Harry Potter e o segredo de Slytherin escrita por Absolem the oracle


Capítulo 8
Capítulo 7 - Lesmas e serpentes




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Harry dedicou muito tempo, nos dias seguintes, a desaparecer de vista sempre que Gilderoy Lockhart aparecia andando por um corredor. Mais difícil foi evitar Colin Creevey, que parecia ter decorado o seu horário. Pelo visto nada dava maior alegria a Colin do que dizer: "Tudo bem, Harry?" seis ou sete vezes por dia e ouvir: "Oi, CoLin", em resposta, por maior irritação que Harry demonstrasse ao dizer isso.

Edwiges, Titi e Perebas ainda pareciam irritados com a desastrosa viagem de carro e a varinha de Rony continuava a funcionar mal, superando os próprios limites na sexta-feira na aula de Feitiços, ao se atirar da mão de Rony e atingir o Profº. Flitwick bem no meio dos olhos, produzindo um grande furúnculo verde e Latejante no lugar em que bateu. Assim entre uma coisa e outra, todos ficaram muito contente ao ver chegar o fim de semana. Ele, Rony e Mione e Mary (Meredith) estavam planejando visitar Hagrid no sábado de manhã.

Meredith acordou extremamente cedo. Estava zanzando pelo castelo quando encontro Hermione e Rony indo para o campo de quadribol.

- Aquele molequinho irritante ainda ta atrás dele?

- Colin? Sim... como uma sombra. - Rony gemeu ainda sonolento.

E Rony disse que Harry havida deixado um bilhete dizendo que começariam os treinos de quadribol. Os três bateram no dormitório da Lufa-Lufa, e Queen se juntou aos três, saltitante.

Os quatro se sentaram nas arquibancadas, e o sol já tinha saído completamente quando o time da Grifinória saiu do vestiário.

- Ate que enfim! - Meredith reclamou dolorida.

- Vocês ainda não acabaram? - Rony gritou surpreso.

- Nem começamos. - Harry respondeu olhando para as torrada com geléia que os três tinham trazido do salão - Olívio esteve ensinando novas jogadas ao time.

Harry montou na vassoura, meteu o pé no chão para dar impulso e saiu voando. Harry sobrevoou o estádio a toda velocidade, apostando corrida com Fred e Jorge.

- Que clique-clique esquisito é esse? - Fred gritou enquanto faziam uma volta rápida.

Todos correram os olhos pelas arquibancadas e Colin estava sentado em um dos lugares mais altos com a máquina fotográfica levantada, tirando fotos seguidas, o som estranhamente ampliado no estádio deserto.

- Olhe para cá, Harry! Para cá! - ele gritava se esganiçando.

- Quem é aquele? - Fred perguntou.

- Não faço a menor idéia. - Harry mentiu dando uma bambeada na vassoura que o levou o mais longe possível de Colin.

- Que é que está acontecendo? - Olívio perguntou franzindo a testa, enquanto cortava o ar em direção a eles - Por que aquele aluninho de primeiro ano está tirando fotos? Não gosto disto. Pode ser um espião da Sonserina, tentando descobrir o nosso novo programa de treinamento.

- Ele é da Grifinória. - Harry disse depressa.

- E o pessoal da Sonserina não precisa de espião, Olívio. - Jorge disse fitando um ponto no estádio.

- Por que você está dizendo isso? - Olívio perguntou irritado.

- Porque eles vieram pessoalmente - Jorge respondeu apontando.

Vários alunos de vestes verdes estavam entrando em campo, de vassouras na mão.

- Eu não acredito! - Olívio sibilou indignado - Reservei o campo para hoje!

- Vamos cuidar disso.

Nas arquibancadas os quatro não entendiam o que acontecia no campo.

- Vamos lá! - Hermione falou se levantando e puxando Rony e Queen, que puxou Meredith sem querer.

Olívio Wood mergulhou até o chão, aterrissando em sua raiva, com muito mais força do que pretendia, e cambaleou um pouco ao desmontar. Harry, Fred e Jorge o acompanharam.

- Flint! - berrou Wood para o capitão da Sonserina. - Está na hora do nosso treino! Levantamos especialmente para isso!

- Pode ir dando o fora!

Marcos Flint era ainda mais corpulento do que Hood. Tinha uma expressão de trasgo astucioso quando respondeu:

- Tem bastante espaço para todos nós, Wood.

Angelina, Alicia e Katie tinham se aproximado também. Não havia mulheres no time da Sonserina, para ficarem, ombro a ombro, com ar de desdém, encarando os jogadores da Grifinória.

- Mas eu reservei o campo! - Wood disse praticamente cuspindo de raiva. - Eu reservei!

- Ah, mas tenho um papel aqui assinado pelo Prof. Snape.

"Eu, Prof. Snape, dei ao time da Sonserina permissão para praticar hoje no campo de Quadribol, face á necessidade de treinarem o seu novo apanhador."

- Vocês têm um novo apanhador? - Wood perguntou distraído - Onde?

E por trás dos seis jogadores grandalhões surgiu diante deles um sétimo, menor, com um sorriso que se irradiava por todo o rosto pálido e fino. Era Draco Malfoy!

- Você não é o filho do Lúcio Malfoy? - Fred perguntou olhando Draco com ar de desagrado.

- Engraçado você mencionar o pai do Draco... - disse Flint enquanto o time inteiro da Sonserina sorria com mais prazer.

- Deixe eu mostrar a vocês o presente generoso que ele deu ao time da Sonserina.

Os sete mostraram as vassouras. Sete cabos polidos, novos em folha, e sete conjuntos de letras douradas, formando as palavras Nimbus 2001, reluziam sob os narizes dos jogadores da Grifinória, ao sol do amanhecer.

- Último modelo. Saiu no mês passado. - Flint disse displicente, tirando um grão de poeira da ponta de sua vassoura com um peteleco - Acho que bate de longe a série antiga das 2000. Quanto às velhas Cleansweep... - e sorriu de modo desagradável para Fred e Jorge, que seguravam esse tipo de vassoura - ...varram o placar com elas.

Nenhum dos jogadores da Grifinória conseguiu pensar em nada para dizer naquele instante. Draco exibia um sorriso tão grande que seus olhos frios estavam reduzidos a fendas.

- Ah, olha ali - disse Flint. - Uma invasão de campo.

Rony, Mione Meredith e Queen vinham atravessando o gramado para ver o que estava acontecendo.

- Que é que está havendo? - Rony perguntou a Harry - Por que vocês não estão jogando? E que é que ele está fazendo aqui?

Olhava para Draco, reparando nas vestes de Quadribol com as cores da Sonserina que o garoto usava.

- Sou o novo apanhador da Sonserina, Weasley. - Draco disse presunçoso - O pessoal aqui está admirando as vassouras que meu pai comprou para o nosso time.

- Ai caramba! - Meredith disse surpresa e pasma.

- Flint! - Wood berrou para o capitão da Sonserina - Está na hora do nosso treino! Levantamos especialmente para isso!

- Pode ir dando o fora!

Marcos Flint era ainda mais corpulento do que Wood. Tinha uma expressão de trasgo astucioso quando respondeu:

- Tem bastante espaço para todos nós, Wood.

Rony olhou boquiaberto as sete magníficas vassouras diante dele.

- Boas, não são? - Draco disse com a voz macia. - Mas quem sabe o time da Grifinória pode levantar um ourinho e comprar vassouras novas, também. Você podia fazer uma rifa dessas Cleansweep 5. Imagino que um museu talvez queira comprá-las.

O time da Sonserina dava gargalhadas.

- Pelo menos ninguém do time da Grifinória teve de pagar para entrar - Meredith disse com aspereza - Entraram por puro talento.

- Diferente de você, Malfoy... - Hermione disse completando a frase.

O ar presunçoso de Draco pareceu oscilar.

- Ninguém pediu sua opinião, sua sangue ruim. - ele xingou.

Meredith percebeu na hora que Draco dissera uma coisa realmente ofensiva, porque houve um tumulto instantâneo em seguida às suas palavras. Flint teve que mergulhar na frente de Draco para impedir que Fred e Jorge se atirassem contra ele. Alicia gritou com voz aguda:

- Como é que você se atreve! - e Rony mergulhou a mão nas vestes, puxou a varinha e gritou: - Você vai me pagar! - e apontou a varinha, furioso, para a cara e Draco, por baixo do braço de Flint.

Um estrondo muito forte ecoou pelo estádio, e um jorro de luz verde saiu da ponta oposta da varinha de Rony, atingiu-o na barriga e o atirou de costas na grama.

- Rony! Rony! Você está bem? - Hermione gritou.

Rony abriu a boca para falar, mas não saiu nada. Em vez disso, ele soltou um poderoso arroto e várias lesmas caíram de sua boca para o colo.

O time da Sonserina ficou paralisado de tanto rir. Flint, dobrado pela cintura, tentava se apoiar na vassoura nova. Draco caíra de quatro, dando murros no chão. Os alunos da Grifinória agrupavam-se em torno de Rony, que não parava de arrotar lesmas enormes. Ninguém parecia querer tocar nele.

- É melhor levarmos o Rony para a casa de Hagrid, é mais perto. - Harry disse e Hermione e Meredith concordaram cheias de coragem, e as duas levantaram ele pelos braços.

- Que aconteceu, Harry? Que aconteceu? Ele está doente? Mas você pode curá-lo, não pode? - Colin desceu correndo das arquibancadas e agora dançava em volta dos meninos que saíam de campo. Rony deu um enorme suspiro e mais lesmas rolaram pelo seu peito.

- Aaah! - exclamou Colin, fascinado, erguendo a máquina fotográfica - Pode manter ele parado, Harry?

- Sai da frente, Colin! - disse Harry com raiva afastando o garoto e pegando as pernas de Rony pela frente. Carregaram Rony para fora do estádio e atravessaram os jardins em direção à orla da floresta.

- Estamos quase lá, Rony - Queen disse quando a cabana do guarda-caça tornou-se visível. - Você vai ficar bom num instante, estamos quase chegando... - ela mantinha sua cabeça para cima, evitando que ele se engasgasse com as lesmas e as pegava e atirava longe.

Estavam a uns cinco metros da casa de Hagrid quando a porta de entrada se abriu, mas não foi Hagrid que apareceu.

Gilderoy Lockhart, hoje com vestes lilás clarinho, vinha saindo.

- Depressa, aqui atrás! - Harry sibilou puxando Rony para trás de uma moita próxima. Hermione e Meredith o seguiram um tanto relutantes.

- É muito simples se você sabe o que está fazendo! - Lockhart dizia em voz alta a Hagrid - Se precisar de ajuda, você sabe onde estou! Vou-lhe dar uma cópia do meu livro. Estou surpreso que ainda não o tenha comprado: vou autografar um exemplar hoje à noite e mandar para você. Bom, adeus. - e saiu em direção ao castelo.

Esperaramesperou até Lockhart desaparecer de vista, com Queen reclamando e pegando as lesmas com as pontas dos dedos, então puxaram Rony da moita até a porta de Hagrid. Bateram apressados.

Hagrid abriu na mesma hora, parecendo muito rabugento, mas seu rosto se iluminou quando viu quem era.

- Estive pensando quando é que vocês viriam me ver, entrem, entrem, achei que podia ser o Prof. Lockhart outra vez...

Meredith e Hermione ajudaram Rony a entrar na cabana sala-e-quarto, que tinha uma cama enorme em um canto, uma lareira com um fogo vivo no outro.

Hagrid não pareceu perturbado com o problema das lesmas de Rony, que Harry explicou em poucas palavras enquanto baixava o amigo em uma cadeira.

- Melhor para fora do que para dentro! - Hagrid disse animado baixando com ruído uma grande bacia de cobre na frente do menino. - Ponha todas para fora, Rony.

- Acho que não há nada a fazer exceto esperar que a coisa passe - Hermione disse ansiosa, observando Rony se debruçar na bacia. - É um feitiço difícil de fazer em condições ideais, ainda mais com uma varinha quebrada...

Hagrid ocupou-se pela cabana preparando chá para os meninos. Seu cão de caçar javalis, Canino, fazia festa pulando em cima de Harry e Queen.

- Que é que Lockhart queria com você, Hagrid? - Harry perguntou coçando as orelhas de Canino.

- Estava me dando conselhos para manter um poço livre de algas - Hagrid rosnou tirando um galo meio depenado de cima da mesa bem esfregada e pousando nela o bule de chá - Como se eu não soubesse. E ainda fez farol sobre um espírito agourento que ele espantou. Se uma única palavra do que disse for verdade eu como a minha chaleira.

Não era hábito de Hagrid criticar professores de Hogwarts, e Harry olhou-o surpreso. Hermione, porém, disse num tom mais alto do que de costume:

- Acho que você está sendo injusto. É óbvio que o Prof. Dumbledore achou que ele era o melhor candidato para a vaga...

- Ele era o único candidato - Hagrid disse oferecendo-lhes um prato de quadradinhos de chocolate, enquanto Rony tossia e vomitava na bacia. - E quero dizer o único mesmo. Está ficando muito difícil encontrar alguém para ensinar Artes das Trevas. As pessoas não andam muito animadas para assumir esta função. Estão começando a achar que esta enfeitiçada. Ultimamente ninguém demorou muito nela.

- Tambem depois do que houve ano passado com o professor Quirrel... não é nada surpreendente. - Meredith comentou segurando a cabeça de Rony para ele não se engasgar.

- Agora me contem... - Hagrid disse indicando Rony com a cabeça - Quem é que ele estava tentando enfeitiçar?

- Malfoy chamou Mione de alguma coisa, deve ter sido muito ruim porque ele ficou furioso... - Meredith disse pegando uma lesma e pondo na bacia.

- Foi ruim... - Rony disse rouco se erguendo suado - Malfoy chamou Mione de sangue ruim, Hagrid...

Rony tornou a sumir debaixo da mesa e um novo jorro de lesmas caiu. Meredith soltou um “Argh” e Hagrid pareceu indignado.

- Ele não fez isso!

- Fez sim - Hermione confirmou - Mas eu não sei o que significa. Percebi que era uma grosseria muito grande, é claro...

- Ele também disse pra mim ano passado, mas não levei a sério. Briguei com ele, mas foi por outra coisa....

- Aquele idiota disse isso pra você Meredith? - Rony perguntou em meio as lesmas e vomitou mais ainda.

- Sim , por que?

- É praticamente a coisa mais ofensiva que ele podia dizer - Rony ofegou voltando. - Sangue ruim é o pior nome para alguém que nasceu trouxa, sabe, que não tem pais bruxos. Existem uns bruxos, como os da família de Malfoy, que se acham melhores do que todo mundo porque têm o que as pessoas chamam de sangue puro. - Ele deu um pequeno arroto, e uma única lesma caiu em sua mão estendida. Ele a atirou à bacia e continuou: - Quero dizer, nós sabemos que isso não faz a menor diferença. Olha só o Neville Longbottom, ele tem sangue puro e sequer consegue pôr um caldeirão em pé do lado certo.

- E ainda não inventaram um feitiço que a nossa Mione não saiba fazer! - Hagrid disse orgulhoso, fazendo Hermione ficar púrpura de tão corada - e Meredith... apesar de tudo é melhor que Malfoy e é uma ótima briguenta! - ele riu e Meredith percebeu que ele falava da vez em que Meredith havia esfregado seu sangue no rosto de Draco durante uma briga.

- É uma coisa revoltante chamar alguém de...- Rony começou enxugando a testa suada com a mão trêmula e Meredith o segurou colocando a mão em seu peito - ...sangue sujo, sabe. Sangue não é nada. É ridículo. A maioria dos bruxos hoje em dia é mestiça. Se não tivéssemos casado com trouxas teríamos desaparecido da terra.

Ele teve uma ânsia de vômito e tornou a desaparecer de vista. Meredith dava tapinhas em suas costas quando ele engasgava.

- Bem, não posso brigar por querer enfeitiçar Draco. - Hagrid disse alto para encobrir o barulho das lesmas que caíam na bacia - Mas talvez tenha sido bom a sua varinha ter errado. Acho que Lúcio Malfoy viria na mesma hora à escola se você tivesse enfeitiçado o filho dele. Pelo menos você não se meteu em apuros.

Houve um momento de silencio como se todos concordassem que fora bem melhor o que aconteceu.

- Harry. - Hagrid disse abruptamente como se tivesse lhe ocorrido um pensamento repentino - Tenho uma reclamação sobre você. Ouvi falar que andou distribuindo fotos autografadas. Como é que não ganhei nenhuma?

- Haha! - Meredith riu se lembrando da algazarra de Lockhart quando espalhou esta noticia - Harry, melhor se preparar para seu futuro fã clube!

Furioso, Harry desgrudou os dentes.

- Não andei distribuindo fotos autografadas - disse alterado - Se Lockhart continua a espalhar este boato...

Mas, então, ele viu que Hagrid estava rindo.

- Só estou brincando! - Hagrid disse dando palmadinhas amigáveis nas costas de Harry, quase o fazendo enfiar a cara na mesa - Eu sabia que não tinha dado. Eu disse a Lockhart que você não precisava fazer isso. Você é mais famoso do que ele sem fazer a menor força.

- Aposto como ele não gostou disso- Meredith disse com a certeza estampada no rosto.

- Acho que não. - Hagrid respondeu com os olhos cintilando - E então falei que nunca tinha lido um livro dele e ele resolveu ir embora. Quadradinhos de chocolate, Rony? Meredith? - Ele disse virando-se para os dois, e não ofereceu a Queen por que ela já estava com a boca entupida com eles.

- Não, obrigado... - ele disse fraco - É melhor não.

- Também não quero... Queen pare de comer e ajuda Rony um pouco. - Meredith se levantou devagar dando tempo de Queen chegar e se sentar ao lado se Rony.

- Venham ver o que andei plantando! - Hagrid convidou quando Harry Hermione e Meredith terminaram de beber o chá.

Na pequena horta nos fundos da casa havia uma dúzia das maiores abóboras que Meredith já viu. Cada uma tinha o tamanho de uma rocha.

- Estão crescendo bem, não acha? - Hagrid perguntou alegre - Para a Festa das Bruxas... Até lá já devem estar bem grandes.

- Elas são enormes! - Harry disse surpreso, como se elas não pudessem crescer mais.

- Que é que você está pondo na terra? - Meredith perguntou.

Hagrid espiou por cima do ombro para ver se estavam sozinhos.

- Bom, tenho dado, sabe, uma ajudinha...

Harry olhou em direção a um guarda-chuva encostado na parede da cabana. Pelo que Harry havia contado Hagrid tinha sido expulso de Hogwarts, e aparentemente proibido de usar magia. Mas o guarda-chuva tinha algo estranho, Meredith podia sentir agora que prestava mais atenção.

- Um feitiço de engorda? - Hermione perguntou num tom de quem se diverte e desaprova. - Bem, você fez um bom trabalho.

- Foi o que a sua irmãzinha disse... - Hagrid comentou fazendo sinal a Rony que acaba de chagar ainda sendo ajudado por Queen - A encontrei ainda ontem. - Hagrid olhou do canto do olho para Harry com a barba mexendo.

- Ela me disse que estava só dando uma olhada pelos jardins, mas eu calculo que estava na esperança de encontrar alguém na minha casa. - e piscou para Harry - Se alguém me perguntasse, ela é uma que não recusaria uma foto...

Hermione e Meredith riram juntas enquanto viam a cara irritada de Harry.

- Ah, cala a boca! - Harry disse. Rony deu uma risada abafada e o chão ficou cheio de lesmas.

- Cuidado! -Hagrid rugiu puxando Rony para longe das suas preciosas abóboras.

- Calma Hagrid! Eu pego. - Queen partiu a caça da lesma.

Era quase hora do almoço e como quase todos só comeram uns quadradinhos de chocolate desde o amanhecer, estavam doidos para voltar à escola e almoçar. Eles se despediram de Hagrid e regressaram ao castelo. Rony tossia de vez em quando, mas só vomitou duas lesminhas, e Queen pacientemente catava as lesmas e jogava longe.

Mal tinham entrado no saguão quando ouviram uma voz.

- Aí estão vocês, Potter, Weasley, Riddle! - A Prof. MacGonagall veio em direção a eles, com a cara séria - Vocês vão cumprir suas detenções hoje à noite.

- O que nós fizemos, professora? - Rony perguntou nervoso contendo um arroto.

- Você vai polir as pratas na sala de troféus com o Sr. Filch. E nada de magia, Weasley.

Rony engoliu em seco. Argo Filch, o zelador, era detestado por todos os alunos da escola.

- E você, Potter, vai ajudar o Prof. Lockhart a responder as cartas dos fãs.

- Ah, não... Professora, não posso ir também para a sala de troféus? -Harry perguntou desesperado.

- É claro que não! - respondeu ela, erguendo as sobrancelhas. - O Prof. Lockhart fez questão de que fosse você. Oito horas em ponto, os dois. E você Meredith, acompanhará Potter, já que Snape está ocupado para lhe dar uma punição adequada. Depois você vai receber a detenção dele.

- Duas detenções! Isso é covardia! - ela protestou mas a Prof. MacGonagall não pareceu se importar.

Harry, Rony e Meredith entraram curvados no Salão Principal, no pior estado de ânimo possível, Hermione atrás deles, com aquela expressão Bom-vocês-desobedeceram-o-regulamento e Queen dizendo qualquer besteira sobre a sorte em estar com Lockhart.

Nenhum dos três parecia animado com a comida, e o empadão não parecia melhorar muito os ânimos.

- Filch vai me prender lá a noite inteira - Rony disse com a voz deprimida. - Nada de magia! Deve ter umas cem taças naquela sala. Não entendo nada de limpeza de trouxas.

- Eu trocaria com você numa boa - Harry disse num tom calmo. - Treinei um bocado com os Dursley. Responder as cartas dos fãs de Lockhart... Ele vai ser um pesadelo...

- Estão reclamando? Eu faria as suas detenções dez vezes cada uma ao invés de ter que enfrentar o Snape, principalmente agora que ele pode fazer o que quiser comigo! - Meredith choramingou.

À tarde de sábado pareceu se evaporar no que pareceu um segundo, já eram cinco para as oito, e Harry já ia se arrastando pelo corredor do segundo andar em direção à sala de Lockhart. Meredith já o esperava, com a secreta esperança de que ele não fosse para ela simplesmente não entrar lá. Ela cerrou os dentes e bateu na porta.

A porta se escancarou na mesma hora. Lockhart sorria para Harry.

- Ah, aqui temos o bagunceiro! - exclamou. - Entre, Harry! - brilhando nas paredes, à luz das muitas velas, havia uma quantidade de fotografias emolduradas de Lockhart. Havia até algumas autografadas. Outra grande pilha aguardava sobre a mesa. - Meredith, a Prof. MacGonagall me informou sobre você... sempre criando problemas... Bem entre!

- Você pode endereçar os envelopes! - Lockhart disse a Harry como se isso fosse um prêmio. - O primeiro vai para Gladys Gudgeon, que Deus a abençoe, uma grande fã minha... E você Meredith, pegue as fotos e coloque nos envelopes, depois feche.

Os minutos se arrastaram. Eles deixaram a voz de Lockhart passar por eles, Harry respondendo ocasionalmente "Hum" e "Certo" e "Sim". Vez por outra, eles captavam uma frase do tipo "A fama é um amigo infiel, Harry" ou "A celebridade é o que ela faz, lembre-se disto".

As velas foram se consumindo, fazendo a luz dançar sobre os muitos rostos de Lockhart que o observavam. Harry estendeu a mão dolorida para o que lhe pareceu ser o milésimo envelope, e escreveu o endereço de Veronica Smethley. Meredith sentia a língua seca de tanto lamber envelopes e já não agüentava ver o rosto do professor nas fotos em que enfiava nos envelopes. Tinham a esperança que já estivesse quase na hora de ir embora e...

Então Harry ouviu uma coisa - uma coisa muito diferente do ruído das velas que espirravam já no finzinho e a tagarelice de Lockhart sobre os fãs. Algo que Meredith não pode ignorar apesar de seus esforços.

Foi uma voz, uma voz de congelar o tutano dos ossos, uma voz venenosa e gélida de tirar o fôlego.

- Venha... Venha para mim... Me deixe rasgá-lo... Me deixe rompê-lo... Me deixe matá-lo...

Harry deu um enorme pulo e, com isso, fez aparecer um enorme borrão na Rua de Veronica Smethley. Meredith Amassou uma foto sem querer olhando para Harry em estado de choque. A voz sussurrou a ela mais uma coisa.

- Traga-o para mim... - a voz parecia sussurrar junto ao ouvido de Meredith.

- O que! - Harry exclamou em voz alta.

- Eu sei! - Lockhart disse - Seis meses inteiros encabeçando a lista dos livros mais vendidos! Bati todos os recordes!

- Não - disse Harry assustado - Essa voz!

- Perdão? - disse Lockhart, parecendo intrigado - Que voz?

- Aquela, a voz que disse, o senhor não ouviu?

Meredith fez que não com a cabeça para Harry, com os olhos arregalados. Ele pareceu entender.

Lockhart estava olhando para Harry muito surpreso.

- Do que é que você está falando, Harry? Talvez você esteja ficando com sono? Nossa, olhe só a hora! Estamos aqui há...quase quatro horas! Você esta bem Meredith? Eu nunca teria acreditado, o tempo voou, não acham?

Harry não respondeu. Meredith apurou os ouvidos para captar novamente a voz, mas não havia som algum exceto Lockhart a lhe dizer que não deviam esperar uma moleza como aquela todas as vezes que pegassem uma detenção. Sentindo-se atordoados eles foram embora da sala de Lockhart.

Harry tinha sumido pelos corredores quando Meredith sentiu uma forte náusea. Tudo ficou negro. Quando ela voltou a si estava na sala comunal da Sonserina. Abriu os olhos devagar vendo as cortinas verdes balançando vagarosamente com uma corrente de ar. Ela não fazia idéia como havia chego ali.

Aos poucos suas memórias voltavam, as memórias de um estranho sonho. Sonhou com um garoto, de olhos dissimulados, e com uma estranha porta, velha e pesada, com serpentes.

Se levantou dolorida, com a língua ainda seca de tanto ser passada em envelopes e foi se deitar.

Na semana seguinte, Snape fez Meredith ajudá-lo a empilhar poções e a carregar frascos com coisas incomensuráveis. Esta foi a pior punição, tendo que andar para cima e para baixo ajudando o professor com seus estranhos líquidos, alem de pouco poder ver Queen e os outros.

Mas logo o castigo acabou, apesar de parecer interminável.


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