Eram seis horas da noite de um sábado, uma noite boa de verão. Podiam se ver ainda muitas pessoas pelas ruas, aproveitando o tempo agradável. Ryoma estava com Momoshiro na lanchonete, pareciam estar competindo quem come primeiro todo o hamburguer, como sempre faziam até hoje.

– Vofê...nam vai ganha gui mim Ekirrem. – Dizia Momoshiro com a boca cheia.

– Fou eu gui vô ganha. – Agora Ryoma que também estava com a boca cheia.

Depois de meia hora acabaram com a competição.

– Madamada dane?

– Hu! Não vem não, foi um empate, então serve pra você também, madamada dana, Echizen.

– Hu! – Ryoma faz cara emburrada, com a mão no queixo e apoiando o cotovelo na mesa.

– Ah! Esqueci da sobremesa

– Sobremesa?

– É, eu botei uma barra de chocolate na conta.

– Hum.

– Nossa! Isso me faz lembrar o Dia dos namorados

– Dia dos namorados?

– É cara, a Ann-chan me deu um chocolate no dia dos namorados e eu nem dei o meu ainda.

– Como assim?

– COMO ASSIM!? Você nunca ouviu falar que quando alguma garota te dá um chocolate no dia os namorados, você a deve retribuir?

– Não.

– Pois é, dessa vez sou eu quem tenho que dá-la.

– Hum, mas só por isso você se sente obrigado a dá-la?

– No meu caso, não é só para retribuir, mas também para agradá-la.

– Huuum...Heee! Gosta da Tachibana, Momo-senpai?

– Ah!...Eu só gosto de agradar as garotas, Echizen. – Cora a pergunta de Ryoma – Falando nisso, a Ryuzaki te deu um chocolate também no dia dos namorados? – Foi a vez de Momoshiro o perguntar com um sorriso maroto.

– Ah! A Ryuzaki? – Ele olha para o lado e se lembra daquele dia. – É,...ela me deu sim.

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Naquele dia, podia se ver um corre corre no corredor do colégio, haviam várias garotas passando apressadamente por aquele corredor. Alguns até perguntavam o motivo de tanta correria, pareciam até que as garotas estavam se reunindo para uma ocasião especial. Na verdade, para elas era uma data muito especial, e nessa data tão especial, resolveram se reunir numa enorme cozinha da escola, para preparar o seu chocolate.

Ryoma tinha acabado de chegar no colégio e encontrou seus amigos no corredor.

– Ah! Echizen. – Diz Horio

– O que tá acontecendo aqui?

– É, nós também queríamos saber. – Diz Kachiro

– Engraçado que são só as garotas que tem passado desse jeito por aqui. – Diz Katsuo

– Hum.

– JÁ SEI! Vamos dar uma olhadinha?

– Será que é uma boa idéia Horio-kun? – Pergunta Katsuo com uma cara não muito boa.

– Ah! Não tem nada demais dar uma olhadinha. Vamos descobrir que sala que é!

– Ah! Vão voces! Eu tô fora dessa. – Diz Ryoma indo direto pra sua sala.

– Ah! Você sempre tá fora de tudo.

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Na cozinha, as garotas estavam preparando o seu chocolate. A porta da cozinha estava fechada, para que nenhum garoto entrasse e descobrisse, mesmo que alguns soubessem que era dia dos namorados.

– Ai Sakuno, será que o Ryoma-sama vai gostar desse ursinho de chocolate?

– Ah? Kawaii Tomo-chan! Ele vai sim.

– Hehe! E você? O que está fazendo?

– Ah! Estou tentando fazer em formatos de bola de tênis.

– Hum, estão perfeitos, mas são pequenos né?

– Hum, será que devo fazer eles maiores?

– Hum...ah! acho que tá bom.

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– Hum? A porta da cozinha tá fechada.

– Será que é aí que elas estão Horio-kun?

– É sim Kachiro, a maioria delas não estão nas suas salas, só pode ser aqui.

– O que tão fazendo aqui?

– Aaah! – Os três se assustam mas não chegam a gritar.

– E...Echizen! Não nos mate de susto!

– O que tão fazendo aí na porta da cozinha?

– Ah! Você sabe! A gente tá tentando descobrir o que as meninas estão aprontando.

– Aff! Voces não sabem mesmo o que tá acontecendo?

– Não

– Hunf! Não que eu me importe, mas hoje é dia dos namorados, você já deveria ter deduzido se elas estão aí tão privativas na cozinha. Madamada dane?

– E? Caramba! Eu nem tinha notado.

– Mas é uma surpresa você perceber isso antes de nós.

– Surpresa por que?

– Ah! Esquece Echizen. (Como ele pôde notar sendo que ele é um lerdo?) Então, voces não estão curiosos de saber que tipo de chocolate elas estão preparando?

– Eu estou – Diz Katsuo e Kachiro. Ryoma fica ali parado, já estava para sair mas vê Sakuno pela frestinha da porta que Horio acabara de abrir, e fica curioso. Não aguentando, ele vagarosamente se aproxima dos seus amigos para ver com eles.

– Olha lá o chocolate da Osakada, sugoooi, dekaaai. – Horio surpreendido

– Nossa! É verdade, todos são incríveis!

– Será que alguma garota vai dar um chocolate pra mim?

– Sem chance Horio-kun, é mais fácil o Ryoma-kun ganhar todas.

– ( Engraçado, por que não consigo ver o chocolate da Ryuzaki? )

– Ryoma-kun, você não disse que estava fora dessa? – Pergunta Katsuo

– É mesmo Echizen, engraçado você tá tão curioso, por a caso tá esperando pelo seu é?

– Hunf! Já tô indo mesmo. – E sai andando pensativo – (Que tipo de chocolate é o dela?)

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– Dekita!

­­– Kawaii Sakuno! O Ryoma-sama vai adorar!

– Ry...Ryoma-kun? Mas como você sabe que é para ele?

– Hahaha! Ai Sakuno, e para quem mais seria?

– Hahaha! Eu espero mesmo que ele goste. – De repente ela ouve outras garotas falando.

– Nyah! Será que o Ryoma-sama vai gostar do meu?

– Ai! Está lindo! Será que ele vai gostar do meu também?

– O meu é formato de coração.

– Ah! O meu é formato de boca.

­– Tomo-chan... – Sakuno olha para as garotas para depois fitar o chão desanimada. Tomoka a olha desanimada, mas tenta animá-la.

– Não fica assim Sakuno! Não é por isso que você vai desistir, apenas dê a ele.

– Mas...ele vai ganhar um monte, eu acho que o meu chocolate comparado ao delas não é nada.

– Não, você nunca ouviu falar que o que vale é a intensão? Fight Sakuno!

– ... Você tem razão Tomo-chan, eu vou dar a ele mesmo assim. Arigato.

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Na sala de aula estavam apenas garotos.

– Olha Katsuo-kun, Horio-kun! Eu ganhei um chocolate.

– Honto? De quem Kachiro? ­ – Os dois perguntam

– De uma menina do 2º ano.

– Que legal! Eu Também ganhei Kachiro, só o Horio-kun que não ganhou ainda.

– CALA A BOCA KATSUO! EU AINDA VOU GANHAR, VOCÊ VAI VER!

– Hahaha! Duvido!

– Ah! Vai te catar! (Eu vou acabar não recebendo mesmo)

– E você Ryoma-kun? Ah!? – Eles veem um monte de garotas em volta da mesa de Ryoma.

– Acho que não precisa nem perguntar. O Ryoma-kun é tão popular!

– É mesmo Katsuo-kun.

– Nossa, Ryoma-kun! Você ganhou um monte, sugoi!

– Hu! O Echizen só é popular porque ele é bom no tênis. – Diz Horio com inveja

– Hum, elas me deram demais, voces querem um pra me ajudar?

­– Eu quero – Os dois dizem menos Horio.

– Hu! Eu não, eu não preciso da sua bondade, você vai ver! Eu ainda vou ganhar de alguma menina.

– Hum, tá bom Horio, Gambatte! ­– Ryoma pede para Horio se esforçar mesmo dizendo aquilo sarcasticamente, Horio abaixa a cabeça desanimadamente. E de longe alguém olhava tudo sem querer.

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Na saída do colégio que a maioria das pessoas foram embora, Horio ainda não tinha saído. Estava sentado em um banco do jardim da escola. Estava triste por não ter ganhado um chocolate. Mesmo que ele não seja o único que não ganhou.

– Hehehe! Eu sou um idiota mesmo, como eu pude esperar que uma dessas garotas me daria um chocolate? É claro que nenhuma ia me dar. – Nesse momento alguém chega e se senta ao seu lado.

– Oi Horio-kun, você ainda não foi embora?

– Hum? Osakada?

– Hehe! O que você tem?

– Nandemonai.

– Como assim? Você não parece bem, é por causa do chocolate?

– Claro que não! Pra que eu precisaria disso?

– Hahaha! Sei, eu...tenho um chocolate muito fofo aqui de ursinho e...ainda nem sei pra quem dar. – Diz Tomoka em um tom de brincadeira. ­­– Hai! – Ela estende os braços o entregando.

– É sério Osakada?!

– Uhum!

– A...ARIGATO!

– De nada. – Diz Tomoka com um sorriso singelo.

– Sabe, eu achei que você ia dar para o Echizen

– Na verdade eu ia dar sim, mas ele tem chocolates demais e...vi que você não tinha um, então, resolvi dar um pra você, e também...eu quero ajudar a Sakuno assim.

– Entendi! Mesmo assim , arigatou, fiquei feliz do mesmo jeito.

– Yokata!

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­Sakuno estava perto da loja de uniformes, parada, esperando Ryoma. Mesmo assim, estava indecisa se daria o chocolate ou seguiria em frente até sua casa. Pensou tanto que quando finalmente decidiu ir embora ouve alguém a chamando.

– Ah! Ryuzaki

– E? Ry...Ryoma-kun

– O que faz aqui?

– Eu? É...Nada... – Disse olhando ele com as mãos cheias de chocolates em embrulho.

– Hum. ( Ela deve ter dado pra alguém ) ­– Eles ficam se olhando por um tempo.

– ...

– Tá, então...eu já tô indo. Ja ne?

– Matte Ryoma-kun!

– E? – Antes que ele virasse, ela já estava com as mãos estendidas o entregando o chocolate.

­– Eu...espero que goste, mesmo que seja simples. Aceite, por favor!

– ... – Ele se surpreendeu, mesmo sem palavras, ele aceitou. – Sa...Sankyu!

­– Arigatou por aceitar. – E sai correndo ruborizada, mas com um grande sorriso satisfatório.

– Huhu! ­– Ele olha para os lados, certificando se ninguém estava por perto. Abriu o saquinho e viu as bolinhas de tênis feito de chocolate. Deu um pequeno sorriso. – Hummm, então é isso! – O saboreou com prazer. ­Mesmo não admitindo, estava gostando daquilo. Se esqueceu até dos outros que havia ganhado.

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­– E então? Tava bom o chocolate dela? – Pergunta Momoshiro depois de ter ouvido a história.

– E?...Ma...mais ou menos, mazu-sugi!

– Ah é? Seeei... Tava tão ruim que você comeu tudo né?

­– Claro que não! E quem te disse que eu comi tudo?

– Você mesmo. Já esqueceu?

– Eu disse isso!?

– Disse Echizen, sem brincadeira.

– Hunf!...Tá bom vai, tava ótimo, ela sabe mesmo fazer um doce daqueles.

– Sabe, né? Você vai se dar bem com uma cozinheira dessas!

– Cala boca Momo-senpai!

– Tá bom! Parei. Mas eai? O que vai fazer?

– Como assim?

– Vai retribuir ela?

– RETRIBUIR? AH NÃO! Yada! – Faz cara emburrada e com braços cruzados

– NANDE?

– É vergonhoso.

– Que vergonhoso que nada! O que tem de mais? Além disso, ela vai entender como uma retribuição, por ela ter dado a você.

­­– Ah! Eu não sei não.

– Vai cara, se não ela vai ficar entristecida, vai achar que você a odeia.

– Nada haver! Eu não odeio ela.

– Então mostra isso pra ela, cara! Mostre que você tem consideração por ela, se você gosta dela de verdade.

– E?...Hunf! Tá legal! Eu vou dar um chocolate pra ela.

– É ASSIM QUE SE FALA ECHIZEN! TÔ ORGULHOSO DE VOCÊ CARA! FIGHT!

– Ah! Pare de gritar!

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Ele vai até a casa de Sakuno. Ainda eram 19:30. Quando chega, não toca a campainha de imediato, estava indeciso. Apenas olhava a casa a frente, sem saber o que fazer.

– Kuso! Nem acredito que cheguei até aqui! O que eu vou dizer? ­– Ele começa a suar, estava prestes a tocar a campainha. – Lá vou eu!

­– PIM! POM!

­– Olá! Quem é? ­­– Perguntava Sakuno no interfone

­

– Echizen!

– E? Ryoma-kun?

– Ah! Sou eu, pode descer aqui, por favor?

– A...Ah! Já estou indo! ­– Desce as escadas e chegou no portão. – Oi Ryoma-kun, como vai?

– Bem, e você?

– Também

­– ...

– ...Be...Bem, não quer entrar?

– Não, é rapido! Eu já estou indo

– Então...

– Eu só vim...pra te entregar isso – Estende um dos braços com o chocolate na mão, e a outra mão no bolso de sua calça, sem encará-la com sua expressão séria, mas com um leve rubor.

– E? Cho...Chocolate?

– Hum. ­­– Afirma em murmúrio, ainda sem encará-la. A garota se surpreende e logo dá um sorriso enorme, muito contente com a retribuição do garoto que ela amava. – Arigatou, Ryoma-kun! ­– A menina o agradece com os olhos brilhando de encantada.

– Olha!...Isso é só uma retribuição por ter me dado o seu chocolate tá?

– Hahaha! Eu sei! Mesmo assim, obrigada.

– E...Então tá! Eu já estou indo, Ja ne!

– Bye Bye! – Rapidamente ela dá um beijo em seu rosto e entra pra dentro de casa, deixando um Ryoma boquiaberto de indignação pelo ato da menina, com a mão no lugar onde acabara de ser beijado. E logo dá um sorriso de lado – Huhuhu! Ela vai ver só, vou dar o troco nela.

Tsuzuku...

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Tradução:

Kawaii – Bonitinho (a)

Sugoi – Incrível

Dekai – Grande

Dekita – Feito/ Já fiz

Honto – Verdade

Gambatte – Boa sorte/ Se esforce!

Nandemonai – Não é nada

Yokata – Que bom/Ainda bem

Matte – Espere

Sankyu – Original do inglês "Thank you" Obrigado

Mazu-sugi – Muito ruim/Amargo

Yada! – Não quero.

Nande? – Por que?

Ja ne – Tchau/ Até mais