A Menina Dos Sonhos escrita por PunkFreak


Capítulo 2
2 - Um sonho


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo pode ter saído um tanto estranho, já que se trata de um sonho. Mas os sonhos não são coerentes, não é mesmo? E bem, acho que ficou bem coerente para um sonho. Capítulo de fácil leitura, mas que vai ter algumas informações que vocês não vão perceber. Depois explico melhor com notas culturais no fim do capítulo. As palavras ou expressões que podem não compreender estão marcadas com um "*".



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Eu estava deitada na minha cama, pensando num sonho que tive. Um sonho em que tudo e todos que eu amava estavam perto de mim. Por exemplo, a minha avó, que vive em Coimbra*. Neste meu sonho ela vivia num bairro de casinhas brancas, muito perto da minha casa.

Lembro-me também que a minha mãe, sempre que eu perguntava se podíamos visitar a vovózinha, ela respondia sempre com as mesmas palavras:

" Filha, a gente não pode ir. A vovó vive demasiado longe para podermos ir visitá-la."

Pensei seriamente nas palavras que minha mãe dissera, e cheguei a uma conclusão: por mais que a vovózinha estivesse agora mais perto do que nunca de mim, estava muito longe para a minha mãe. Porquê? Isso não sei nem tive coragem de perguntar.

Depois pensei no vovô. Conseguia ver o rosto dele e o geito de ser próprio dele, apesar de ele ter morrido anos antes de eu nascer. Mas no meu sonho, ele vivia na mesma casinha branca que minha avó, perto do rio Mondego*.

Sim, o rio Mondego, neste meu sonho, era aqui, perto das casinhas brancas onde moravam apenas pessoas de idade. Uma vez, quando fugi de casa da minha mãe para ir visitar meus avós, caí no rio Mondego e fiquei completamente encharcada. A minha avó deu-me uma camisa de dormir velha para eu usar enquanto as minhas roupas secavam. E o meu vovô pentiara-me os cabelos. Foi deveras um dia feliz, fugindo da normalidade e do tédio vivido no meu prédio azul.

Quando vía uma oportunidade para ir à casa dos meus avós, corria para lá tão depressa que, sem querer, voltava a escorregar e caia nas águas pouco profundas do rio Mondego.

No meu prédio azul não havia nada com que eu pudesse brincar. Nem com quem pudesse brincar.


Foi nesse momento em que me perguntei assim: Porquê? Porque é que a vida tem que ser assim? Porque é que tenho que viver com a minha mãe num prédio azul sem nenhuma criança para brincar?

Nesse momento senti-me voar sobre a superfície terrestre, olhando todas as felicidades e tristezas que estavam lá presentes nesse momento. E eu que apenas queria um local que fosse sossegado, onde eu pudesse pensar na minha vida sem ser enterronpida por um "filha, vai lavar a loiça!" ou um "filha, vamos ao centro comercial!".

Escolhi pousar num lugar calmo no meio de uma floresta. Nesta parte do mundo estava de noite, a lua cheia brilhava no céu estrelado e o silêncio reinava. Nem sequer se ouviam os grilos e os animais selvagens.

Olhei à minha frente e reparei que algo se movia na minha direção. Não senti medo, porque reconheci o rosto de de quem se dirigia até mim.

Olhei no fundo dos olhos esverdiados que também me olhavam. Ele continuava a andar até mim com o vento a bater-lhe nos cabelos ruivos.

Olhei também para as asas brancas que ele tinha: eram asas enormes, brancas e ligeiramente transparentes e brilhantes. Conseguia vê-las muito bem mesmo na noite escura em que nos encontrávamos. Eram, sem dúvida, lindas.

Dei um passo em direção ao menino das asas brancas e ele sorriu para mim, reconhecendo-me. Eu retribui-lhe o sorriso e preparei-me para a rajada de perguntas que sairía provavelmente da minha boca a qualquer instante.

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Coimbra: uma das maiores cidades de Portugal. A segunda maior cidade, para ser mais exata. A primeira é Lisboa (onde eu vivo) e a terceira é Porto. Coimbra é conhecida pelos seus monumentos de grande beleza e paisagens deslumbrantes. É uma cidade com muita cultura, e é lá que se encontra a melhor universidade de Portugal.


Rio Mondego: É um rio pequeno que nasce em Portugal, na serra da Estrela. É um dos poucos rios que nascem em Portugal, porque quase todos os que passam por Portugal nascem em Espanha


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Notas finais do capítulo

É bem isso gente. Se você gostou, escreva um review por favor. Por cada review que você não deixa, não é só um autor que morre. A fic vai junto com as flores e com a coleção de figurinhas do autor, para a cova. Por isso, escreva um review. É rápido, fácil, seu dedo não vai cair e vai deixar uma autora super feliz!



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