H - Ponto Zero escrita por Siadk


Capítulo 6
006 - Sangue


Notas iniciais do capítulo

O nome em [ ] é o personagem que está narrando o capitulo, cada cap é narrado por um personagem.

Todos os personagens dessa história pertencem à mim. Por Favor não usar sem minha permissão!



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006 - Sangue

 

[Daniel]

 

 

Devo confessar que, mesmo sem entender direito, eu estava impressionado com o que Guilherme tinha acabado de me dizer. Estávamos em seu laboratório. Quando ele começou a falar eu me distrai com os equipamentos complexos, mas agora estava completamente atento. Pedi pra que ele explicasse novamente.

 

– Ok, desde o começo. Você já sabe que eu estava pesquisando sobre a origem de nossos poderes, certo? Bom, eu não cheguei a descobrir a origem propriamente dita ainda, mas descobri outras coisas muito interessantes. O que eu descobri foi, primeiro, que a capacidade de usar os poderes pertence ao nosso cérebro e, segundo, que o tipo de poder em si pertence ao nosso sangue.

 

Eu olhava para ele ainda impressionado. Era ótimo saber que ele estava progredindo em suas pesquisas, realmente era. Mas, por mais fascinante que fosse aquela descoberta, não me era muito útil no momento. Ele deve ter percebido o que eu estava pensando e continuou.

 

– O que quero dizer, Daniel, é que é possível ter mais de um poder. Basta ter uma quantidade do sangue com características “poderosas” em seu organismo. – Ele terminou de falar, mas o que ele falou continuou vagando em minha mente por um tempo.

 

Agora eu entendia. Não só as descobertas de Gui, mas também o que acontecera uma semana atrás. Olhei de Gui para as amostras de sangue que descansavam em cima de sua mesa. Meus olhos completamente abertos.

 

– Isso significa que... – Mas eu não terminei de falar, ele estendeu a mão, me interrompendo no clássico gesto de “cale-a-boca”.

 

Pegou uma das seringas ao lado das amostras de sangue e aquilo meu fez sentir um frio desagradável na barriga. Nunca fui muito fã de agulhas. Mas o alvo da seringa não era eu e sim a amostra intitulada como “Ed”. O sangue saiu do vidro de amostra e jorrou para a seringa. Aquilo me fez lembrar das coisas desagradáveis que estavam acontecendo e eu fiquei enjoado. Gui olhou para mim, sem perceber minha leve fraqueza ao ver o sangue de Ed.

 

– Isso significa exatamente o que você deve estar pensando. – E em um piscar de olhos, o animo que havia tomado conta de Gui quando ele começou a contar sobre a descoberta simplesmente desapareceu. Ele olhou para a seringa – Mas isso tem um porem.

 

Esperei ele continuar.

 

– O organismo que criou o sangue “poderoso” precisa estar morto. – Ficamos um tempo em silencio, nós dois olhando o líquido vermelho que balançava na seringa. O animo voltou lentamente para Gui. – Ou seja, você pode pegar os poderes do Ed e da Alice, assim talvez você tenha...

 

Reagi como se tivesse levado um choque, não, como se meu corpo estivesse sendo completamente eletrocutado.

 

– Não! Alice ainda está viva. Ela vai acordar, eu sei que vai, mesmo os médicos dizendo o contrario. De qualquer maneira, os poderes dela são dela.

 

Percebi que tinha gritado tudo aquilo, mas não me importei. Era como se aquela informação fosse a única coisa que me mantivesse de pé. O olhar de Gui me pedia desculpas.

 

– Me desculpe. Acho que vou ficar só com a primeira opção.

 

A idéia de ter os poderes de Ed era tentadora. Não por causa da potencia do poder, mas sim por isso me dar a impressão, mínima que seja, de estar lutando lado a lado com ele. “Como nos velhos tempos”.

 

– Daniel. Pensa melhor. Você não tem chance contra ele. Não sozinho pelo menos. Não faça isso.

 

Peguei a seringa em sua mão. Já estava decidido.

 

– Não estarei sozinho.

 

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