Innocence is Over escrita por Rari


Capítulo 2
Living




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/200580/chapter/2

- Tchau mãe, já estou indo! – uma moça de longos cabelos dourados, olhos verdes, jovem e de beleza estonteante, abria a porta de um grande templo,  e atravessava um vasto jardim até chegar ao portão.

- Até logo, querida! Cuide-se – uma mulher igualmente bela, e com características físicas iguais, acenava para a mais jovem da porta do templo. Eram mãe e filha. – faça o bom trabalho de sempre.

- Claro, mãezinha, sempre! – a garota dá uma piscadela, e sorridente, fecha o portão do templo e começa sua caminhada até o “serviço”.

 Esta é Rena, a elfa mais adorada de Elysium, e também a guardiã do portão “pós a morte”.

  Aqueles nascidos no Elysium, são agraciados á grandes cargos, no caso de Rena, ganhou um de extrema importância; guardar a chave do portão de Elysium, e abrir apenas para quem está na lista feita pelo próprio Deus.

- Uff! – a elfa chega levemente ofegante, á uma grande árvore brilhante, espelho da Eltree – Então, Srta. Meredith, já recebeu a lista de hoje? – pergunta a elfa, com seu mesmo tom calmo de sempre.

- Sim, Rena, aqui está – uma mulher, elfa assim como Rena, de cabelos brancos e olhos azuis, lhe entrega um pergaminho dourado, enrolado cuidadosamente com um barbante cor de cobre – faça o bom trabalho de sempre – ela sorri e faz uma breve reverência.

- Já é a segunda vez que ouço isso hoje... – brinca a jovem elfa, enquanto parte para seu trabalho diário.

Rena começa a fazer o mesmo caminho de sempre. O caminho que vem fazendo á séculos. Em seu caminho, vê as mesmas almas felizes, que após muito sofrerem na terra, morreram e foram encaminhadas para o Elysium, e, a maioria daquelas almas, fora a própria Rena que tivera o orgulho de ler o nome da lista, e então abrir o portão do paraíso para os pobres cansados, finalmente descansarem.

 Após caminhar um pouco, e dar muitos “bom dia”, a elfa chega a seu local de trabalho; um esplendoroso portão de ouro, gigante, com formas e ornamentos angelicais muito bem trabalhados. Seu trabalho era simples: deveria ficar do lado de fora, e quando uma luz dourada aparecesse, era o sinal de que os enviados estavam chegando. Ela iria conferir o nome de cada um que fosse entrar, e só.

 Infelizmente, fazer isso poderia ser bem chato na maioria das vezes, quer dizer, ficar ali esperando não era bom, por mais que não houvesse noção de tempo em Elysium. Infelizmente (ou não) a natureza livre de Rena fez com que ela quebrasse uma das regras: “ Quem nasceu em Elysium, em Elysium ficaria eternamente. “

 Uma vez, quando mais jovem, sua travessura fez que com que fosse parar no mundo dos vivos. O local aonde havia parado, era um bosque, com muitas árvores, e um pequeno laguinho ali. Não possuíam uma beleza deslumbrante igual ás do Paraíso; era tudo simples, com uma graciosidade meramente mortal, mas era atraente para a menina. Quando sabia que não receberia muitas almas, ficava por ali, treinando sua mira com seu arco sagrado, e depois de um tempo, voltava tranquilamente para os portões de Elysium, afinal, ela era a guardiã de lá, poderia sair e voltar quando bem entendesse, não?

- Hmm.. um enorme pergaminho... para apenas um nome? Eh, não é sempre que apenas uma alma é mandada para o Elysium... minha chance talvez, de ficar um pouco mais de tempo lá... – após ter tido um breve flashback da primeira vez que fora ao mundo humano, a garota observava o único nome na lista, vendo-o como oportunidade para escapar novamente. E era isso que iria fazer. Não sentia-se culpada por quebrar esta regra, afinal, “Deus” vê tudo, e se ele sabia disso todo este tempo e nunca a puniu, não puniria á si mesma por isso também.

 Após alguns instantes perdida em seus pensamentos, a elfa percebe a luz dourada que está acostumada a ver todos os dias.

- Já? Hehe, já vi que hoje terei o dia de folga ~ - a garota sorri, enquanto se aproxima da luz para receber a recém-chegada.

  Após a luz ceder finalmente, Rena pode ver o rosto da novata: era uma moça jovem, bonitinha até, com cabelos castanhos até os ombros, e olhos cor-de-mel. Suas roupas eram velhas e rasgadas, não possuía calçados, e olhava tristemente para o chão. Sua pele estava pálida, e seu corpo gélido como a própria neve. Rena decidiu tomar a iniciativa, afinal, estava acostumada a presenciar rostos tristes na chegada, mas tinha certeza de que tudo melhoraria para aquela moça com o tempo.

- Olá mocinha, seja bem-vinda aos portões de Elysium. Você se chama Lucy? – Rena vira a cabeça um pouco para o lado direito para poder falar com a moça. Apesar de terem mais ou menos a mesma altura, a garota permanecia de cabeça baixa, dificultando o olhar direto.

- ... s-sim – após alguns segundos, a garota levanta o rosto, melhorando a visão de seus olhos claros.

- Muito bem, então, é você mesma! * Rena marca o nome “ Lucy “ no pergaminho. – Então, pode entrar, seja bem-vinda ao Elysium, a vida após a morte. Eu sou Rena, a guardiã do Portão principal daqui, e eu quem decide quem entra ou sai! – Rena força um pouco a voz, tentando mostrar uma “ falsa autoridade “

- E-eh?! – Lucy surpreende-se, mostrando que havia acreditado.

- Hehe! Calma, era só brincadeira! – Rena ri, mostrando seu alegre sorriso novamente – eu apenas abro o portão para quem está neste pergaminho, e seu nome está aqui, então, pode entrar ~

- Mas... uma bruxa.. como eu?

- Bruxa? Do quê está falando?

 A garota derrepente abaixa a cabeça novamente, e a única coisa que pode-se ver, são suas lágrimas escorrendo.

- Rena! – Meredith aparece, caminhando calmamente.

- Srta. Meredith!

- Como estava demorando um pouco, e era apenas um nome, decidi vim ver se havia acontecido algo... ora – Meredith repara na nova residente – um rosto triste! Bem, vamos dar um jeito nisso. – a mulher põe seu braço esquerdo em volta do ombro de Lucy – Rena, obrigada pelo trabalho de hoje. Foi rápido, não? Bem, está dispensada, eu vou acompanhar essa moça até lá dentro, ok?

- Ok Srta. Meredith. Obrigada! – Rena observa Lucy ser levada para dentro pela Anciã, até não enxergar mais ambas. – Bem, acho que já sei aonde posso ir! – não pensou duas vezes, e utilizando de sua autoridade de guardiã, foi para o mundo humano, chegando naquele mesmo bosque de sempre. – Ah, esse cheiro! Cheiro de vida... – ela respirava profundamente de olhos fechados, permanecendo assim durante aproximadamente 5 segundos. Ao abrir seus olhos, percebe uma figura á sua frente.

Um homem... um homem humano. Sorrindo para ela.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Innocence is Over" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.