Tadase POV

Não sei quando decidi assistir a esse filme, mais percebi que foi uma idiotice da minha parte. Esse “negocio” não tinha dignidade para ser chamado de filme terror. Peguei mais algumas pipocas de dentro do pote e coloquei em minha boca tranquilamente, mais o barulho da campainha que tocará fez com que elas caíssem no chão.

– MAIS QUE DROGA, ATENDAM LOGO ESSA PORTA! – gritei para a empregada que estava mais perto, que saiu correndo feito uma retardada para abrir a porta. Sentei novamente no sofá voltando à atenção para o filme. Vozes me desconcentraram novamente.

– Hotori-san... – a empregada falou em um tom alto, aff, aquela incompetente não sabe o que faz mesmo.

– O QU-

– Senhor Hotori Tadase, o senhor está preso por abuso sexual e sequestro.

– Anh? Como assim? Vocês sabem de quem eu sou filho? PAI! – gritei pelo meu pai, que se encontrava no escritório, e ele veio com uma cara de tédio que foi substituída por uma cara de confusão quando viram os policiais na porta.

– O que foi que aconteceu meu filho? – quando ia responder fui interrompido pelo que parecia o delegado.

– Seu filho está sendo preso por abuso sexual e sequestro. – a expressão de meu pai sobre mim foi de raiva, mais que logo foi substituída por um sorriso aberto para o delegado.

Depois de uma longa conversa com os policiais meu pai saiu sorridente de seu escritório levando o delegado e os outros dois policias a porta. E pensar que em algum momento me preocupei com isso, uf, sabia que meu pai ia dar um jeito.

Tadase POV Off

Ikuto POV

Ainda não sei quando eu decidi ir no shopping comprar alguma coisa para a Amu, mais lá estava eu, dentro de um daquelas joalherias enquanto as atendentes tentavam se jogar em cima de mim de alguma maneira, não que eu me ache por isso.

– Boa Tarde senhor, o que está procurando? – uma das atendentes que estavam na porta quando eu entrei na loja vinherá me atender, ela tinha cabelos ruivos e cacheados, o que me fez a reconhecer.

– Bem, eu procuro uma joia para minha namorada – dei um ênfase a palavra namorada, o que fez ela e as outras atendentes que observavam a cena fizessem uma cara de raiva. A que me atendia logo desfez esse rosto e voltou a me fitar com o seu sorriso falso.

Depois de um tempo dentro daquela loja consegui encontrar um lindo colar para a Amu, tinha certeza que ela iria amar. Ainda estava dentro do shopping quando recebi uma ligação.

– Ikuto? – a voz de mulher e fina falava, não tinha como não reconhecer.

– Abella? É você mesmo? – Abella era a francesa que meu pai era casado, ela era uma pessoa legal.

– Sim, Ikuto, sou eu. Por favor, o que eu tenho que lhe falar não é bom e eu tenho pouco tempo para isso então preste atenção. – pelo seu tom de voz já era perceptível que a noticia não seria nada boa.

– Hum, pode falar. – agora eu já estava em um lado menos populoso do shopping, onde podia ouvir melhor o telefone.

– O seu pai... Está muito doente, Ikuto. - ela parou para dar um suspiro pesado – Você precisa vir aqui para Paris urgente, e talvez você não possa mais voltar para o Japão. – meu coração doeu quando escutei aquela frase “não possa mais voltar”.

– A-A Utau também vai? – meu tom de voz saiu inseguro, e ela novamente suspirou pesado.

– Eu liguei para a Utau alguns minutos atrás, mais ela não vai vir aqui para a França. Além de sua carreira, eu não quero que Utau presencie esse tipo de coisas.

– É, concordo, ela não merece passar por isso – nem eu mereço, pensei por um estante.

– Eu tenho que desligar Ikuto, por favor, faça o máximo para estar aqui amanhã de madrugada.

– Eu vou ver o que vou fazer Abella, tchau.

– Tchau.

O celular agora só emanava o som da linha desligada quando eu o guardei novamente em meu bolso. Ainda no shopping passei em uma companhia de viagens e comprei minha passagem, meu voo seria para amanhã de 14:00. Olhei para a sacola que segurava e meus pensamentos sobre Amu voltaram mais forte a minha mente, eu não poderia dizer simplesmente a ela que iria embora e talvez voltaria porque eu sei que ela deixaria de viver para me esperar e talvez eu nem voltasse, precisava dar um jeito de acabar tudo com ela e a fazer me esquecer.

Ikuto POV Off

Amu POV

As horas pareciam passar mais lentas do que de costume e eu não aguentava mais esperar o Ikuto ali no meu quarto, já estava cansada de olhar o meu reflexo no espelho. Escutei um barulho na janela e logo vi que se tratava do meu neko.

– Kyaaa~ que demora, eu pensei que não vinha mais. – corri para perto dele que me olhava diferente, mais não me importei com isso até ele recusar um abraço meu.

– Amu nós precisamos conversar. – ele falou num tom um pouco frio e evitou me olhar nos olhos quando eu o fitei com meu característico olhar duvidoso.

– Hm, pode falar. – minha voz saiu segura e num tom normal, o que me fez parabenizar a mim mesma por isso.

– Amu eu... – ele deu uma pausa que foi longa demais. – Eu quero terminar. – olhei para o Ikuto com uma cara engraçada esperando que ele começasse a rir e me dissesse que nada de passava de uma brincadeira, mais isso não veio, ele apenas olhou de relance para mim e logo virou o rosto novamente. As lágrimas já estavam saindo de dentro de meus olhos.

– M-Mais... Eu... Você... Eu te amo. – a minha frase não foi bem formulada mais tenho certeza que ele entendeu.

– Não Amu, acabou apenas. – agora não era só a tristeza que vinha a raiva também, como ele podia dizer “apenas”, isso o que ele acha de nossa relação.

– Como assim apenas? E as vezes que você disse que me amava? Eu podia ver em seus olhos... Que... – a minha voz começou baixa e logo foi interrompida por meus soluços que agora saiam um pouco mais altos do que de costume.

– Você acha que eu te amo? – ele soltou uma longa gargalhada que me fez se arrepiar. – Eu cansei de você Amu, você foi apenas mais uma, eu me cansei desse seu bláh, bláh, bláh idiota e de ser “exclusivo”, eu não sou assim, no começo realmente achei que seria divertido ficar com você mais parece que esse seu cabelinho rosa só atrai confusão.

– Q... qu...e? – Eu ainda não acreditava no que tinha ouvido e meus soluços estavam ainda mais altos.

– Vou embora, cuidado para não se afogar nas lágrimas. – soltou uma gargalhada de deboche e saiu novamente janela a fora.

**

A minha única rotina agora era aquela: escola, casa, escola, casa... Ainda falava com as meninas mais realmente não conseguia me animar, a Utau parece que não sabe de nada e o Ik... Ele sumiu da escola, e o boato que rola é que ele saiu do país. E parece que ele levou alguém com ele... My heart.