Capítulo 27

POV Klaus Mikaelson

Abri o roupeiro.

-Quem é este tipo? Safari Sam? – peguei em duas camisas e virei-me para Katerina, mostrando as camisas. – Muito bem: mau ou muito mau?

-A cor escura fica-te bem – respondeu ela.

-Obrigado, querida – falei, largando a camisa mais clara. – Perguntas rápidas: a adaga e as cinzas do carvalho branco estão com os Salvatore, certo?

-A adaga foi usada em Elijah. Podes encontrá-lo na cave dos Salvatore.

-Muito bem, aquela adaga precisa de ficar exatamente onde está – vesti a camisa. – A última coisa que eu quero que fazer é ressuscitar Elijah. Aquele homem é um estraga-prazeres.

-Não te esqueças que estás zangado com a tua namorada Jenna.

-Certo. A tia da Elena, que está magoada por causa da Isobel. Que mais?

-Só isso.

Aproximei-me dela e toquei no seu rosto. Ela arrepiou-se toda.

-Tão nervosa.

-Por favor, apenas mata-me. Já te contei tudo o que sei.

-Acredito que acreditas nisso – aproximei os nossos rostos. – Mas e o que não sabes? O que podiam estar a esconder de ti? Alguma coisa? Diz-me.

Hipnotizei-a e ela respondeu logo.

-Eles estavam a ver se Bonnie encontrava alguma forma de matar um Original sem a adaga.

-Bonnie, a melhor amiga?

Katerina acenou e eu cruzei os braços.

-Disseste-me que ela estava sem poderes.

-Ela não tem… ou tinha, não sei. Tu raptaste-me, estou um pouco fora – gaguejou ela.

-Bem, temos que saber disso.

-Por favor, Klaus, mata-me e acaba com isto – implorou ela.

-E mostrar-te bondade? – arqueei o sobrolho. – Procurei-te por mais de 500 anos. A tua morte, vai demorar pelo menos metade disso.

Tirei do bolso das calças uma faca.

-Quero que pegues nesta faca, e que te esfaqueies – entreguei-lhe a faca e assim que ela pegou, cravou na perna. Ela gemeu. – Agora tira – ela assim fez e a ferida cicatrizou logo. – Enquanto estiver fora, quero que faças isto de novo, e de novo, e de novo. E se ficar entediante, troca de pernas.

-Aonde vais?

-Vou ver como está a minha preciosa doppelganger – dei-lhe um beijo demorado na testa, sabendo que isso a iria irritar. – Não fiques tão chateada, Katerina. A nossa diversão acabou de começar.

Virei-me e peguei no casaco, abrindo a porta.

-Outra vez – mandei e ouvi-a esfaquear-se mais uma vez.

POV Demi Gilbert

-Oi, Bonnie, oi Elena, oi Stefan – disse enquanto me sentava na cadeira à frente de Stefan.

-Oi, Demi – falou Bonnie, enquanto Elena sorriu tímida e Stefan acenou com a cabeça, com um brilho simpático nos olhos verdes.

Elena olhou para uma folha que estava na mesa dela e mostrou-a a Stefan, que negou com a cabeça num jeito repreendedor. Olhou para mim e assim que vi que era sobre o Baile de Década, acenei com a cabeça, sorrindo. Bonnie também acenou e nós as três olhámos para Stefan, que baixou a cabeça, resignado.

-Poder feminino vence – murmurei enquanto me virava para a frente e ouvi os três a rirem.

 Alaric entrou na aula e um arrepio percorreu-me a espinha.

-Bom dia, turma – disse ele. – O que vamos dar hoje?

-Com o baile da década temos andado a cobrir os Anos 60 toda a semana – respondi e os nossos olhares encontraram-se.

Aqueles não eram os olhos de Alaric, eles tinham algo perigoso e misterioso, não o brilho simpático e divertido do Alaric que conhecia.

-Certo. Os Anos 60 – ele olhou para Elena, admirando-a, como se fosse a primeira vez que a via. Olhei para Elena, que também olhava para ele, confusa.

Alaric pegou no giz e escreveu no quadro “Anos 60”, enquanto dizia:

-Quem me dera que houvesse algo de bom para dizer dos Anos 60, mas… Na verdade, eles foram horríveis, á exceção dos The Beatles, claro, eles tornavam tudo tolerável. O que mais houve? Os mísseis cubanos, o homem na Lua, Watergate…

-Watergate foi nos anos 70, Ric – interrompeu Elena e todos pararam para olhar para ela, incluindo Alaric. Acrescentou logo: - Quero dizer, Mr. Saltzman.

-Certo. Devo de me ter confundido. Anos 60, 70… Obrigado, Elena – disse ele.

POV Bonnie Bennett

Elena e Demi sentaram-se na minha mesa assim que Jeremy saiu.

-Fizeram as pazes? – perguntei, olhando-as.

-Sim – confessou Demi. – Mais ou menos. Acho que nesta questão de irmãs, há palavras que não precisam de ser ditas.

Sorri para elas.

-Que bom – admiti. – O ambiente estava a ficar muito tenso.

-Oi, Elena, aí estás tu! – exclamou Dana, aproximando-se da nossa mesa. – OK, isto pode soar meio estranho, mas há um rapaz totalmente giro que perguntou se tu ias ao Baile esta noite.

-Diz-lhe que ela tem namorado – disse Demi, soando surpreendida e com desprezo.

-Poderias ao menos conhecê-lo. Ele estará hoje no Baile, procura-o. O nome dele é Klaus.

Olhámos todas umas para as outras, subitamente alerta. Demi olhou em volta.

- Eu sei que o nome é estúpido, mas eu juro que ele é um gato – continuou ela.

-Onde é que ele está? Está aqui? – perguntei.

-Não sei – respondeu Dana.

-Ela foi hipnotizada – murmurou Demi para nós.

-Mas ele perguntou se tu lhe guardavas a última dança, quão fofo isso é? – disse Dana.

Não, não era fofo de todo. Mas nós estávamos preparadas. Demi e eu trocámos um olhar. Estava na hora de usarmos os nossos poderes.

©AnaTheresaC