Every Boys Got One escrita por lou_santos


Capítulo 4
Cuatro


Notas iniciais do capítulo

Capítulo especial de presente tchutchuco pra Tia Limão, porque ela merece s2.
Se bem que agora a gente posta até com medo de ser plagiado que NÉ, TÁ OSSO.
Vão ler, fiz um cap bem grandim pra compensar o anterior :DDD



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Diário de Viagem

Ruki e Reita

Uruha

De todos os dias desastrosos de todos os mundos que existem nesse universo, esse com certeza bateu o recorde. Motivo? Minha querida prima Gina resolveu que seria legal fazer uma visita para mim aqui.

SÓ QUE NÃO.

Sabe porque não? Porque a Gina dá em cima do Reita TODA vez que ela o vê. Mesmo ele tendo um anel de noivado tão grosso na mão que até cega a gente no sol. Mesmo o Takanori estando do lado dele. Mesmo eu tentando a tirar de casa. Ela tem que chegar e esfregar os peitos siliconados no rosto dele.

Porque segundo ela o Reita não é gay nunca e só está se enganando com o Takanori, e ele gostava muito dos lances aleatórios que eles tiveram a alguns anos, quando o casal Reituki ainda não estava namorando. Mas não adianta explicar que ele e o Ruki tinham uma tensão sexual tão grande na época que, por causa de preconceitos dos dois, se transformava em raiva e os dois aprontavam a terceira, a quarta, a quinta, a sexta guerras mundiais toda vez que se encontravam, e que depois que ela foi para a França eles finalmente largaram de cu doce e foram transar loucamente, acabando com a tensão sexual e fazendo eles começarem a namorar.

No mundo cor-de-rosa dela, o Ruki é só um passatempo enquanto ele não tem uma mulher de verdade. Que no caso seria ela.

Olha, ia ser bacana morar na Ginalândia. Meus problemas de autoestima estariam resolvidos. Deve ser muito rosa por lá.

Na minha opinião, se o Ruki fosse um passatempo, seria um passatempo meio caro, porque não existe coisa que o Ruki queira que o Reita não faça. Ou compre. Ele até atura um chihuahua na casa dele, pelo amor de Deus.

O problema é que, assim que a Gina me acordou (pulando em cima de mim berrando OHAYOU com a voz de criança de 5 anos) e eu desci, Aoi, Ruki e Reita já estavam lá em baixo. Só que em vez dela ir quicando para o Reita como eu (E o Takanori) esperava, pareceu achar alguma coisa muito interessante no Aoi, porque se sentou quietinha com uma cara de vou-te-seduzir-completamente, e ficou olhando para ele enrolando o cabelo da nuca no indicador, enquanto cruzava as pernas mostrando o novo Loubotin que ela deve ter comprado especialmente para ocasião.

Ela até mordeu a boca.

E sabe o que aconteceu? O Aoi se sentou de uma maneira muito, MUITO seduzinte, olhando para ela com uma cara de que ia avançar a qualquer momento.

E SABE DA PIOR PARTE?

Eu, Takashima Kouyou, encalhado convicto, que tem um cachorro de 30 cm de comprimento de estimação, chora feito um neném toda vez que assiste Titanic, acredita piamente num amor romântico e (em tese) detesta Shiroyama Yuu e toda a raça de homens canalhas...

Eu fiquei com ciúme.

O mais patético da situação é que um, eu conheço ele a cinco dias e dois, a gente não passa 5 minutos sem brigar. Entretanto eu quis voar na Gina. Porque eu estava me consumindo em ciúme porque de alguma maneira eu me sinto terrívelmente atraído por aquele estúpido. Eu sou uma bicha louca.

Olha, sério, não tem como esse dia ficar pior. Eu vou ficar o dia todo na água fingindo que sou uma estrela do mar.

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De: Ruki (takanori_matsumoto@gypjewerly.co.jp)

Para: Uruha (takashima.kouyou@tokyodaily.co.jp)

Assunto: ANDA RÁPIDO PORRA

A gente precisa ir no prefeito marcar o dia do casamento então quer fazer o favor de PARAR DE BOIAR IGUAL UM ANIMAL ESTRANHO DO MAR E SUBIR?

Grato.

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De: Uruha (takashima.kouyou@tokyodaily.co.jp)

Para: Ruki (takanori_matsumoto@gypjewerly.co.jp)

Assunto: Res: ANDA RÁPIDO PORRA

Era uma estrela do mar.

Já tô indo.

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REINO DA ESPANHA

RESOLUÇÃO Nº 3503/A

Todos os estrangeiros que desejam contraír matrimônio em território espanhol deverão apresentar uma CERTIDÃO cedida pelo consulado de seu país confirmando que estão aptos a se casar.

A CERTIDÃO deve ser timbrada em papel próprio e ter as assinaturas confirmadas em cartório ou pelo Consulado, desde que apto a tal.

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Ipad – Shiroyama Yuu

Parece que eu nem preciso tentar fazer esse casamento dos dois dar errado. O mundo já faz isso por mim.

Logo após o encontro com a prima da Barbie (Aliás, acho que ter pernas bonitas é um dom de família), fui arrastado até o fórum da cidade com Reita, Ruki e o projeto de boneca... E por algum motivo estranho, a Dona Viegas também. Dou um doce pra quem adivinhar quem dirigiu, rodou, se perdeu e quase foi linchado porque as ruas dessa cidade parecem mais becos que ruas própriamente ditas.

Depois de muita lenga lenga e enrolação, chegamos ao gabinete do prefeito, e aí começou a confusão – segundo ele, não havia horários vagos pelo próximo mês e que não iria dar pra realizar o casamento porque ele tinha muitas coisas importantes e indispensáveis pra fazer, que era um homem muito ocupado e que não podia fazer nada. Só que aí eu entendi porque Dona Viegas veio junto – ela tem um belo par de pulmões porque nunca vi uma mulher gritar tão alto na minha vida, falando algo sobre “envergonhar a hospitalidade espanhola” e “falar com sua mãe”.

Milagrosamente, o velho gordo conseguiu abrir um espaço depois de amanhã à tarde, cancelou um treino de futebol (Importante e indispensável, claro). Mas só se conseguíssemos a Certidão. E ele deu a entender que não conseguiríamos.

Reita e Ruki eram a definição de derrota quando saímos da prefeitura. O baixinho se segurou até entrarmos em casa, mas quando chegamos ele começou a chorar sua alma fora, dizendo que era melhor largarem essa ideia de lado, que havia sido loucura, que a mãe de Reita já não gostava dele, e que ele merecia alguém melhor, e a partir daí eu realmente não fiz questão de escutar mais. O problema é que Reita estava tão ruim quando Ruki, por mais que ele tentasse disfarçar e consolar o baixinho.

Uruha realmente tentou ajudar, disse que havia chance sim, e que era só ir na embaixada em Barcelona amanhã, e que não haveria problema, e que tudo daria certo. Veigas-san decidiu que essa era uma boa hora pra cozinhar e mandou a neta ir na peixaria. Disse até que ia fazer bolo de chocolate para ver se animava o casal, mas nada dava muito certo.

E aí, só por um pequeno momento, um décimo de uma fração de segundo, eu fiquei com pena. Porque os dois estavam arrasados no sofá, parecendo que haviam sido atropelados por um caminhão, e o Reita estava tentando animar o Ruki mesmo que ele também estivesse triste, e que dizendo que ele daria um jeito pra fazer tudo dar certo. Parecia mesmo que os dois haviam sido feitos um pro outro.

Mas aí eu lembrei que o casamento basicamente serve para te fazer gastar uma puta grana com divórcio, e que o amor é uma ilusão pra tentar dar um pouco mais de sentido pra vida, e que basicamente quando você se casa a única coisa que você tem que fazer é gastar dinheiro com jóias e jantares e mimos e no final você acaba tomando no cú de qualquer jeito, então tirei essa ideia da cabeça.

No fim das contas, Ruki e Reita comeram a salada de ostras sozinhos enquanto eu e Kouyou dividimos a lagosta, Ruki achou uma garrafa de vodka no bar da sala e agora ele e Reita estão trêbados em cima do sofá.

E sabe qual o maior detalhe? Não são nem três da tarde.

Gina chegou aqui a pouco tempo com a desculpa de “chamar Kouyou para ir à praia”, o que ele declinou com uma cara muito fechada. Eu me intrometi e disse que, se ela quisesse, eu iria com ela sem problema nenhum, o que ela aceitou com MUITO entusiasmo.

Então agora eu vou à praia e amanhã esses três que se virem.

Diário de Viagem

Ruki e Reita

Uruha

Espanha idiota! Agora eu odeio tudo aqui!

Por que ninguém avisou que precisava dessa certidão besta pra poder se casar? Quando baixaram isso? Por que esse prefeito gordo e velho precisa de interromper todos os planos que a gente fez? Ele quase expulsou a gente do escritório!

Amanhã eu vou com eles lá em Barcelona, vamos resolver isso rapidinho, eles vão voltar, ter a lua-de-mel que eles merecem, a gente vai terminar essas duas semanas com paz no coração e eu volto pra casa, muito distante de Shiroyama Yuu e todo o seu sex appeal. É o plano perfeito.

E eu espero muito que a Gina seja frígida ou que o Aoi broxe, já que claramente eles vão... né.

Agora são quase cinco, o Aoi já saiu, o Reita e o Ruki subiram e estão dormindo... e eu estou aqui. Sozinho. Pra variar um pouco. Pelo menos quando tô em casa o Yuki pode estar comigo quando eu tô sozinho.

Eu realmente espero que o Saga esteja cuidando bem do meu cachorro, sério.

Epa, o Ruki desceu a escada parecendo muito verde. Parece que ele comeu alguma coisa estragada. Mas ele só comeu ostra de almoço!

Espere aí...

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De: Uruha (takashima.kouyou@tokyodaily.co.jp)

Para: Kai (kakitoebirestaurant@yahoo.co.jp)

Assunto: Me dê uma luz

Hipotéticamente, se duas pessoas tivessem um compromisso muito importante mas tivessem comido ostras estragadas e agora estivessem botando o estômago para fora... Existe algum remédio que faça passar?

Uruha

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De: Kai (kakitoebirestaurant@yahoo.co.jp)

Para: Uruha (takashima.kouyou@tokyodaily.co.jp)

Assunto: Res: Me dê uma luz

Existem dois muito bons que se chamam tempo e repouso.

Não tem absolutamente nada que se possa fazer a não ser esperar e repor a água perdida pra ninguém ficar desidratado, além de ficar deitado e não mover um músculo a não ser para se levantar pra vomitar.

Kai

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De: Uruha (takashima.kouyou@tokyodaily.co.jp)

Para: Kai (kakitoebirestaurant@yahoo.co.jp)

Assunto: Res: Me dê uma luz

E se por um acaso essas pessoas tiverem acabado com uma garrafa inteira de vodka no mesmo dia?

Uruha

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De: Kai (kakitoebirestaurant@yahoo.co.jp)

Para: Uruha (takashima.kouyou@tokyodaily.co.jp)

Assunto: Res: Me dê uma luz

No caso você teria que rezar um pouco para eles não morrerem. Mas essa situação é hipotética, certo? É somente uma dúvida muito esdrúxula sua, certo?

Certo?

Kai

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De: Uruha (takashima.kouyou@tokyodaily.co.jp)

Para: Kai (kakitoebirestaurant@yahoo.co.jp)

Assunto: Res: Me dê uma luz

Ah, é. Hipotética. É só que o assunto brotou na mesa do almoço e a gente resolveu te perguntar. Com o negócio do restaurante e tudo. É. Valeu.

Uruha

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Diário de Viagem

Ruki e Reita

Uruha

As porcarias das ostras. As merdas das ostras. Eles tinham que comer as ostras em vez do caldo de peixe e da lagosta. Mas não. Eles tinham que comer as ostras. Eles tinham que comer as porcarias das ostras.

Onde ele acham que eles estão, no Japão? Não é como se pudessemos comer mariscos crus em qualquer lugar do mundo. Eu não gosto de comer mariscos crus nem no Japão, quanto mais numa cidade minúscula na costa do mediterrâneo. Mas pra coroar o dia que já foi bom, ELES TINHAM QUE COMER AS PORRAS DAS OSTRAS ESTRAGADAS. A ESPANHA NÃO É MUNDIALMENTE CONHECIDA POR SEUS MARISCOS CRUS DE QUALIDADE, SABE COMO É.

Se eles não forem amanhã pegar a certidão, acabou tudo, não tem mais casamento. E eles TEM que se casar! Porque os Deuses querem! E Eu!

É só uma porcaria de um formulário. É só eles irem lá e assinarem a porra do negócio. Qualquer um pode conseguir um formulário.

Peraí...

Qualquer um pode conseguir um formulário.

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Ipad – Shiroyama Yuu

Eu estou sentado num carro com um copo de café na mão. Tenho a impressão que tem um Uruha dirigindo. Mas eu me lembro de ter ido pra cama com a Gina. Eu deveria estar na cama. Com a Gina. Porque eu estou no banco de carona de um carro com o Uruha sendo que eu deveria estar na cama?

Ah. Lembrei.

Uma certa criatura loira entrou no meu quarto, me arrancou da cama e me enfiou no chuveiro. Eu lembro de ter escutado alguns gritos da Gina e dele mas acho que foi só impressão. Ele abriu a porta do chuveiro e tacou uma muda de roupas na minha cara e me chingou de muitos nomes quando eu não consegui colocar a blusa. Depois a criatura loira que parecia muito com Uruha depois de ter fumado uns baseados enfiou um pão na minha boca, um café na minha mão, me colocou dentro do carro e começou a dirigir.

Sinto que minha consciência retorna aos pouquinhos e agora eu realmente sei onde eu estou.

Estou num carro. Sozinho. Indo pra Barcelona. Com o Uruha. Num carro. Com um Uruha muito sexy mordendo a boca esperando uma brecha para entrar na estrada.

Risca, risca isso.

Posso saber porque você resolveu me acordar às” Olho no relógio “Dez e quarenta e uns quebrados de um dia em que eu deveria estar relaxado na minha cama?”

Ele bufou e passou a marcha, mas não parecia muito confortável com isso. Acho que ele está acostumado ou a não dirigir ou a dirigir carros automáticos.

Reita e Ruki estão com intoxicação alimentar e não vão poder vir. Portanto, vamos resolver isso para eles como bons amigos que somos. Certo? Que bom.”

Bacana. Mas não acha que você está esquecendo duas pessoas muito importantes? Porque acho que nós dois não pretendemos nos casar, e sim Reita e Ruki.”

Ele bufou, mais irritado ainda, metendo a mão na buzina para abrir passagem e levantando os óculos de sol. Puxou alguma coisa no porta malas e jogou no meu colo.

Os passaportes e as certidões de nascimento estão aí. A assinatura do Ruki eu faço vendado e com uma mão nas costas. A do Reita é um rabisco. A foto é preto e branca e eu tenho tanta cara de bichinha afeminada quanto o Ruki. O Reita é irreconhecível sem faixa. Eles nem vão notar nada, duvido que olhem os documentos. E se você se negar a fingir que somos Reita e Ruki eu ligo pro meu tio e conto que você comeu a filha dele. Ah, e meu tio é chefe da polícia de Kanagawa. Entendidos? Ótimo. Toma esses óculos que o Reita tá usando eles na foto do passaporte.”

Perjúrio, é o nome disso. Falsificação de documento. Esse cara tá louco. Takashima Kouyou pirou de vez.

Em suma, você quer que eu me passe por Suzuki Akira, assine os documentos, cometa perjúrio e ofensa ao governo japonês?” Tentei, pela última vez, botar juízo na cabeça dele.

É. E cala essa boca”.

Eu tenho um pouco de certeza que eu ainda tô na cama, tendo um pesadelo, então às vezes se eu dormir de novo isso passa, então eu vou dormir pra ver se quando eu acordar eu estarei em casa novamente.

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De: Ruki (takanori_matsumoto@gypjewerly.co.jp)

Para: Uruha (takashima.kouyou@tokyodaily.co.jp)

Assunto: Onde você está?

Acordo de manhã pra descobrir que você e o Aoi sairam e deixaram uma Gina muito puta aqui. Ela já foi embora porque tinha uma sessão de fotos prum catálogo. Mas que bom que vocês resolveram sair. Tem uma praia meio secreta do lado da praia pequena que é muito bonita, se vocês quiserem conhecer.

Shima, desculpe por ter arruinado suas férias. E o casamento. Eu sei que você queria tanto, desculpa, mas acho que simplesmente não era pra acontecejdj&28q0dfnes

Desculpa. Eu comecei a chorar e não enxergava mais o teclado.

Acho que a mãe do Reita estava certa. E assim como todo mundo. Não era pra gente estar fazendo isso, é loucura.

Aproveite e vê se acha um Eki Kyabe por algum lugar, isso deve melhorar pelo menos a ressaca.

Ruki

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De: Reita (suzukiakira@dclawyersjapan.co.jp)

Para: Aoi (shiroyama.yuu@tokyodaily.co.jp)

Assunto: Cadê você?

Cadê o Uruha?

Porque a Gina tava gritando com a Viegas-san logo pela manhã?

Reita

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Ipad – Shiroyama Yuu

Ele realmente disse que tem cara de bichinha afeminada?

É sério isso?

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Diário de Viagem

Ruki e Reita

Uruha

Isso vai dar certo. Isso tem que dar certo.

Aoi assumiu a direção no meio do caminho porque eu não conseguia dirigir direito nas curvas, e já estamos chegando em Barcelona. Eu estou tremendo. O babaca tá certo, isso pode dar MUITO errado, mas eu tenho de tentar. E eu não dei nada de presente pros dois, mas quer presente melhor que a permissão de casamento? Não vejo.

Se você quer mentir começa a parar de ficar nervoso” Ele me diz, enquanto ultrapassa um caminhão cheio de porcos pro abate.

Claro. Fale por você sabichão. Não são todas as pessoas que vivem alguns anos numa guerra civil no meio da África correndo o risco de tomar um tiro nas costas enquanto escrevem um best-seller e artigos políticos para um jornal, isso tudo sem perder a beleza. O máximo de rebeldia que eu já fiz foi pular o muro da escola pra matar aula, e, mais recentemente, dirigir um carro sem o documento.

São dez da manhã. Eu espero realmente que isso dê certo. Mesmo mesmo.

Porque se der errado nós estamos literalmente fodidos.

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Ipad – Shiroyama Yuu

Hoje é feriado no Japão. Hoje é a porra de um feriado no Japão e por isso a embaixada só funciona a partir das duas.

Uruha surtou quando a gente chegou na porta da embaixada e viu o aviso. Ele achou que ia fazer algum bem ficar sentado na porta esperando, mas são quase meio dia e a gente nem comeu direito. Digo para ele que não ia adiantar nada ficar sentado na porta, isso não ia fazer o tempo passar mais rápido. Depois de muito pensar, ele se levanta e vai em passos duros para...

Um McDonalds.

Olha, sinceramente, eu estou na Espanha e poderia comer a porcaria da comida espanhola que eu quisesse. Mas aqui estou eu num McDonalds que tem praticamente em toda esquina do MUNDO INTEIRO.

Essa porra desse restaurante fica com a TV sintonizada na MTV e agora tá passando aquela música irritante daquela mulher louca, Nicki não-sei-das-quantas. Uruha está decidindo o que ele quer comer e eu quero MUITO vomitar.

Sabe qual foi a última vez que eu comi McDonalds? Eu tinha 20 anos e estava na faculdade. Ok? Agora eu tenho 31 anos nas costas e não me apetece em nada tem um quarteirão com queijo e batatas nadando na gordura quando a última coisa que eu comi foi um pãozinho de batata murcho e um copo de café morno.

Ele me mandou esperar enquanto ia no banheiro. Entrou por uma porta, e agora está saindo e parece... que vamos embora?

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De: Gina (ginawatanabe@fordmodels.com.fr)

Para: Uruha (takashima.kouyou@tokyodaily.co.jp)

Assunto: VOCÊ

SÓ PORQUE VOCÊ É UM INVEJOSOOOOO VOCÊ NÃO PODE SAIR ARRASTANDO OS MEEEEUS CASOS ASSIM SEM ME PEDIRRRRR TÁ, E ALÉM DO MAIS VOCÊÊ É HOMEMMMMM NÃO PODE ME VER PELADAAAA TÁ, VOCÊ NÃO TEVE NADA COMIGO E NÃO TEM ESSE DIREITOOOO

EU VOU LIGAR PARA SUA MÃEEE E FALAR QUE VOCÊ NÃO ESTÁ SENDO LEGAL COMIGOOOOOO

VOCÊ VAI VERRR

GINA :@

Diário de Viagem

Ruki e Reita

Uruha

Eu posso estar com pressa, com muita ansiedade ou com o caralho a quatro, mas eu me RECUSO ir num banheiro que não tenha luz e esteja todo sujo de uma substância fedida e não identificada. Eu tenho um mínimo de padrões de higiene, ok? Me recuso. Sou fresco mesmo.

Aoi pegou a chave do carro, me enfiou no banco de carona e começou a dirigir pelas ruas de Barcelona até achar um restaurante num prédio mais bonitinho, de frente pro mar. Ele me assegurou que teria um banheiro decente e realmente tinha.

Aí ele começou a pedir esses pratos estranhos num espanhol muito rápido e eu só ia comendo o que ia chegando, e era uma coisa mais gostosa que a outra, e tava tudo tão lindo, e a gente tava até conseguindo conversar sem brigar... Até que a Gina me ligou.

Enquanto ela berrava no telefone sobre como eu era uma pessoa invejosa e horrível, e que ela me detestava, e que eu só havia feito da vida dela um inferno desde que nós éramos crianças, e que eu não me contentava com a felicidade dela e blá blá blá blá, eu olhava para o meu prato de salada que parecia muito bonito no momento. Aoi me olhou meio com cara de culpado e eu simplesmente desliguei na cara dela.

Mas isso não foi o pior. Sabe qual foi o pior? A conversa que a gente teve depois. Foi assim:

Ele: Parece que tem uma Gina meio puta com você.

Eu: Não importa. Se você não tivesse dado a mínima moral pra ela, ela ia jogar a culpa em mim de qualquer jeito.

Ele: Hm, que estranho. Do jeito que ela desceu com você do quarto parecia que ela te amava mais que ela mesma.

Eu: Ah tá (Risinho forçado). Ela é uma vagabunda de quinta, isso que ela é. Na verdade não me espanta que você tenha fobia a matrimônios, se todas as mulheres que você se relacionou foram vadias iguais a ela.

Ele: Nem todas, espere aí.

Eu: Hmmm. Então uma mulher que te largou por um executivo de Nova York porque ele comprou um colar da Tiffany que deve valer o preço da minha casa pra ela não seria uma vadia, no caso.


Olha, eu sei que foi maldade eu ter falado isso, porque ele ficou branco e passou a mão no cabelo umas cem vezes, e ainda tomou mais vinho do que era aceitável numa golada só. Mas a culpa é do vinho do porto. As palavras sairam da minha boca.

Ele: Quem te contou isso? O Akira?

Eu: Hm, é. De certo modo, sim.

(Porque óbviamente eu vou dizer pra ele que o noivo de seu melhor amigo conhece todos seus segredos sórdidos e me contou boa parte deles, incluindo sobre o seu piercing na boca, o que eu acredito que devia ser uma delícia, mas isso não vem ao caso.)

Ele: Ele não te contou nada sobre o Amigão não, contou?

(Que diabos é um amigão?)

Eu: Amigão? Não. Por que? O que é um Amigão?

Não sei porque diabos ele resolveu mudar muito rapidamente de assunto, mas nem durou muito tempo, sabe porque? Porque eu olhei no relógio e eram três horas e eu surtei no meio restaurante porque a gente estava muito atrasado.

E nós dois temos um perjúrio a cometer.


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Notas finais do capítulo

TAEEEEEE GALERAMMM!
Respondo todas as reviews amanhã na aula de geografia oooou quando chegar do colégio, ok? Agora tenho que adiantar meu dever de química mas vamos lá :D
Pessoas, mandem beijos e reviews pra LikaNightmare porque ela é uma linda ok?
Se eu esqueci de colocar referência em alguma coisa me perguntem, vou dizer com prazer.
E esse foi o último capítulo que eu já tinha escrito! Iei! Vou tentar postar domingo, ok, mas não prometo, até sexta o colégio vai sugar toda minha vida, mas é isso que a gente ganha por estudar em escola técnica, né?
Mandem reviews e me façam feliz s2s2