Friends By Fate 4 - The Final Battle escrita por Mandy-Jam


Capítulo 13
Um por um


Notas iniciais do capítulo

FELIZ ANIVERSÁRIO, FRIENDS BY FATE!
Hoje essa "saga" completa 2 anos. Resolvi postar um capítulo bem caprichado para comemorar a data. Obrigada, principalmente, á você que lê e acompanha desde o início.
E o mais importante... Obrigada aos lindos dos meus amigos, porque sem eles não teria fic.
Anyway, emoções á parte, aqui está o capítulo. Boa leitura!



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Nina reuniu o máximo de armas que conseguiu, para se ter certeza de que nada aconteceria com ela no Mundo Inferior. Ela sentou-se em um dos bancos no meio do acampamento improvisado e olhou em volta.

Seus amigos estavam conversando sobre algo que parecia ser importante, mas ela sabia que não poderia ir até lá. Tinha que voltar somente com Rodrigo, o que achava impossível.

Vinícius andava de um lado para outro um tanto perdido. O filho de Dionísio perguntava sobre quais armas ele poderia pegar, mas a resposta era sempre a mesma.

Pegue as suas próprias armas. Precisaremos das outras.

Nina suspirou pesadamente. Aquilo era suicídio certo, e ela sabia disso. Tinha certeza que aquela poderia ser a última vez que via o mundo. Tanto porque Cronos poderia acabar com tudo antes que ela voltasse, quanto ela poderia não voltar mais.

Tudo tinha acontecido muito depressa. Ela lembrava claramente do dia em que eles entraram no ônibus acompanhados por uma suposta funcionária da escola para ir á um museu. Ela nunca poderia imaginar que acabaria descobrindo que Deuses existem e que seu pai sumido era Zeus.

Nem mesmo que seu avô acordara dos mortos e montara uma legião de assassinos sanguinários prontos para acabar com toda a forma de vida, e com o próprio Olimpo. Aquilo sim era loucura.

Uma ideia terrível passou por sua mente.

E se ela nunca mais visse seus amigos? E se todos eles morressem no final?

Ela não sabia se estaria disposta á dar sua vida pelo bem da humanidade. Esperava que fosse o tipo de coisa que seu pai desejaria que ela fizesse, mas não estava mesmo a fim disso.

- Vamos? – Perguntou Vinícius. Ela piscou os olhos saindo do transe e olhou para ele. O filho de Dionísio segurava seu bastão e... Só.

- Você vai para o Mundo Inferior só com um bastão? – Perguntou sem acreditar. Vinícius encolheu os ombros e confirmou com a cabeça.

- É. – Respondeu – Foi o que deu para pegar.

- Foi o que deu para pegar?! Pega qualquer outra coisa! Pega uma espada, dardo envenenados, pega até uma bazuca se você achar! – Reclamou Nina se colocando de pé. Vinícius negou.

- Não posso. Eles vão usar as armas. – Respondeu apontando para os meio-sangues.

- Danem-se eles. Eu não vou morrer procurando o Rodrigo, porque eles não querem nos dar armas. – Reclamou. Vinícius fez alguns movimentos com o bastão.

- Eu consigo me virar com isso. – Falou sem ligar muito.

- E se Cronos vier para cima de você? Vai bater na cabeça dele com um bastão? – Perguntou Nina irritada.

- É. – Confirmou Vinícius – É o que eu tenho, não é?

- E se ele jogar essa porra longe?! – Reclamou com raiva agora – O que vamos fazer?

- Aí a gente morre. Não dá para vencer todas. – Nina sentiu vontade de chorar ao ouvir aquilo. Ela queria que Mateus viesse com ela, pois ele sim sabia bater nas pessoas. Ela sabia que Vinícius só levava surras. Lembrava de como ele apanhara para Spencer.

- Vamos logo. – Respondeu ela sabendo que não podia fazer mais nada.

Eles atravessaram toda uma Nova Iorque vazia e pararam nos portões fechados do Central Park. Tiveram que escalar e pular, mas conseguiram. Por mais estranho que parecesse, a passagem para o Mundo Inferior estava aberta. Completamente.

Entre algumas pedras havia um túnel extremamente escuro que dava para o Mundo dos mortos. Nina quis empurrar Vinícius para ir primeiro, mas o filho de Dionísio sentou no chão, cruzou os braços e disse:

- Primeiro as damas.

A filha de Zeus trincou os dentes e pegou uma lanterna que tinha colocado na mochila. Nem mesmo aquela iluminação estava surgindo muito efeito. Nina só conseguia enxergar centímetros de onde estava pisando.

Desceram na escuridão quase completa até atingirem o chão. Algo estava errado. Aquilo estava fácil demais.

Rodrigo não deveria ter deixado a entrada aberta, e muito menos ter se encontrado com tanta facilidade. O lugar nunca esteve tão escuro.

- Deve ter alguém por aqui. – Comentou Vinícius olhando em volta – Devem estar montando uma armadilha.

- É a primeira vez que você diz algo que preste. – Murmurou Nina concordando com a cabeça. Não tinha nenhuma alma viva naquele lugar – Vamos para o Palácio de Hades. Se ele não estiver lá, deve ter morrido.

Nina e Vinícius correram em direção ao grande Palácio do Senhor dos mortos. Aos poucos, foram vendo que estavam errados quanto ao Mundo Inferior estar vazio. Ele estava cheio de monstros andando de um lado para outro.

Tiveram que se esconder nas sombras, e atrás nas pedras para não serem vistos. Mas a escuridão estava a favor deles. Conseguiram alcançar o palácio mais rápido do que imaginavam.

As portas estavam destruídas e tortas. Os jardins estavam acabados. Não tinham mais esqueletos na entrada.

Seus passos ecoavam pelo lugar. Eles estavam correndo, pois o medo tomava conta dos dois. Queriam dar o fora de lá o mais rápido possível. Serem capturados por Cronos significava mais do que suas mortes, significava também o fim da guerra.

A derrota.

- Rodrigo! – Chamaram só depois de terem certeza de que o lugar estava sem monstros. Nina sacou um raio e o segurou nas mãos. A eletricidade arrepiava seu braço – Rodrigo! Onde você está, seu idiota?

- Seu babaca, responde agora! – Reclamou Vinícius – Cadê você?

- Procuram alguém? – Perguntou uma voz sombria.

Os dois olharam para frente e viram onde estavam. Era a sala principal onde ficava o terrível trono de Hades. A cadeira enorme formada unicamente de esqueletos agora era ocupada por outra pessoa.

Cabelo loiro, olhos gélidos, corpo parcialmente enfaixado. Cronos sorria malignamente para os dois semideuses, enquanto apoiava a cabeça na mão. Estava observando aquela busca inútil por Rodrigo fazia minutos, mas estava se divertindo muito.

- Droga. – Resmungou Nina. As portas se fecharam com um forte barulho, e eles deram um pulo de medo. A filha de Zeus preparou seu raio, e Vinícius segurou o bastão com mais força.

- Sejam bem-vindos ao Mundo Inferior, crianças! – Disse sorrindo e abrindo os braços – Espero que gostem da nova decoração. Como podem ver, o comando passou para outra pessoa.

Cronos se levantou e eles puderam ver que o Senhor do tempo vestia o manto de Hades. O tecido preto costurado de almas que se contorciam em agonia. Seus braços ainda tinham faixas de curativo velhas, mas ele parecia bem melhor do que antes.

Mais vivo.

- Acho que mudanças são sempre boas. – Comentou encolhendo os ombros – Foi uma escolha bem democrática, na verdade. Todos os meus lacaios votaram e acharam melhor o meu filho Hades ceder o posto para mim.

Ele deu uma risada como se aquilo fosse uma piada hilária.

- Eu achei que fossem mais inteligentes. – Comentou analisando os dois – Achei que viesse atrás de Hades para depois se preocuparem com seu amiguinho. Mas vi que estava errado.

- Já que você sugeriu, entregue Hades também. – Rebateu Nina fingindo simpatia – E o Rodrigo. Agora, de preferência. Antes que eu estoure a sua cabeça com um raio.

- Eu gostaria muito de vê-la tentar, filha de Zeus. – Sorriu ele desafiador. Nina não pensou duas vezes. Ela lançou o raio em direção a Cronos, mas ele não teve o efeito que ela esperava.

Com um rápido gesto de mão o raio se moveu lentamente no ar, como se o tempo para ele fosse outro. Cronos coçou o queixo e olhou em volta.

- Uhm... Aquele vaso. Eu não gosto daquele vaso. – Murmurou pensativo. Mexeu a mão em direção á ele e o raio desviou de seu rosto indo em direção á peça ornamental. Houve uma explosão, e ele sorriu batendo palmas – Bravo! Bravo! O que achou, querido filho?

- Era um presente! – Rugiu a voz de Hades. Nina e Vinícius ergueram os olhares para cima e viram que, preso em uma gaiola pendurada no teto, estava Hades. O Deus dos mortos estava usando só uma cueca samba canção, e estava sentado curvado por estar em uma prisão pequena demais para sua altura.

- Era um presente. – Repetiu Cronos rindo e depois olhou para os dois semideuses – Mas eles não podiam ter escolhido uma dupla mais ridícula para um resgate. Hades, acho que o Olimpo está em plena decadência. Talvez seja hora mesmo de vocês descansarem um pouco no Tártaro.

Ele pegou sua foice negra e cortou o ar em direção á jaula.

- Como eu fui forçado a descansar por milênios! – Rosnou em um tom macabro e vingativo. Uma onda de vento fez a jaula se chocar contra a parede. Hades bateu contra as barras e se feriu.

Sangue dourado de sua cabeça pingou até sujar o chão. Nina entendeu parcialmente a ira de Rodrigo. Hades não estava sendo só um refém em seu próprio reino. Estava sendo humilhado.

- Você é um covarde. – Acusou Nina olhando para Cronos – Por que não o enfrenta em uma luta justa?

- Porque eu já tomei tudo o que eu quero, e não aceito ordens de fedelhos metidinhos á herói. – Rosnou em resposta, apontando a foice para eles. Vinícius se preparou para um possível ataque, mas sabia que não poderia se defender de verdade se Cronos os quisesse mortos.

Ele só precisava torcer para ele não os querer mortos.

- Eu quero vocês mortos! – Rosnou.

- Fudeu. – Ele deixou escapar.

- Eu vou esquartejar cada filhinho precioso de olimpianos. Um a um, vou acabar com os 12 da profecia. Começando, é claro, pela filha de meu filho mais odiado. – Falou olhando para Nina. Ela engoliu seco.

- Vai matar a filha de Ares? – Tentou para escapar da situação.

Cronos riu da tentativa patética.

- Tola. – Disse simplesmente.

- Responda onde você colocou o Rodrigo. – Reclamou Nina ignorando o anuncio de morte iminente. Cronos contorceu seus lábios em um sorriso macabro.

- Eu achei mais interessante mantê-lo vivo por enquanto. Para retribuir á ele e ao pai dele o gostinho que me deram do inferno. – Respondeu. Nina olhou para o teto onde estava Hades e depois levou seus olhos para a esquerda.

Rodrigo estava preso do mesmo modo que Hades – estava até só de cueca também. A única diferença era que ele tinha uma fita na boca.

- Por que ele...? – Ela não terminou a frase.

- Porque ele não cala a boca. – Respondeu Cronos fazendo uma careta como se estivesse cansado ou com dor de cabeça. Nina assentiu, e empurrou Vinícius para o chão. Cronos cortou o ar lançando mais uma ventania poderosa, e eles escaparam por centímetros – Não sairão daqui com vida.

- Está dentro do planejado então. – Murmurou Vinícius se colocando de pé.

- Os Deuses exigem que um representante se apresente na sala dos tronos. – Disse uma garota filha de Apolo.

Natália coçou a cabeça e assentiu. Ela suspirou.

- Devem querer saber o que estamos planejando fazer. – Comentou em um murmuro – Mas que droga. Será que eles não poderiam esperar um pouco?

- Acho que eles nunca precisaram esperar na vida. – Rebateu Amanda – São Deuses. Estalam os dedos, e puf. Tudo está lá.

- Eu queria estalar os dedos, puf, e matar Cronos. – Comentou Mariana encolhendo os ombros – Mas como tem que ser na base da porrada...

- Vamos fazer o seguinte... Alguém vai lá e enrola eles. Alguém que tenha o dom da lábia. – Comentou Natália pensativa. Todos olharam para a filha de Hermes, que se escondeu atrás de Mariana.

- Você é a mensageira. Tem que ir. – Reclamou Mariana tenta se esquivar de Amanda – Saí de trás de mim e vai!

- Vai você, se acha tão fácil! – Reclamou ela. Mateus a puxou para trás e os pés da filha de Hermes foram arrastados pelo chão – Ah, qual é?! Para com isso! Eu não quero ir falar com eles!

- Só invente alguma coisa até nós pensarmos em algo. – Pediu Bia – Estratégias duram tempo para serem feitas, mas acho que Zeus não lembra disso.

- Então pensem em algo logo! – Reclamou Amanda se soltando de Mateus – Eu vou. Mas não prometo que eles vão acreditar em mim.

- Eles vão ter que acreditar em você. Se não acreditarem, tudo vai virar uma bagunça. – Falou Natália com firmeza – Vão achar que somos incompetentes e burros demais para liderarmos os meio-sangues. Todo mundo vai entrar em desespero e aí geral morre.

- Ah, ótimo. – Murmurou revirando os olhos – Eu adoro quando as pessoas falam que nós vamos morrer. Ouvi isso várias vezes, mas escutar de novo dá uma felicidade á mais ao meu dia.

Amanda foi em direção ao Olimpo correndo. Depois de passar pelo elevador e chegar aos portões, notou que eles estavam fechados.

- Sou a representante dos Doze. Vim falar com o Conselho Olimpiano. – Murmurou torcendo para que fosse barrada, mas a ninfa a deixou entrar. Andou até a sala dos tronos e parou diante da porta. Aquilo não podia estar acontecendo.

Estendeu a mão para bater, mas as portas se abriram sozinhas. Todos os Deuses viraram os olhares para ela, e a filha de Hermes engasgou.

- Pareça confiante. Eles vão ter que acreditar em você. – Pensou.

- Não temos o dia todo. Vai entrar, ou vai ficar parada que nem uma retardada aí na porta? – Perguntou Ares sem paciência.

- Ah, eu estou bem, Ares. Obrigada por perguntar. – Disse entrando com um sorriso – Como vai você?

- Deixe de palhaçadas. – Rosnou irritado. Mais do que o normal.

- Qual é a estratégia de vocês? – Perguntou Atena sem mais delongas – Precisamos saber como agirão para nos prepararmos também.

Amanda engoliu em seco.

- É... A estratégia, né? Pergunta interessante, e resposta longa. Que bom que todos vocês estão sentados. – Sorriu ela se mexendo inquieta – Tudo começou a há muito tempo. Muito, muito, muito, muito tempo.

Todos os Deuses franziram o cenho, enquanto Amanda enrolava-os.

A guerra ia ser bem longa.


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Notas finais do capítulo

Estão todos ferrados. Não importa se estão no Mundo Inferior, e não importa se estão no Olimpo. A vida do pessoal tá complicada.
Vocês teriam algo de especial á dizer para algum personagem de Friends by fate nessa comemoração de 2 anos da fic?
Caso tenham, escrevam no review. Espero para ver os comentários de vocês.
Beijos e até a próxima!