Capítulo 32

POV Klaus Mikaelson

-Vamos falar.

-Não precisas de matar Jenna, eu fico com o lugar dela – falou Stefan.

-Bem, não sei. Eu prefiro a simetria de quatro mulheres. Quatro Deusas, sacrificadas no altar do sacrifício.

-Não jogues comigo. Tu terás o que queres.

Virei-me para ele.

-Grande herói, não és? Ouvi isso sobre ti.

-Apenas faz a troca: eu pela Jenna.

-Muito bem. Vamos.

POV Elena Gilbert

-Bem previsível – comentou Klaus, aparecendo com Stefan a seu lado. – É engraçada esta conversa sobre preservar a família, e aqui está Stefan, concedendo o teu desejo.

-Stefan – murmurei.

-Está tudo bem, Elena – disse ele.

-Bem, qual deles vai ser, Elena? – perguntou Klaus.

-Não – afirmei.

-Está tudo bem, Elena. Porque não há qualquer escolha – colocou um pedaço de madeira nas costas de Stefan.

-Não! – exclamei, tentando ir até Stefan, mas o fogo impediu-me.

-Eu já tenho outros planos para o teu namorado – disse Klaus e Stefan caiu no chão, ainda com o pedaço de madeira nas suas costas. – Eu quero-o vivo, mas por agora – deu um soco na cara de Stefan, fazendo-o girar sobre si mesmo e voltando a cair no chão.

Ele gemeu alto, de dor.

-Quando estiveres pronta, Greta.

A bruxa falou alguma cosia e o fogo á volta de Jenna desapareceu.

-Não.

-A tua vez – afirmou Klaus.

-Não, Jenna, não – tentei aproximar-me dela, mas mais uma vez o fogo impediu-me.

-Está tudo bem, Elena. Eu sei o que tenho que fazer – disse ela e correu até Greta, mordendo o seu pescoço. Ela gritou, apanhada desprevenida.

Klaus foi rápido e correu até ela, perfurando as suas costas com a estaca que há muito tinha nas mãos mas eu nunca tinha notado nela.

Jenna largou logo Greta e Klaus colocou um braço à volta do seu pescoço. Largou-a ao lado do corpo de Melinda.

-Jenna, não! – chorei. As lágrimas não paravam de cair pelo meu rosto e ela olhou para mim, assustada. – Jenna, desliga. Desliga e não ficarás mais com medo.

Klaus virou-a de barriga para cima e perfurou a estaca bem no coração de Jenna.

-Não! – gritei. – Não, Jenna, não!

A dor era enorme. Eu não estava a conseguir aguentar e caí de joelhos.

-Jenna… Jenna…

POV Demi Gilbert

-Está quase na hora – murmurou Bonnie, ao meu lado.

Acenei com a cabeça, olhando nervosa para o altar, onde Klaus tinha acabado de perfurar os seus caninos no pescoço da minha irmã. Abri a boca, mas nenhum som saiu. Elena caiu no chão, morta.

Ficou tudo escuro e Klaus caminhou de forma estranha, com os ossos a partirem-se e a mudar de lugar.

-Agora! – exclamou Bonnie e juntámos as mãos.

Um vento forte abateu-se e vários pontos de luminosidade voltaram a acender-se, com um fogo forte e minimamente controlado.

Entoámos o feitiço que Bonnie me tinha ensinado minutos atrás. Andámos até ele, que estava caído no chão a gritar de dor.

Elijah apareceu e colocou a sua mão no coração do irmão.

-Em nome da nossa família, Niklaus – falou Elijah.

-Eu não os enterrei no mar – murmurou Klaus.

-O quê?

-Os corpos estão a salvo. Se me matares, nunca os irás encontrar.

-Elijah, não o oiças – pedi.

-Elijah, eu posso levar-te até eles. Dou-te a minha palavra, irmão.

-Faz isso e eu mato-os aos dois – ameaçou Bonnie.

-Isso iria matar-te – afirmou Elijah.

-Não quero saber – disse Bonnie.

Elijah olhou para nós e prendeu o seu olhar em mim. Engoli em seco. A sua decisão estava tomada.

-Lamento – disse e desapareceu com o corpo de Klaus.

-Não! – gritou Bonnie, correndo até eles, mas sem sucesso.

Eles já tinham ido embora.

POV Elena Gilbert

-Estou quase pronta – afirmei quando Jeremy entrou no quarto.

-Claro, tira o tempo que precisares.

Olhei para as fotos que tinha à volta do meu espelho.

-John queria que eu te entregasse isto – peguei na carta que Jeremy tinha na mão. – E isto.

Era o anel dos Gilbert. Peguei-o e fiquei a olhar para as duas coisas na minha mão por algum tempo. Jeremy começou a afastar-se.

-Jeremy – chamei-o e voltou atrás. – Lamento muito. Desculpa por teres perdido tantas pessoas.

-Ainda te tenho a ti – afirmou ele e abracei-o com força.

Ele apertou-me contra si e pensei na jornada que já tínhamos percorrido juntos. Tinha sido muita coisa e naquele momento só nos tínhamos um ao outro.

Desfizemos o abraço e Jeremy saiu do quarto. Sentei-me no banco que tinha perto da janela e abri a carta.

Elena,

Não é uma tarefa fácil ser um pai normal para uma criança tão extraordinária. Eu falhei nessa tarefa e por causa dos meus pré-julgamentos, falhei para contigo.

Sou assombrado pela ideia de como as coisas poderiam ter sido se estivesse disposto a ouvir o teu lado das coisas.

Para mim, é o fim. Para ti, é a hipótese de envelheceres e um dia fazeres algo melhor com o teu filho, algo que eu não fiz com a minha. É para o teu filho que eu dou o meu anel.

Não peço o teu perdão ou para esqueceres, apenas peço para que acredites nisto: quer estejas a ler isto como humana ou como vampira, quero que saibas que te amo da maneira que és, como sempre te amei e sempre te amarei.

John

Engoli em seco, tentando controlar os soluços que estavam a brotar da minha garganta. As lágrimas escorriam pelo meu rosto, molhando a carta.

Respirei fundo. Estava na hora do funeral.

POV Demi Gilbert

Entrámos no cemitério e dirigimo-nos até à campa dos Gilbert, onde estavam os pais de Elena e agora Jenna e John.

Curiosamente, a campa da minha família era ao lado da família dela. Coloquei a rosa em cima da campa da tia Melinda e depois voltei a erguer-me, chorando e soluçando sem parar.

Então senti um braço forte à minha volta e encostei a minha cabeça no seu peito, abraçando-o com força. Damon e eu ainda não tínhamos falado sobre o que tinha acontecido, mas eu não estava com forças para isso. Tudo o que precisava naquele momento era do seu abraço para amparar tal perda.

©AnaTheresaC