Popstar! escrita por LittleBitOfSemi


Capítulo 68
Capítulo 67: Solamente tú.


Notas iniciais do capítulo

Explicações e etc lá embaixo.
PS - RECOMENDO QUE VOCÊS OUÇAM SOLAMENTE TÚ DA DEMI COM O PABLO PRA LER ESSE CAPÍTULO.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/199852/chapter/68

Point of view: Demetria.




– Vamos, Selena. É só respirar.



Observar a situação em que Selena se encontrava não era nem mesmo confortável ou bonito. O momento em si era talvez o mais feliz da minha vida, mas a dor que ela parecia estar sentindo e a forma como ela apertava os ossos da minha mão tornavam cada segundo mais desesperador que o anterior. Uma das enfermeiras estava parada em pé ao lado do médico que estava sentado dando as coordenadas para que o parto pudesse ser da forma como ela queria: natural. Nós já estávamos naquela sala a aproximadamente duas horas, mas só agora as contrações eram fortes o suficiente para que o bebê pudesse sair.



– No 3. 1, 2, 3! – a voz grave do médico soou alta e forte – Só mais um pouco...


– Eu presenciei isso antes e “já consigo ver a cabeça” não é a frase mais legal que você vai ouvir, ahn? – senti Dallas acertar-me com o cotovelo –


– A frase mais legal que eu vou ouvir é “parabéns, quer segurar sua filha?” O resto eu apenas vou tentar ignorar e fingir que não estou ouvindo.


– Mas ver a cabeça é a parte essencial do parto, Demi. – ela riu –


– Na próxima contração eu preciso que você continue empurrando até o 10, eu já consigo ver a cabeça.



O soco de Dallas acertou em cheio meu braço. Abaixei a cabeça para prender a respiração e tentar manter a calma, já havia nervosismo demais ali vinda de Selena e Dallas, que apesar de não aparentar nem um pingo de ansiedade, estava comendo todas as unhas. Alguns minutos depois de muitos gemidos, gritos e afins que prefiro não lembrar agora, um choro ecoou mais alto na pequena sala fechada. O mesmo que trouxe lágrimas aos meus olhos. De relance, tudo o que consegui ver foram duas pernas pequenas se movendo freneticamente uma contra a outra, e quando a enfermeira aproximou-se de mim com o bebê no colo, meu choro se transformou em um sorriso. Quando escolhemos o doador, eu fiz questão de escolher um que tivesse a aparência física bem parecida com a de Selena, e olhar o rosto daquela garotinha foi quase como olhar o rosto da mulher deitada na maca. As sobrancelhas largas bem desenhadas eram seguidas por olhos castanhos expressivos, o nariz não parecia nem com o meu e nem com o de Selena, os lábios ainda não tinha um formato exato então não era possível dizer com quem parecia, mas o queixo... Ri baixo ao observar o mesmo com um furo no meio.



– Parabéns, Demi! – a enfermeira colocou-a em meu colo enrolada em uma manta branca – Ela é a sua cara!


– Uau Demetria, seus genes são mesmo fortes. Ela se parece muito com você. – Dallas sorriu e deslizou o indicador pelo rosto da pequena em meus braços – Olá coisa linda da titia.


– Você fez ela chorar, Dallas. – empurrei-a de lado ao ouvir o choro ecoar alto novamente – Vamos dizer oi para a mamãe. – segurei o braço pequeno delicadamente e aproximei-me de Selena, fazendo movimentos leves – Oi mamãe.


– Ei princesa. – Selena sorriu ao pegá-la no colo – O que sua tia fez com você, meu amor? Ela te fez chorar? – instantaneamente o choro cessou e as sobrancelhas da pequena se uniram, elas se olharam – Meu pequeno pedaço de Demi.


– Selena, precisamos levá-la para a encubadora, mas não se preocupe, é um procedimento padrão e uma das duas pode acompanhá-la até lá e aguardar ao lado de fora da sala.


– Dallas, você pode ir? Eu quero ficar com my shadow.


– Claro. Querem que eu ligue para alguém? – minha irmã beijou o rosto de Selena – Parabéns, mamãe.


– Ligue para os nossos pais, Miley, Taylor, Justin e o pai de Selena, é claro. Chame Mila também se quiser.


– Ok.



Depois de todos aqueles procedimentos chatos e demorados, Selena acabou dormindo. Fui em casa, tomei um banho, peguei roupas limpas para a minha mulher e para minha filha. Aproveitei e parei no caminho em um dos cartórios da cidade para registrar minha pequena. Mariah Gomez Devonne Lovato. O nome havia sido escolhido assim que soubemos ser uma menina. Se fosse da minha vontade, eu a chamaria de Selena, porém fui convencida a substituir por Mariah, uma versão mais “bonita” de Marie segundo meu pai e Dallas. Ao voltar para a maternidade, precisei driblar todos os fãs e paparazzi que me aguardavam do lado de fora da mesma.



– Demi, ela nasceu? Está tudo bem? Demi? Demi!


– Sim, ela nasceu, está bem e saudável. – sorri forçadamente ainda tentando entrar –


– Qual é o nome dela, Demi? Demi! Como está Selena? – ouvi alguém gritar – Eu te amo, Demi!


– Bem, todas bem! Mariah Gomez Devonne Lovato! Obrigada.



Logo no corredor próximo ao quarto avistei um grupo de pessoas rodeando Selena, que estava sentada com Mariah no colo. Um dos seios da minha mulher estava na boca da pequena.



– Mal chegou ao mundo e já está se aproveitando do que é meu. – sorri e coloquei a enorme bolsa rosa ao lado da cadeira onde Selena estava para depois cumprimentar um por um – E então?


– Se fosse possível eu diria que você mesma fecundou seu óvulo. – a voz masculina de Justin soou debochada e logo em seguida o braço forte atravessou minha cintura carinhosamente – Eu não vejo nada nela que não se pareça com você. Só essas sobrancelhas que milagrosamente parecem com as da Selena.


– Eu sou a melhor. – sorri –



Assim que o horário para visitas acabou, Justin e todos os outros foram embora, inclusive minha família e o pai de Selena, que estavam aparentemente tentando uma aproximação depois de anos de conversas frustradas. A lágrima que rolou pelo rosto da minha mãe ao ver Mariah no colo de Selena me deu uma ponta de esperança de que talvez ela estivesse aceitando meu relacionamento de uma vez.



– Demi, posso falar com você? – ela sorriu logo depois de beijar o rosto da minha filha –


– Claro.



Caminhamos silenciosamente até o lado de fora da maternidade, onde um enorme jardim enfeitava a vista e deixava um ar natural no ambiente.



– Você sabe a minha opinião sobre esse relacionamento, certo?


– Me chamou aqui para isso? – suspirei –


– Só quero que me ouça.


– Tudo bem, vou te ouvir, mas quero que me ouça primeiro, ok? – ela apenas afirmou com a cabeça – A mulher que você acabou de ver lá dentro segurando aquela criança é a minha mulher, segurando a minha filha. Independente do que você ou qualquer outra pessoa venha a dizer, é a minha família, onde predomina o amor acima de qualquer outro sentimento. Eu e Selena temos nossas brigas como qualquer outro casal, nós viajamos, nós vamos ao cinema, quando eu tenho tempo nós passamos um dia inteiro assistindo televisão e fazendo qualquer outra coisa normal, sabe por que? Eu não me preocupo com o fato de ela ser uma mulher, eu me preocupo com o fato de fazer ela se sentir bem e confortável comigo, me preocupo em fazer ela se sentir segura o suficiente para não dar importância ao julgamento de pessoas de fora, pessoas que não sentem na pele tudo o que nós sentimos, e eu não estou falando de preconceito. Eu estou falando de amor. Preconceito existe e atrapalha quando você se deixa levar por ele. Você acha que eu me importo com todas essas revistas e jornais que publicam mentiras sobre supostas traições e términos? Eu nem ao mesmo leio, para evitar brigas desnecessárias. Quando eu precisei viajar e deixar Selena grávida em casa, você quer saber quem foi a única pessoa que ficou o tempo inteiro perto e cuidou dela? O ex namorado dela, o qual não tinha a MENOR obrigação de fazer isso. Miley e Taylor foram lá, é claro, mas moram longe demais e não tem a facilidade que ele tinha, e nem a vontade que ele teve. – interrompi um pouco minha fala para controlar o choro preso em minha garganta enquanto a minha mãe estava atônita ao meu lado – Ele a ama, mãe. Mesmo depois de tudo o que aconteceu, eu sei que ele continua apaixonado por ela, porém esse sentimento é tão puro e bonito que ele consegue passar por cima de si próprio para cuidar dela e mantê-la segura. Para mim. Você sabe o que é isso? – ela balançou a cabeça em tom negativo quando nossos olhares se cruzaram – É amor.


– Demi, eu...


– Eu vou deixar você falar, mas ainda não terminei. Quero que saiba que só vou admitir que diga qualquer coisa de Selena ou de Mariah se for por amor.


– Hoje eu me dei conta de que estou perdendo todo o seu crescimento pessoal por culpa do meu preconceito. Minha opinião sem conhecimento. Ver aquela criança me trouxe toda a lembrança do seu nascimento, e de como eu só queria uma coisa para você: a felicidade. Independente de como, eu quero ver você feliz como está agora, e eu sei que só está aqui porque sou sua mãe. Está escrito nos seus olhos que sua vontade é correr lá e ficar perto de Selena e sua filha, porque não dá para negar, ela é SUA. – ela fez uma pequena pausa e puxou minha mão, apertando-a com firmeza quando sentiu meu choro fazendo meu corpo inteiro tremer – Quero que me perdoe por não compartilhar toda essa felicidade com você. Que me perdoe por julgar e recriminar Selena por ser uma mulher. É perceptível para qualquer um que passe dez minutos perto de vocês, são feitas uma para a outra, e ninguém, nem mesmo eu, tem o poder de deixar qualquer ponta de tristeza em um relacionamento tão bonito. Eu estou te dizendo nesse momento, Demi, que estava errada e preciso que me perdoe. Preciso compartilhar tudo isso com você e sua família que é formada por uma mulher e uma criança, ambas lindas. Ambas suas.



Qualquer palavra dita a mais naquele instante seria desnecessária. Abracei minha mãe permitindo-me depois de tantas horas me entregar ao choro mais cheio de emoção e felicidade da minha vida. Eu tinha a mulher que eu amava, eu tinha a minha filha, eu tinha minha mãe de volta, eu tinha minha família, e eu tinha meus fãs, que compartilhavam de toda essa felicidade comigo. Eu não poderia e não queria estar mais realizada. Eu finalmente era uma pessoa completa, com algumas hesitações, admito, mas sem vícios. Eu sou feliz com o começo do meu “para sempre.”




Point of view: Selena.


– Mariah! Não suba aí!


– Deixe ela brincar, shadow. – ouvi a voz de Demi sussurrar sensual em meu ouvido – Vamos aproveitar que Justin e Miley estão aqui e vamos lá encima.


– Não, gatinha. Teremos tempo para isso a noite inteira, e você ainda tem duas semanas para descansar antes de voltar para a turnê e começar as gravações do filme.


– Exatamente por isso. Duas semanas para descansar, se você deixar. – ela riu enquanto envolveu meu corpo em um abraço por trás –


– Até parece que sou eu quem entra no meio do seu banho. – nós rimos –


– Você não reclama disso na hora.


– Não estou reclamando, gatinha. Eu amo quando você interrompe meus banhos, ou quando você decide na quinta feira que vamos viajar na sexta... Eu gosto de não cair na rotina, apesar de ela ser perfeita com você.


– Nós somos jovens, shadow, apesar de termos uma filha de dois anos, o que não significa absolutamente nada. – senti o abraço afrouxar quando Mariah aproximou-se de mim chorando –


– O que foi, princesa? – limpei as lágrimas dela –


– Mamãe, o tio Justin falou que mamma Demi não me ama. – esfregou os olhos avermelhados antes de apontar para Demi –


– Diga ao tio Justin que ele é feio. – a mão de Demi atravessou o pequeno espaço e tocou o rosto pálido da pequena – Mamma ama você mais do que tudo.


– Mais do que ama a mamãe? – ela franziu as sobrancelhas longas –


– Sim. – fiz uma careta brava para Demi, que respondeu com um selinho –


– Ta. – coloquei-a no chão e ri baixo ao ver ela atrapalhar-se um pouco para correr, exatamente como Demi –


– Me pergunto em que momento ela vai começar a agir como uma artista, se apresentar em recitais e tudo mais. Nem correr ela sabe.


– Ei, eu sei correr. – Demi parou de frente para mim e colocou as mãos na cintura –


– Não Demi, você não sabe.


– É o que veremos.



Nós atravessamos o imenso gramado rindo até cairmos deitadas do outro lado dele um tanto quanto ofegantes. Demi rolou e deitou-se por cima de mim, encaixando nossos lábios em um beijo lento, leve. A gargalhada rompeu a garganta de Demi e atrapalhou o momento quando o regador automático molhou-a por completo, e conseqüentemente a mim também. Corremos até Justin, que tinha Mariah sentada no pescoço, e passamos o resto do dia brincando na água com eles. Mais tarde, Taylor, Miley e Jasmine, que haviam passado praticamente a tarde inteira tomando sol, juntaram-se a nós e fomos ao cinema assistir a algum filme infantil bobo. No final de semana, todas as famílias se reuniram na nossa casa para a comemoração do nosso aniversário de casamento que a mãe de Demi fazia questão para manter o contato e a harmonia dos que estavam por trás de toda aquela história, que envolvia pessoas unidas por algo muito maior e mais importante do que qualquer outra coisa. Unidas pelo amor, em qualquer uma de suas formas. Olhei para o lado ao sentir que alguém estava tentando despertar minha atenção.



– E então, quando pretendem me dar outro sobrinho? – Dallas estava abraçando Mila –


– Nem tão cedo. – ri – Não sei se agüentaria outra mini Demi na minha vida.


– Não foi você que sonhou com isso sua vida inteira? – ela zombou com um sorriso divertido no rosto –


– Sim, mas não é tão fácil quanto eu pensei. Olhe só aquilo. – apontei um ponto próximo onde Demi tentava ensinar Mariah a dizer um palavrão –


– Ela fazia a mesma coisa com Madison. – nós rimos –


– A Demi é divertida. – Mila pronunciou-se pela primeira vez na conversa – Tipo, que mãe incentiva a filha de dois anos a dizer merda?


– Merda é pouco perto do que ela faz. As vezes ela tenta fazer Mariah dizer “porra” ou “vadia” e acha engraçado quando acontece. – neguei –


– É uma criança. – Dallas –


– Ao mesmo tempo em que é uma mulher. – Mila –


– É... Ela sabe dividir bem esses dois lados. Em momentos como agora não, mas na maioria das vezes ela lida com os problemas e pressões da carreira dela como se tivesse 50 anos, isso me assusta, acho que tenho um pouco de medo... De ser tudo demais e ela cair outra vez


– Ela tem você e a Mariah. Ela não vai cair.



Sorri ao olhar para Dianna ao meu lado passando o braço por trás do meu ombro.



– Já estamos indo, querida.


– Por que não dormem aqui? – deitei a cabeça de lado no ombro da mãe de Demi –


– Não queremos incomodar, já usamos a casa para fazer o churrasco... – ela acariciou meu ombro –


– De forma alguma vão incomodar, muito pelo contrário. Vai ser um prazer.


– MÃE, PODEMOS DORMIR AQUI? – Madison agarrou-se a cintura da mãe – POR FAVOR, POR FAVOR, POR FAVOR! A VIZINHA DA DEMI TEM UMA FILHA TÃO LEGAAAAL!


– Fale com a sua irmã. – Dianna riu –


– Ela foi dar banho na Mariah. Selly... Eu posso? – Madison sorriu fraco –


– Claro, pequena.



O sorriso de Madison para mim foi desfeito enquanto ela dava alguns passos de costa sem tirar o olhar do meu rosto. Ela estava levando aquela situação em se manter “afastada” de mim a sério demais desde que conversamos sobre os possíveis sentimentos errados que ela tinha. Ela achava que era paixão, eu preferia acreditar que no fundo era apenas admiração. Não demorou muito até eu pedir licença e ir até o meu pai, que conversava com o pai de Justin em um canto do gramado.



– Pai, posso falar com você um minuto? – ele assentiu e o pai de Justin afastou-se – Sabe... Nunca conversamos sobre como você se sente em relação ao acidente da mamãe. – ele abaixou a cabeça e eu respirei fundo – Acha mesmo que a culpa foi minha?


– Bom... No começo eu achava que se você não a tivesse levado para a rua, tudo teria sido evitado e ela estaria aqui vendo a filha realizando o que sempre quis, vendo a filha com a mulher que sempre amou... Mas depois de visitar todas as religiões do mundo atrás de respostas, eu finalmente entendi que era para ser. Se você não a tivesse chamado para ir na rua, ela teria ido por conta própria e estaria morta da mesma forma... – abracei-o quando percebi que lágrimas escorriam de seus olhos – E percebi também que todo o abismo que existia entre nós era culpa minha. Eu perdi o amor da minha vida, mas não preciso perder você.


– Você não vai me perder. – beijei a face dele demoradamente – Vou lá encima ver como estão as coisas, não demoro.



Andei lentamente pela casa e parei na porta do quarto da minha filha para deliciar-me com a cena: Demi tinha Mariah praticamente dormindo em seu colo enquanto terminava uma mamadeira. Sorri com a visão. Sempre soube que Demi era ótima com crianças, mas nunca imaginei que seria tão dedicada com um filho. Ela cantava uma música em voz baixa, a mesma que não foi interrompida pois ela não notou minha presença por estar de costa para a porta.



– Sentences of yours running thru out my head and searching for a chance to catch my breath, a never ending dream, you become a part of me and day or night, dark or light you’ll be taking over that thing call my shadow…


– And what happens on the days when the clouds appear and fade away my shade? That’s our que babe… – cantei baixo no ouvido dela –


– Will runaway to a place where the sun always shine… – sorri ao abraçá-la por trás – Não te vi entrando.


– Por isso cantou minha música para outra? Eu deveria estar ofendida agora.


– Não é qualquer outra. É uma super gata que se rendeu aos meus braços. – nós rimos baixo juntas – Ela pede essa música toda noite, e tem tantas outras bonitas que eu já cantei para ela...


– Essa música é a minha preferida. – admiti – De todas as outras. Não só por você me chamar de shadow, mas... Não sei, talvez seja a letra dela, ou talvez seja a forma como você canta. – afastei-me enquanto Demi colocava Mariah deitada no berço –


– E como é a forma que eu canto?


– Sexy. – segurei-a pela cintura aproximando nossos corpos –


– Eu não canto sexy para a minha própria filha. – Demi sorriu –


– Não é algo que você possa controlar. – fechei os olhos ao sentir que as mãos dela estavam percorrendo toda a lateral do meu corpo –


– Como eu também não consigo controlar a vontade que eu tenho de você o tempo inteiro...




xx-----------------------xx--------------------------xx--------------------xx




– Shadow... Nós deixamos nossas famílias lá embaixo há horas, eles devem estar loucos atrás de nós.


– Ou não. – enrolei a ponta do cabelo dela no indicador –


– Precisamos ir pelo menos dar alguma satisfação e dizer que estamos vivas. – ela sussurrou em meu ouvido antes de beijar meu rosto –

– Não quero colocar a roupa... Sei que vou acabar sem outra vez. – sorri maliciosa ao rolar na cama e deitar-me por cima dela –


– Oh... Hm... Vai ser prazeroso poder retirá-la. – os braços dela envolveram minha cintura ao mesmo tempo em que a boca mordia meu pescoço – Mas por hora precisamos ir.



Quando chegamos ao jardim, obviamente os olhares curiosos estavam presentes lá, e é claro, haviam os olhares de aprovação. Nos aproximamos da mesa onde um bolo aguardava para ser cortado e distribuído, o que eu comecei a fazer antes dos gritos de “discurso”.



– Ok ok! – Demi subiu em uma cadeira e apoiou as mãos em meus ombros – Eu permito que a minha mulher faça um discurso.


– Ah você permite? – balancei a cabeça rindo – Faça-o você mesma!


– Você não disse isso quando me encontrou pela primeira vez naquele camarim. O que você disse mesmo? “Eu te amo, Demi. Case-se comigo, seja minha, por favor Demi.” – ela zombou –


– Ei, eu não disse nada disso!


– Quer saber? Deixem que eu mesma faça isso! – me surpreendi quando Dallas empurrou Demi e tomou seu lugar na cadeira – Finjam que eu sou a Demi em uma versão melhorada e mais alta. – virei-me rapidamente e capturei a imagem da minha mulher acertando a irmã com um soco fraco na coxa antes de rir e envolver minha cintura com apenas um braço – Essa aqui é a mulher que eu amo. Desde o primeiro momento em que eu a encontrei naquele camarim os nossos destinos já estavam traçados, e apesar de ter lutado muito contra esses sentimentos, eu não tive escolha a não ser me render. “If the weapon is your love I got my hands up.” – Demi riu e Dallas prosseguiu – Essa mulher esteve ao meu lado quando eu agi feito uma idiota louca e fui atrás dela só para poder dispensá-la depois. Ela me ajudou de todas as formas que pode quando eu me abri e falei sobre os meus problemas com ela, e o que mais me encantou foi que... Ela não me criticou. – olhei de relance para Demi e ela tinha lágrimas nos olhos, olhei para Dallas tentando entender o motivo do silêncio e percebi que ela também chorava – Ela foi contra, mas tentou entender... E foi a extremos por mim.


– Ok, eu posso continuar isso. – esperei que Dallas saísse da cadeira e subi na mesma – Nós duas nos doamos muito para que esse relacionamento desse certo, e ele deu. Não existe nada mais importante do que o que nós temos agora, e... Nós temos uma a outra. – sorri e desci da cadeira – E isso basta.



Abracei Demi pelo pescoço antes de colar nossos lábios em um beijo demorado que logo foi interrompido por um empurrão de Miley.



– Se comam depois, eu quero bolo.



Assim que todos estavam dormindo em seus devidos cômodos, Demi e eu sentamos no gramado encostadas no muro da casa com Flakes deitado em um pequeno espaço entre nossas pernas. Uma das mãos de Demi acariciava a minha enquanto a outra deslizava inocentemente através da minha perna. Olhei para ela e admirei o sorriso que brincava na face. Nós tínhamos nossos desentendimentos, brigávamos, mas em momento algum eu me lembro de termos trocado ofensas que fossem capazes de levar brigas adiante. Acima de tudo, éramos amigas e tínhamos intimidade para falar sobre qualquer coisa que fosse, e era maravilhoso saber que a mulher que eu sempre amei também era minha amiga, e partilhava do mesmo sentimento intenso comigo. Muitas vezes ela teve dificuldades relacionadas ao problema com peso e aceitação, mas ela estava cada dia menos preocupada com isso. Interrompendo meu pensamento, Demi levantou-se de sobressalto e esticou uma de suas mãos para mim. Franzi a testa ao dar a mão a ela e ser puxada.



– Dança comigo? – eu encostei nossas testas quando senti que a mão livre dela estava envolvendo minha cintura –


– Não temos música. – sorri fraco levando minha mão até o ombro dela –


– Você deve estar brincando.


– Por que estaria? – permaneci de olhos fechados –


– Eu vou cantar para você. – um beijo rápido foi dado em meu rosto e logo nossas testas voltaram a tocar-se – Regálame tu risa, enseñame a sonar, con solo una caricia me pierdo en este mar. Regálame tu estrella, la que ilumina esta noche, llena de paz y de armonía, y te entregaré mi vida. Haces que mi cielo vuelva a tener ese azul, pintas de colores mis mañanas solo tu, navego entre las olas de tu voz y tú, y tú, y tú, y solamente tu haces que mi alma se despierte con tu luz, y tú, y tú, y tú... – ela fez uma pausa ao perceber que eu não estava conseguindo acompanhar o ritmo da dança – O que foi, shadow?


– Eu fico sem ação quando você faz esse tipo de coisa. – admiti ao levar a mão dela na direção do meu coração –


– Você nunca vai se acostumar, não é? – a risada baixa de Demi me fez sorrir –


– Nunca.


– Enseña tus heridas y así la curará, que sepa el mundo entero que tu voz guarda un secreto... – Demi recomeçou, levando as duas mãos a minha cintura enquanto meus braços cruzaram o pescoço dela – No menciones tu nombre que en el firmamento se mueren de celos, tus ojos son destellos, tu garganta es un mistério. Haces que mi cielo vuelva a tener ese azul, pintas de colores mis mañanas solo tu, navego entre las olas de tu voz y tú, y tú, y tú, y solamente tu haces que mi alma se despierte con tu luz y tú, y tú, y tú, y solamente tu.



O simples roçar de lábios fez com que cada centímetro do meu corpo estremecesse e me deixou completamente rendida, era sempre assim. Demi não precisava de mais do que um beijo para conseguir as mais diversas reações da minha parte. Os dedos finos deslizaram através da lateral da minha cintura levando com eles uma boa parte da minha camiseta e deixando minha barriga totalmente nua. Nos afastamos apenas o suficiente para que o pano fosse completamente retirado e lançado em algum lugar no gramado. Encima do cachorro.



– Ah não! – exclamei ao parar um beijo quando ouvi ele rosnar – Minha camisa do Paramore não, Flakes. – retirei a mesma da boca dele com certo nojo –


– O Flakes merece todos os créditos por estarmos juntas hoje. Eu usei ele como desculpa para carregar você até o quarto e te beijar. – ela desviou o olhar para ele e sorriu –


– Vamos imortalizar o flakes. Foi o melhor presente que eu já dei a alguém. – rimos juntas e então Demi abraçou-me novamente – Acho que o melhor presente que já dei a alguém foi uma aliança de casamento.


– O melhor presente que você deu a alguém foi existir, shadow. – ela encostou nossos narizes e roçou nossos lábios antes olhar-me nos olhos por um tempo – Os poetas que me desculpem, mas nenhuma palavra substitui um olhar. Eu te amo, Selena!


– Eu te amo, Demi.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, as explicações. Eu demorei pra postar em primeiro lugar porque eu esqueci a senha do Nyah, mas numa conversa com a minha melhor amiga ela soltou a minha senha e eu comecei a rir, porque a minha senha é bem idiota. Em segundo, eu to passando um tempo na casa da minha mãe e ela é MUITO desconfiada de mim, daí eu fico entrando no pc só pra ler algumas coisas sobre a Dems e a Selly e saio rapidinho, mas enfim, me desculpem mesmo pela demora pra postar meninas :/
Esse foi o final da fic ~todos chora~ Vou considerar o caso de uma segunda temporada, e o que eu decidir eu aviso a vocês, nada certo por enquanto, mas enquanto isso creio que semana que vem eu vou postar um epílogo, ou seja, um outro desfecho. NÃO É UM FINAL ALTERNATIVO. O tempo vai passar, e é uma última narrativa pra contar como ficaram os casais Justin&Jasmine (argh) Miley&Taylor, e é claro, mais um pouquinho de Semi hahaha.
THE END.