H - Ponto Zero escrita por Siadk


Capítulo 8
008 - Direção


Notas iniciais do capítulo

O nome em [ ] é o personagem que está narrando o capitulo, cada cap é narrado por um personagem.

Todos os personagens dessa história pertencem à mim. Por Favor não usar sem minha permissão!



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008 – Direção

 

[Daniel]

 

 

Respirei fundo, enchendo os pulmões de esperança. Estava sentado no sofá roxo, encarando a seringa com o sangue de Ed. “Droga, odeio agulhas.” Respirei fundo mais duas vezes.

 

E por fim injetei o sangue.

 

No segundo seguinte meus olhos foram cobertos pelas memórias de Ed. Vi todos os últimos minutos da vida dele. Uma garra apertava cruelmente meu coração a cada segundo que passava. Ver Ed sendo massacrado por Suzanna mais uma vez era muito mais doloroso do que eu pensava. Mas tive que armar um leve sorriso quando ouvi o comentário de Ed ao ouvir o grito de dor que se arrastou da garganta de Eric.

 

– Daniel? Daniel, você esta bem?!

 

A voz não pertencia às lembranças. Quando elas acabaram percebi que era Gui na minha frente. A ultima imagem de Ed era a de nosso inimigo (“nossos inimigos” pensei, incluindo Suzanna) sumindo na frente dele. Ver Eric abraçando Suzanna me encheu de uma fúria cega. Mas era a ultima certeza de Ed que me preocupava. “Ele sabia... Ele simplesmente sabia que eram seus últimos segundos de vida.

 

– Estou... – Comecei, percebendo o tremor na minha voz. – Estou bem sim.

 

Só quando me levantei (durante minhas visões eu cai do sofá e fiquei sentado no chão frio) que eu percebi que o rosto de Gui estava manchado de preocupação. Esperei em silencio pelas noticias que ele poderia me dar.

 

– O hospital ligou. – Sua voz estava mais manchada que seu rosto. Isso fez eu arregalar os olhos e cambalear um pouco. “Não, por favor não.” – É Alice, ela...

 

“Eu disse por favor, droga. Ela também não.” Minha mente começou a colocar várias imagens terríveis em frente a minha visão. Muitas eram imagens de lápides e cemitérios macabros.

 

– Ela sumiu. Não está mais em seu quarto. – Continuou Gui.

 

Não pude deixar de demonstrar meu alivio. Pelo menos era menos preocupante do que eu pensava. A menos que os mortos possam andar, Alice provavelmente esta viva. Em seguida me lembrei de algo e voltei a ficar preocupado. Novamente minha mente criava imagens aterradoras.

 

– Você acha que ele... – Comecei a pergunta, mas não consegui coragem suficiente para terminar.

 

Gui jogou um mapa rodoviário e um jornal para mim. E respondeu minha pergunta incompleta:

 

– Duvido muito. Veja.

 

Não precisei abrir o jornal, a noticia que Gui queria me mostrar era a manchete do dia. Dizia: “ASSASSINO EM SÉRIE NOS ARREDORES DE NORTH GARE?” E, era preenchida com os detalhes importantes: “As vitimas foram encontradas completamente sem sangue e com uma marca de mordida no pescoço...” Era Eric, sem duvida alguma. North Gare é uma cidade sombria, levemente semelhante a Gotan City dos quadrinhos do Batman, 200km ao norte de New Hatch, a cidade onde moro desde que me conheço por gente. Mas me veio outra imagem na cabeça.

 

– Ele pode ter usado aquele poder dele para... – Tentei começar, mas Gui me interrompeu.

 

– O teleporte. – Disse ele. A certeza fluindo em cada letra. – Não se preocupe, ele não pode se “teleportar” para lugares muito distantes. Diria que ele tem apenas um quilometro de raio para usar esse poder.

 

Obviamente não duvidei de Gui. Afinal, essa era sua habilidade, entender os poderes dos outros. Não sabia exatamente como funcionava, mas quando perguntei, ele apenas disse que era como ler um livro estampado na pessoa.

 

Abri o mapa rodoviário. A cidade-destino estava circulada com caneta vermelha.

 

– North Gare, certo? Duzentos quilômetros. Acho melhor eu já ir. – Me levantei, coloquei o mapa e o jornal na mochila e peguei minha katana.

 

Era uma espada propriamente criada para servir de enfeite, e era apenas para isso que ela servira até o momento. Não possuía corte, mas era uma ótima arma assim mesmo. Quando cheguei à porta, Gui me desejou boa sorte. Agradeci e, distraidamente, puxei a maçaneta, arrancando a porta da parede. Olhei aquilo pasmo.

 

– Então é assim que ele se sentia? – Disse pra mim mesmo. Não pude evitar a risada baixa que se seguiu. Uma mascara para a tristeza que viria em breve.

 

Agora eu definitivamente não estava sozinho.

 

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Notas finais do capítulo

Nota do Sádico: Dois em um dia. Acho que o próximo sai só na próxima semana. Vou dedicar meu tempo pra minha outra Fic. Deem uma olhada nela também, talvez vocês gostem.



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