Surpresas escrita por Nightstar


Capítulo 11
Penumbra




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Casa de Wendy. Uma casa simples e de cor amarela, onde morava uma jovem sem muita sorte no momento...

 

“Star, fiz um chá pra você. Se acalme.”

 

Ela estava na cama, deitada lateralmente. Desde que tinha chegado em casa, não havia parado de chorar. A essa altura parecia até que alguém acabara de jogar um balde d’água no travesseiro.

 

“Vamos, Star, ele... ele não devia ter falado sério...”

 

“Claro que falou... sei q-quando alguém fala dessa maneira...” Sua voz tinha um tom quase impossível de ser ouvido, já que estava gasta por tantos choros e soluços.

 

“Talvez não. Robin não mediu as palavras, disse tudo aquilo por impulso... afinal, não sabia que o filho era dele.” Ela tocou no ombro da tamaraniana. Como estava deitada de costas para Wendy, só pôde olha-la com o canto do olho. “Se soubesse, com certeza não teria te tratado assim...”

 

Estelar parou de chorar por um momento e se sentou, olhando para a amiga. Só então Wendy pôde ver que os olhos esmeralda da garota agora estavam tomados por um vermelho bem vívido.

 

“Escuta, você ainda quer o chá?”

 

“Ah sim... c-claro.”

 

Ela pegou a xícara e começou a beber seu conteúdo. Sua mão tremia devido ao nervosismo que continha no momento, ela realmente estava abalada com a situação.

 

“Olha... eu vou até a cozinha arrumar as coisas e já volto, viu?”

 

Ela acenou afirmativamente. Nada mais. Mas foi um erro enorme de Wendy deixa-la sozinha naquele quarto. Pois a sombra de um rato penetrou pela fresta da janela ao lado. Não deu tempo para nada. Foi tudo muito rápido. Estelar apenas sentiu um pano tapar sua boca e ouviu uma leve risadinha.

 

Wendy então ouviu o som de uma xícara se quebrando, acompanhado de um grito abafado por algo.

 

“Star!”

 

Ela correu para o quarto, mas já era tarde. Não havia sobrado nada além de cacos no chão com o resto do chá se espalhando.

 

“Oh meu Deus...”

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Era de madrugada. Todos os tias dormiam em seus quartos. Bom, todos menos um...

 

Robin tentou de tudo, mas não conseguia recuperar o sono. É uma das conseqüências de um dia realmente ruim. Seus remorsos estavam cada vez mais fortes e o mantinham acordado por horas apenas pensando.

 

Cansado da insônia sem fim, ele foi até a sala comum tomar um copo de leite. Dessa vez não quebraria o copo. Estava deprimido demais para isso. Mas enquanto tomava a bebida, pensamentos vieram à sua cabeça...

 

Um pouco depois de Ravena conversar com ele no dia anterior, Ciborgue havia lhe falado sobre o tal espião. Pela primeira vez, ele admitiu que não poderia ter sido Slade. Ele já havia tentado esse truque antes. Não repetiria a mesma dose já que seria um tanto óbvio para os titãs...

 

Então só havia outra alternativa, um novo vilão apareceu na cidade e queria algo. Algo vindo dos titãs. Algo muito... valioso. E deveria ser mesmo importante, pois não é qualquer um que tenta invadir a torre dos heróis mais poderosos de Jump City.

 

Era realmente intrigante. O quê, afinal, esse rapaz queria?

 

De repente, o alarme tocou. Toda a torre ganhou um toque forte de vermelho e um som insistente e ensurdecedor ecoando pelos quartos. Robin correu para o computador. Sorte que já estava de uniforme.

 

“Robin! O que é agora?” Ciborgue entrava às pressas, junto a Ravena. Mutano pelo jeito ainda estava se recuperando de uma possível queda do beliche, causada pelo susto que levou.

 

“Adivinha...”

 

A tela grande revelou o rapaz de negro atacando vários prédios de uma avenida. Foi então que Mutano finalmente chegou no local.

 

“O que ele tá fazendo??”

 

“Nos chamando, e acho que tá conseguindo convencer a gente.” Ciborgue respondeu. Ele já queria dar um soco no vilão por ter invadido sua privacidade na torre. Agora o que queria era usar seu canhão!

 

“Titãs, vamos!!”

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Em meio à destruição causada na avenida, um rapaz flutuava numa espécie de nuvem negra em forma de pássaro. Parecia se divertir a cada bombinha que jogava nas casas e prédios. Mas um boomerang atirado dois palmos na frente de seu nariz acabou obrigando-o a frear sua carona e quase cair.

 

“Desista, garoto! Já nos deu motivos suficientes pra acabarmos com você!” As palavras de Robin causaram um riso irônico no vilão. Que pousou alguns metros à frente.

 

“Acabar? Acham mesmo que podem acabar comigo?! Sinto muito, mas devem estar me confundindo com outro vilão. Eu sou à prova de truquezinhos baratos!”

 

“Truquezinho barato?! Olha quem fala, devia ao menos colocar uma câmera mais discreta e que não refletisse a luz do dia!!” Ciborgue gritou. Estava se segurando para não partir logo para a briga.

 

“Hum... fora isso, Penumbra nunca falha! Vocês vão implorar por clemência assim que eu mostrar do que meus poderes são capazes!”

 

“Penumbra, esse é seu nome? Cara, pelo que eu saiba isso é uma espécie de meia-luz e não uma sombra, que é seu poder...” Mutano pela primeira vez em semanas tinha dito algo inteligente. Os outros três até se impressionaram com a lógica, inclusive o vilão.

 

“Tipo assim... sombra já tá sendo usado por um supervilão então foi o que me sobrou. Mas vamos parar logo com esse bate-papo! Estou a fim de acabar com vocês de uma vez por todas!”

 

“Boa idéia...”

 

As palavras de Ravena deram início ao combate. Robin atirou alguns discos explosivos e saltou numeras vezes na sua direção. Mas quando ia atacar, Penumbra novamente levantou vôo no pássaro negro, desviando do herói.

 

“Pensei que seus poderes funcionassem com sombras!”

 

“E funcionam, Robin.” Penumbra planava por cima dele, rindo. “Você deve ser besta demais pra não perceber. Esse pássaro é a MINHA sombra! Eu a manipulo e controlo, da forma que eu quiser!”

 

O rapaz estendeu as mãos para o alto e fez com que a sombra girasse em seu próprio eixo. Parecia um pequeno tornado negro. Aumentava a cada segundo contado. A figura visível a seguir seria assustadora.

 

O pássaro agora era um dragão negro. Possuindo um corpo delgado que parecia se deixar levar pelo vento e asas enormes que cobriam as casas ao redor da rua. Penumbra permanecia em sua cabeça.

 

“Adeus, bobocas!”

 

O dragão voou para o leste, enquanto seu dono espalhava as demais bombinhas e gargalhava a cada explosão. Era seu divertimento. Pois seu plano parecia ir muito bem até o momento. Principalmente quando viu que os titãs o seguiam a toda velocidade.

 

Ótimo, tudo está indo conforme planejado! Logo eu-

 

Seus pensamentos foram interrompidos quando uma garra o segurou fortemente. Aquilo o desconcentrou. Acabou perdendo o controle sobre a sombra e o dragão simplesmente se dissipou nos ares.

 

“Mas o que-”

 

“Se esqueceu de mim, Penumbra?” Ravena o encarava seriamente. “Seus poderes das sombras são inúteis contra mim. Desista!”

 

“Tem certeza?...”

 

Um grande sorriso se formou no rosto dele enquanto os olhos de Ravena ficavam negros. Negros e opacos. Aquilo fez com que a garra o largasse no chão e desaparecesse no asfalto.

 

“Meus olhos! Não posso enxergar!!”

 

“Exatamente. Sabe... manipular sombras não é meu único truque! Hahaha!!”

 

Ele poderia continuar gargalhando. Mas não pôde. Algo atingiu suas costas e o lançou contra um muro de tijolos. Na tentativa de erguer-se, só pôde ver um triceratops verde no local onde fora atacado.

 

“Tá tudo bem?” Mutano voltava à sua forma humana.

 

“Posso me virar. Se preocupe com ele!”

 

Mutano olhou para o lado. Penumbra tinha desaparecido.

 

“Onde ele foi??”

 

“Olhem pro chão!!” Ciborgue gritava enquanto corria na direção dos dois. Só então eles entenderam o recado. A sombra da serpente se movia rápido pela rua, fugindo. Parecia que o rapaz estava desesperado.

 

“Vamos, dessa vez ele não escapa!!” Robin dizia enquanto montava na moto. Os outros o seguiram por outros meios. Ravena levitou. Já Mutano carregou o robô enquanto voava na forma de pterodáctilo. Mal sabiam eles que isso tudo fazia parte dos planos de Penumbra.


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