Every Boys Got One escrita por lou_santos


Capítulo 7
Siete


Notas iniciais do capítulo

E ACABOOOOOOOOOOOOOOOOU *chora*
Gente eu esqueci de avisar no primeiro capítulo que eu não tenho beta, PORTANTO, alguns erros podem passar e eu não vi (depois que eu vejo as coisas grotescas que estão por aí). MIL desculpas por qualquer incoerência, mas às vezes passa eee eu não tenho word (Escrevo no OpenOffice) portanto não tem correção automática.
Respondo as reviews amanhã que vou ter tempo livre ok?
ENFIM, chega de lenga lenga, e partamos para o último capítulo dessa fic!



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De: Aoi (shiroyama.yuu@tokyodaily.co.jp)

Para: Ruki (takanori_matsumoto@gypjewerly.co.jp)

Assunto: Talvez


Você poderia considerar dar uma sugestão pra sua tia de colocar uma guarita na porta da casa.

Ou então a dona Viegas poderia NÃO DEIXAR O PORTÃO ABERTO.

Só uma dica.

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Diário de Viagem

Ruki e Reita

Uruha


Eu sabia. Eu SABIA! Eu sabia que esse moreno era problema! EU SABIA!

Na hora que a Gina chegou eu sinceramente quis enfiar alguma coisa na boca dela, porque olha, as coisas tinham tudo pra dar certo dessa vez. Só que antes de eu conseguir mandar ela pra puta que a pariu (Com todo o respeito a Tia Sachiko) ela começou a gritar horrores, que eu estava arruinando todos os planos dela, e que eu podia tirar meu cavalinho da chuva, que – PASMEM! - o Aoi tinha prometido um relacionamento sério para ELA quando ele voltasse para o Japão, e que eu só era um entrave e sempre fui, e blablabla.

Só que olha. Eu aturo essa criatura durante 24 anos, desde que ela nasceu. Ela sempre teve o prazer de foder minha vida lindamente, desde criança. Ela tem um prazer enorme em distorcer a realidade e conseguir ganhar as coisas as custas dos outros, principalmente da minha. Porra, por causa dela que o vovô não conversa comigo até hoje. Ela tirou aquelas fotos minhas com o Tora quando a gente namorava e mostrou pra família toda, e a Hanako teve que ameaçar sair de casa pro meu pai não me deixar preso dentro do meu quarto eternamente.

E essa nem foi a primeira atentação dela.

Teve o vaso da era Meiji da vovó que ela quebrou e pôs a culpa em mim. O cachorro dela que sumiu ela disse que foi eu quem deu um sumiço nele (E o cachorro me aparece na mão da vizinha no outro dia, que pedia mil desculpas pelos filhos terem pegado o coitado do basset andando pela calçada). O micro-ondas que ela explodiu. A MINHA cama na casa de praia em Okinawa que ela quebrou com o namorado dela e eu tive que dormir num colchão inflável no chão.

Caralho, eu cansei dela.

Então, muito sem querer, eu puxei uma grande mecha de cabelo dela...

E a joguei dentro da piscina.

Olha, tudo bem, não foi uma atitude madura (Mesmo porque o Aoi ficou olhando pra mim de boca aberta como se perguntasse “Quem é você e o que você fez com o Kouyou”) e quando ela saiu da piscina parecendo um gato molhado eu sabia que eu tava fodido com F maiúsculo.

Mas quando ela veio pra cima de mim pra me dar uns tapas, eu não sei que diabo que deu em mim. Eu não devia ter feito isso. Só que eu meio que fui mais rápido e meu tapa acertou primeiro.

Rolou um momento de silêncio e eu ia partir pra cima dela de novo, só que...

Aoi segurou Gina pelo braço e colocou ela atrás dele. E disse “Kouyou, chega, para com isso. Não admito isso”.

Porra, até o Aoi. Até ele que conhece a Gina a alguns dias. Até ele protege a Gina de qualquer coisa que venha a acontecer, e acaba me culpando de todas as merdas que ela faz.

Eu sou uma pessoa benevolente, mas isso é abusar da minha boa vontade. Então eu simplesmente saí correndo, tomei um capote no meio da sala e estou aqui arrumando malas porque vou embora amanhã, não quero nem saber.

E estou chorando. É essa minha pateticidade.

Aqui estou eu, sentado no meio desse monte de roupa que eu nem sei porque diabos eu trouxe, chorando por causa da minha prima vadia e de um cara que a uma semana eu odiava. A imagem da derrota elevado ao cubo.

Olha, essa viagem tinha tudo para ser perfeita. Eu estou na Europa. Estou com os meus dois melhores amigos de todos os tempos, e tive a oportunidade de ser testemunha do casamento deles. Era pra tudo ser perfeito. Mas não.

O fato de Shiroyama Yuu existir e estar viajando com a gente já tira um pouco da perfeição do negócio.

E claro, o fato de eu inexplicavelmente ter me apaixonado por ele também.

Tem uma barulheira rolando lá em baixo. Isso são gritos? São, mas são gritos só da Gina. Daqui da janela dá pra ver mais ou menos a área da piscina e...

Ai meu Deus.

Puta que pariu.

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De: Uruha (takashima.kouyou@tokyodaily.co.jp)

Para: Ruki (takanori_matsumoto@gypjewerly.co.jp)

Assunto: (Sem Assunto)


Primeireos socrooss onde tem?

To tremenendo descculpa

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De: Ruki (takanori_matsumoto@gypjewerly.co.jp)

Para: Uruha (takashima.kouyou@tokyodaily.co.jp)

Assunto: Re:(Sem Assunto)


Armário do móvel da TV, terceira prateleira.

Que diabos você tá aprontando aí?

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Ipad – Shiroyama Yuu


De todas as coisas que eu já imaginei ver na minha vida, nenhuma delas era ver Kouyou perdendo a calma e batendo em alguém, principalmente se fosse uma mulher.

Na hora do bate boca dos dois, tava beleza, porque eu sabia que mais cedo ou mais tarde eles iam acabar discutindo. Eu estava com vontade de bater boca com a Gina, porque eu ia beijar o loiro mais uma vez e podia ter resolvido toda essa situação.

Só que quando ele pegou ela pelo cabelo, jogou ela na piscina e ainda deu um tapa na cara dela, eu realmente não reconheci o Uruha. Ele não era compatível com toda essa raiva. Eu imaginava ele puto, ansioso, elétrico, agitado. Mas com raiva a ponto de bater numa mulher que era metade dele, nunca.

E foi somente por isso que eu peguei ela pelo braço e coloquei ela atrás de mim. Se ele realmente a pegasse pra bater, não ia ser bonito. E era até covardia. E ia dar problema pra nós dois e principalmente pra ele desse mais que um tapa. Gina podia ser a vagaba filha da puta que fosse, mas continuava sendo mulher, e por pior que seja, eu não podia permitir que Kouyou batesse nela.

Mesmo que eu estivesse com vontade de fazer isso também.

Mas para variar um pouquinho, Uruha entendeu tudo errado e saiu correndo pra casa e me deixou sozinho com ela, que se abraçou em mim dizendo “Agora somos só nós dois, ele não vai atrapalhar a gente mais, amor”

SÓ QUE NÃO!!

POR QUE AS PESSOAS NÃO CONSEGUEM ME ENTENDER?

Gina, não. Eu só fiz isso porque ele ia te matar se ele te pegasse. Mas eu não quero nada com você, e eu acho que deixei isso bem claro da última vez que a gente conversou. E eu disse que ia te ligar quando voltasse pro Japão. Isso não é um relacionamento sério” Eu disse. E aí foi a minha vez de levar um tapa na cara.

O problema era que a unha dela tava grande e ela errou o tapa, e eu não sei se você já machucou a testa, mas qualquer corte mesmo que seja menor que uma espinha já faz você parecer que acabou de sair diretamente da faixa de gaza, de tão ensanguentado que fica.

E adivinha quem ganhou um furo na testa porque a imbecil usa aquelas unhas que parecem garras? Acertou. O babaca aqui.

Ela saiu correndo pra cidade e eu entrei em casa gritando por Kouyou, e quando ele desceu ficou muito branco, e subitamente tudo que aconteceu na última meia hora sumiu da cabeça dele. Me sentou no sofá e começou a procurar o estojo de primeiros socorros, mas teve que pedir ajuda pro Ruki por e-mail até achar. Aí achei melhor eu mesmo pegar um espelho e cuidar de tudo, que caso contrário ele ia passar remédio no meu queixo e não ia acertar a testa.

No final das contas, o machucado que me deixou com cara de sobrevivente de guerra era menor que uma espinha. Troquei de blusa e deixei ele sentado na sala com aquele caderninho dele enquanto eu faço água pra um chá, e quando eu terminar aqui, nós dois vamos conversar. Nem que tenha que ser à força.

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De: Ruki (takanori_matsumoto@gypjewerly.co.jp)

Para: Uruha (takashima.kouyou@tokyodaily.co.jp)

Assunto: Que diabos?


Deixa eu ver se eu entendi. Você e Aoi estavam quase se pegando. Gina brota do inferno e arma a maior confusão. Você pega Gina pelos cabelos e joga ela na piscina, depois dá um tapa na cara dela. Aoi a protege de você, você sai correndo, mas depois Aoi é brindado com um tapa da Gina, que acaba fazendo um furo na testa dele com a unha e que deixa ele parecendo com um zumbi de Left 4 Dead, matado recentemente.

Esqueci alguma coisa?

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De: Uruha (takashima.kouyou@tokyodaily.co.jp)

Para: Ruki (takanori_matsumoto@gypjewerly.co.jp)

Assunto: Re: Que Diabos?


Ele agora tá na cozinha fazendo chá.

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De: Ruki (takanori_matsumoto@gypjewerly.co.jp)

Para: Uruha (takashima.kouyou@tokyodaily.co.jp)

Assunto: Res: Que diabos?


Cacete. Se eu não tivesse num resort all-inclusive sendo mimado pelo meu marido nesse momento eu realmente queria estar aí pra ver a briga. Até ia estourar pipocas.

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Diário de Viagem

Ruki e Reita

Uruha

Ele tá puxando assunto, mas eu não vou responder. Não vou. Não vou mesmo.

Mesmo que ele tenha levado um tapa da minha prima (Que, se eu tiver muita sorte, está a caminho de Paris no momento) e ficado coberto de sangue. Mesmo que ele tenha tentado concertar as coisas. Mesmo que ele esteja me chamando, e mesmo que esteja sentado do meu lado, eu não vou olhar. Não mesmo.


Aoi: Caralho, Kouyou, larga esse caderno e conversa comigo. Olha que milagre, eu tô querendo conversar. Por favor?

Eu: Não.

Aoi: Ótimo, mas eu não vou sair daqui enquanto você não me ouvir.

Eu: Hm.

Aoi: Primeiro, eu só segurei a Gina porque se você batesse nela ia sobrar muito mais pra você. Querendo ou não ela não é nem sua metade e isso seria covardia, e eu sei que você não é covarde.

Eu: Ah, claro. Falou quem me conhece muito bem.

Aoi: Se você fosse covarde não teria entrado naquele consulado e cometido perjúrio pra salvar o casamento de seus amigos.


Touché.


Aoi: Olha, eu sei que eu fui um babaca com você. E eu foi péssimo o jeito que eu agi com você, e com toda a situação. Só que eu não podia evitar. Eu tive uma péssima experiência com relacionamentos de longa duração e meio que tomei birra de tudo isso. Mas ontem eu fiquei preso num carro com você.

Eu: Iiiiih ó, eu não encostei naquele Clio, olhei depois e não ficou nenhum arranhão.

Aoi: Na verdade, o assunto não é sobre suas inabilidades como motorista.

Eu: Dirijo muito bem em mão inglesa, babaca.

Aoi: Kouyou, foco aqui. Não quero falar sobre minha experiência de quase morte dentro de um carro com você...

Eu: (Grunhido)

Aoi:... Na verdade quero falar que você me fez rir como há muito tempo eu não ria. Isso num dia só. E eu me senti bem com você.


Puta que pariu, homem, para de mexer no meu cabelo. Eu derreto e viro poça.


Eu: Pode parar, seja lá que diabos você queira fazer. Se é pra eu sair daqui e você poder ficar com a casa pra você ficar com outra menina aleatória, desista. Não vou para um hotel nem pelo ofurô. E para de mexer no meu cabelo, sim? Preferia mais quando você me odiava.

Aoi: Nunca odiei você.

Eu: AAAAH, CLARO! Hoje é o dia oficial de fazer piada com a cara do Takashima e eu não tô sabendo?

Aoi: Kouyou, sério. Nunca odiei você. Eu ria de você, e até você mesmo fazia isso. Quando você topa em alguma superfície na vertical, tropeça nos próprios pés ou chuta alguma coisa. Se eu odiasse você não estaria aqui há quase meia hora tentando fazer você largar esse bendito desse caderno e conversar comigo.


Double Kill.


Aoi: Você também ria da minha cara.

Eu: É, mas não na sua frente.

Aoi: O que só torna isso três vezes pior, concorda?


Filho da puta.


Eu: Se você está querendo dizer tudo que eu quero ouvir, saiba que eu sei como o jogo funciona, tá legal? Mas você tentar adivinhar o que eu penso de você pra tentar mudar essa impressão minha de você, só vai piorar as coisas.

Aoi: Eu sei exatamente o que você pensa de mim. Você acha que eu tenho merda na cabeça por escrever um livro sobre diamantes de sangue e ter aceitado passar tanto tempo em plena guerra civil, que, por sinal, não me tornou bruto e rude, só me fez ter nojo de filmes de tortura e agradecer todos os dias por ter uma cama. Sei que você detestou o nome do cachorro do Reita, e eu concordo com você, foi um nome muito babaca de cachorro. Sei que você tem uma variação de humor incrível e que ao mesmo tempo que você me acha engraçado, você me detesta. Também tenho consciência que você queria me matar dentro daquele avião e posso te dizer que achei muito engraçado ver o jeito que você se referia a mim mudando com o passar dos dias.

Eu: Eu vou MATAR o Ruki. Foi ele que contou isso pra você?

Aoi: Hm, não. Eu li o seu caderno.


HÃ?????????????????????????????????????????????????????????????????????????


Aoi: Quer por mais interrogação? Eu espero.

Eu: Vai te fu...

Aoi: Você está errado a respeito de uma certa parte da minha anatomia, e também sobre o fato de eu ser desprovido de sentimentos, porque eu tenho sentimentos sim, eles só não são à flor da pele como os seus. Sei que você tem um yorkshire e que tá morrendo de saudade dele, que você ama seu trabalho e que daria tudo pra ver seus amigos felizes.

Eu: Sem comentários.


Ele suspirou. Dá pra ver pelo canto do olho. Voltou a por a mão no meu cabelo. Com esse papo ele tá quase me convencendo. Quase. Principalmente porque ele tá me olhando com essa carinha de cachorrinho abandonado que tá partindo meu coração.

Argh.


Aoi: Eu gostei muito dessa semana com você. De cometer perjúrio e te ver surtar porque seus amigos são um bando de inconsequentes que não perceberam que as ostras estavam estragadas. De descobrir que você dirige muito mal e é muito forte pra bebida. Do seu sorriso de felicidade quando as coisas dão certo. Já reparou que você faz um bico de pato quando tá com raiva?


Tive que rir. Claro que eu já reparei, mas pensei que era só eu.


Eu: É.

Aoi: Só que eu sei que isso não é nem um quinto, nem um décimo de você. E eu queria saber mais, saber quase tudo. Não vou dizer que eu te amo porque eu não te conheço direito. Mas vou dizer que estou apaixonado por você, e acho que você também está por mim. E vou te pedir essa chance de conhecer você e poder dizer que te amo, o que acho que não demora muito. Então pode abaixar esse caderno e me beijar, por favor?


Sabe do que mais? Acho que posso sim.

Eu não sei direito o que é isso no meu estômago, mas parece que eu tomei um barril de vinho do porto. E eu não me sinto mal, de jeito nenhum.

Parece que eu tô nas nuvens.

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De: Uruha (takashima.kouyou@tokyodaily.co.jp)

Para: Ruki (takanori_matsumoto@gypjewerly.co.jp)

Assunto: Só uma coisa


Aquela história do “Amigão”? Totalmente verdadeira.

Sem comentários.

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De: Ruki (takanori_matsumoto@gypjewerly.co.jp)

Para: Uruha (takashima.kouyou@tokyodaily.co.jp)

Assunto: Re: Só uma coisa


Espera aí. Como assim “totalmente verdadeira”? Como diabos você descobriu isso?

Não...

VOCÊS SE AJEITARAM?

É SÉRIO????????

SÉRIO MESMO???????????????

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!!!!!!!!


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2013

A TV ligada era um simples fundo musical na sala, já que o único ocupante dela não dava a mínima para ela, às voltas com seu notebook. Já havia pensado em umas trinta maneiras diferentes de se acomodar com o aparelho, e no momento, havia o colocado em cima do assento do sofá, enquanto sentava no chão.

O loiro puxou os cabelos para trás num rabo, e olhou no relógio. Eram seis e meia, Yuu estava atrasado, e uma pontinha de preocupação perpassou sua mente. Ele nunca chegava depois das seis sem avisar.

Foi só pensar no namorado que ouviu a chave rodando na porta e seu cachorro pulando no moreno recém-chegado, cheio de sacolas nas mãos. Bateu a mão na testa – era sexta, dia dele ir ao mercado.

– Aposto que você tava se perguntando por que diabos eu tava demorando tanto – Yuu riu, enquanto abaixava para selar os lábios do loiro e se afastou para colocar as compras em cima da mesa.

– Toda sexta é assim – Espreguiçou-se e salvou o arquivo do word no computador, desligando-o em seguida. Levantou-se e foi até as sacolas, fuçar o que havia sido comprado – Pegou a correspondência?

– Peguei. Tem um cartão postal da Itália aqui, do nosso casal gay favorito.

Kouyou riu, pegando o postal das mãos do moreno, que guardava a feira da semana em seu lugar. A caligrafia apressada de Reita se contrapunha à bem desenhada de Ruki, disputando espaço no pequeno espaço do cartão. “Lembranças de Le Marche”, Reita escreveu, enquanto Ruki completara com “Saudades de vocês, seus putos”. Sorriu, pregando o cartão na geladeira, a foto da praia de areias brancas voltada para o cômodo.

– Terra para Kouyou, chamando – Yuu cutucou o loiro na cintura, fazendo-o dar um pulinho no mesmo lugar – Anda, sua vez de cozinhar.




A pia estava monstruosamente cheia de louça pra lavar, mas o casal jogado no sofá não dava a mínima nem pra pia, nem pro filme que passava na TV. Yuu brincava com os fios loiros de Kouyou, enquanto esse jogava Temple Run no iPad do moreno, resmungando toda vez que morria.

– Kou-chan – Chamou, recebendo um grunhido em resposta – Olha pra mim, larga esse jogo.

– Peraííí que eu tô quase ganhando – Rosnou, quase fazendo um furo na tela de tanta força que pressionava o ecrã, tentando ganhar. Yuu riu.

– Esse jogo não tem fim, babaca – Mordeu a ponta da orelha do namorado, que se distraiu e deixou a bonequinha morrer.

– Foda-se você e sua lógica de gênio – Retrucou, sentando-se corretamente e deixando Yuu sair do sofá – Que é?

– Espera, apressado, tenho um presente pra você.

Se levantou, indo até o quarto e deixando Kouyou sozinho. Este se esgueirou sorrateiramente até o iPad largado na outra ponta do sofá e ia começar outra partida quando ouviu a voz de Yuu do corredor - “Se você ligar esse jogo do capeta de novo eu quebro esse iPad ao meio!”. Bufou. Permaneceu de bico até o moreno voltar com um envelope pardo nas mãos.

– Abre – Ele disse, e o loiro foi rápido em cumprir a ordem. Com os dedos trêmulos, puxou de lá de dentro duas passagens de primeira classe para a Espanha, junto com a confirmação de check-in num hotel de Tossa de Mar por duas semanas.

– Que tipo de brincadeira doentia é essa? - Perguntou, os olhos cor de mel com o dobro do tamanho comum, de tão arregalados – Que você quer com isso?

Yuu suspirou, tirando os papéis das mãos do loiro e entrelaçando seus dedos com os dele.

– Quero te dizer que semana que vem fazemos três anos de namoro. E aquilo que eu te disse na primeira semana que a gente realmente ficou junto virou realidade. Agora eu posso sair berrando para os 4 cantos da terra que eu te amo mais do que a mim mesmo. E acho que – Respirou fundo – O melhor que eu posso fazer pra provar que eu te amo tanto assim é pedir pra me casar com você. Então, Takashima Kouyou.... você quer se casar comigo?

Kouyou estava boquiaberto. Olhava do moreno mordendo os lábios para os papéis em seu colo e para as mãos dos dois entrelaçadas.

– Sem Juan dessa vez?

– Sem Juan.

– E sem Gina?

– Sem Gina. E sem cometer perjúrio na embaixada japonesa novamente. Desta vez vamos tirar a certidão em Madrid. Já estou velho e não aguento tantas emoções assim e... - Levou um tapa do loiro, que o olhava com os olhos marejados.

– É sério isso?

– Muito sério. Mais sério do que eu jamais estive em toda minha vida. E aí, o que me diz?

Não respondeu. Se atirou pra cima do seu moreno, os lábios procurando os dele, exigentes.

Oficialmente, seu moreno. Mesmo que fosse um idiota rabugento que tomasse o espaço dele na cama e funcionasse como um ciborgue pela manhã. Mesmo que fosse um grosso estúpido e que sempre pedisse desculpas por sua grosseria com uma caixa gigante de bombons. Mesmo que conseguisse o fazer sorrir, independente da hora ou do tempo. Seu moreno.

Seu Yuu.

E não podia ter ficado mais feliz por usar um pronome possessivo.


Nesta história só eu morro
E morrerei de amor porque te quero,
Porque te quero, amor, a sangue e a fogo.


Pablo Neruda



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Notas finais do capítulo

E acabou :CCCC
Hora dos agradecimentos aqui galeram!
Primeiro de todos, o maior obrigada do mundo à Bella, que praticamente me obrigou a postar isso aqui. Sem ela essa história nunca ia ter saído do meu arquivo de fics. Bella, MUITO obrigada, não posso te demonstrar o tanto que me ajudou ter essa fic postada e dando certo. Te amo muito s2
Próximo agradecimento, à LikaNightmare que me deu a primeira indicação da minha vida ♥33333333333333 Obrigada flor ♥
Depois, MUITO OBRIGADA à todo mundo que leu, comentou, favoritou e etc etc etc. Amo vocês e recebam um cupcake imaginário de morango em apreciação ♥ Se não gostarem de morango, imaginem de chocolate ♥
Tenho 27 leitores, então galera, já que é o último capítulo, podem por favor comentar? :C Desculpas em antecipação pela falta de lemon, mas eu não sei escrever lemon eeee não sabia como ia encaixar isso aí. Mas enfim.
MUITO obrigada, mesmo, um beijos grande pra vocês, espero que esteja de acordo com o que vocês esperam e até uma próxima :D