POV BELLA

Desde aterrarmos, já se tinham passado dois dias, e nada, nem uma única noticia sobre o Edward, eu sei que só podia ser fogo de vista, aquele engate todo, era mesmo só por ser simpático. Mas eu também não havia de lhe ligar, afinal também tinha orgulho. Mas o pior de tudo é que ele não me saía da cabeça.

Então numa de deixar de pensar nele decidi ir dar uma volta, como estava por  Lisboa, a capital de Portugal, decidi apanhar um táxi, e ir até à Torre de Belém, olhar o maravilhoso rio tejo, não sei porquê, mas esse lugar sempre me acalmava, cada vez que visitava Portugal não podia deixar de lá ir, o lugar transmitia-me uma calma, como nem o central park faziam, não sei, mas ali eu sentia-me em casa, sentia-me segura.

Ia distraída com os meus pensamentos, a olhar para o rio e para todas as pessoas que ali passeavam, quando choquei com alguém ..

- Desculpe senhor, estava distraída. Com licença.

Sem ao menos olhar para a pessoa segui o meu caminho, mas de repente, sinto um braço me puxar, mas não era um puxão de dor, era um sentimento que eu não sabia explicar.

- Isabella .. és tu ?

Esta ERA a voz, a sua voz, era inconfundível, em qualquer parte do mundo eu seria capaz de a reconhecer, mesmo que só a tivesse escutado, o que eu sentia era indescritível, nesse momento senti um arrepio, e tive vontade de o beijar.  Virei-me lentamente, e olhei para os seus lindos olhos, que demonstravam surpresa e ao mesmo tempo um misto de desejo.

- Sim sou eu. Está tudo bem Edward? – Disse num tom meio envergonhado.

Ele pareceu estranho ao perceber o tom com que eu falei.

- Sim, quer dizer, me desculpe, eu não fui muito correcto contigo. Na verdade se aceitares tomar um café comigo eu conto-te tudo.

- Bem, parece-me bem. Vamos então?

Caminhamos um pouco, até chegarmos numa esplanada, onde pudemos apanhar um pouco do sol que se fazia sentir naquela maravilhosa tarde. Ficamos um pouco em silêncio até que eu resolvi quebrá-lo.

- Sabes Edward, se não quiseres, não tens que me contar nada, podemos ficar aqui apenas observando o local. Eu acho este sítio tao bonito, e ele sempre me acalma. E como mal nos conhecemos, quer dizer, tu não me deves nada …

- Isabella, por favor, eu já percebi que estás um pouco magoada, mas eu tenho um motivo para ainda não te ter ligado, a sério que tenho. Se me quiseres ouvir é claro, e eu sei que ainda não nos conhecemos, mas do que depender de mim, vamo-nos conhecer muito bom. – OBAA, com essa não consegui não sorrir, como eu queria que aquilo fosse verdade.

- Muito bem, eu aceitei vir beber café contigo, por isso, sou toda ouvidos..

- Então é assim, a verdade é que eu estou numa situação um pouco delicada, estou praticamente fugido de casa, calma eu sou maior de idade!

- Ufff , por momentos fiquei alarmada! (Risos)

- Bem continuando, o meu pai é o dono do império de publicidade Cullens LDA, e então quando eu fiz 18 anos, o meu pai me obrigou a  assumir o comando da empresa, apesar do meu sonho ser seguir medicina, eu vi-me obrigado pelo meu próprio pai a fazer o que ele queria, porque tanto ele quanto o meu avô tinham depositado ali muitos anos. Então assim sem mais nem menos, eu tive que desistir de tudo. E então assumi a empresa, até ao dia em que nos encontrámos na primeira vez. Nesse dia eu fazia 24 anos, e já não estava a aguentar todas aquelas reuniões por dia, todos aqueles assuntos, e o pior, agora o meu pai exigia que eu me casasse e que lhe desse netos, segundo a justificação, de que “já tinha idade”, então isso foi a gota de água, e eu decidi deixar tudo para trás e apanhar o primeiro avião que conseguisse. E cá estou eu, em Portugal, e o pior é que eu quase não sei falar português, então estes dias não têm sido muito fáceis. Depois tive que procurar uma casa para morar, e tratar de todas aquelas burocracias que são necessárias. Então hoje, depois de ter tratado da minha casa, decidi que tinha que espairecer, e como já haviam-me falado da torre de Belém, decidi vir ver com os meus próprios olhos. E ainda bem que vi, isto parece estranho, mas tava a morrer de saudades tuas...

Corei, não consegui resistir, e corei, pois tudo o que eu mais queria ouvir daquela boca, foi tudo o que acabei de ouvir, ele tinha saudades minhas, oh deus, será que existia a mínima possibilidade de termos alguma coisa? FOCO Bella, tu moras em Nova Iorque, e ele está precisamente fugindo de lá, isso era um relacionamento condenado, mesmo antes de começar…

- Bem Edward, segundo me contas, tens um caso muito grave entre mãos. Mas o que pretendes fazer ao certo, ficar por aqui?

- Na verdade Bella, eu não fazia ideia para onde estava a vir, e confesso que nunca cá tinha estado, mas estou a adorar, as pessoas são todas muito calorosas, e muito afetuosas, não sei, mas sinto-me em casa aqui. Acho que vou ficar mesmo.

- Acho que fizeste uma optima escolha, não tive oportunidade de te contar, mas bem, os meus pais era italianos, e por isso, durante muitos anos viajamos por toda a Europa, o que me faz conhecer minimamente bem Portugal, e especialmente Lisboa, aqui é uma zona muito bonita, e muita calma, as pessoas são todas muito acolhedoras e não se importam de ajudar. Mas parando de falar de mim, como é a tua casa?

- Bem para falar a verdade, ainda bem que perguntas, estarias interessada em fazer-me companhia numa ida às compras para casa? Preciso de praticamente tudo! Então, que me dizes, aceitas?

- Hmm (fingi pensar um pouco). É claro que eu aceito. Então e quando vamos?

- Por mim podemos ir agora. Estás ocupada? É que sabes eu gostava de poder dormir hoje já em casa.

- Por mim está optimo, vamos então! Estou a ver que vais precisar de uma ajuda feminina.

E dito isto, o Edward levou-me até ao seu carro, ele tinha comprado um jipe, mas durante o caminho, paramos num stand de carros para alugarmos uma carrinha daquelas onde cabe tudo e mais alguma coisa! Então fomos até à loja, no meio de muitas brincadeiras e olhares traiçoeiros, acho que um sentimento começava a surgir. Mas iria ser eu a dar o primeiro passo, tinha medo de sair machucada, por isso, a não ser que o Edward demonstrasse algo, eu não daria um passo em frente.

A loja era um espanto, tinha de tudo, desde cozinha até casa de banho! Ainda bem que o Edward tinha uma conta recheada, pois os gastos foram enormes. Tentamos levar o máximo de coisas que conseguimos na carrinha, mas como não era possível levar tudo, optamos por levar o que era mais indispensável.

Rapidamente chegamos a casa, e uau, foi impossível não formar um ‘o’ , a casa era linda, e ainda nem sequer estava mobilada. Mas é claro que precisava de ter um toque feminino, então eu decidi que ia tirar nabos da púcara!

- UAU, a casa é muito bonita, e ainda está vazia. Quando tiver toda mobilada e decorar vai ficar um espanto. Mas bem … a tua namorada deve querer vir-te ajudar não?

- (Ele começou a rir, provavelmente de minha cara, que mais uma vez estava corada) Bella, eu não tenho namorada. Bem, eu espero vir a ter, mas não sei se ele sente o mesmo por mim, mas um dia quem sabe eu conto-te a história.

Não posso negar que fiquei curiosa, mas decidi que depois perguntava.