Não faz nem uma semana que eu cheguei aqui e já estou desse jeito, tudo por causa daquele garoto idiota. Andei mais um pouco e cheguei a uma praça que tinha ali perto, as lágrimas já tinham parado, olhei para a praça novamente procurando um banco para me sentar e vi um garoto jogando bola, sozinho, perto de algumas árvores, andei até perto de lá e fiquei observando ele jogar, ele parecia não perceber que eu estava ali e eu andei mais para perto.

– Oi – ele falou com a atenção ainda na bola, eu estava enganada, ele me percebeu ali.

– O-Oi, sou Hinamori Amu! – falei rapidamente, eu também queria saber o nome dele.

– Anh, eu sou Souma Kukai – ele abriu um pequeno sorriso – eu acho que você é a novata da minha escola.

– Hm, é eu sou, nunca reparei em você, mais como você me conhece?

– Você sabe, quando foi anunciado que uma garota iria se transferir para escola, todo mundo ficou falando. – ele ria baixinho.

– Hm, esse pessoal de escola, sempre assim. – sentei no banco que havia atrás de mim, ele veio e também sentou. Ele olhou para o meu rosto e reparou em meus olhos vermelhos, por causa das lágrimas repentinas que eu tinha acabado de derramar.

– Você está bem?

– Acho que agora sim. – olhei despreocupada a hora no meu relógio e vi que já era tarde. – Eu tenho que ir te vejo depois. – levantei e acenei para ele que só me respondeu um “Tchau”.

Andei distraída pelas ruas e logo cheguei em frente de casa, passei as mãos no meu rosto e tentei fazer o meu sorriso falso, botei a chave na fechadura e abri a porta, quando olhei para dentro da sala não acreditei, meu irmão e minha mãe estavam sentados no sofá, meu sorriso passou de falso para muito verdadeiro e eu corri para abraçar os dois.

– MÃE, RIN-KUN!!!! – não pude conter os gritos e pulei para cima deles no sofá, minha mãe e meu irmão retribuíram o abraço.

– Amu como é bom te ver, filha! – minha mãe falou com seu grande sorriso de sempre, meu irmão também sorria mais seu sorriso se desfez quando ele olhou para mim com uma cara preocupada, eu sabia que ele ia perceber que eu andei chorando, ele se levantou e me abraçou.

– Depois quero falar com você. – ele sussurrou disfarçando no meu ouvido.

Procurei o meu pai com os olhos e exatamente nesse momento ele surgiu da cozinha dizendo que o jantar estava pronto, nós comemos alegremente e falamos sobre tudo, resolvi não tocar muito no assunto das minhas aulas, apenas falando da Utau e da Rima. O jantar terminou e eu subi pro meu quarto. Tomei um banho e botei meu pijama, deitei na minha cama e fiquei pensando um pouco quando ouvi alguém bater na porta.

– Amu, sou eu. – o Rin falava calmamente por fora da porta, levantei e abri para ele que me encarou com um sorriso. – Desculpa por perguntar isso Amu, mais aconteceu alguma coisa?

– N-Não aconteceu nada. – eu tentei mentir, mais eu minto muito mal, virei o rosto para o outro lado para disfarçar a minha expressão.

– Vamos Amu, eu sei que aconteceu me conte, você sabe que pode confiar em mim. – eu até podia confiar nele, mais eu não queria que ele desse uma de guarda-costas comigo.

– Eu conto mais me prometa que você não vai fazer nada.

– Desse jeito você me assusta, diga logo!

– Prometa antes.

– Ta bom, eu prometo.

Eu contei tudo a ele, que me encarava com raiva no olhar, era por isso que eu não queria contar para ele, ele tem esse lado legal, mais também é super protetor.

– Esse garoto vai se ver comigo. – ele falava isso enquanto estralava os dedos das mãos.

– Você prometeu. – falei aumentando a voz.

– Mais Amu, esse cara ta te fazendo de brinquedinho!

– Mais você não irá fazer nada com ele! – continuava insistindo, ele prometeu.

– Mais Amu, por que você está... – ele parou e pensou um pouco, depois olhou para mim com olhos arregalados – você... Você gosta dele? Eu não acredito nisso – ele se levantou rapidamente e sua expressão me assustava.

– E-Eu não gosto dele. – olhei para baixo e senti uma dor no meu coração enquanto falava isso, meu irmão não me respondeu apenas saiu e bateu a porta.

Eu me deitei na minha cama e parei para pensar no que meu irmão disse, não, não eu não gosto dele, ele é apenas um idiota que quer se aproveitar de mim, um idiota, é isso que ele é. Fiquei repetindo isso na minha mente até que eu dormi.