Atena abriu seus olhos e continuou lendo seu livro, como se nada houvesse acontecido.

Der repente um grito soou pela biblioteca, fazendo Atena olhar rapidamente para trás.

– Maturidade, infelizmente alguns nunca adquirem! – Disse Atena revirando os olhos.

– Mais bem que você se assustou! – Disse Apolo entrando na biblioteca.

– Não! – Respondeu Atena voltando a sua leitura.

– Atena, você acha Hera meio estranha?

– Não! –Respondeu Atena.

– Sei lá, com ela aqui tenho medo dela me desmaiar e quando eu acordar eu estar sem um pé, ou sem um braço, ou morto!

– Se você estiver morto não vai acordar!

– Haha engraçadinha! – Disse Apolo. – Mais eu tenho medo dela!

– Apolo, Hera não vai fazer nada há você!

– Quem garante?!

– Apolo, as pessoas costumam ser atormentadas pelas ideias que têm das coisas, e não pelas próprias coisas!

– Como assim? – Perguntou Apolo. – Quer dizer que é tipo coisa da minha cabeça?

– Ouça irmão, haveria um grande ponto ganho para o alívio da nossa miserável condição imortal se pudéssemos estabelecer essa asserção como totalmente verdadeira. Pois, se os males só entram em nós pelo nosso julgamento, parece que está em nosso poder desprezá-los ou transformá-los em bem. Se as coisas se entregam à nossa mercê, por que não dispomos delas ou não as moldarmos para vantagem nossa? Se o que denominamos mal e tormento não são nem mal nem tormento por si mesmo, mas somente porque a nossa imaginação lhe dá essa qualidade, está em nós mudá-la. E, tendo essa escolha, se nada nos força, somos extraordinariamente loucos de bandear para o partido que nos é o mais penoso, por exemplo, damos às doenças, à indigência e ao desvalor um gosto acre e mau, mas lhes podemos dar um gosto bom, porém vejamos se é possível sustentar que aquilo que denominamos por mal não o é em si mesmo, ou pelo menos que, seja ele qual for, depende de nós darmos-lhe outro sabor e outro aspecto, pois tudo vem a ser a mesma coisa, se a natureza própria dessas coisas que tememos tivesse o crédito de instalar-se em nós por poder seu, ele se instalaria exatamente da mesma forma em todos; pois os homens são todos de uma só espécie e, exceto por algo a mais ou a menos, acham-se munidos de iguais órgãos e instrumentos para pensar e julgar. Mas a diversidade das ideias que temos sobre essas coisas mostra claramente que elas só entram em nós por mútuo acordo: alguém por acaso coloca-as dentro de si com a sua verdadeira natureza, mas mil outros dão-lhes dentro de si uma natureza nova e contrária. - Disse Atena olhando para Apolo com um olhar superior.

– Ta vai, talvez a Hera só seja mal por que eu me lembro de tudo que ela já fez com um monte de gente e eu tenho medo que ela faça isso comigo!

– Quase isso! – Disse Atena.

– Valeu então! – Disse Apolo. – Vou ir ali fazer umas coisas!

Atena não respondeu e muito menos olhou para trás para ver Apolo se retirando, apenas continuou lendo seu livro.

– Hora do jantar! – Ecoou a voz de Hera por todos os corredores do palácio Olimpiano.

Todos os deuses se reuniram na sala de jantar menos Apolo e Poseidon.

Atena comia seu espaguete silenciosamente até que uma voz soou.

– Sentiram muito a minha falta? – Gritou Poseidon.

– Nossa, eu não havia nem percebido que você não estava aqui! – Disse Hera em um tom de sarcasmo.

– Haha, deu pra contar piada agora hera?

– Por que voltou tão cedo? – Perguntou Ártemis.

– Por que Percy disse que ele queria falar comigo!

– Mas aqui? – Perguntou Ártemis.

– É ele me mandou vir aqui! E eu também vou ficar um tempo aqui! – Disse Poseidon.

– Você ficar um tempo aqui?! – Disse Ártemis. – O que houve?

– Sei lá, a Atlântida está muito parada! Você sabe é inverno, e no inverno os humanos quase não utilizam o mar! Então da pra mim controlar tudo daqui mesmo.

– Sei... haha – Disse Afrodite piscando para Poseidon.

– Vocês sabem se Percy já está aqui?

– Estão ele e Annabeth, eles querem falar com você e com a Atena! – Disse Deméter. – Annabeth veio falar comigo logo que chegou! Ela e Percy queriam uma informação!

– Sobre? – Perguntou Atena.

– Eles vão dizer! – Disse Deméter.

– Eu não gosto de interromper minhas refeições, mas eu quero saber do que se trata então vou procurar por Annabeth e Percy! – Disse Atena.

– Eu vou com você! – Disse Poseidon.

Os dois então desapareceram em névoa, usando seus instintos divinos para encontrar Percy e Annabeth.

– Oi mãe, oi Poseidon! – Disse Annabeth ao avistar os dois.

– Olá! O que houve? – Perguntou Atena.

– Nós já sabemos o sexo dos bebês! – Disse Percy.

– Bebês? – Disse Atena frisando o S.

– É a Deméter disse que a Annie tá gravida de gemêos!Um menino e uma menina, e agente já escolheu o nome! E queremos falar pra vocês.

– Nossa! Quanta informação! – Disse Poseidon.

– Vocês já não haviam escolhido? – Perguntou Atena.

– É mais mudamos de escolha! – Disse Annabeth. – Nós gostaríamos de homenagear vocês com os nomes dos nossos filhos, então nós escolhemos nomes parecidos com os de vocês!

– É! – Disse Percy.

– Bom a menina se chamara Athína e o menino Posidon!O que vocês acham? – Disse Annabeth.

– É... interessante! Mas... Você tem certeza querida? – Disse Atena.

– Sim mãe eu tenho! – Disse Annabeth.

– Eu achei legal! – Disse Poseidon.

– Eu achei belo da parte de vocês, nos homenagearem, mas vocês não acham que são nomes meio estranhos para mortais?

– Eu sou estranha, Percy é estranho, nossa família é estranha, então eu acho que não faz muita diferença! – Disse Annabeth.

– Olhando por esse ponto, você está certa querida! – Disse Atena.

– Onde vocês vão ficar enquanto o bebê não nasce? – Perguntou Poseidon.

– Na minha casa! – Disse Percy.

– Ata porque eu acho que o acampamento não seria muito bom! – Disse Poseidon.

– Lady Atena, os meus filhos com a Annie vão ser mortais? – Disse Percy.

– Percy, tem grande possibilidade de eles serem mortais, porém eles também podem ser semideuses... – Disse Atena.

– Legal... Mas...Eu queria que os meus filhos fossem, normais... – Disse Annabeth.

– Se você tiver sorte... – Disse Poseidon.

– É... Se tivermos sorte! – Disse Annabeth. – Agora nós vamos indo porque marcamos de jantar em um restaurante aqui em Nova Iorque com alguns amigos.

Eles se despediram, e Percy e Annabeth se retiraram a caminho do restaurante.

– Eles crescem rápido demais! – Disse Poseidon.

– Dez de quando você se importa com seus filhos? – Perguntou Atena.

– Dez de quando eu me tornei um pai prestativo! Isso faz uns 2.000 anos!

– Isso foi à tentativa de uma piada? – Disse Atena arqueando uma de suas sobrancelhas.

– É foi!

– Ótimo! Tente na próxima! – Disse Atena. – Estou perdendo tempo útil aqui, adeus. – Continuou ela.

Poseidon agarrou Atena pelo braço.

– Você não vai sair daqui! – Disse Poseidon.

– O que?! – Disse Atena se virando.

– Seria interessante tocar em algo que nunca foi tocado! – Disse Poseidon se aproximando.

– Seria interessante te mandar para fazer uma visita a Hades. – Disse Atena.

– Se você fosse junto eu não me importaria! – Disse Poseidon.

– Me solte!

– Não! Você está gostando! – Disse Poseidon.

– Quer dizer que você também é o deus das adivinhações agora? – Disse Atena. – Pois está adivinhando errado!

– Não! Você não precisa que eu te solte! Você é a deusa da guerra, pode sair daqui sozinha se quiser! Só ainda não saiu porque está gostando!

– Você está louco! – Disse Atena se soltando dos braços de Poseidon.

– Sim! Louco por você! – Disse Poseidon sorrindo. – Vai Atena, eu sei o que falta em você!

– Ah... Sabe?!Então oque me falta?

– Eu. – Disse Poseidon.

– Vá para o tártaro! – Disse Atena, que logo após falar saiu da sala deixando Poseidon sorrindo sozinho.