, o ruivo ficou quieto, sentindo o nervosismo tomar conta. Para ele, aquelas pessoas eram todas desconhecidas, e ele nunca se comportava do mesmo jeito em frente a tanta gente desconhecida assim. Finalmente, respirou fundo, e procurou acalmar os pensamentos, com o intuito de se sentir calmo o suficiente para tentar ser gentil e escolher bem o que iria contar. Se seu mestre o visse, iria desaprovar seu medo e tomar proveito disso para zombar do ruivo, rindo na cara dele.

– O que querem saber exatamente? – Perguntou. – Sobre os poderes em geral ou sobre o que eu sei fazer?

– Qualquer informação é bem vinda. – Respondeu Lawliet.

– Okay... – O ruivo hesitou por um momento, pensando no que dizer. – Vou dizer o que eu sei, só não posso garantir que se aplica a todos vocês. Primeiro, o entendimento da fala dos Pokémons é total, como se falassem nossa língua, e pelo o que eu vi até agora não importa se o Pokémon é selvagem ou de outro continente, vai dar na mesma. Mas também há o fato de que podemos ouvir outros sons que não são exatamente palavras, e sim latidos, piados e grunhidos.

– Sim. – Confirmou a garota, assentindo. – O que significa que Pokémons não falam o tempo todo, e que se alguém que não os entende ouvir um grunhido ou um latido de um Growlithe, por exemplo, pode achar que ele está falando, quando na verdade não está.

– Isso. Significa também que podemos distinguir as palavras dos outros sons, e também prova que os outros sons são naturais do Pokémon. A segunda que eu sei, e que pelo menos se aplica a mim, é que, se eu usar meu poder, vou me cansar fisicamente, como se tivesse feito um grande esforço.

Lawliet franziu o cenho, confusa, mas sua companheira parecia confirmar.

– Isso é verdade...?

– Comigo, sim. – Disse Alyss.

– Eu nunca percebi isso.

– Talvez porque você não use seus poderes exatamente. – Sugeriu, olhando para a amiga. Os outros também olharam, confusos. Logo, a garota apressou-se em explicar: - Como ela disse antes, Lawliette não usa os poderes... Quer dizer, não diretamente, ela só... Pode sentir as outras pessoas involuntariamente, e, fora isso, tem uma outra coisa, que não é exatamente usado, não com muita freqüência... Mas comigo é verdade. – Ela assentiu para si mesma.

– Então isso não se aplica a todo mundo? - Perguntou Lawliet, embora soasse mais como uma afirmação.

– Não sei... – Altaris mordeu o lábio.

Por um momento, o grupo permaneceu calado mais uma vez, a espera de algum tipo de confirmação sobre algo por parte de Altaris. Este parecia tão distante, como se não estivesse realmente ali, e não parecia ter certeza de alguma coisa. O silêncio, que parecia estar se tornando um membro costumeiro do grupo, pairou ali novamente, se tornando cada vez mais pesado, sugando de pouco em pouco a coragem de quebrar a monotonia que estava sendo criada. Toda aquela situação era algo tão novo, e tão estranho de se falar. Altaris nunca pensou que estaria contando quase tudo o que sabia para estranhos, e nem que esses estranhos viessem a achar ou confirmar contradições naquilo que até então acreditava serem fatos.

Até um tempo atrás, antes de conhecer Satoru e Larysse, não pensava que poderiam existir outras pessoas como ele, por mais quisesse, e se existisse, não achava que poderia encontrá-las assim tão fácil. Mas lá estava ele, com quatro pessoas com poderes. Quatro pessoas incomuns.

– Uh... Acho que é isso que eu posso considerar como geral. – Disse Altaris, ainda com o olhar distante, quebrando instantaneamente o silêncio, que até então, parecia ser uma camada invisível e pesada sobre eles, impedindo-os de falar algo. – O que mais querem saber?

– Conte-nos sobre seus poderes. – Pediu Lawliet, parecendo se animar.

O menino hesitou, ponderando sobre a ideia de contar o que ele sabia fazer para as pessoas ali. Seu mestre aprovaria caso contasse? Nem ao menos queria pensar o que aconteceria consigo caso a resposta fosse negativa.

Mas que escolha tinha? Desde que decidira contar para Satoru e Larysse –e, para sua surpresa, para Alyss e Lawliet também, e por tabela Clair-, não teria mais escolha, e não podia mais voltar atrás, ainda mais depois de provar a eles por meio de Clair o que sabia fazer.

– Ahn... – Começou o menino, hesitante. – Como eu disse, eu meio que posso... Entrar na mente de outras pessoas. E de Pokémons também, embora sejam muito mais fáceis e mais receptivos... – De repente, o menino parou de falar, percebendo que havia dito algo que o faria parecer um invasor. Assim que percebeu, apressou-se em corrigir: - Não que eu saia por aí olhando a mente de todo mundo! É que seu eu perder o controle, eu posso acabar vagando sem querer, e... e... É difícil de...

– Tá, já entendi. – Interrompeu Oktavia, aborrecida, e logo em seguida, ordenou: - Continue

Altaris piscou, confuso, mas fez o que a Delphox disse:

– Como eu disse a Clair, se eu não tomar cuidado, posso acabar vendo tudo o que eu sei sobre a pessoa, e às vezes é por puro acidente... O contrário também acontece, como uma “troca de informações”. – Ele fez aspas no ar com os dedos, para enfatizar. – Mas voltando, tem algumas pessoas que tem resistência e tal... Nos Pokémons, eu descobri por acaso que os psíquicos conseguem criar uma barreira em volta da mente, impossibilitando a entrada. Em pessoas, já vi coisas parecido, mas quando descobri de Satoru e Larysse por acaso, eu naturalmente estranhei. Por que... é como se a mente de vocês com poderes não existisse, embora esteja ali. Aí quando eu descobri que Satoru e Larysse podiam entender os Pokémons, eu pensei...

Não completou. Nem havia necessidade de completar, pois era óbvio: O menino havia pensado que desse modo, poderia encontrar outras pessoas como ele. Também soube que sua explicação estava um pouco confusa e vaga, mas não ousou explicar mais. Nem ao menos sabia o que tinha a mais para explicar.

– Isso é interessante. – Disse Lawliet, interrompendo seus pensamentos bem a tempo. – Temos bastante diversidade aqui. Tenho mais uma pergunta: Vocês sempre souberam que podiam fazer essas coisas e entender os Pokémons?

– Eu sempre pude entender os pokemons. – Larysse foi a primeira a responder a pergunta da mais velha. – Mas só fui descobrir que eu... Vejo o futuro há alguns dias atrás.

– Uh... – Satoru hesitou, tímido. – Também... Só não tenho nenhum poder, eu acho.

– Isso foi há muito tempo. – Murmurou Altaris como se resmungasse sobre algo que não havia gostado. Sua voz estava baixa, e não olhava para ninguém em especifico, e sim para a grama a seus pés. - Eu era uma criança, e no inicio, só podia entender os Pokémons. – Sua voz foi ficando um pouco mais baixa, quando, depois de respirar fundo, estabilizou-a, porém num tom extremamente baixo. – E o que você sabe?

Lawliet hesitou, embora tivesse ouvido a pergunta como se o menino tivesse dito-a num tom normal. Por um momento, ele olhou com desconfiança para a garota, porém isso logo desapareceu quando percebeu que era apenas uma estranha espécie de nervosismo, como se não soubesse por onde começar. A menina ao seu lado também parecia curiosa para descobrir o que a amiga tinha para dizer, o que ele achou estranho, mas não deu muita atenção. Seus estranhos olhos roxos encaravam-na parecendo brilhar levemente, tamanha era a curiosidade. Altaris a achava um pouco estranha, tanto pelo cabelo quanto pelos olhos incomuns. Pelo o que vira Alyss fazer, não se surpreenderia caso a coloração de seus olhos fossem naturais.

Lawliet também não parecia lá muito normal aos olhos dele. Ela tinha um ar estranho, principalmente seus olhos, castanho tão escuro que parecia preto, e se Altaris não estivesse familiarizado com tons de castanho, poderia facilmente dizer que eram negros. Outro fato estranho nela era sua cicatriz em forma de S, que o fazia se perguntar que acontecimentos levaram-na a ganhar aquela cicatriz, que pelo tamanho, parecia ter sido originada de uma ferida muito funda.

Como que parecendo perceber o olhar do menino, Schrödinger, que até então parecia estar dormindo, abriu os olhos, as pupilas negras apenas um fino risco, e olhou para ele, parecendo extremamente sarcástico. Isso foi o suficiente para que Altaris desviasse o olhar.

– Não é nada a mais do que você já disse, na verdade. – Começou Lawliet, com um leve tom de hesitação na voz. - Eu só acho que os poderes poderiam ser explicados com a ciência.

– Como? – Perguntou Altaris, subitamente interessado.

– Isso eu ainda não sei. Vim pesquisando nesses dois anos algumas coisas interessantes, mas não é como se eu pudesse dizer pra cientistas profissionais que eu tenho poderes e pedir para me examinarem.

Sim, era verdade, mas não deixava de ser algo interessante. Altaris começou a ponderar em diversas teorias cientificas que poderiam explicar seus poderes. Talvez, só talvez, ele pudesse ter algo em seu corpo que sofreu alterações e criou seus poderes. Ou talvez fosse uma simples alteração genética, assim como nos Pokémons Shiny, que os fazia ter a coloração diferente das dos outros. Quem sabe Altaris não poderia ser exatamente como um Pokémon Shiny, e ao invés de cor diferente, os poderes haviam sido criados em seu lugar?

Poderia até mesmo ser aquilo... Por um momento, o ruivo quis acreditar que realmente era aquilo, que finalmente havia achado alguma explicação, mas simplesmente não conseguiu. Não parecia plausível, e ainda assim, sobraram muitas outras questões não respondidas. Como Alyss podia controlar gelo? Como ela fazia isso? Como Larysse podia ver o futuro? Como Lawliet podia sentir quem tinha poderes? Como podiam entender os Pokémons? E mais importante: Por quê?

Além disso, aquela teoria não poderia explicar o fato de Altaris poder invadir mentes de outras pessoas, poderia? Não tinha certeza. Adorava ciência, mas não tinha conhecimento o suficiente para dizer se aquilo era possível, e menos ainda para que ele mesmo pudesse criar uma teoria que pudesse explicar seus poderes.

– Então! – Exclamou Alyss de repente, assustando o ruivo. – Vamos continuar viagem? Eu prefiro dormir em uma cama essa noite.

Altaris olhou para ela, como se desconfiasse que aquela não fosse sua verdadeira razão, mas isso passou despercebido.

– Eu concordo. – Respondeu Lawliet, quase que imediatamente. – Preciso cuidar do Jasper, também.

– Quem é Jasper? – Perguntou Clair, até então calada, e parecendo um pouco aborrecida. Até algum tempo atrás, era ela que estava no comando, e não Alyss, muito menos Lawliet.

– Jasper é o Jasper, ué. – Respondeu a garota, o que só serviu para deixar Clair ainda mais aborrecida embora não tivesse dito ou demonstrado nada abertamente.

Logo as crianças também concordaram, tirando as chances de Clair de contrariar e se recolocar no comando. Ao invés disso, não disse nada, apenas anuiu quando pegaram suas coisas novamente. Lawliet permaneceu no chão, estendendo sua mão até sua mochila e puxando o mapa. Assim que o abriu, procurou por algum centro Pokémon por perto que o mapa listasse, e por sorte, achou um ali perto, há alguns quilômetros de distancia de onde estava, e consideravelmente perto de Floaroma, próxima cidade para onde iriam.

Logo se levantou também, e depois de mais uma boa olhada no mapa, foi para o lado de Oktavia, que resmungou algo, se afastando, preferindo ficar perto de Alyss. A garota parecia tentada a importuná-la, mas não fez nada, como se o motivo que a impedia de fazer aquilo fosse as pessoas desconhecidas seguindo-a, mas Oktavia não parecia ter a mesma timidez. Não, ela simplesmente não tinha a mesma timidez que Lawliet, mas parecia não querer incomodá-la agora. Ou estava esperando o momento certo para fazer isso.

Mesmo tímida e não familiarizadas com aquelas pessoas, Altaris percebeu que nenhuma das novas garotas se impediram de tentar puxar assunto, a qual apenas as crianças pareciam determinadas a manter.

Altaris não tinha interesse em falar algo, estava perdido em pensamentos, se perguntando se deveria atrasar o grupo para procurar pela outra Alyss e Drew. Não que quisesse viajar com eles novamente. Não que eles precisassem do garoto para sobreviver na floresta lá fora. Era bem provável que neste momento os dois já estavam a caminho de Floaroma ou do Centro Pokémon.

Não que Altaris ligasse que Alyss e Drew o deixassem para trás. Por que ligaria?

Mudando de assunto em sua própria mente, decidiu ouvir a conversa entre as supostas líderes e as crianças. Isso era algo que se tornara um costume de Altaris. Queria dizer algo, mas acabava não falando, e então ouvia a conversa, para caso resolvesse dizer alguma coisa, não estar por fora do assunto. Achou interessante quando as meninas prometeram que iriam apresentar seus Pokémons a todos eles mais tarde, já que iriam viajar juntos e os veriam constantemente.

Uma coisa que acabou estranhando entre tudo aquilo foi Clair calada, andando com a cabeça meio baixa, parecendo imersa em pensamentos – embora a situação toda fosse estranha. Pelo pouco que conhecia dela, tinha a impressão de que a garota não era desse jeito, mas resolveu voltar aos seus próprios pensamentos e continuar seguindo as garotas e as crianças a sua frente, que agora faziam parte de seu novo grupo.

E ele não sabia como se sentir.

***

Por sorte, conseguiram chegar ao Centro Pokémon ainda naquela noite. Era como o último que haviam visitado numa estrada, e assim que chegaram, depois de alugarem três quartos, dividindo o pagamento a sugestão de Clair e Altaris, Lawliet imediatamente entregou uma Pokeball a enfermeira. Como os quartos eram pequenos e simples, tiveram de alugar três, onde Larysse e Clair ficariam juntas em um dos quartos, enquanto Satoru e Altaris ficariam em outro, e Alyss e Lawliet no terceiro, a qual Oktavia seguiu, parecendo não querer ficar na Pokeball ou para atormentar sua escrava.

Lawliet preferiu comer alguma coisa no Centro antes de ir dormir, e Satoru foi atrás da mais velha, enquanto Altaris subia para o quarto. O menor não queria ficar por perto do garoto por muito tempo, ainda mais depois do que descobrira dele. E também porque estava aflito quanto a ficar sozinho com alguém, seja quem fosse. O motivo principal o preocupava, pois se Altaris realmente fosse da Equipe Rocket, então essa organização criminosa não era mais a mesma de anos atrás, pois tinha um poderoso garoto em mãos. E havia o fato de que, aparentemente, Satoru e os outros do grupo, exceto Clair, também tinham poderes. E se a Equipe Rocket resolvesse ir atrás deles justamente porque tinham poderes? E se quisessem usá-los em benefício próprio, assim como faziam com Altaris?

E se... Altaris dissesse onde ele estava para aquele homem?

Tentou afastar os pensamentos enquanto imaginava que tipo de Pokémons as novas integrantes do grupo teriam, ou se seriam novatas como Clair. Pelo menos Alyss ele tinha certeza que não, já que tinha uma Samurott, a qual ele soube por sua Pokedex mais tarde. Como se houvesse dito a palavra chave para trazer uma lembrança de volta, sua cabeça voltou a memória do dia em que pensara em ensinar o que sabia sobre a Pokedex para Larysse, mas desde então não tivera chance. Faria isso assim quando pudesse, já que na estranha situação em que estavam eventualmente lhe seria útil.

Deixou sua cabeça se ocupar de pensamentos daquele tipo e de que poderes poderia ter, e enrolou tempo o suficiente no saguão do Centro para que quando chegasse no quarto, Altaris estivesse dormindo, devido ao horário.

Infelizmente, não foi assim que o encontrou assim que abriu a porta de seu quarto. O menino estava sentado num canto perto da cama, o quarto meio escuro, mas que foi possível vê-lo diante da claridade fornecida pela luz do corredor. Assim que viu Satoru, resmungou um palavrão.

– Já vai dormir? – Perguntou ele, levantando-se do chão.

– Uh... – Satoru hesitou em responder. Ao invés disso, limitou-se apenas a um aceno leve de cabeça. Altaris sorriu sarcasticamente.

– Tão tarde? Ok... – Ele fez um sinal na direção do beliche, e continuou: - Fique com a cama de baixo pra você.

Satoru assentiu novamente, franzindo o cenho de leve, mas nenhum dos dois fez movimento algum para se deitarem suas respectivas camas. Altaris o encarou, parecendo querer dizer algo, mas não tinha certeza se iria ou não dizer. Depois de praticamente um minuto daquele mesmo jeito, Altaris fez um movimento com a cabeça, e abriu a boca para falar, mas hesitou.

Parecendo desistir do que quer que fosse falar, lançou-lhe um olhar que pareceu ameaçador, e rapidamente subiu para a sua cama no alto do beliche, resmungando algo que o menor não se preocupou em tentar entender, mas o menor não lhe deu atenção. Permaneceu ali por mais um tempo, até finalmente se deitar e o mesmo sonho de todas as noites voltar. E ter a plena certeza de que Altaris não estava dormindo.

A noite passou rapidamente, e o garoto acordou com um empurrão violento de Altaris, fazendo parecer que não fazia nem cinco minutos em que estivera dormindo. Ainda tinha muito sono, e se arrependeu de ter ido dormir tarde. O ruivo lhe encarava com um expressão assustada, como se tivesse ouvido ou visto o que quer que estivesse sonhando, devido a seus poderes, o qual Satoru não duvidava mais nada, embora estivesse calado, apenas o deixou ali e saiu do quarto. O menino que foi deixado no quarto bufou, arrumando-se na cama até ficar sentado. Provavelmente havia o visto tendo um sonho ruim ou algo assim. Seu dia mal havia começado e já estava estranho demais.

***

Mais tarde, no mesmo dia, logo após o café da manhã e Lawliet ter sua Pokeball com o misterioso Jasper de volta, as meninas levaram todos para a arena do Centro Pokémon, dizendo que iriam apresentar seus Pokémons uns aos outros, já que iriam viajar juntos, e também porque Larysse estava animada em vê-los. Esqueceu rapidamente da atenção que vinha dando a Satoru nos outros dias, já que era a única do grupo que sabia por que temia o Cavaleiro do Manto Negro, embora não houvesse dito absolutamente nada a ela. Isso o deixou levemente aborrecido, mas ignorou, indo para o que seria a arena daquele Centro.

Satoru tinha que admitir que a arena do Centro Pokémon era realmente um ótimo lugar para que os Pokémons de Alyss e Lawliet pudessem ser apresentados ao grupo. A arena, como em um dos Centros Pokémon em que havia visitado, era um enorme gramado atrás do mesmo, um espaço aberto tão grande que era difícil dizer onde começava e onde terminava. Fazia parte do campo aberto que viram quando estavam a caminho da construção, e era tão parecido que o menino começou a ponderar se aquilo era típico de todos os Centros Pokémon que ficavam quase literalmente no meio do nada.

Alyss foi a primeira a liberar seus Pokémons, um a um tomando seu lugar na grama verde, sendo revelados pelo brilho vermelho que os tirava de dentro das esferas. Oktavia, que permanecia ao lado de sua treinadora, assistiu a cena. Satoru esperava ansiosamente que os Pokémons fossem liberados completamente. Era a primeira vez que veria um time totalmente evoluído de diversos Pokémons de diferentes continentes, fortes e experientes, muitos diferentes dos de seu pai ou os de sua mãe. Parecia ser uma sensação completamente diferente ver um time de outra pessoa do que o de um parente, a qual convivera (quase) a vida toda.

O primeiro que pôde ver foi um Pokémon não muito grande, beirando os 90 centímetros de altura, parecendo ligeiramente maior que os Pokémons de sua espécie. Imediatamente Satoru o reconheceu como sendo um Raichu, a evolução do Pikachu. Mantinha-se de pé nas patas traseiras, não muito longas, porém não muito curtas. Estas eram negras, e a cor subia até acima do joelho, com várias formando pontas longas laterais. O resto do corpo era na cor laranja, com duas listras negras em suas costas, a ponta ultrapassando ligeiramente a cor branca de sua barriga, que começava no peito, para então descer numa forma elegantemente elaborada. Havia listras em seus braços também, longos, e com mãos marrons escuro, com garras grandes, porem não muito longas. Em seu braço direito, mais precisamente no punho, uma faixa vermelha estava enrolada por ele diversas vezes tomando parte do antebraço até o cotovelo. Satoru não teve certeza, mas poderia jurar que poderia ser uma Focus Band, um item usado para aumentar a força do Pokémon.

No outro pulso, uma listra negra tomava o lugar da faixa vermelha, e que provavelmente teria no outro braço também. Ele tinha uma grande cauda negra, parecendo ainda maior do que o próprio Pokémon, com pequenas listras cinza claro no começo, e que depois recomeçavam onde começava o que parecia ser uma lâmina pontuda em forma de relâmpago, na cor amarela. Esta, na parte superior, tinha alguns pêlos, o que tornava difícil dizer se era realmente uma lâmina ou não.

Já seu rosto, dotado de um focinho pequeno e nariz marrom claro, era uma das coisas que o ajudavam a parecer ainda mais bonito do que já era. Em suas bochechas, dois círculos amarelos estavam ali, costumeiro do Pichu e do Pikachu, suas pré-evoluções. As orelhas eram de um tamanho razoável, negras e amarelas, assim como as de um Raichu normal, porém com um formato estranho e totalmente diferente de suas antigas evoluções. Tinha uma franja curta, e alguns pêlos no curto pescoço, que mais pareciam ser a continuação de sua franja do que pêlos fora do lugar. Tinha um ar amigável, e parecia curioso quanto às outras pessoas que estavam ali, diferentes de sua costumeira treinadora, e fascinados com sua aparência.

Perto dele, havia um Pokémon que o menino não fazia ideia de como descrever, mas tinha certeza de que era um Rotom. Era pequeno, e parecia flutuar no ar. Tinha olhos completamente amarelos, com exceção das pupilas azuis, parecidas com uma pequena fenda, assim como os olhos de um gato. Ao redor de seu estranho corpo parecia possuir o que era uma espécie de ectoplasma verde água, ou um estranho brilho que formava o que pareciam ser duas pernas abaixo de si, porém tinham uma forma estranha, cheia de curvas e pontas, como garras. Aquilo rodeava todo o seu corpo, como uma estranha aura, que dava-lhe a impressão de ser um fantasma, mas ainda podia ser visto claramente a cor laranja que cobria seu corpo. Aquele Pokémon tinha um sorriso estranho, que lhe deixava anda mais assustador do que já parecia.

O próximo Pokémon que Satoru reconheceu de imediato foi um Espeon uma das evoluções do famoso Eevee. E era grande, tendo todo o seu corpo na cor rosa. Tinha pêlos desgrenhados, assim como sua franja, parecendo ter sido bagunçados de propósito. Possuía um par de orelhas longas, com seu interior na cor cinza. Um focinho médio, nariz também cinza, e olhos azuis, com um ar travesso, além de um sorriso maroto, que ajudava a dar-lhe um ar brincalhão. Os pêlos em sua nuca que continuavam a franja virada para trás tinham a ponta num tom de rosa mais escuro, semelhante um tom de roxo, com pequenas manchinhas por ele, colorindo as mechas. Esse tom também estava nas patas, colorindo de rosa escuro apenas seus dedos, tanto nas patas dianteiras quanto traseiras. Possuía uma cauda longa, a qual no final se dividia em dois com pontas peludas rosa mais escuro, e no meio dessas pontas, rosa mais claro novamente, e então escuro onde começava. A metade superior dela tinha várias listras rosa escuro também, formando um padrão interessante.

Sem duvida nenhuma, o quarto Pokémon era uma Altaria, nativo da região de Hoenn, de acordo com a Pokedex de Larysse. Era um grande pássaro azul, com um pescoço longo e cabeça pequena. Tinha uma franja curta, que mal chegava aos seus olhos. Seus olhos eram verde claro, tão delicado quanto toda sua aparência. No topo da cabeça, quase em seu pescoço um par de penas excessivamente longas começava, indo para cima e depois descendo em cada um dos lados de sua cabeça, embora o começo fosse praticamente junto. Possuía um bico com uma ponta levemente curvada para trás, e mesmo pequeno, parecia afiadíssimo. Desde a ponta do bico, uma marca azul podia ser vista, também formando uma curva em sua ponta, quase como uma onda. O corpo era longo e magro, com várias curvas delicadas delineando seu corpo e dando-lhe suas formas. As asas, mesmo dobradas ao lado do corpo, eram enormes, e, contrariando a fala da Pokédex, não eram fofas e nem mesmo pareciam com nuvens, mas ainda assim eram bonitas, lisas e macias, tão brancas quanto à neve, que mesmo nunca tendo visto, Satoru achou ser a única coisa que poderia descrever tamanha a beleza daquele pássaro.

Mantinha-se de pé em pernas levemente curvadas, também na cor azul céu, assim como o seu corpo. Os dedos eram brancos, assim como as asas, com longas garras que se encostavam levemente na grama. Por fim, uma grande cauda também azul, com duas penas excessivamente grandes, assim como as do topo de sua cabeça, que mais pareciam fitas azuis do que penas. Parecia ser delicada e tímida, e muito menos parecia ser o tipo de Pokémon que gostaria de falar muito ou começaria um assunto.

Virou-se para poder dar de cara com uma Mienshao lilás, porém muito mais claro que o tom normal. Beirava o 1,20m de altura, fazendo Satoru pensar que, caso não fosse o focinho pequeno e a cauda, poderia ser uma criança. Suas orelhas eram pequenas, e no momento, estavam abaixadas, parecendo aborrecida ao ver Satoru. Tinha uma franja lilás mais escuro, mais precisamente um roxo bem claro, e um rabo de cavalo da mesma cor, e logo abaixo, o que parecia ser um segundo rabo de cavalo mais fino, no mesmo tom de seu rosto, apenas com a ponta era laranja. O mesmo era com sua cauda, não muito fina e nem muito longa, mas não chegava até metade das costas. Mantinha-se de pé nas patas traseiras, e parecia vestir uma longa calça roxa, na mesma cor que seus cabelos, justa, e que terminava em seus tornozelos. Também parecia vestir uma blusa extremamente curta, cobrindo apenas uma pequena parte abaixo dos seios. Em compensação, as mangas eram enormes, cobrindo seus braços e suas mãos, e indo praticamente se arrastar no chão.

Outra Pokémon estava ao seu lado, parecendo um pouco tímida ao ver aquelas pessoas ali. Não era muito alta, teria pouco mais do que um metro e meio de altura, mas, tinha uma forma ainda mais humanóide do que as outras Pokémons de Alyss. Tinha até mesmo aos e pés extremamente iguais, porém os pés eram na cor azul, e tinha unhas um pouco mais longas, com pontas afiadas, e pernas longas, com exatamente a mesma anatomia de um humano. Em seu joelho, o que parecia ser uma joelheira amarela formando um caracol o cobria, onde logo abaixo, mais precisava batata da perna, começava a cor branca de suas pernas, e a partir do tornozelo, vários pêlos acima do pé, onde começava a cor azul. De resto, era marrom claro.

Usava uma saia xadrez marrom escuro, mesclado com um tom bem mais claro. Por baixo dela, a cauda se erguia em forma de S, não muito grossa, exatamente como a de um macaco. O corpo, os seios e até uma pequena parte da base do pescoço eram brancos, assim como em suas pernas. Os seios e os cotovelos também tinham aquela estranha forma em caracol, como nas joelheiras, mas Satoru não sabia qual era o nome quando ficavam nos ombros. Tinha braços longos na cor marrom, com dedos longos e garras igualmente longas, com uma ponta em cada uma delas. O rosto também era marrom, com um focinho pequeno, mas mesmo assim não lhe tirava a estranha aparência humana que parecia ter. Tinha orelhas longas, com o interior no mesmo tom de azul esverdeado que seus pés. O que mais chamou sua atenção, de imediato foram as chamas no topo de sua cabeça, surgindo a partir de uma pelagem branca que compunha seu cabelo curto, indo apenas um palmo ou outro abaixo dos ombros, e também uma franja ao lado de seus olhos verdes, com grandes cílios, ajudando a destacar a cor, como de uma esmeralda. Elas começavam quase que exatamente no bulbo da cabeça, e faziam um longo caminho em direção ao ar, movendo-se como se queimasse algo que não existia no ar.

A Infernape segurava um grande bastão feito de madeira, com quase a mesma altura que seu corpo. Ao seu lado, estava Maiko, por um momento, confusa ao ver aquelas pessoas ali.

Um pouco afastadas do pequeno grupo que se formava ali, mais duas Pokémons se encontravam, uma sendo identificada imediatamente como uma Charizard, porém um pouco estranha em comparação com os outros Charizards. Não, não era pelo fato de parecer ser um pouco magra, e sim pelo fato de que no topo de sua cabeça, ao invés de chamas, uma franja de pêlos laranja escuro se formava, e também cobrindo toda a extensão de sua nuca, sendo erguidos para cima. Uma única mecha de sua franja era vermelho, e também havia outra nos cabelos erguidos. Uma listra vermelha parecida com essa estava em cada um do que pareciam ser chifres, ou talvez orelhas longas, uma em cada lado de sua cabeça, estendido levemente para o alto. Esses pêlos em seu rosto e em sua cabeça eram brilhantes e lisos, parecendo muito bem cuidados. E contato com a luz solar, pareia brilhar ainda mais do que o normal. Assim como a Infernape, tinha um focinho bem curto, com narinas expostas ao invés de um nariz. O focinho, mais precisamente, no lábio superior, formava uma leve ponta, quase como um bico. Podia ser visto as presas da Pokémon saindo de seu lábio superior, mostrando as ameaçadoras pontas, que mesmo não muito grossas, pareciam afiadas o suficiente para rasgar um pescoço.

Seu rosto e seus olhos eram um pouco... Assustadores. O olho direito era coberto pela franja, mas o esquerdo podia ser facilmente visto, assim como parte de uma cicatriz que parecia vir do olho direito. Quanto ao esquerdo, era amarelo, com Iris verdes. As pupilas eram um simples risquinho preto, semelhante aos olhos de Schrödinger no sol. Passando pela pupila, uma listra vermelha formando uma curva passava por ele, grossa o suficiente para cobrir a pupila, e ser facilmente confundida com a verdadeira pupila. Era um vermelho diferente do da franja, parecendo mais como sangue. Acima do cílio superior, podia ser visto um par de cicatrizes finas, que tinham sua continuação nos cílios inferiores, e perto deles, onde começava o focinho, mais uma cicatriz, fina, formando uma leve curva, rosada e estranha, assim como outra em seu queixo, e que continuava no focinho, parecendo deformar seu rosto.

Possuía um grande pescoço, a qual começava uma cor mais clara do laranja, um tom aproximado do pêssego creme, começando logo abaixo do queixo e que continuava até metade da cauda, cobrindo o peito e a barriga. Em seu peito podia ser visto alguns poucos pêlos fora do lugar, mas de resto, eram todas escamas. Em seu pescoço havia duas listras cor de vinho, e havia mais quatro em seus longos braços, duas abaixo do ombro, e duas no antebraço, perto das mãos com longos dedos, assim como os de um humano. Em seu braço esquerdo, logo abaixo do ombro, havia outra cicatriz, que pelo formato, parecia ter sido originada de uma ferida meio tremida, e que desceu até a primeira articulação. Suas patas com grandes garras eram o que a mantinham de pé e a faziam pareciam ainda mais alta do que já era, e podia se ver mais três listras cor de vinho ali também. Uma no joelho, uma passando pela coxa, e uma na perna.

Também possuía uma grande cauda que, no momento, estava caída no chão, apenas com a ponta erguida em chamas, tão intensa que mal se podia ver direito a ponta. Ao todo, em sua cauda havia mais nove listras, contando com as da ponta, com três juntas, começando num tom mais claro e indo para um mais escuro, até se perder nas chamas. Mais ou menos no meio da cauda, era possível ver uma cicatriz rosada nele também, igualmente tremida. Perto das listras claras até o tom mais escuro, podia se ver uma espécie de bracelete fortemente preso a sua cauda, com o que parecia ser uma pedra brilhante ali, mas não teve certeza do que era aquilo. Havia outras cicatrizes por seu corpo também, duas grandes acima de sua cintura, e outras cicatrizes menores pelo corpo, tantas que Satoru não se atreveu a contar.

A Pokémon tinha grandes asas ainda maiores que seu corpo, mas no momento, estavam dobradas, sendo fortemente pressionadas contra suas costas, mas ainda podiam ser vistas as seis listras ali, parecendo continuar nas asas. Eram como um segundo par de braços, e se seguissem a mesma anatomia, o enorme osso que se estendia onde que seria o braço excessivamente longo que formavam suas asas, estendido para o alto, seria na verdade uma grande e grossa unha do dedão, para depois o indicador continuar seu caminho para baixo. O interior das asas era verde musgo, um pouco mais escuro que o normal. A Charizard, tanto por sua aparência quanto por sua expressão, passava um ar de força, e um pouco aborrecida por ter sido tirada de sua Pokeball apenas para ver pessoas desconhecidas. Tinha uma expressão tão séria que dava medo em Satoru.

A outra Pokémon que estava não muito perto da grande Charizard, e também se erguia nas patas traseiras, também tinha uma aparência meio humanóide, como todas as outras Pokémons presentes ali. Seu corpo todo era verde, e se erguia em pernas enormes, com garras igualmente longas, num tom vermelho tão claro que poderia ser facilmente confundido com rosa claro. Pequenas manchinhas da mesma cor estavam por todo o seu corpo na cor verde claro, acima do joelho e pegando uma pequena parte da cintura, nos ombros, e também na cauda não muito longa que possuía. Estas não pareciam seguir um padrão exato de tamanho, apenas estavam ali, espalhadas. Seus braços eram curtos, diferentemente da Charizard e da Infernape. Suas mãos eram tais como as de um humano, porém as unhas não pareciam ser tão longas quanto à das outras Pokémons que vira até agora.

Cobrindo sua barriga, o peito, o pescoço, o queixo inteiro e uma parte do rosto, tinha uma cor marrom bem mais claro, porém uma parte de seu pescoço era escondida por um grande cachecol laranja xadrez, mesclando um o tom original, um tom mais escuro e amarelo, enrolado de modo que deixava apenas uma parte dele cair ao lado de braço direito. Usava uma boina que tinha o mesmo padrão de cores em xadrez que o cachecol, com uma aba pequena na cor amarela, cobrindo o topo de sua cabeça, onde os cabelos verdes escuro caiam em suas costas, abaixo dos ombros. As pontas eram coloridas com pequenas mechas no mesmo tom vermelho das manchas em seu corpo. O cabelo também cobria seu olho direito, com uma parte escondida pela boina, mas o esquerdo podia ser facilmente visto. Tinha um olhar meio entediado, e os olhos também eram na cor laranja.

Por fim, restavam apenas mais três Pokémons. Uma delas era uma grande raposa, a qual Satoru, estremecendo de leve, reconheceu como uma Ninetales. Mas esta não tinha uma cor e nem mesmo uma aparência como o Ninetales que vira dias antes no Centro Pokémon de Jubilife, pertencendo ao Cavaleiro de Manto Negro. Para começar, seus pêlos eram lisos e brilhantes, o que tornava a Pokémon muito bonita e elegante. Estes eram cinza claro, bem claro mesmo, meio pálido, mas claramente cinza. Suas patas eram um azul bem mais escuro, colorindo apenas os dedos, e uma boa parte acima de seu tornozelo, tendo a mesma forma ondulada que havia em suas orelhas, da mesma cor que sua enorme franja, de pêlos tão ondulados quanto os cabelos de Alyss, que cobria a parte superior da cabeça e descia por toda a extensão do pescoço da raposa. Suas orelhas não muito grandes, voltadas para trás, tinham a ponta no mesmo tom de azul, com uma estranha ponta semelhante a uma onda, mas de resto, também era do mesmo tom cinza pálido que coloria o resto de seu corpo.

Era um pouco confuso observar suas nove caudas, todas com a ponta também em azul, pois estas não seguiam uma ordem exatamente e nem tinham sincronia quando se mexiam, criando diversas curvas no ar. Todos esses aspectos, principalmente os olhos acinzentados, contribuíam para mostrar que aquela não era uma Ninetales qualquer, e de nenhum modo poderia ser comparada ao Ninetales pertencente ao Cavaleiro. Ela parecia distante, como se estivesse imersa em seus próprios pensamentos, alheia aos acontecimentos ao seu redor. Era uma grande, e linda Pokémon, tão elegante quanto pensara.

Perto dela, restava uma das duas ultimas Pokemons de Alyss. Precisou de alguns momentos para descobrir que era uma Arcanine. Tinha uma expressão seria, assim como seus olhos, na cor dourada. Parte de seu focinho era na cor negra, formando uma marca negra abaixo do nariz, enquanto a parte superior era laranja, interrompido por listras negras em seu focinho, meio curvadas, e algumas com pontas triangulares, mas ainda assim levemente curvadas, mas de resto, o rosto era laranja, do mesmo tom de seu Growlithe, que no momento, estava na Pokeball. Entre os olhos, possuía uma marca negra estranha, uma exatamente no centro formando um hexágono, e uma em cada lado que poderiam formar outro hexágono caso se encontrassem. Logo abaixo do olho, quase em sua bochecha, duas marcas negras semelhantes a um bumerangue estavam ali, uma consideravelmente maior que a outra. Cobrindo parte do rosto e o resto das marcas, possuía uma enorme franja cor de creme que descia numa curva para ficar ao lado do rosto, apenas algumas mechas por entre os olhos e quase em cima dos mesmos, mas não o bastante para cobri-los. Suas orelhas longas eram totalmente pretas, com exceção do interior, da mesma cor dos cabelos creme, que continuavam a cair em longas madeixas, formando um rabo de cavalo que se arrastava pelo chão, de tão grande que era.

Ao redor de seu pescoço, um grande colar de pêlos cor de creme se formava, igualmente lisos e bem cuidados, que cobriam seu peito e uma pequena parte da barriga. As patas também tinham uma pelagem cor de creme, pegando a metade de trás de suas pernas e uma pequena parte acima do tornozelo, tal como o mesmo. O mesmo acontecia com as patas traseiras, seguindo o mesmo padrão. Possuía uma grande peluda cauda cor de creme, a qual no momento estava centímetros acima do chão.

O resto de seu corpo era uma mistura de laranja com preto. A cor principal era laranja, e o preto vinha de suas diversas marcas pelo corpo, todas com formas estranhamente familiares a ele. A barriga também era negra, e algumas marcas pareciam continuar em direção a barriga, porém sumiam na cor preta. Todas essas marcas tinham um formato meio curvado, e várias com pontas, algumas semelhantes a listras de tigre, porém muito menores. Por todo o seu copo havia aquelas marcas e listras negras, tornando praticamente impossível de se contar ou tentar enxergar o padrão que formavam. Por algum motivo, aquela Pokémon lhe era estranhamente familiar.

Finalmente, Satoru olhou para a última Pokémon que restava: Uma Mawile. Era pequena, e parecia estranhamente com uma garotinha. O garoto até mesmo a confundiria com uma garota se não fossem os olhos rosa e as mãos negras, que sabia ser de sua cor. Vestia o que parecia ser um kimono marrom claro, sendo justo no formato do corpo mais folgado nos braços e nas pernas, tanto que em seus pequenos braços a enorme manga caída em direção ao chão, mas não era o suficiente para isso acontecer. A calça ficava tão grande que cobriam seus pés, mas podiam ser vistos pequenas partes. O menino pôde enxergar sandálias negras, e o que pareciam ser meias brancas.

Seu rosto era pequeno e delicado, extremamente parecido com o de uma garotinha. Seu cabelo era na cor preta, um pouco acima dos ombros, e cobria suas orelhas. Tinha uma exceção em questão do tamanho, o qual um par de enormes rabos de cavalo ao lado de sua cabeça, encostando de leve no antebraço da Pokémon. Havia um também no topo de sua cabeça, que caia para trás como uma bagunça de cabelos. Tinha uma franja que cobria parte do olho direito, mas ainda assim era possível ver que este era coberto por uma estranha faixa branca, deixando todo o olho completamente ocultado.

Era tão estranho observar uma Pokémon que tinha praticamente a mesma aparência de uma criança da idade de Larysse. Esta, encantada com a Mawile, se aproximou, dizendo:

– Awn, que fofa, uma Mawile! Posso fazer carinho nela?

Alyss deu de ombros. A garotinha mais nova estendeu a mão até ela, e esta a encarou com timidez. De repente, o que ela achou ser um rabo de cavalo no topo de sua cabeça começou a se mexer, e quando se levantou de frente para Larysse, mostrou ser uma longa boca peluda cheia de dentes afiados se mostrando para fora da mesma, com uma marca parecida com uma asa amarela. A criatura abriu a boca enorme, e avançou contra Larysse. A menina deu um grito de desespero, se afastando a tempo de não ter sua mão devorada.

Sem querer, acabou se aproximando mais do que Satoru estava permitindo a qualquer pessoa, e este se afastou o máximo possível, com um olhar assustado, mas ninguém pareceu perceber.

– Akatsuki! – Repreendeu a Mawile, se referindo à boca enorme em seus cabelos. Então, ela começou a falar no que parecia ser uma língua desconhecida com a criatura, que lhe respondia, parecendo aborrecida em ser repreendida, ou pelo menos foi o que pareceu, visto que ninguém parecia entender uma única palavra do que estavam falando.

– Minha mão... – Choramingou Larysse, segurando a mesma com a outra mão. Alguns deram risadinhas, outros apenas observaram. Alyss se apressou em continuar:

– Ah... Aquele ali é o Hayato. – Disse ela, apontando para o Raichu. – Este é Logan, Austin, Clair, Shao Mei, Millianna, Alexa, Tabitha, Amber e Natsuhi.

Falando na ordem em que Satoru havia visto, o menino meio que se surpreendeu em todos os Pokémons terem seu próprio nome, e também de ver cada um deles ali. Eram diferentes da maioria dos Pokémons de sua espécie, cada um com suas peculiaridades e diferenças, todos parecendo impressionantes. Satoru nunca pensou que poderia ver Pokémons assim, com exceção com os de seu pai, embora estes não fossem nada parecidos com o time de Alyss. Se perguntou por quanto tempo ela estava numa jornada para ter todos aqueles Pokémons, todos evoluídos, com exceção de Schrödinger, que havia sido adicionado ao time há pouco tempo, pelo o que havia ouvido.

Com o canto do olho, Satoru pode ver a Pokémon que seria Tabitha tirar sua boina, revelando alguns cabelos bagunçados, e tirar de lá o que de inicio o menino não reconheceu, mas percebeu que era um iPhone, o que imediatamente estranhou, tanto por ser um iPhone quanto por ela estar digitando.

– O que ela tá fazendo...? – Perguntou Larysse antes de Satoru poder fazer a mesma pergunta.

Antes mesmo que ela pudesse ter uma resposta, Tabitha ergueu o telefone em sua direção, e um flash surgiu.

– Twittando ~ - Respondeu a Breelom. –“Alysse me apresentando pra um shota, uma loli e uma Shotacon, LOL. #Altariatambém #wtf”.

– O que... – Murmurou Satoru, confuso. – Do que foi que ela nos chamou...?

– Ela me chamou de Altaria...? – Altaris parecia ofendido, mas não fez mais objeções.

– Por que raios um Pokémon tem um Twitter!? – Indagou Larysse.

Tabitha deu um sorrio malvado, e continuou digitando, o que era surpreendente. Clair parecia confusa, tentando entender o que havia acontecido ali e porque todos estavam indignados com algo que a Breelom havia dito.

Procurando mudar de assunto, Larysse continuou, fazendo uma pergunta que provavelmente estava na mente de todos ali presentes:

– Er... Por que você tem mais de seis Pokémons no seu time? Não são permitidos apenas seis?

– Apenas em batalhas oficiais, não em times. – Respondeu Alyss, agindo como se não tivesse presenciado aquela cena.

Larysse ergueu as sobrancelhas, curiosa.

– Vai escrava, é a sua vez! – Disse Oktavia, empurrando Lawliet de leve com seu cajado.

Esta resmungou, mas obedeceu, liberando todos os seus Pokémons dentro de suas Pokeballs, a qual a própria Alyss parecia ansiosa em rever.

O primeiro Pokémon foi um grande Charizard de olhos verde jade, mas sem nenhum atrativo especial, ao contrário de Alexa. Usava o que parecia ser uma corrente com uma estranha pedra na ponta, parecendo ser protegida por uma gota de vidro, quase imperceptível. Ele tinha um olhar amigável, embora fosse grande.

Ao seu lado, dois Pokémons de mãos datas olharam de volta para ele, com um olhar tão sem emoção que Satoru quase desviou os olhos. O da direita era um Meowstic macho, tendo como cor principal o azul. Suas orelhas estavam abaixadas para trás, e por dentro, tinha pêlos brancos. Possuía uma franja igualmente branca, que caia no meio dos olhos, cobrindo parcialmente o olho esquerdo. Em seu pescoço, um estranho colar de pêlos branco o cobria, fazendo curvas. A cor branca continuava em seu corpo, como se vestisse uma blusa sem mangas, e que terminava como uma saia peluda.

De resto, o corpo era azul, e se mantinha se pé nas patas traseiras, que o deixava mais alto do que parecia ser. Tinha braços curtos, e possuía mãos ao invés de patas, com garras grandes, uma colocada ao lado do corpo, a outra segurando a mão de uma Meowstic fêmea. O gatinho tinha duas caudas, caídas ao lado do corpo, parecendo não ter animação nenhuma para brincar com elas, assim como Gwen fazia. Metade de sua cauda era branca com pequenos quadradinhos que demarcavam onde a parte branca começava, fazendo uma estranha curva. Seus olhos eram verde claro, um tom estranhamente pálido, quase transparente. As pupilas eram um risquinho, visto que estava claro o suficiente para enxergar.

A Meowstic ao seu lado era praticamente o oposto. Seus olhos eram azul claro, mas mantinha uma expressão estranha, distante, quase sem emoção alguma. A franja, ao contrário do companheiro, não era totalmente branca, mas tinha as pontas azuis, e uma única mecha azul que seguia a ondulação dos pêlos. A cor principal de seu corpo era o branco, embora também tivesse o tom azul. O colar de pêlos em seu peito era igualmente branco, mas se olhasse de perto, Satoru poderia jurar que era um rosa extremamente claro, e parecia formar um circulo em forma de caracol. Também parecia vestir uma blusa sem mangas, embora ela começasse no pescoço, pelo o que o colar de pêlos ao redor lhe permitia ver. Tinha quase a mesma marca da cauda do Mewostic macho, onde quase exatamente no meio da barriga formava uma estranha curva, com uma única listra em azul. Estava de pé nas patas traseiras, assim como o Pokémon ao seu lado, e estas eram azuis também, terminando numa curva no tornozelo, assim como nas suas patas dianteiras, formando um estranho caracol, ao contrário das traseiras. Possuía duas caudas enormes, que tinham praticamente o mesmo tamanho que ela mesma. A metade inferior desta era azul, com uma curva formando um S onde começava a cor azul.

Outros dois Pokémons foram logo para o lado de Lawliet assim que foram liberados, eram familiares para o garoto. Uma delas era uma Rapidash, uma enorme égua cor de creme com um corpo alto e forte, cascos negros, e um crina de pêlos na cor vermelho vivo e amarelo brilhante, que do modo em que ficavam juntos, davam a impressão de serem fogo, o que claramente não era. O mesmo acontecia com sua longa cauda, com tons de laranja junto, reforçando a impressão de estar pegando fogo, como deveria ser nos Rapidashes normais. Esta não era tão parecida a um Rapidash normal, visto que em suas costas continham marcas laranja semelhantes a um par de asas, mas eram pequenas demais para ser confundido com asas, o que parecia impossível, mas ainda assim passou pela cabeça de Satoru. Uma listra igualmente laranja havia em seu joelho, na perna traseira direita, formando uma curva. Seus olhos eram castanho, e de perto dava para se ver pequenos pontinhos vermelhos. Usava um colar feito de vidro, pequeno, e com um pingente em formato de gota na cor vermelho-claro, pois dava para ver através do mesmo.

O outro Pokémon que se postou ao lado de Lawliet era mais um cavalo, e que pelo tamanho e porte físico, era claramente mais forte e mais experiente que a Rapidash junto com Lawliet. Seu corpo era negro, num tom mais claro, no qual o focinho e as orelhas eram ainda mais escuros, mas quase não dava para ver a cor preta do corpo, pois diversas marcas brancas o cobriam, diferentes formas espalhadas pelo corpo, sendo somente a das costas e do pescoço maiores e bem mais grossa que as outras, se destacando mais, porém não enchiam o corpo totalmente, e era claro que sua cor principal era o preto. Quase não dava para ver as marcas em suas costas e pescoço, pois sua crina branca, além de formar uma longa franja em seu rosto, descia pelo pescoço e continuava seu caminho pelas costas, até chegar à longa cauda, que diferentemente da outra Pokémon, era mais espetada e cheia, ao invés de lisa e bem arrumada.

Mantinha uma expressão séria e distante, como se não quisesse contato ou não estivesse a fim de conversar com as crianças ali, visto que não as conhecia. Seus olhos eram azul, um estranho azul elétrico que era interessante de observar, como uma jóia preciosa. Próximo de seu queixo, havia uma marca branca se destacava, como uma listra, que sumia logo depois de se aproximar da parte negra do queixo. O Pokémon usava um colar de vidro em formato de gota, na cor azul claro, e dava até mesmo para ver através dele. O colar parecia estar do oposto do da Rapidash, mas ainda assim, era semelhante.

De acordo com a Pokedex que Larysse estava usando para identificar os Pokémons que não conhecia, aquele era um Zebstrika, e bem diferente da imagem que mostrava na Pokédex.

Havia uma Pokémon que não havia necessidade de se olhar as informações na Pokédex, viso que já conheciam. Era uma Ninetails, que diferentemente de Gwen, era na cor creme, assim como os outros Ninetails. Suas longas orelhas eram caídas, como se não tivesse força o suficiente para mantê-las de pé, e a ponta das mesmas eram laranja. Tinha uma franja que fazia uma curva para o lado do rosto, de modo que não cobria nenhum de seus olhos azul claro, parecendo animados e amigáveis. O cabelo continuava, em madeixas claras e lisas, precisando ser preso num rabo de cavalo por um laço azul, devido ao seu tamanho, mas mesmo assim caia em seu pescoço e por uma diferença de alguns centímetros, não cairia e se arrastaria no chão. Cada uma de suas patas tinha uma cor, a dianteira e a traseira esquerda eram azuis, as esquerdas eram laranja, como em suas orelhas. O mesmo tom de laranja estava em suas duas listras nas costas, tão longas que quase chegavam na barriga. A ponta de cada uma de suas nove caudas alternava entre o azul claro o laranja, tornando um pouco difícil de observar direito qual era qual quando a raposa as balançava no ar, fazendo ondas. A Ninetails usava uma coleira azul, colocada de modo que ficasse folgado em seu pescoço praticamente caindo.

A próxima Pokémon se mantinha de pé nas duas patas traseiras, e tinha uma cor cinza escuro em todo o seu corpo. Era outra raposa, que passava um olhar entediado para o resto do grupo. Seu olho esquerdo era vermelho, com uma pupila que parecia uma mera fenda negra em todo aquele mar vermelho, sem imperfeições e sem nenhuma outra cor, a não ser de sua pupila para interromper. O direto era azul, do mesmo azul elétrico que o Zebstrika possuía, e o que parecia ser sombra vermelha havia em suas pálpebras, continuando um pouco acima, até chegar nas sobrancelhas. Sua franja caia parcialmente em seu olho direito, a qual estava tentando afastar constantemente, para que pudesse enxergar melhor. As mãos que tentavam fazer isso eram idênticas as de um humano, com unhas longas e a diferença de cor, que era o cinza escuro de seu corpo. O cabelo era completamente negro, com pontas vermelho escuro, e continuava para trás da cabeça, com um rabo de cabelo segurando todo o resto para que não a atrapalhasse, pois era tão grande que chegava até sua cintura, e com pontas igualmente vermelhas.

Ao redor de seu pescoço e cobrindo seu peito, o que parecia ser um colar de pêlos negros e cheios estava ali, dando-lhe a leve impressão de que possuía seios. Possuía uma enorme cauda, que parecia ter quase o tamanho de seu corpo todo, o que pareceu estranho para Satoru, embora não soubesse por quê. Esta era totalmente vermelha, mais para o tom de vinho, com a parte superior negra, diferentemente de seus cabelos. De suas patas traseiras até seus tornozelos, a cor era vinho também, e o mesmo se repetia em seus braços, com duas listras abaixo do ombro, e duas nas costas.

A seus pés, uma pequena raposinha parecida com a maior olhou para eles de volta, parecendo tímido. De pé nas quatro patas, o Pokémon era muito parecido como uma versão menor da Pokémon acima dele. Sua cor principal era cinza, porém eram claras as semelhanças entre a outra. Para começar, sua pequena franja também tinha as pontas vermelhas, e seus olhos eram do mesmo azul elétrico, porém mais inocentes. As orelhas, por dentro tinham a cor vinho, igualmente a marca no topo delas, parecido com as marcas da outra. Possuía um colar de pêlos negros e brilhantes ao redor de seu pescoço, cobrindo também seu peito e pegando uma pequena parte da barriga. Possuía também um par de listras cor de vinho em seus braços, e também atrás das patas traseiras bem acima do tornozelo. Apenas seus dedos eram do mesmo negro que seu colar de pêlos, tanto nas patas dianteiras quanto traseiras. Em suas costas, possuía um par de listras vermelho vinho, e também em sua longa e peluda cauda, a qual apenas a ponta era negra.

Aquilo era um Zorua?

Perto dos dois, a última Pokémon pode ser vista, a qual Satoru reconheceu imediatamente. Uma elegante Leafeon se erguia por perto deles, ainda mais bonita porque seus pêlos pareciam brilhar. A maior parte dos pêlos eram marrom claro, e as patas, desde os dedos até um pouco acima dos tornozelos, eram marrom mais escuro como a cor dos troncos das arvores. Tinha orelhas longas, que começavam normalmente, e então mudavam para a cor verde e as pontas se erguiam como se fossem folhas ao invés de carne e osso. O mesmo acontecia com sua cauda, que parecia mais ser uma folha fina do que realmente uma cauda, que deveria começar com pêlos e terminar com os mesmos.

A Pokémon tinha um focinho pequeno, e o nariz marrom, do mesmo tom que os de suas patas. Seus olhos eram verde jade e brilhantes, e assim como os outros Pokémons, suas pupilas eram apenas uma fenda negra no meio do verde brilhante. Sua franja ondulada era uma cor verde mais escuro, assim como o de sua cauda, e caia ao lado de seu rosto, sem atrapalhar seus olhos. No peito, uma mecha de seus pêlos tinha o mesmo tom de verde, porém era uma grande mecha, dando-lhe a estranha semelhança de ser outra folha.

– Esse aqui é o Jasper – Disse Lawliet, apontando para o Charizard, o Pokémon que havia tanto falado mais cedo, mas não havia dito que Pokémon era exatamente. Depois, animadamente, se virou para os Meowstics: – Aqui temos o Minoru e a Ellie, aqui do meu lado a Diana, Marshall e Nina. Ali temos a Elizabeth e o seu filho, Zéphiro, e por último, mas não menos importante, a Leaf.

O grupo hesitou, surpreso com os Pokémons ali. Eram muito mais do que esperavam, mesmo os treinadores sendo mais velhos. Para Satoru e Larysse, todas as expectativas que tinham em cima de Clair quando a conheceram se realizaram ao verem o time de Alyss e Lawliet, com tantos Pokémons diferentes e impressionantes. Satoru mesmo nunca havia visto nem mesmo um Charizard em toda a sua vida, ainda mais um como Alexa. E também nunca havia visto uma Breelom com um iPhone, mas isso não vinha ao caso no momento.

Ainda havia mais pessoas para apresentarem seus Pokémons. Altaris mostrou apenas Ignatus, seu Charmander Shiny, Larysse mostrou Khurtnney e Dave, que pareceram aliviados de sair da Pokeball. Clair mostrou Weng e Jin, e por fim, Satoru liberou Typhon e Growlithe de suas Pokeballs.

Assim que Growlithe estava fora da Pokeball, Satoru franziu o cenho, confuso, tanto por ele estar de frente para ele, de modo que podia ver Amber, a Arcanine de Alyss, encarando-os.

Foi aí que descobriu porque achara suas marcas familiares. Em seu rosto, logo abaixo da franja curta, que diferente do primeiro dia que o vira, estava baixa, cobrindo sua testa, havia exatamente as mesmas macas que havia em Amber. No resto de seu corpo era a mesma coisa, embora não fosse tão cheio de marcas quanto a Arcanine. A única diferença, a qual Amber parecia não ter, era a parte preta que havia em sua cauda cor de creme, nas bordas e nas pontas. Seus olhos tinham o mesmo estranho tom dourado que a enorme Pokémon tinha, fazendo tudo aquilo parecer ainda mais estranho.

Enquanto observava, curioso, e se perguntava o porquê de seu Pokémon ser extremamente parecido com Amber, esta, parecendo captar algo no ar, arregalou os olhos dourados, e encarou o pequeno Growlithe a frente de Satoru.

– Skun...? – Murmurou ela, falando pela primeira vez desde que fora liberada de sua Pokeball.

Neste momento, Satoru soube que havia algo errado.


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Notas finais do capítulo

PORQUE RAIOS UM POKÉMON TEM UM TWITTER?
Chemt, eu adoro a Tabitha *u* Mas só a mestra é perfeita, só a mestra é diva e s2s2s2
Tô até vendo as pessoas me chamando de uke (eu não sou uke, shh vocês). Btw, talvez eu poste logo no dA o design dos meus Pokémão, mas até lá, fiquem satisfeitos com a descrição u-u'
Espero que tenha ficado bom o capítulo, aliás qq
Also, vão ler a fiqué da Alysse. A minha fiqué usa a personagem num universo alternativo, mas se quiserem ver a história e tals dela, além de uma história com enredo muito bom, tô: http://fanfiction.com.br/historia/472933/Pokemon_Nuzlocke_Heaven_Hell/
Leiam ou eu vou morder vocês, rawwwr