AMERICAN IDIOT escrita por Ely Vieira


Capítulo 6
St. Jimmy


Notas iniciais do capítulo

Finalmente St. Jimmy!!!
Espero que gostem!
Enjoy!



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Acordei e fui à procura de diversão. Queria encontrar pessoas novas e agora eu não ia me importar se ia ser traído ou não, usado ou não.

Estava descendo a rua, eu estava mais autoconfiante do que nunca. Todos me olhavam como se estivessem com medo de mim e eu estava gostando disso, mostrava que eu ainda era o Jesus do Subúrbio mesmo fora do Subúrbio. Andei a procura de uma loja de conveniência até que achei um 7-11, onde estavam vários punks reunidos. Fiquei indeciso se seria uma boa ideia eu ir lá me enturmar e então pensei “Por que a insegurança? Eu sou o Santo Jimmy”. Me aproximei e todos eles me olharam com um cara fechada como se estivessem prestes a me espancar. Não me intimidei e falei pegando um cigarro de um dos caras:

- Olá.

- Quem é você? – um cara de cavanhaque veio se aproximando de mim querendo me intimidar.

- O “Santo” Jimmy. – falei cheio de marra.

- Santo?

O outro cara que estava encostado na parede começou a ri e depois disse:

- Você se intitula santo?

- Sim, por quê?

- Você se acha o tal, né? Por que você está aqui? – ele falou com uma cara fechada como se estivesse prestes a me socar.

- Porque eu estou a fim de ficar aqui.

Eles ficaram me olhando e depois o cara que ficou rindo de mim disse:

- Você é um marrento, mas gostei da sua atitude. Meu nome é Sonny. Esse é o Rodolf. – ele apontou pro cara com um cavanhaque – Esse é o Tom e o Jacob. – ele indicou dois caras que estavam sentados na calçada.

- Legal. – disse desinteressado.

- Você tá querendo se enturmar e tá fingindo ser um esnobe, né?

- Mais ou menos. Estou querendo me enturmar, mas não estou fingindo ser esnobe.

Eles me olharam com uma cara de irritação, mas eu nem liguei.

- Então você é um santo?

- Em algumas situações...

- Então Santo Jimmy, o senhor aceita se juntar a nós? Não é um lugar apropriado para um Santo, mas é muito bom.

- Se for um bar, eu não sou mais santo. – eu disse e nos fomos para esse tal bar.

Era um bar que mais parecia uma discoteca de tão grande. A musica agitada do Offspring tocava no último volume.

Um grupo de garotas se aproximou da gente. Tinha uma ruiva, duas morenas e duas loiras. Eu fui me aproximando da ruiva.

Ela usava uma saia xadrez vermelha, com uma blusa do Ramones caída no ombro, um tênis All Star cano médio e uma meia 7/8 vermelha.

- E aí gata. Qual seu nome?

Ela sorriu e disse:

- Ivie. E o seu?

- Jimmy - Eu disse beijando sua mão. - Prazer.

- Já nos apresentamos, podemos dançar?

- Claro. Mas não se assuste com a minha dança. – eu falei já a prevenindo do desastre que eu era.

- Mas na verdade nem é uma dança. É só pular. – ela falou me arrastando pro centro do bar.

Nós ficamos pulando como loucos. Eu, de vez em quando, batia o braço na Ivie ou chutava alguém atrás de mim.

Quando já estávamos cansados nós fomos para uma mesa e pedimos uma vodka. Cidade nova, amigos novos, bebida nova. Eu nunca tinha tomado vodka. Peguei o copo e já fui tomando. O gosto era horrível. Mas depois de um tempo me acostumei e estava até achando bom.

- Então você é daqui mesmo?

Por que todo mundo tem que perguntar de onde eu sou?

- Não. Mas eu não tô afim de falar de onde eu vim. Na verdade eu não tô afim de falar.

Eu a puxei – delicadamente - pelos cabelos e a beijei. Ela começou a me bater tentando me afastar, mas eu não parei. Depois de um tempo eu notei que ela realmente não queria o meu beijo e a larguei.

- Mas o que foi isso? Eu não me lembro de ter te dado permissão pra isso. – ela estava zangada.

- Desculpe. Eu pensei...

- Você pensou que eu sou uma dessas vadias que mal conhece um cara e já vai beijando? Pois você tá errado! – ela se levantou e saiu do bar furiosa.

Eu fui atrás dela.

- Ei, espera! Desculpe, eu não pensei que você ia ficar tão chateada. Também não pensei que você é uma vadia.

Ela se virou e então percebi que ela estava chorando.

- Eu odeio os homens. Sempre querem algo mais.

- Por que você tá chorando?

- POR QUE EU ODEIO OS HOMENS! – ela gritou.

- Vamos pra outro lugar.

- O QUE VOCÊ VAI FAZER. ME LEVAR PRO MATO E ME ESTUPRAR? – ela continuava gritando.

- CLARO QUE NÃO! QUEM VOCÊ ACHA QUE EU SOU? – eu comecei a gritar também.

- Eu, literalmente, não sei! Te conheci agora.

- Então vamos começar de novo. Meu nome é Jimmy, vim de uma cidade insignificante...

- Ah faça-me o favor! Eu não quero mais saber...

- Mas você vai saber. Eu quero te mostrar que eu não sou como os homens que você conheceu.

Ela pareceu ficar mais calma e então eu me aproximei.

- Mais uma vez, me desculpa.

Eu peguei em seu rosto e enxuguei uma lagrima.

- Vamos pra um lugar mais calmo. Pra conversar.

Nós fomos pra em outro bar, só que esse era bem calmo.

- E então por que o ódio?

- Meu ex. Ele era um... – ela soluçou, mas se recompôs – cachorro da pior espécie.

Ela continuou contando a sua historia.

O ex-namorado dela, quando estava bêbado com os amigos, a estuprou. Mesmo assim ela continuou com ele e depois descobriu que ele a traia.

Traição. Sempre o motivo para o fim de um namoro. Mesmo depois de estuprada ela continuou com ele, mas depois de uma traição...

- Horrível a sua história. Mas nem todos os homens são como esse idiota do seu ex.

- Mas hoje quando você me beijou a força...

- É, eu sei. Eu fui um estupido.

Ela me encarou por um estante e depois disse:

- Eu quero ir para casa. Você me leva?

Eu a levei para casa e voltei para o meu lar, amargo lar.


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Notas finais do capítulo

Um dos melhores capitulos (na minha opinião).
Espero que tenham gostado.
E deixem reviews!