Surpresas escrita por Nightstar


Capítulo 12
Emboscada




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O silêncio rondava pelas ruínas da antiga fábrica. Estar num lugar como aquele, em plena escuridão da madrugada, poderia assombrar a qualquer um. Mas Robin não era uma pessoa qualquer. Ele e os titãs já estavam acostumados com o perigo.

 

Enfim, na calçada do terreno abandonado, uma moto freou e estacionou. Era uma questão de segundos até que os outros três heróis se aproximassem.

 

“É aqui!” Robin exclamava enquanto vasculhava o terreno com o olhar. Os outros fizeram o mesmo por alguns segundos. Há um bom tempo não entravam em lugares assim.

 

“Tem certeza?”

 

“Claro, Ciborgue. A não ser que tenho visto outra sombra andar por aí...”

 

“Ei, pessoal, tem alguma coisa errada com esse comunicador...” Mutano reclamava, tentando operar o aparelho.

 

“Por quê a surpresa? Tudo que você toca acaba quebrando, mais cedo ou mais tarde...”

 

Mutano mais uma vez ignorou Ravena. Afinal, ela tinha uma ponta de razão. Robin tomou o comunicador das mãos do metamorfo e começou a examinar. Parecia uma interferência bem forte.

 

“Ele tem razão, tem algo errado.” O mascarado tinha um ar de suspeita na voz. “Se fosse uma interferência vinda desse lugar, o meu comunicador também falharia.”

 

De repente, uma imagem escura apareceu. Algum lugar no subsolo, talvez. Mas nisso não importava muito. O que importava era o rapaz que sorria no centro.

 

“Olá, Robin, estava à sua espera. Sabe, você é lento...”

 

“Deixe de conversa, Penumbra! Fale logo, o que você quer?!”

 

“O quê? Quer dizer que depois de tudo isso o garoto-prodígio ainda não descobriu?! Puxa, você é mais lento do que pensei!...”

 

“O que quer dizer com isso?!”

 

“Ora, por acaso não viu a extensão dos meus poderes? Poderes das sombras? Então, digamos que eu quero... mais!”

 

Robin arregalou os olhos, estava começando a compreender.

 

“Só pode estar louco, não sabe o que aquilo pode fazer!!”

 

“Claro que sei, poder sem limites. Meus poderes são frágeis, meu caro. Não posso usar sempre. Sombras são difíceis de controlar, sabe...”

 

“E o que você acha que vai me fazer dar ‘a coisa’ pra você?!”

 

“Por acaso não se lembra que já espionei vocês? Sei tudo sobre os titãs, até mesmo as identidades! Caso não colaborarem, todos os vilões dessa cidade vão saber e suas vidas estarão arruinadas.”

 

Robin engoliu seco.

 

“Eu sei, intrigante não? Bom, você tem quinze minutos para pensar e voltar aqui com ele. Senão...”

 

A imagem sumiu antes que ele completasse a ameaça. Provavelmente, a interrupção fora proposital. Era melhor assim. Mas não esse o único problema para Robin. Ravena, Ciborgue e Mutano estavam querendo explicações, que só foram dadas quando chegaram na torre.

 

“Tá, eu explico tudo. Mas só se for no caminho ao porão!”

 

“Então comece!!” Ciborgue exigiu, estava cansado de todos aqueles enigmas.

 

“Batman não era só detetive, tinha conhecimento científico também. Um dia, pensando num caso em que precisasse de ajuda, misturou elementos até criar um composto químico conhecido como ‘Fórmula’.”

 

“Vem cá, não tinha um nome mais criativo não?”

 

“Não dá pra ficar quieto pelo menos uma vez, Mutano?” Ravena o cortou.

 

“Apenas escutem, esse composto pode dar poderes às pessoas comuns. Poderes aleatórios. Mas se um mutante toma-lo, pode aumentar seu poder em até oitenta vezes...”

 

“Oitenta?! Cara, é suicídio! Ninguém agüentaria tanto poder!” Ciborgue exclamava. Os titãs já desciam as escadas do porão.

 

“Isso mesmo. Ele fez isso para caso eu precisasse dos poderes um dia. Mas o que deu errado, foi que além de dar dons, também pode mudar a mente ou sobrecarregar o corpo. Entre outras palavras, se você sobrevivesse a tanto, ainda teria sua cabeça virada do avesso e não lembrar de nada do passado!” Robin parou para abrir uma das centenas de gavetas do lugar e pegar uma maleta. “Num mutante, seus poderes aumentariam de uma hora para outra, e se espalhariam pela cidade inteira. Isso poderia destruir os dois, a cidade e o idiota que bebesse a Fórmula.”

 

“E você vai mesmo dar essa coisa pra ele?!”

 

“Claro que não, Ciborgue, meu plano é outro.”

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Faltavam seis minutos. O som do Carro-T cortava o silêncio do terreno abandonado enquanto se aproximava.

 

“Acha que isso vai dar certo?” Mutano perguntava ao sair do carro. Robin seguia na frente, carregando a maleta.

 

“Acho. Penumbra é um garoto que age antes de pensar. Vai aceitar na hora.”

 

“É, vendo desse jeito...”

 

Eles então pararam. A fábrica continuava sem sinal de vida alguma, nem mesmo do vilão. Por isso, Robin começou a suspeitar.

 

“E agora?” Ciborgue interrompeu o silêncio. Aquilo o irritava. Era mistério de mais para um só dia.

 

Robin estava nervoso. Mas um estalar vindo do chão o despertou de seus pensamentos. Fazendo entrar em alerta imediato, posicionando-se para um possível ataque. Mais três estalos soaram, cada um mais alto que o anterior.

 

“Titãs!”

 

Os outros três também se posicionaram. Mas era inútil. Logo, o chão se abriu e todos caíram na câmara escura. Não era possível enxergar nem mesmo um palmo na frente de seu nariz naquele lugar. Principalmente quando as portas se fecharam outra vez.

 

“Puxa, vocês foram rápidos. Esperava que voltassem em cima da hora...” A voz de Penumbra ecoava distante. Parecia estar do outro lado da câmara. Mas naquele escuro, não era possível comprovar. “Bom... vamos acabar logo com isso!”

 

Ele bateu palmas duas vezes e inúmeras lâmpadas enormes se ascenderam no teto. Revelando uma câmara equipada com tecnologia de ponta.

 

“Bem vindos à minha casa. Melhor terem trazido o que quero, ou não terão um final feliz como os outros heróis...” Ele ria como se deliciasse com cada dúvida que vinha na cabeça dos titãs.

 

“Claro que sim, olhe.” Robin ergueu a maleta. “Agora temos um trato?”

 

“Não tão rápido, Robin. Acha que sou um idiota? Você nunca entregaria algo tão perigoso sem uma luta, ou melhor, sem uma armadilha!”

 

Robin não disse uma palavra. Apenas ouvia o que Penumbra tinha a dizer.

 

“Deve ter algo diferente nessa maleta, um... veneno ou outra coisa do tipo. Você não me engana, menino-prodígio!”

 

O pior é que Penumbra estava certo. Não era um veneno, mas um explosivo de Éter. Que apagaria o vilão em segundos. Com tamanha dose, o rapaz só acordaria no dia seguinte.

 

“Mas não se preocupe. Sabe... eu menti! Mesmo com as câmeras eu não sei muito sobre vocês. Nem mesmo as identidades...”

 

Os titãs levantaram uma exclamação.

 

“O quê?! A gente veio aqui pra quê então?!” Mutano gritou. Estava irritado com todos esses truques de Penumbra.

 

“Ora, pra me trazer a fórmula. Mas como não me trouxeram, vou ter que cumprir a verdadeira ameaça.”

 

“Verdadeira?” Ravena questionou.

 

“O que quer dizer com isso, Penumbra?!”

 

“Apenas observe, Robin...” Ele apertou aquele mesmo botão vermelho. Logo, as grandes portas horizontais se abriram paralelamente. Revelando o quarto iluminado de branco.

 

Quando os olhos de Robin se acostumaram com a luz forte, o rapaz soltou uma exclamação que poderia ser ouvida até pela superfície.

 

“ESTELAR?!”

 

Ela repousava na cama instalada no centro do quarto iluminado. Pelo jeito estava inconsciente há muito tempo...


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