Make A Wish. escrita por Mika G n Manda B


Capítulo 7
You don't know you're beautiful




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POV ALICE

Acordei, abri meus olhos mais a claridade daquele lugar me incomodava, eu estava deitada em uma maca, e havia uma agulha no meu braço e do lado um pedestal com  um saquinho que aparentava ser soro. O quarto estava silencioso, estava sozinha.

Varias perguntas começaram a se formular na minha mente: Onde eu estou? Por que eu estou aqui? Será que eu desmaiei por causa da fome, ou por causa da bebida? Meu  deus, e se o Justin descobriu? Não, não e não ! O que aconteceu?! Meus pensamento s foram interrompidos por uma mulher loira que parecia ser uma medica, e logo atrás dela Tia P, mas Justin não estava com elas. Estranho.

- Bom, vejo que a senhorita já acordou. Está se sentindo bem? – perguntou a mulher loira, olhando uma prancheta.

- Estou meio zonza, o que aconteceu? – pergunte, precisava saber o que tinha acontecido. Percebi a medica e a Tia P trocarem olhares um tanto que misteriosos.

- Bom vou deixa-las à sos, acho que precisam conversar. – disse a medica saindo logo em seguida. Pattie se aproximou da cama, e deixou sua bolsa em uma poltrona que havia ali.

- Alice... Por que você faz isso com si mesma? Por que vomita? Você é uma menina tão linda. – disse, fazendo meu mundo cair. Eles haviam descoberto.

- V-vomitar? E-eu n-não vomito tia – disse tentando me manter forte, mas foi em vão. Comecei a suar frio.

- Por favor, não minta pra mim, pode me contar. Confie em mim.-  disse ela suave e cuidadosa. Como eu sou idiota, tenho tudo o que uma pessoa pode querer e fico fazendo isso comigo mesma, sou uma fraca, idiota! Lágrimas começaram a se formar, mas eu não poço chorar, não quer transparecer o quanto eu sou fraca. Eu sei que posso confiar em Pattie mas... Algo me impedia, acho que ficaria com mais vergonha de mim do que já sinto. Sim, as traiçoeiras lagrimas começaram a escorrer pelo canto do meu olho. Pattie se aproximou mais de mim, e me abraçou. Isso me fazia me sentir pior, mais envergonhada de mim mesma, saber que eu tinha pessoas que gostavam de mim e que se importavam comigo, só piorava a minha  situação, me sentia um lixo.

- M-me desculpa... – sussurrei soluçando de tanto chorar, ela só me abraçou mais forte, e disse.

- Você não tem que se desculpar. Mas eu quero saber o porquê disso tudo.Confie em mim e me conte. – ela se afastou e se sentou na beirada da cama, na minha frente.

- E-eu me sinto tão envergonhada agora. – assumi, com a cabeça baixa deixando que as lagrimas molhassem o lençol branco que me cobria. Pattie levantou o meu rosto com uma mãe, enxugou minhas lagrimas com a outra.

- Não se sinta envergonhada, você deve ter um bom motivo para fazer isso. Apenas me conte, não vou te julgar nem contar pra ninguem. – disse eu olhei em seus olhos azuis e pude ver sinceridade neles.

- Eu comecei, a vo... comecei com isso, há dois anos. Fazia isso porque as minhas amigas eram lindas e magras, e eu queria ser como elas, queria ser magra. Um dia, uns garotos estavam olhando pra elas mas nenhum olhava pra mim, eu queria ser notada... – mais lagrimas encheram meus olhos ao lembrar daquele dia, o dia em que tudo começou. – naquele dia quando eu cheguei em casa, comi tudo o que vi pela frente, mas depois me senti mal, muito mal. Então fui até o banheiro, coloquei o dedo na garganta e... Fiz. Depois me senti melhor, a culpa que eu carregava sumiu e eu  me senti melhor. Depois desse dia, eu comecei  a fazer isso com mais freqüência, mas não consegui emagrecer, então as vezes parava de comer, e quando comia vomitava. – terminei. O volume do meu choro se multiplicou e agora eu chorava como uma criança, pois é isso que eu ainda sou, uma garota que tem medo do mundo e que não quer ser julgada pela sociedade. Tia P, se aproximou e novamente me abraçou, um abraço do conforto

- Calma... Eu estou aqui. Você é linda! Não importa o que os outros digam, garotos não valem a pena. Se ponha em primeiro lugar sempre. – disse. Não conseguia dizer nada, só chorar e chorar mais.

- Tia, me promete uma coisa? – ela acentiu. – Não conta pro Justin isso tudo que eu te falei agora, ele vai sentir vergonha de mim. – pedi. – Tudo bem eu não conto, mas não porque ele sentiria vergonha de você e sim porque acho que isso é sua escolha. Pode ter certeza, ele nunca sentira vergonha de você! Mas me prometa uma coisa também: Nunca mais você vai voltar a vomitar, porque isso é ruim pra você e pra sua saúde. Você não pode ficar  sem comer e nem pode vomitar  depois de se alimentar, a medica me disse que isso causa graves doenças no seu fígado e ate mesmo nos seus dentes. Nunca mais faça nada com você mesma por causa de um garoto. Nunca entendeu?! – disse ela.

- Eu prometo. – não  sei se poderia cumprir essa promessa, porque isso era mais  forte que eu, quando eu me olho no espelho sinto desgosto do que vejo.

- Eu confio em você, mas a medica disse que seria bom você ir á um psicólogo. – disse ela cuidadosamente, medindo as palavras. Concordei, afinal, acho que não teria escolha mesmo.

- Tia, onde está Justin? -  queria saber onde ele estava, por que ele não tava aqui.

-  Eu mandei ele voltar para o hotel, porque ele estava muito nervoso e cansado também, mas logo, logo ele estará aqui.

- Nervoso? – perguntei, pois não estava conseguindo raciocinar direito.

- Sim, quando a medica disse que você quase entrou em coma alcoólico, por ter misturado bebida com remédios, ele ficou desesperado, confuso, assustado, ele te ama muito e só dessa hipótese de perder você fez com que ele tivesse um surto. E mais uma coisa, me prometa que não irá à festas do Ryan de novo ouviu? Eu ainda tenho que me acertar com aquele irresponsável, como deixa duas crianças beberem?! – disse ela exaltando a voz na ultima frase. Então Justin sabia que eu vomitava, o que ele deve estar pensando sobre mim? Que eu sou uma garota bipolar, que eu vomito porque eu sou fraca? Que sou uma inútil? Só de pensar nisso meu coração apertou.

- E-ele está com raiva de mim não é?! – Perguntei afirmando, pois sabia que a resposta era meio obvia.

- Não... Ele só está um pouco nervoso, não esperávamos por isso, ele realmente se preocupa com você. – disse.

Eu estava sendo liberada, já estávamos eu e a Tia P na recepção assinando os últimos documentos. Justin ainda não tinha vindo me ver, ele realmente esta chateado comigo. Pattie assinou tudo e estávamos saindo, mas a quantidade de paparazzi que havia lá fora era realmente muito grande, bom todos queriam saber o que aconteceu com a melhor amiga de Justin Bieber, Scot e Fredo resolveram dizer, que tive só uma infecção estomacal devido algo que eu havia comido. Eu e Pattie saímos pelo fundo do hospital, um carro nos esperava, e logo que o vimos, entramos. O  caminho foi feito todo em silencio, já tinha dito tudo para Pattie, e já estava tudo resolvido, eu faria sessões com um psicólogo uma vez por semana, nesse tempo que eu passar aqui. Pedi à Pattie que não contasse pros meus pais, porque eles se decepcionariam muito comigo,e eu havia prometido que contaria a eles quando estivesse pronta.

Logo chegamos no hotel, já estava de noite e haviam milhares de fotógrafos na entrada, e quando viram o carro, correram até nós, tiraram milhares e milhares de fotos mesmo com os vidros sendo insufilmados acho que dava pra ver alguma coisa. Conseguimos adentrar no hotel com bastante dificuldade. Entramos no elevador da garagem que levava direto pro nosso andar. O silencio reinava nesse trajeto, e quando chegamos no andar, eu já estava indo pro meu quarto quando Pattie me chama e diz.

- Dê um tempo á ele. – disse referindo-se a Justin, eu apenas sinalizei com a cabeça que sim, e entrei no meu quarto, eu precisava de um banho, trocar de roupa e dormir, dormir até não agüentar mais. Quando abro a porta me deparo com a imagem de Justin sentado na minha cama, com algumas fotos nas mãos. Ele olhou pra mim e eu desvie o olhar, não conseguia encara-lo, estava com muita vergonha de mim. Entrei totalmente no quarto e fechei a porta atrás de mim. Caminhei até a cama, e me sentei do lado dele, vi que as fotos que ele segurava eram minhas, umas quando eu estava no Havaí com ele, outras de nós brincando na neve, e uma só minha de bikini.

- Você não precisa disso. – disse se pronunciando pela primeira vez. – Você é linda. Não  precisa vomitar pra emagrecer, você não é gorda. – completou. É tão difícil das pessoas entenderem que não importa o quanto elas digam que estou magra, a minha imagem no espelho diz outra coisa?!

- Justin, me desculpa? – pedi, era só isso que poderia dizer, pedir desculpar por toda essa bagunça que eu fiz na vida das pessoas que me amam.

- Você não deve desculpas à mim, você deve desculpas à si mesma, por fazer toda essa palhaçada, por agredir à si mesma. – disse frio. Lagrimas? Já não tinha mais, eu já havia chorado tudo o que podia. Me restava me sentir pior e pior a cada momento, o arrependimento que antes era de comer, agora é por ter vomitado, por ter me maltratado, por ter me rebaixado.

- Só me explica o porque disso!  Eu não entendo, juro que já tentei entender, e ainda estou tentando mas não consigo. – disse ele levantando da cama. – Você vê isso? – disse ele me mostrando a minha foto de biquíni. – Consegue ver alguma deformação, alguma deficiência, algum defeito? Porque eu não consigo, só o que vejo, é uma garota linda e praticamente perfeita – completou.

- Perfeição, esse é o ponto Justin, é disso que se trata, eu quero ser perfeita! Eu  quero ser notada, quero que alguém me ame, que alguém diga que eu sou linda, que sou o motivo do sorriso de alguém.  – admiti, eu que pensava que não tinha mais lagrimas, me enganei porque já estava em prantos.

- Ninguém é perfeito Lice, ninguém. EU te amo, EU sempre digo que você é linda, EU noto você, você é o motivo dos meus sorrisos mais sinceros, você é importante pra mim, e não precisou ser perfeita pra que eu te amasse e te notasse, porque não amo a sua beleza, amo o seu ser, amo a garota meiga e dócil que você é, amo a minha menina. – disse, olhei em seus olhos e neles havia verdade. Me levantei e corri para abraça-lo, pois não havia nada melhor do que o abraço dele. Ele retribuiu me apertando forte, ali eu me sentia segura, ali eu não tinha medo dos julgamentos, ali eu podia ser quem eu realmente era.

- Me perdoa? Prometo não fazer mais isso, mas é mais forte do que eu, preciso de ajuda, da sua ajuda, preciso de você. – assumi, eu realmente preciso de ajuda, preciso dele, Justin sempre esteve comigo nos piores e nos melhores momentos da minha vida, era dele que eu precisava, somente dele.

- Sim, te perdôo, eu estou e sempre vou estar com você, mas pelo amor de deus nunca mais faz isso comigo, eu não vou agüentar te ver mal de novo. – sussurrou partindo o abraço e me olhando nos olhos, nossas respirações se encontraram e estávamos próximos demais, não conseguia desviar o meu olhar do dele, aqueles olhos caramelos eram como uma droga, seu rosto foi se aproximando do meu e ...

Continua ...


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Notas finais do capítulo

O que acharam??
Beijos Mika



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