Antes da Tempestade escrita por Goldfield


Capítulo 5
V




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V

         Os túneis fediam terrivelmente. Rebecca se habituara um pouco ao odor de podridão devido ao prolongado contato com mortos-vivos na região de Arklay em julho, mas ter aquela “fragrância” invadindo novamente suas narinas não era lá uma reminiscência muito bem-vinda. Mostrava-se um pouco aterrador, na verdade, o fato dos esgotos da cidade não cheirarem apenas a esgotos. O ar nauseante que liberava remetia também a morte. E isso não contribuía em nada para deixar a jovem mais tranqüila.

         Acompanhando-a de perto, o tenente Goldfield mantinha um olhar atento aos arredores. Aparentava estar tão incomodado quanto ela com o ambiente, mas igualmente parecia realizar tremendo esforço para não demonstrar. Talvez quisesse transmitir à moça segurança e calma, mais por apoio do que por eventual machismo. Assim como ela, optara por trazer consigo uma arma de fogo, que mantinha no coldre à cintura com uma das mãos sempre pronta a sacá-la. Rebecca, por sua vez, trazia a pistola “Samurai Edge” que conservara de seus dias no S.T.A.R.S.: armamento leve e eficiente.

         Billy, na carta que lhes enviara e que fora lida aquela manhã, definira como ponto de encontro uma das galerias da extensa e antiga rede de esgotos da cidade, mais precisamente num túnel cujo acesso era possível através do subsolo do Departamento de Polícia. O horário definido, visando discrição, fora o início da madrugada – embora o momento dificultasse adentrar o local através do prédio onde Rebecca não mais trabalhava. A solução encontrada fora tomar um túnel secundário nos arredores da rua Ennerdale, descoberto após considerável tempo de análise de plantas do subterrâneo de Raccoon. Um ou outro contato na seção de obras da prefeitura podia fazer milagres...

         E lá estavam eles, a caminho de encontrar Coen... Ou uma emboscada feita pela polícia, governo, Umbrella ou seja lá o que fosse. Como Chambers explicara a Goldfield, não podia confiar em muitas pessoas desde o incidente nos arredores da cidade. E, embora ela houvesse acreditado no JAG e depositasse ainda mais esperança em Billy, sua mente cansada não podia evitar conjecturar conspirações.

         Súbito, um ruído ecoou pelos túneis, não provindo da dupla e muito menos da água fétida que corria próxima aos seus pés. Instintivamente, Rebecca retirou a pistola da cintura e engatilhou-a. Goldfield fez o mesmo, mas poucos segundos mais lento. Era mesmo um advogado, não um combatente; enquanto Chambers, por sua vez, passara por um batismo de fogo forçado meses antes.

         Dobraram rapidamente uma passagem, mirando suas armas para a parte interna da curva...

         E viram, de costas para uma parede de tijolos à vista, um homem que também lhes apontava uma pistola.

         A ex-integrante do S.T.A.R.S. levou certo tempo para conseguir assimilar seu aspecto. O porte era o mesmo, alto e musculoso, e a exótica tatuagem no braço direito era mantida à vista, sua marca registrada. Mas os cabelos estavam mais compridos, agora lhe caindo quase todos pelos ombros; e o rosto, embora já fosse fechado e arguto, se assemelhava então a mármore, as sobrancelhas franzidas e as duras linhas do semblante não demonstrando qualquer tipo de sentimento. Vestia camiseta sem mangas branca, calça preta e coturnos – Rebecca achando estranho sentir falta do detalhe das algemas.

         - Billy...

         Ela não sabia bem como reagir: se deveria abraçá-lo, apertar sua mão ou simplesmente bater continência, como da última vez... Mas não se sentiu à vontade para fazer nenhuma das três ações, pois, por algum motivo, Coen mantinha sua arma apontada.

         Após encarar friamente Chambers por alguns instantes de aflitivo silêncio, o fugitivo ergueu os olhos por cima de um dos ombros da jovem e falou, fitando seu antigo defensor:

         - É bom vê-los. Obrigado por ter vindo, Louis.

         - Nós ficaríamos bem mais relaxados se abaixasse essa pistola, Billy... – Goldfield deu um sorriso nervoso, transformando em palavras os pensamentos confusos de Rebecca.

         Coen hesitou, como se realmente não estivesse seguro em cumprir o pedido... porém acabou fazendo-o, embora conservasse a arma em mãos.          - Então, podemos conversar? – a jovem inquiriu, encontrando dificuldade em reconhecer seu ex-companheiro de sobrevivência.

         - Não há o que falar sobre minha inocência! – afirmou o fuzileiro naval. – Não conseguirão provar nada. As autoridades jamais nos ouvirão!

         - Elas devem ouvir a lei, William – argumentou o JAG. – E se puder ser provado perante a lei que você não atirou naquelas pessoas, e sim os demais do seu pelotão, eles terão de inocentá-lo.

         - Aí que está... eu atirei sim naquelas pessoas.

         Os olhos de Chambers piscaram rápido, brilhando ao se encherem subitamente d’água. Seu corpo estremeceu, o coração bombeando nervoso sangue para os membros que se tornaram logo dormentes. Achou que as pernas falhariam, fazendo-a balançar e despencar dentro do líquido turvo do esgoto; mas felizmente continuou firme. Não poderia dizer o mesmo, no entanto, de sua confiança naquele homem. Atrás de si, Goldfield, embora em menor escala, também demonstrou perplexidade e incômodo com a alegação. Havia guardado sua arma no coldre, mas logo flagrou seus dedos flertando de forma tentadora com o cabo, dispostos a apanhá-lo se o curso dos fatos seguisse naquela terrível guinada...

         - O que está dizendo? – Rebecca perguntou quase sem voz.

         - O que acabou de escutar – Billy era duro como pedra. – Eu matei aquelas pessoas. Junto com meus colegas. Eu nunca te afirmei o contrário, Becca. Você que entendeu desse modo.

         - Está dizendo que tomou parte no massacre de uma tribo inocente? – o tom de Goldfield denotava pura revolta.

         - Aí que está, o que não contei a ninguém até agora, nem mesmo perante a corte, e que quero compartilhar com vocês... Eles não eram exatamente civis inocentes. Quando chegamos ao vilarejo em busca dos guerrilheiros, descobrimos que eles haviam usado algum tipo de arma biológica no local, contaminando a população e deixando-a num estado de aparente loucura. Um dos nativos inclusive atacou um de meus colegas a mordidas, quando tentamos abordá-los. Tinham os corpos já cobertos de feridas e alguns estavam tão mutilados que simplesmente não poderiam estar de pé... A não ser por meio do engenho infernal que o grupo guerrilheiro obteve de algum modo pelo mercado negro...

         - Meu Deus... – Rebecca empalideceu, ainda mais trêmula. – Não pode ser...

         A verdade era que as peças pouco a pouco se encaixavam.

         - Um prisioneiro escapando do ataque de cães mutantes a um veículo, mesmo algemado, e depois conseguindo vencer mortos-vivos a bordo de um trem... Um mero treinamento da Marinha não bastaria para esse tipo de batalha. Meus próprios companheiros do S.T.A.R.S. morreram em confronto com aquelas criaturas, e eu teria tido o mesmo destino se não houvesse me ajudado. Aí que está... você já havia enfrentado monstros como aqueles antes!

         - Os fantasmas me perseguiram da África à América... – Coen murmurou com desdém. – Irônico, não acha? Eu chamaria de “coincidência trágica”.

         - O que são exatamente esses “monstros”? – Goldfield via-se atordoado, sem saber mais no que acreditar.

         - Criaturas mutantes criadas por vírus mutagênicos... – Chambers via-se sem muita cabeça para explicar. – Zumbis, seres híbridos, animais disformes... Assassinos responsáveis pelas mortes que vinham ocorrendo nos arredores da cidade no início deste ano e que agora estão chegando à área urbana, mesmo com as instalações de pesquisa tendo sido destruídas. O que importa é que a Umbrella está por trás de tudo.

         - Não só a Umbrella... – resmungou Billy. – Há mais gente envolvida nessa imundície do que você possa imaginar...

         - Como assim?

         Coen respirou fundo e explicou:

         - O governo não nos enviou para aquele país remoto apenas para combater mais uma guerrilha marxista ou coisa do gênero. Aquele grupo armado tinha obtido uma amostra viral de alguma maneira escusa, provavelmente adquirindo-a por meio de um cientista traidor da Umbrella. Investigando mais tarde, cheguei ao nome de um tal “Doutor Downing” ou coisa parecida, mas não importa... Acontece que, descobrindo o vazamento, a Umbrella recorreu ao seu maior aliado, o governo norte-americano, para conter os efeitos da arma biológica, se usada. Por isso minha equipe foi enviada à África. Nós deveríamos recolher eventuais amostras que ainda restassem e eliminar os espécimes criados pelo vírus, caso ele houvesse sido já utilizado. Como foi o caso...

         - Então, o governo dos EUA e a Umbrella são aliados? – inquiriu o JAG.

         - É preciso ser tolo para não ver. Os vírus da Umbrella possuem aplicações militares. Eles os produziam para que alguém viesse a adquiri-los, assim como as cobaias. Imagine um exército formado por aqueles Tyrants ou Hunters. Invencibilidade. O governo sempre soube das pesquisas feitas naqueles laboratórios em Arklay e era o principal cliente da empresa.

         - Sendo assim, vocês participaram nada mais nada menos do que uma missão de queima de arquivo... – suspirou Rebecca.

         - Exato. Mas como acabou exposto ao governo africano local o fato de a população inteira de um vilarejo ter sido massacrada por soldados norte-americanos, foi necessário um bode-expiatório. Foi aí que eu entrei. Para que o pelotão inteiro não fosse punido por simplesmente ter lutado para permanecer vivo em meio a uma horda de zumbis, apenas um fuzileiro acabou responsabilizado pela ação. Aqui estou eu.

         - Então... você se ofereceu para isso?

         - Sim.

         Era difícil aceitar aquela verdade, embora fosse bastante convincente. Mas o que tranqüilizava tanto Chambers quanto Goldfield era o fato de, de qualquer modo, Billy Coen ser um herói. Ele havia aceitado de bom-grado arcar com a responsabilidade pelo que ocorrera apenas para que os colegas não fossem igualmente sentenciados à morte. Aquilo era tremendamente injusto. Porém, como o próprio fugitivo deixara claro, não houvera outra saída.

         - Não há como provar minha inocência – concluiu. – Para isso o governo teria de revelar o que realmente aconteceu na África e expor sua conexão à Umbrella. Um fuzileiro morto, ou incapaz de dar as caras novamente, é um preço pequeno em comparação à imagem íntegra da nação e, mais importante, do exército imbatível que o Tio Sam pode obter se o acordo com a Umbrella seguir vingando...

         - Acho que ele não irá vingar, se esses acidentes com os laboratórios continuarem acontecendo – afirmou Rebecca. – Raccoon City está condenada. Esconder um vazamento viral numa área florestal, aqui ou na África, é uma coisa... Mas, se a infecção realmente se alastrar entre a população desta cidade, o país precisará fazer mais do que condenar um de seus cidadãos à morte para esconder seus segredos.

         - Na verdade... eu tenho um ás na manga contra a Umbrella e o governo. Porém, se formos nos disponibilizar a usá-lo, será um caminho sem volta. Farão de tudo para nos calar, nos deter. Esse é o verdadeiro motivo pelo qual os chamei aqui hoje. Quero saber se estarão dispostos a embarcar nessa jornada. Terem seus nomes sujos e se tornarem foragidos da justiça como eu.

         Rebecca mal precisou pensar a respeito: não tinha nada a perder. Desde que ela e os demais S.T.A.R.S. fizeram sua acusação formal contra a Umbrella, haviam sido ridicularizados e desprovidos de qualquer crédito pelo resto de suas vidas. Além de existir, é claro, o risco de um matador a serviço da empresa surgir para silenciá-los permanentemente a qualquer momento. Ela já aderira àquela causa desde muito antes, quando dera o primeiro passo dentro do trem tomado por zumbis. Não havia o que temer em seu íntimo. A verdade precisava ser exposta.

         Já para o tenente Goldfield, a questão se mostrava mais complicada. Embarcando naquilo, abriria mão de uma próspera carreira como oficial jurídico da Marinha. Deixaria para trás tudo pelo que lutara – e acreditara – até então. Mas, pensando bem... valeria a pena continuar acreditando num governo capaz de tão mórbidas mentiras?

         - Estou dentro! – afirmou, determinado.

         A improvável decisão do JAG apressou Rebecca a expressar sua também já formada resolução:

         - Eu também!

         Billy assentiu com a cabeça, os contornos de seu rosto se tornando mais leves. Assemelhava-se, agora, ao homem que Chambers conhecera na difícil noite vivida nas Montanhas Arklay.

         - Bem, sendo assim...

         Em seguida, o fuzileiro levou a mão direita a um dos bolsos da calça... retornando com a palma estendida e havendo, nela, um pequeno frasco contendo uma substância cinzenta.

         - Colhi isto de um dos corpos dos infectados na África e escondi desde então. Parece que o fornecedor na Umbrella não conseguiu acesso às criações mais recentes como o T-Vírus, então vendeu à guerrilha o agente mais básico, para que eles criassem suas próprias variações a partir dele, se quisessem...

         Fez uma breve pausa, e completou:

         - Eis aqui uma amostra do vírus Progenitor.

         Progenitor. Rebecca se recordava claramente do nome. Era também chamado de “Vírus Mãe”, a descoberta original que o insano doutor James Marcus, com o uso de suas sanguessugas, transformara no infame T-Vírus. E pensar que Billy possuía uma amostra o tempo todo, desde antes do início da missão em Arklay...

         - Isso é...

         A jovem foi interrompida pelo repentino som de tiros. Próximos, vindo de dentro dos túneis, a ponto de gerar fugaz clarão amarelado sobre uma das paredes perto dali. Coen tornou a erguer a arma, Rebecca e Goldfield também se munindo das suas enquanto olhavam apreensivos ao redor. Que poderia ser aquilo? Quem estaria atirando em quem? Poderia ser a Umbrella, o governo?

         Ou algo pior?

*  *  *

         Hunk corria pelos túneis como um condenado fugindo da forca. O piso do esgoto, de alvenaria e concreto, era um tanto acidentado, o soldado da Umbrella tendo que tomar cuidado para não tropeçar em algumas imperfeições. Não que se preocupasse em se ferir na queda: a roupa e o equipamento o protegeriam. A questão era que seu perseguidor o alcançaria, se isso acontecesse. E ele representava algo bem mais perigoso e letal que uma forca.

         O empecilho surgira quando eles já deixavam a rede de esgotos, minutos depois de terem efetuado uma invasão ao laboratório subterrâneo onde trabalhava um cientista renegado da Umbrella, William Birkin. Segundo as instruções da operação, que chegava às vias de fato após semanas de preparação e vigília, o geneticista planejava fugir com sua nova criação, um vírus mutagênico altamente poderoso denominado “G”, e seus empregadores não tinham interesse em perder tal trunfo – por isso enviando aquela equipe para captura. Hunk não travara contato direto com o doutor – seus comandados, na verdade, é que haviam adentrado a sala em que ele trabalhava no momento da abordagem – mas sabia que eles haviam alvejado o infeliz a ponto de não sair com vida. Amostras tanto do vírus “T” quanto do “G” obtidas, eles iniciaram o trajeto de volta rumo ao ponto de extração...

         Até que a “coisa” apareceu.

         Após anos trabalhando para a Umbrella, Hunk sabia que poderia se esperar qualquer coisa dos assuntos envolvendo as atividades da empresa. Já participara, por exemplo, de operações de transporte de carga que constituía na verdade gigantes disformes metidos em cápsulas criogênicas – e nem mesmo todo um arsenal de explosivos seria capaz de deter de verdade um deles se escapasse. Sabia que aqueles vírus que tanto valiam aos superiores eram os componentes necessários para se criar aquelas aberrações; e assim, diferente de seus comandados, compreendeu o que se passava tão logo teve um vislumbre do “Golias” que os perseguia...

         O monstro de forma humanóide possuía um braço inchado em que protuberâncias vermelhas de músculo se projetavam como uma bexiga prestes a explodir; o bizarro membro terminando em garras afiadas que aos poucos despontavam, ceifando os corpos dos membros da equipe. Cobrindo-lhe o tronco desproporcional, era possível ver os restos de um jaleco...

         Não havia outra explicação: o maldito Birkin injetara alguma amostra que restara de sua criação no próprio corpo. E agora se vingava em grande estilo dos usurpadores.

         De acordo com seus cálculos, feitos com base nos gritos que ecoavam medonhamente pelas galerias, Hunk já havia perdido no mínimo metade de seu time. Tiros ainda eram efetuados, mas ele sabia bem que simples balas não deteriam aquele ser. Era agora problema da Umbrella. Teria apenas de alcançar vivo o ponto de extração e entregar a amostra do “G” que carregava aos superiores. Era para isso que seria pago, e não derrubar um cientista mutante com complexo de grandeza. Prosseguia correndo, por mais que os urros descomunais do monstro insistissem em martelar em sua mente a perspectiva de derrota...

         Seu apelido, todavia, era “Sr. Morte”. E a morte não podia morrer.

*  *  *

         O soturno urro, remetendo a algo completamente inumano, veio quase simultâneo ao som de mais disparos e gritos desesperados, como se pessoas fossem completamente dilaceradas em diversos pontos daqueles túneis. A situação trouxe terríveis memórias a Billy e principalmente a Rebecca. Ao que parecia, o mesmo pesadelo os perseguiria até o fim de suas vidas.

         Estariam sempre no lugar errado e na hora errada?

         - Começou... – murmurou Coen. – Esta cidade logo estará perdida!

         - Temos de dar o fora daqui! – exclamou Goldfield, aturdido, sem saber ao certo para que direção apontar sua arma.

         - Voltamos pelo mesmo caminho que viemos? – cogitou Rebecca. – Talvez pudéssemos nos abrigar na delegacia...

         - Há um outro trajeto para fora daqui, pelo qual eu vim, que leva aos limites da cidade – revelou Billy. – Parece mais seguro, a meu ver...

         Encarando os dois companheiros, Chambers levou uma mão à testa... Que caminho seguir?

         Caminho para a delegacia – Final “A”

         Caminho para os limites da cidade – Final “B”


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