H - Ponto Zero escrita por Siadk


Capítulo 24
024 - Timidez


Notas iniciais do capítulo

[Lola]

Todos os personagens dessa história pertencem à mim. Por Favor não usar sem minha permissão!



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024 – Timidez

 

 

[Lola]

 

 

 

 

 

O vestiário feminino. O pior lugar do clube de esportes de North Gare. Odeio ter que me despir enquanto outras garotas ficam me encarando com olhos invejosos. Nunca entendi ao certo o porquê de tanta inveja, digo, eu não sou lá a garota mais bonita do clube... Eu acho. Felizmente já faz um tempo que ninguém mais me olha quando estou me trocando, mesmo o lugar estando cheio de garotas, nenhuma delas se vira para mim. Nenhuma delas sabe que eu estou ali. Tinha acabado de me vestir. “Acho que já posso voltar a ficar visível para as outras.” Pensei, e teria voltado ao normal se não fosse um pequeno imprevisto.

 

 

 

Um corpo apareceu voando dentro do vestiário, logo depois de atravessar a parede, destruindo-a por completo. Era um garoto usando os trapos do que antes era uma máscara de caveira. Os gritos das outras garotas e a correria para fugir do lugar me impediam de pensar. Tá certo que naquele momento, a única coisa que eu deveria fazer era o mesmo que todas as outras. “Corra Lola, corra.” Mas eu não corri. Algo me dizia que aquele garoto precisava da minha ajuda. Acho que foi a bola de fogo que quase o acertou. Corri na direção dele, e só quando cheguei ao seu lado pude ver através da poeira e do muro destruído a causa da bola de fogo. Não parecia fazer sentido uma garota poder criar chamas na palma das mãos e arremessá-las, mas acho que também não fazia sentido eu conseguir ficar invisível aos olhos humanos.

 

 

 

Nem o garoto caído, nem a garota das bolas de fogo podiam me ver. E eu estava ali, praticamente parada em baixo de seus narizes. Pensando bem, esse era o sonho de toda garota tímida, poder sumir da vista dos outros.

 

 

 

Outra bola de fogo passou a centímetros de onde estávamos, me acordando para a situação. Eu precisava fazer algo ou aquele garoto iria vira churrasco.

 

 

 

– Quem você pensa que é para machucar o meu Eric, pirralho? – Começou a gritar, desesperadamente, a garota.

 

 

 

O “pirralho” respondeu com um sorriso torto. Algo ali o animava. Ele tossiu duas vezes antes de abrir os olhos. Só então eu reparei em algo. “Ele não está nem um pouco ferido. Está praticamente intacto... Como?” A curiosidade apenas clamava para que eu o ajudasse, era meu fraco.

 

 

 

E quando uma outra bola de fogo se formou nas mãos da garota eu fiz algo sem pensar, algo que eu nem sabia se ia funcionar ou não. Segurei no braço do garoto e me concentrei um pouco mais que o normal... Se eu podia fazer minhas roupas ficarem tão invisíveis quanto eu, talvez também conseguisse fazer outra pessoa compartilhar da minha habilidade. Demorou um segundo para as respostas me alcançarem. Primeiro percebi a reação da garota. Completamente surpresa. Ela devia estar pensando como era possível uma pessoa sumir diante seus olhos. Depois a reação do garoto, agora ele podia me ver.

 

 

 

– Da onde você...? – Eu cobri a boca dele antes que ele continuasse.

 

 

 

Mas foi tarde demais. A garota tinha percebido que ele, de alguma forma, ainda estava ali. E soltou a bola de fogo... Dessa vez não erraria. Precisaria usar a segunda parte da minha habilidade.

 

 

 

Fechei os olhos. Não que fosse necessário nem nada do tipo, mas acredite, não é nem um pouco agradável ficar com os olhos abertos em certas ocasiões quando eu uso esse poder. Qualquer um que estivesse no meu lugar entenderia. Senti o meu tato se tornando levemente mais fraco. Quando o garoto viu a bola de fogo vindo ainda tentou se colocar na minha frente, não pude deixar de notar o cavalheirismo nessa situação, mas já não tínhamos tempo para nenhum movimento. As chamas quentes se aproximaram de nós, se encontraram com nossos corpos invisíveis... E por fim nos atravessou, como se realmente não estivéssemos ali. Outras duas bolas de fogo tentaram acertar alvos inexistentes enquanto o garoto me olhava surpreso.

 

 

 

Não falamos nada... A conversa teria que ser deixada para quando aquela doida desvairada fosse embora.

 

 

 

 

 

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Notas finais do capítulo

Dedicatória do Sádico: Inteiramente a Musica Lola da banda The Kinks, que eu estava ouvindo sem parar antes de escrever esse cap.